Único remanescente da primeira formação de “Os Cariocas” surgido nos anos 40, Severino Filho foi entrevistado no “Maestro MPB”, na Rádio MEC AM, sábado 4 deste mês, entre 2h e 3h da tarde. Ele contou para Jaime Além, apresentador do programa, algumas coisas da trajetória do grupo -- que só perde em longevidade para o paulistano “Demônios da Garoa.
Criado por Ismael Neto, irmão de Severino, o vocal-instrumental “Os Cariocas” era um quinteto no início de carreira, sendo os demais participantes Jorge Quartarone (o Quartera), Emanoel Furtado (o Badeco) e Waldir Viviani. Em 1956, com a morte prematura de Ismael Neto, a vaga passou a ser ocupada por uma voz feminina – Hortência Silva, irmã do líder.
O grupo cantava em vozes superpostas, ao contrário do “Bando da Lua”, “Anjos do Inferno” e “Quatro ases e um curinga”, os mais importantes da época, que adotavam uma vocalização em uníssono, só em primeira. O estilo de “Os Cariocas” baseava-se no dos conjuntos norte-americanos, de jazz, blues, e seus componentes não sabiam ler uma nota sequer.
Aos clássicos dos “States”, o grupo interpretava autores brasileiros de então, incluindo principalmente, músicas da parceria Ismael Neto-Antônio Maria, Dolores Duran e Billy Branco. Um dos precursores da bossa nova, o conjunto se tornaria um dos maiores divulgadores do movimento, desfilando o que produziam Tom Jobim e Vinícius de Moraes, Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, Carlos Lira, Marcos e Paulo Sérgio Valle, Jonnhy Alf e outros.
O estilo do grupo encantava os maestros da Rádio Nacional. Radamés Gnattali foi o que mais se impressionou sugerindo, quando soube que vocalizavam apenas por intuição, que estudassem música. Severino Filho, por exemplo, estudou piano com Aída Gnatalli, irmã do maestro, orquestração e arranjo com o alemão Kollreuter. Passaria a escrever para o conjunto, acostumado a se apresentar e gravar seus discos acompanhado de orquestra.
A escolha é sua
-/- “Giro esportivo”, com Wagner Menezes. Tupi AM/FM, de domingo a sexta, 22h.*
-/- “Panorama esportivo”, com Gilson Ricardo. Globo AM/FM, de segunda a sexta, 22h.*
-/- “Vai dar samba”, com Miro Ribeiro. Manchete, de segunda a sexta, 22h.*
*Nas noites sem futebol.