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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

O moderno primo pobre


A edição final do “The Voice Brasil” propiciou um programa especial na Rádio Globo, a exemplo do que ocorrera por ocasião do último capítulo da novela “Avenida Brasil”. Em ambos os casos, ficou evidenciado que o rádio está cada vez mais refém da televisão. Na cobertura do reality show foram mobilizados repórteres no Projac, enquanto profissionais da música nos estúdios da Glória, analisavam o desempenho dos concorrentes. O comunicador Alexandre Ferreira comandara as ações, o que fizera também na vez anterior.
Num domingo sem futebol, iniciativa até certo ponto válida. A dose de oportunismo assemelhou-se à da cobertura no encerramento da novela. Isso não significaria a perda progressiva da verdadeira identidade do rádio? Moderno, provido de gente talentosa, recursos de alta tecnologia, o veículo não deixa de ser o primo pobre da comunicação. Que programa se faz no rádio atual que repercute na telinha, tendo ele a prerrogativa de pertencer a um mesmo grupo? Dificilmente os cardeais do ramo vão encontrar algum.

VELHO APELO
“Almanaque carioca”, um bem qualificado programa da MEC, abriu espaço para pedidos musicais dos ouvintes. Amauri Santos, dos melhores valores do rádio moderno surpreende, lançando mão de coisa tão batida.

DOSE CERTA
Programas do gênero são mais antigos que andar pra frente. Honrosa exceção é o “Planeta Rei, nas ondas da Globo”, que o Beto Britto personalizou, dando voz aos interessados nos temas que o rádio esqueceu.

BOM RAPAZ
Ao referir-se a um dirigente do Fluminense, que classificou de inteligentíssimo, o executivo de rádio (jornalista atuante), chamou-o de “rapaz jovem”. E repetiu a expressão. No “Globo esportivo”, sexta-feira 7.

LINHA DIRETA
/o/ É da Tupi o mais novo comunicador do Rio, Cristiano Santos. Cobriu no “Baú...”, as férias do Jimmy Raw.
/o/ Isabella Saes trocou a Paradiso pela MPB FM. Concorre, agora, com a “Hora do blush”, de que participava.
/o/ O repórter Carlos Eduardo, (Cadu), requisitado para a equipe da Bradesco Esportes. Atuava na Tamoio.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Cronologia de um balanço

A fase de ouro do rádio perdeu muito do seu brilho com o advento da televisão. (Bota tempo nisso!) O rádio, porém, ainda é reverenciado por sua importância e representatividade. Brasileiro não vive sem ele -- costuma proclamar uma figura exponencial de suas fileiras. No passado, artistas e programas eram presenças freqüentes nas colunas de jornais, páginas da “Revista do Rádio” e “Radiolândia”.

Em proporção semelhante à das especializadas da atualidade no que tange ao universo da TV, que encantou (e tem encantado) gerações. Naquelas publicações, constituíam-se em fato comum nos fins de ano, as listas de melhores desse nonagenário, mas moderno meio de comunicação. À moda de tais revistas aí vão, a nosso juízo, os programas e seus titulares, merecedores de crédito neste 2012.

1.“Show da manhã”, com Clóvis Monteiro, de 6h às 9h -- Tupi.
2.“Eu show Luiz Vieira”, de 6h às 8h -- Manchete.
3.“Jornal da Bandenews", com Ricardo Boechat, de 7h30 às 10h30 -- Bandnews Fluminense FM.
4.“Redação Nacional”, com Neise Marçal, de 8h às 10h -- Nacional.
5.“Manhã da Globo”, com Roberto Canázio, de 10h15 às 13h -- Globo.
6. “Show do Mário Esteves”, de 13h às 15h -- Manchete.
7. “Arte em revista”, com Jota Carlos, de 18 às 19h -- MEC.
8. “Programa Luiz Ribeiro”, de 20h às 21h55 -- Tupi.
9. “Palco MPB”, com Fernando Mansur, às terças, de 21h às 22h -- MPB FM e,
10. “Época de ouro”, com Cristiano Menezes, às sextas, de 17h às 19h -- Nacional.

