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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Economia, futebol e lugar-comum

O mercado de futebol foi, entre outros, um tema tratado no “Enquanto a bola não rola” na Globo domingo 26 deste mês, com apresentação de Jorge Eduardo. De fala muito rápida – só perde em velocidade para o Marcelo Figueiredo da Brasil AM -- Jorge é dos melhores profissionais do ramo nas rádios do Rio. Dono de estilo original, no comando usa, com freqüência, duas frases que o marcam: “...padrão de qualidade no seu radinho”. “Fique com Deus, Ele existe”.
Tem, no entanto, uma acentuada queda para o “rota de colisão” (embora moderno), lugar-comum da estatura de “motivos para comemorar...” “a nível de...” Com o futebol em recesso, noticiário pífio, os medalhões Luiz Mendes e Osvaldo Paschoal estavam ausentes. Gerson Canhotinha lamentava a mediocridade do futebol no estágio atual (falta de craques, juízes fracos...) Marcus Aurélio (do “Quintal...”), reforçava o time, estreando como debatedor.
Quando se fala em mercado, fica patente que o assunto envolve área da economia. O economista Paulo Nogueira Batista Jr., em artigo publicado no dia 25, lembrava os 30 anos de morte de Nelson Rodrigues. Afirmou que aprendeu com ele a escrever para o público leigo, não especializado. “Todos nós carregamos nas costas não sei quantos vícios de redação, poses, noções de estilo, frases prontas ou semiprontas, idéias feitas (...), argumentava.
Paulo Nogueira recomenda a quem escreve: “... deve evitar as armadilhas da improvisação, da espontaneidade não trabalhada, e fugir do lugar-comum como da peste”— válido também para os profissionais da voz. Nelson Rodrigues, autor da série de contos “A vida como ela é...” e das crônicas esportivas “À sombra das chuteiras imortais” foi colega do Luiz Mendes no “Mesa redonda Facit”, anos 50/60 na extinta TV Rio. Escrevia e falava de forma simples.
Destaque
“Chat das cinco”. MPB FM 90,3. De segunda a sexta, às 17 h, com apresentação de Valéria Marques.
Memória
Efetivado na Globo em dezembro de 1994, Clóvis Monteiro retornava à Tupi dois anos depois
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sábado, 25 de dezembro de 2010

Entre o sonho e a realidade

O jornalista Soares Júnior tornava realidade um sonho de muitos profissionais de rádio: ser comunicador da Globo. Estreava na quinta-feira 23, no comando de “Globo cidade”. Meio vacilante (quem é que não treme nessa hora?), mostrou no dia seguinte estar plenamente condicionado para exercer a função. Ele foi repórter do SGR e reintegrou-se à empresa no começo deste mês, assumindo a coordenação de programação da principal emissora do grupo.
Também de volta à Globo no mesmo período, Alessandra Ferreira, que se desligara em outubro de 2006. Alê (assim chamada nos bastidores), era uma das produtoras do programa do Francisco Barbosa em sua última passagem pela rádio dos Marinhos. Em seu retorno, integra a equipe do “Globo cidade”, que tem produção do César Morcazel e Lena Pereira.
--o-- A Rádio MEC AM, mais antiga emissora do Rio, inaugurou seu novo transmissor. Está, a partir da penúltima semana deste mês, operando com 100 kilowat na antena. Junto com a MEC FM e a Nacional AM compõem, desde o final de 2008, a Empresa Brasileira de Comunicação, anteriormente denominada Radiobras.
--o-- Lúcia Leme, que participa em dias alternados do “Se liga, Rio”, do Roberto Canázio, na Globo, pode ser ouvida simultaneamente em outro prefixo nas tardes do Rio. Pela MEC AM, no quadro “Posso ajudar?”, dentro do programa “Aquarela carioca”, do Amauri Santos.
--o-- Quem nasceu primeiro, o ovo, ou a galinha? A dúvida persistente vale para o “Planeta rei...” nas ondas da Globo, e “Clube da saudade”, na Metropolitana – aquele apresentado nas madrugadas, este nas tardes. Mesmíssimas fórmula e temática do “atendendo a pedidos”. Individuais, de um lado; coletivo, de outro.
Beto Brito, criador do “Planeta...” em 1998 na Imprensa FM (atualmente Mix), esteve na Metropolitana antes de março de 2007, quando aterrissou na Globo. Foi por pouco tempo, mas, se não estamos enganados, deixou raízes na velha estação...
Destaque
“Bola em jogo”. Tupi AM 1280/FM 96,5. Dom., 12h. Com Luiz Ribeiro, e participações de Jorge Nunes, Iata Anderson, Rubem Leão, Toni Vendramini e Ruy Guilherme. Produção: Luana Alves.
Memória
A FM O Dia trocava de freqüência em dezembro de 1997, ficando nos 100,5 Mhz, que pertencera a RPC. Nos 90,3 (hoje com a MPB FM), ressurgia a Opus FM do Sistema de Rádio Jornal do Brasil.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Centenário de Noel, "poeta da Vila"