MENÇÃO HONROSA
“Show do Apolinho”, com Washington Rodrigues, de 17h às 19h. Dos 13 anos na Tupi, mantém-se na liderança há 7.
N. R. -- O rádio atual é pobre em criatividade, onde a mesmice predomina. Apesar disso, há outras coisas interessantes para o ouvinte.

AS NOVIDADES
1. José Carlos Araujo deixava a Globo em maio, e Luiz Penido assumia o posto. Na Tupi, o Jota Santiago passava à condição de titular.

2. Inaugurada em setembro, Bradesco FM tinha, na qualidade de som, o primeiro obstáculo. Transamérica estreitava o mercado.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Esse nosso amor antigo


44) Um bom cantor de músicas do “meio de ano”, e de carnaval -- que tanto incentivava – era outra face do César de Alencar (1917/1990), o mais famoso animador de auditório nos anos gloriosos da Nacional. Embora não se considerasse com a qualidade que os cronistas apregoavam, ele gravou mais de 50 discos de 78 rotações, a maioria como solista, outros, em dupla com cantoras, suas companheiras de estação.
45) Destaques no repertório: “Dorinha, meu amor”, de José Francisco de Freitas, sózinho; “Os quindins de Yayá”, de Ary Barroso, com Emilinha Borba; “Namoro no portão”, de Luiz Bitencourt, com Marlene; e “Há sinceridade nisso?”, de Manezinho Araújo, com Heleninha Costa.
46) Grandes nomes do estelar cast da rádio desfilavam na melhor fase de seu programa, décadas de 40/50 e início dos anos 60. As audições se desenvolviam aos sábados, de 3h da tarde às 7h da noite. Durante algum tempo, o desfecho era sempre com Emilinha, a estrela-maior, anunciada como “a minha, a sua, a nossa favorita”.
47) César não só animava aquela atração. Era o idealizador de todos os quadros e, quadrinhos, que chamava de inter-programas Em etapas distintas, foram seus produtores o Hélio do Soveral (que trabalhou com ele 16 anos) e Fernando Lobo. De autoria de Haroldo Barbosa, a música e letra da abertura e encerramento, interpretadas pelos Quatro Ases e um Coringa: (“Essa canção nasceu pra quem quiser cantar/Canta você, cantamos nós até cansar/É só bater e decorar/Pra decorar, vou repetir o seu refrão/Prepare a mão, bate outra vez/Esse programa pertence a vocês!...”)
48) Houve um período em que o programa também despertava a atenção de artistas estrangeiros que vinham ao Rio para shows no Cassino da Urca. Eles se sentiam na obrigatoriedade de se apresentarem naquelas tardes da Nacional, apesar do alarido comum ao ambiente.
49) A partir de abril de 1964, uma revirada na vida do radialista, que ficaria muito mal na história. Ele seria dispensado da estatal pelo governo militar, integrando um grupo de 36 pessoas, entre artistas e funcionários. O animador teria, segundo os jornais da época, apontado alguns colegas como subversivos, adeptos da “esquerda festiva”.
50) César, que teve início brilhante na Clube do Brasil em 1939, e consagração na Rádio Nacional, no ostracismo foi parar na Federal de Niterói, do sanfoneiro e compositor Antenógenes Silva, que, vendida ao grupo Bloch Editores, virou Manchete. Baixada a poeira, ele voltaria à tradicional emissora. Fez um programa no esquema “vitrolão” e gerenciou o FM da empresa. Desse, rebatizado como RPC, originou-se o FM O Dia.

51) “Fãzoca do Rádio”, marchinha de Miguel Gustavo(1922/1972) foi um grande sucesso do palhaço Carequinha, que também gravou músicas infantis. Nascido em Rio Bonito com seu nome de George Savalla (1915/2009), foi animador de um concorrido programa de auditório na Rádio Mapinguary, antes da carreira no circo e obter sucesso na televisão (TV Tupi).
52) O programa era aos domingos, de manhã. A emissora funcionava no centro de São Gonçalo, cidade onde Carequinha morou em seus 90 anos de vida. Primeira rádio a ser comprada pela Igreja Universal, a Mapinguary tornou-se Copacabana ao se mudar para o Rio.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Rio, a tábua de salvação

Uma semana depois de trocar sua liderança esportiva a Globo tratava de modificar os programas do gênero, abrindo mais espaço aos clubes cariocas nas apresentações. Corria o mês de maio, quando Luiz Penido assumira o posto que era do Garotinho José Carlos Araújo. Passados cinco meses, uma nova reforma, desta vez abrangendo o “Liga dos trepidantes” (recém-criado), e o “Enquanto a bola não rola”, com o mesmo tempo de grade que o “Panorama...”

Em time que está ganhando, não se mexe – é voz corrente. Se a Globo promove uma remexida nas suas atrações, igualando sua diretriz à da maior concorrente, é porque errou na estratégia, não alcançando os resultados que esperava com a mudança de líder. Pode-se depreender que, o projeto “Globo Brasil”, da administração anterior não tenha surtido o efeito desejado. Isso é tão certo que, no campo esportivo – o mais forte da casa – foram grandes os estragos.
E, enquanto se mexe aqui e acolá, os índices da concorrência continuam crescendo. Tirando, naturalmente, o sono de quem procura reconquistar a audiência perdida. Imagina-se as ‘caras e bocas’ com a liberação do último boletim do Ibope. E a cena de entrega do bastão pelo executivo que saiu. No íntimo dos rivais (sempre à espreita) deve ter ecoado em back ground, como paródia, o samba do Paulinho da Viola dizendo: “Foi um rio que passou em sua vida...”

OUTRA PRAIA
Na Rádio Nacional aos sábados, antes do futebol, tem o “Sintonia total”. Músicas de diversas épocas e gêneros, selecionadas por Sérgio Natureza, que coordena o setor. Condução do comentarista esportivo Valdir Luiz, positivamente fora de sua praia. Mais burocrático, impossível

MARAVILHA
Pelas 10h e meia da manhã e 4h e meia da tarde na mesma emissora, Luiz Augusto Gollo apresenta “Porto maravilha”, de segunda a sexta. Ele assina a produção do programete de cinco minutos (com boa feitura), em que entrevista autoridades sobre as obras no entorno do Porto do Rio.

PATO NOVO
O clima ficou pesado nos bastidores da Rádio Manchete, no feriado, dia da Proclamação. Durante o programa do Luiz Vieira, no quadro “Gente que brilha”, o operador não acertava as músicas a serem tocadas. Parecia ‘pato novo’. Sempre bem-humorado, Vieira irritou-se com o auxiliar.

domingo, 11 de novembro de 2012

Esse nosso amor antigo

36)Locutor esportivo da Rádio Jornal do Commercio do Recife no começo de carreira, Antônio Maria ingressava na Mayrink Veiga ao mudar-se pro Rio. Ali, foi produtor de programas humorísticos, um dos exemplos, o “Regra de Três”, de que participavam os principais comediantes do cast -- Zé Trindade, Nanci Vanderlei, Altivo Diniz etc., etc.
37)Já compositor, projetaria seu nome com os sambas-canções “Ninguém me ama” e “Menino grande”, gravados por Nora Ney, componente do elenco da Nacional. No repertório de Antônio Maria, o comum eram as chamadas músicas de fossa, nenhuma tão dramática quanto a intitulada “Se eu morresse amanhã”, que Diricnha Batista perpetuou num elepê. Das exceções ao estilo, “Valsa de uma cidade”, hino ao Rio de então, parceria com Ismael Neto, líder de Os Cariocas.
38)Bem o demonstram seus versos iniciais: “Vento de mar no meu rosto/e o sol a queimar, queimar/Calçadas cheias de gente, a passar/e a me ver passar/Rio de Janeiro, gosto de você/Gosto de quem gosta/deste sol, deste mar, desta gente feliz...”
39)Boêmio de carteirinha, Maria foi colaborador de “O Globo”, “O Jornal” e “Última Hora”. Através da seção “Mesa de pista”, no primeiro, relatava os bastidores dos shows nas boates da moda. Ele cunhou a frase “A noite é uma criança”, lembrada com frequência nas rádios e outros meios de comunicação. Contraponto para uma do Jacintho de Thormes, colunista social do “UH”: ”À noite, todos os gatos são pardos”.
40)Antônio Maria foi um dos grandes nomes do rádio que migraram para a televisão. Fez parte dos quadros da TV Tupi como apresentador e, depois, exercendo o cargo de diretor. Morreu cedo, antes dos 50 anos.