Foi bem pouco celebrado dia 11 deste mês no Rio e arredores o centenário de nascimento de Noel Rosa. O “poeta da Vila”, assim passaria a ser chamado, morreu em 4 de maio de 1937 aos 26 anos de idade e deixou cerca de trezentas músicas. Graças a ele, o bairro de Vila Isabel, onde nasceu, seria nacionalmente conhecido. Nas celebrações pelo centenário do compositor, vale registrar o especial “CBN na travessa”, com os jornalistas Ruy Castro e João Máximo, este, autor em parceria com Carlos Didier, do livro “Noel Rosa, uma biografia”.
Eles discorreram sobre a vida e obra do genial artista, contando fatos pitorescos. Noel gostava de pregar peças no Francisco Alves, fazendo isso inclusive, nas letras de algumas canções da dupla. Boêmio contumaz adorava dividir mesas e músicas com negros dos morros e malandros. Com Ismael Silva e Cartola formou as primeiras parcerias, mas produziu também com Ary Barroso, Custódio Mesquita e Henrique Vogeler. Integrou o Bando dos Tangarás com Lamartine Babo e João de Barro (também parceiros), Almirante e Luperce Miranda.
O mais imprtante , no entanto, foi Osvaldo Gogliano, o Vadico. Da união, entre outras, “Conversa de botequim”, Feitiço da Vila”, “Feitio de oração” e “Pra que mentir”. Na carteira de Noel constava como profissão, “cantor de rádio”, depois de instituído o cachê, pois, antes de Getúlio Vargas assinar o decreto autorizando a veiculação de anúncios, o rádio era uma atividade diletante. Ele atuou muito, mas ganhava pouco. Ninguém vivia de direitos autorais na época. Mesmo com sua genialidade, Noel Rosa era um artista à beira da pobreza.
Nos dois últimos anos de vida, foi contra-regra da Rádio Clube do Brasil, onde também escrevia sketchs para programas humorísticos e paródias. Esquecido 13 anos depois de sua morte, foi redescoberto em 1950 pela cantora Araci de Almeida, estrela da Rádio Mayrink Veiga, que o locutor e diretor artístico Cesar Ladeira batizara de “o samba em pessoa”. Araci, sua intérprete favorita, regravou uma dezena de composições dele, incluindo “Três apitos”, inédita até então. Noel figura na lista dos mais citados e estudados compositores do país.
Destaque
“Seresta viva”. MEC AM, 800. Às sextas-feiras, 11 horas da noite. Produção e apresentação de João Carlos Carino.
Memória
Adriana Riemer voltava, em dezembro de 1993, à Cidade FM, atualmente Oi. Estivera dois anos nos Estados Unidos.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

"Ora direis, ouvir os astros!..."

Já acreditei em astrologia. Foi no início dos anos 60, quando Omar Cardoso, um entusiasta do que fazia cunhou, entre outros, o bordão “vou vivendo a cada dia melhor”. Omar, que morreu em novembro de 1978, trabalhava na Bandeirantes de São Paulo e seu programa era reproduzido por emissoras do país, inclusive a Nacional do Rio. O ramo congrega profissionais que escrevem nos jornais e revistas prestando, como era o caso dele, colaborações a programas populares do rádio.
Em três emissoras cariocas, a astrologia é assunto pertinente. Mais antiga a tratar do tema, Zora Yonara se destaca no “Show do Antônio Carlos”, na Globo desde janeiro de 1987. Além das previsões astrológicas, ela é conselheira sentimental, respondendo cartas (e e-mails) de ouvintes. Com muito menos tempo, Glória Britto atua no “Show da manhã” do Clóvis Monteiro na Tupi. Foi alçada ao posto a partir do falecimento de Nena Martinez em junho de 2007, até então a decana da matéria.
Também pela manhã há o “David dá show”, com o David Rangel na Manchete. A astróloga “Lili rodoviária” personificada pelo apresentador, tem a missão de ironizar os profissionais que se dedicam a fazer previsões sobre os signos do zodíaco. No mesmo prefixo, Luiz de França destina generoso espaço ao assunto no seu vesperal programa direto de Barbacena, Minas Gerais. Ele passa as coordenadas do Mestre Rosenthal, que o acompanha desde os tempos que trabalhava na Globo.
Heleno Rottai, que substituiu o França em abril de 2007 nas tardes da Tupi, lançou quadros novos no horário, mantendo o reservado ao tema. O astrólogo não é citado, admitindo-se que o trabalho se baseia em colagens de jornais. (Parafraseando Olavo Bilac: “Ora direis, ouvir os astros!...”) De tanto acreditarem nas previsões do horóscopo, muitas pessoas não saem de casa sem elas. Dão, naturalmente influenciadas, preferência aos programas que atendem os seus ideais...
Destaque
“Programa Haroldo de Andrade”. Tupi AM 1280/FM 96,5. Domingos, 10h da manhã. Produção: Nonato Viegas e Adriana Hercovith.
Memória
Sidney Rezende, um dos fundadores da CBN trocava, em dezembro de 1994, o Rio por Brasília. Comandava o “Show da notícia”, às tardes.
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