41)Católicos praticantes não deixavam de acompanhar nas sextas-feiras da Semana Santa, “A vida de nosso senhor Jesus Cristo”, radiofonização da Bíblia. Considerada uma obra-prima de Giusseppe Ghiaroni, envolvia todo o elenco da Nacional, formado por cerca de oitenta radioatores.
42)Dirigida por Floriano Faissal, com narração de César Ladeira, locução de Aurélio de Andrade e Reinaldo Costa, a peça era apresentada em capítulos ao longo do dia. Pela grandiosidade, pode-se compará-la ao romance “Em busca do tempo perdido”, do escritor Marcel Proust.
43)Ghiaroni, integrante do quadro de novelistas, autor de poemas e sonetos, também escrevia programas de humor. O mais conhecido deles foi “Tancredo e trancado”, personagens do Brandão Filho e Apolo Corrêa respectivamente, com a participação de atores coadjuvantes. Era uma das muitas atrações apresentadas aos domingos no “Programa Luiz Vassalo” – nome de um publicitário avesso a microfone.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Os nós difíceis de desatar

Setoristas da CET-Rio e da Polícia Rodoviária na Ponte Rio-Niterói ainda vão, por um tempo que não se pode prever, informar aos ouvintes de rádio no seu dia a dia, que “o trânsito está complicado”. Enquanto as chamadas autoridades constituídas não se tocarem para a gravidade do problema que só tem piorado nos últimos anos, tal rotina, inevitavelmente, prevalecerá.
Em plena ebulição, a indústria automobilística estará contribuindo com o caos urbano, observado nas cidades que não se planejaram para receber o crescente volume de veículos em circulação. Com o andar das coisas, os endinheirados tendem a se locomover de helicóptero. As pessoas comuns, que pagam seus impostos, continuarão tolhidas no direito de ir e vir.
Uma radiografia do tema foi feita na série de reportagens “Nós no trânsito”, no Globo, assinada pelos jornalistas Fábio Vasconcellos e Selma Schmidt. Depois dela, urbanistas são desafiados a se mexerem, em busca de solução viável. Difícil imaginar, porém, quando isso vai ocorrer, levando-se em conta que, coisas do interesse coletivo não se resolvem sem demora.

/o/ Em 27 de outubro, há um ano morria o locutor e comentarista esportivo Luiz Mendes, fundador da Rádio Globo. Ele criou na televisão a primeira mesa redonda – “Grande resenha esportiva Facit”. O slogan “comentarista da palavra fácil”, ganhou do Carlos Marcondes, na Continental, onde começou a exercer a função.

/o/ Dos campos de futebol (era meia-atacante do Botafogo), para a condição de repórter. Dé, o Aranha, trabalhou nas duas principais emissoras cariocas, fazendo “ponta” nas equipes do Valdir Amaral e Doalcei Camargo. Técnico em anos posteriores, é o mais novo comentarista do rádio. Vem se destacando na Bradesco.

Sem amarras

Heloísa Fischer, da “Viva a música”, revista especializada tinha fincado raízes na Rádio MEC. Trocou a velha estação da Praça da República por emissora da Rua do Russel. A CBN colocou a Fischer na sua grade.
... Peixinho é
Filho, sobrinho e neto de radialistas. Comunicador desde 2006, aos 19 anos de idade. Também sonoplasta. Seu nome: Rafael de França. Ele fechou contrato com o Sistema Globo. É, agora, noticiarista da CBN.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A ditadura de mercado

“Rádio, o veículo de maior credibilidade no Brasil”. O ouvinte habitual sabe a quem pertence a frase que proclama essa definição. E, em assim sendo, não precisamos declinar o seu nome. É – está escrito nas entrelinhas – um ícone no ramo que abraçou, o futebol. Quando faz aquela afirmativa nas transmissões, certamente ele se baseia em alguma pesquisa.
Não iria dizer tal coisa apenas por ser um apaixonado pelo rádio, ter construído sua vida nele, tornando-se um dos mais bem-sucedidos profissionais do meio. Todos que tem a mesma paixão pensam de modo igual -- no exercício da profissão ou na condição de ouvinte. O crédito atribuído ao veículo atinge alguns setores, não encontrando ressonância em outros.
Jornais e revistas, por exemplo, raramente elaboram pauta visando abordar o tema e, nas poucas vezes que o fazem, é através dos colunistas de notas. Forçado pela magia da TV a se modificar, o rádio perdeu para ela valores nas cotas de publicidade, mas vive citando a co-irmã que não lhe dá a mínima. Num confronto à parábola dos primos – é o pobre a cortejar o rico.
Falar de TV no rádio, na ótica do observador atento, uma boa justificativa para os profissionais que atuam nos dois veículos. No caso dos que trabalham somente no primeiro, percebe-se que as coisas da telinha representam consideráveis pontos na audiência. Por uma questão de mercado, comunicadores não desprezam o trunfo precioso. Mais claro, só água na fonte.

T R I V I A I S
/o/ Monique Dutra, repórter, virou conselheira de moda no “Show do Apolinho”.
/o/ Comunicador que se revelara em 2006, Rafael de França saiu da Manchete.
/o/ Antes dele, nada menos que sete profissionais deixaram a estação este ano.
/o/ Ciro Neves, que era de lá, aplica sua versatilidade em atuações na Bradesco.
/o/ “Agito geral”, sábados à noite na Globo, não tem mais um apresentador fixo.

OUVIR FAZ BEM
De 2ª a 6ª _/ “Sílvio Samper show”. Tupi AM 1280/FM 96,5. De 3h às 6h da manhã -- “Ponto do samba”, com Dorina e Rubem Confette. Nacional AM 1130. De 1h às 3h da tarde – “Pop bola”, com Toni Platão e outros. MPB FM 90,5. De 8h às 9h da noite _/

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Trivial com guarnições (10)

Em seu programa na Globo todas as manhãs o Antônio Carlos pergunta a Juçara Carioca sobre a novela das nove: “E, aí Juju, assistiu o capítulo de ontem, ou não assistiu?” Na Tupi o Clóvis Monteiro segue o ritual, fazendo indagação parecida ao Washington Rodrigues, logo depois do segundo tempo de “Geraldinos & arquibaldos”, panorama com as últimas do futebol.

Juju invariavelmente detona os personagens que não lhe agradam. Apolinho ironiza as figuras do folhetim, não escapando, inclusive, o título. Embora deem ao produto um tratamento semelhante, os pontos de vista nunca coincidem. Resumo da opereta, transmitida nas matinais nossa de cada dia: gente do rádio comenta novela de TV do modo que mais lhe convém.

Três na área
Com edições às 10h, 18h e 20h de segunda a sexta, “Nossa área” é o principal programa da Bradesco Esportes. Jorge Eduardo, José Carlos Araújo e Gilson Ricardo, respectivos apresentadores.

Do outro lado
São os diretos concorrentes nas emissoras de maiores audiência, “Show do Apolinho” e “Globo esportivo”, segundo horário. “Programa Luiz Ribeiro” e “Botequim da Globo”, no terceiro.

Era uma vez...
“O tempo passa, o tempo voa/E a poupança Bamerindus continua numa boa”. O anúncio, veiculado nas emissoras de rádio e TV, saiu de circulação com a quebradeira do banco. (E, bota tempo.)

Vento não levou
Remonta àquele período a programação atual da JB FM. Somente “Couvert artístico”, aos sábados à tarde, e “O melhor do Brasil”, aos domingos de manhã, justificam a permanência.

OUVIR FAZ BEM
“Tarde Nacional”, com Hilton Abi-Rihan e Gláucia Araújo. Nacional 1130 AM, de segunda a sexta, às 16h. /o/ “Vai dar samba”, com Miro Ribeiro. Manchete 760 AM, nas noites sem futebol, às 22h. /o/ “Companhia do riso”, com Luizinho Campos. Tupi 1280 AM/96,5 FM, aos sábados, 22h.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Esse nosso amor antigo

27) Em dezembro de 1944 ocorria, no Rio, a inauguração da Rádio Globo. Seus primeiros contratados: Rubens Amaral, Luiz Mendes, Luiz de Carvalho e Daysi Lúcidi. No prefixo até então pertencente à Transmissora, que encerrara um ciclo, foi onde a Globo passou a operar.

28) E, só conquistaria o grande público quase dez anos após o seu surgimento. Quando isso aconteceu, predominou por, seguramente quatro décadas. Nela atuaram, entre outros, os irmãos Luiz e Raul Brunini, que contribuíram bastante para o crescimento da emissora.

29) O responsável por seu longevo sucesso, ninguém menos que Mário Luiz (Barbato). Apresentador do “Pré-parada musical”, na matriz e, do “Tarde musical esportiva Antarctica”, dominical na Eldorado, ele implantaria na Tupi, nos anos 90, programação semelhante.

30) Dentre os muitos que passaram pela emissora em fases distintas, um Gagliano Neto, Doalcei Camargo, Benjamim Wright e Affonso Soares, nos esportes; Paulo Moreno, Jonas Garret e Roberto Muniz, variedades – habitantes do planeta dos esplendores.

31) De um tempo menos distante, bom relembrar a esplendorosa carreira do Adelzon Alves, unanimidade no horário da madrugada com um programa dedicado ao samba, seus intérpretes e compositores, hoje na MEC e Nacional AM. Paulo Giovanni, publicitário há alguns anos radicado em São Paulo, foi outro nome que se projetou na Globo, depois de uma passagem pela Tupi, tendo iniciado carreira em Petrópolis.

32) Terceira emissora a ser fundada no país, a Rádio Clube do Brasil foi um celeiro de artistas. Valores que nela despontaram, migrariam mais tarde para uma Tupi, Mayrink ou Nacional, que formavam na linha de frente da radiofonia do Rio de Janeiro, capital cultural.

33) Nos corredores do Edifício Trianon, na Avenida Rio Branco, endereço da rádio, era comum, por exemplo, se cruzar com o Almirante, (“Incrível, fantástico, extraordinário”), Renato Murce (“Papel carbono”), Lauro Borges e Castro Barbosa (“PRK-30”), Arnaldo Amaral (“Pescando estrelas”), Aérton Perlingeiro (“Um show para milhões”).

34) A Clube do Brasil se transformaria na Mundial nos anos 60. Acabavam os programas de auditório. No lugar, surgiam os disc-jockeys (animadores de estúdios, apresentando discos, em vez de cantores ao vivo).

35) Surgiam na ocasião o Big Boy (“Hello crazy people”), Elói de Carlo, Oduvaldo Silva, Robson Alencar, Alberto Brizola, e outros mais. Nas chamadas, Carlos Bianchini acionava o sistema de equalização, com renovado estilo de vinhetas. “Muuundi-jovem!...” Uma febre entre os adolescentes -- teen-agers segundo os DJs.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Hebe, estrela não apaga

A morte de Hebe Camargo (83 anos), na madrugada do último sábado, foi tema de especiais na Rádio Globo – no “Boa tarde...”, do Alexandre Ferreira, e no “Agito geral”, com Maurício Bastos. Estrela maior da televisão, de que foi uma das pioneiras, Hebe começou como cantora na Rádio Tupi de São Paulo, depois de se apresentar em programas de calouros, formando dupla com a irmã Florisbela. Quando gravou o primeiro disco, aos 15 anos, passou a ser “A moreninha do samba”.
Hebe participou também da inauguração da Rádio Nacional, que pertencia à Organização Vitor Costa, mais tarde incorporada ao Sistema Globo. Ali, conheceu Sílvio Santos e Carlos Alberto Nóbrega, que viriam a ser seu patrão e colega no SBT, emissora onde atuou por nada menos que vinte e cinco anos. O auge da carreira, no entanto, aconteceu na sua temporada na TV Record, com um programa aos domingos. Entre outros astros da emissora, na ocasião, o Blota Júnior e Sônia Ribeiro.
O sofá instalado no auditório em que recebia os convidados era extensão das salas dos telespectadores. A fama conquistada na TV não a afastou do rádio, sua origem. De 1960 a 1979, trabalhou na Jovem Pan e na Rádio Mulher e, num curto período em 1990, na Rádio Nativa, fazendo de casa, um programa diário. Depois da TV Tupi, mudou-se para a Paulista (que se tornaria, posteriormente, a Globo de lá), uma das poucas em que não esteve, mesmo caso das extintas Rio e Excelsior.
Tal como Abelardo Barbosa, o Chacrinha, outro originário do rádio, Hebe Camargo foi uma estrela que não se apagará da memória de gerações no país. A doença contra a qual lutava desde 2010, não tirou seu espírito alegre e otimista, com que preenchia o imaginário do público. Chacrinha e Hebe eram únicos. Foram autênticos fenômenos na área do entretenimento. Dificilmente surgirá nos meios de comunicação alguém que a eles se possa comparar em seu legado.

Em rebuliço
A entrada em operação da Bradesco Esportes FM agitou os bastidores da concorrência no Rio. O rádio precisava, há muito, de uma sacudidela. Com peças desgastadas na engrenagem, estacionou nas últimas décadas.
Coincidências
Em 1° de dezembro de 1984, na volta para a Globo, Garotinho transmitia o jogo do Flamengo e Fluminense. Quando saía de lá em 13 de maio, também. Domingo passado, em sua estreia oficial na nova rádio, outro Fla-Flu.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O 2° tempo do Garotinho

Quatro meses e meio depois de se despedir da Globo, José Carlos Araújo, o Garotinho estreia na Bradesco Esportes FM. Comanda no Copacabana Palace a solenidade de lançamento da rádio, que começa a operar às 8 horas da noite desta quarta-feira 26, com Flamengo e Atlético-MG, no Engenhão, adiado da 14ª do Brasileirão. Gilson Ricardo transmite o jogo.
A nova rádio, primeira dedicada a diversas modalidades esportivas, representa um desafio na vida profissional do narrador. Para ele -- e os dissidentes da Globo --, uma espécie de segundo tempo, encerrado o intervalo em que ficaram na Bandnews Fluminense, prazo da transição. A Bradesco Esportes entra na freqüência dos 91,1 vinculada, até então, à Diário de Petrópolis.
No mês em que se registra os noventa anos da implantação do rádio no país, oportuno o lançamento de uma emissora segmentada. Com a medida, abrem-se os caminhos da renovação no veículo, carente de alternativas contra a mesmice. O modelo, porém, é inspirado na ESPN, da menos idosa TV, que o criara há seguramente duas décadas, motivando canais concorrentes.
São destaques na equipe do José Carlos Araújo, o Garotinho, os ex-globais Gérson Canhotinha, Gilson Ricardo, Jorge Eduardo e Bruno Cantarelli. Complementam o grupo, Wellington Campos, Freitas Neto, Bruno Volloch, Rodrigo Machado, Luiz Renan, Rafael Luna, Danielle Speron, e outros, que foram especialmente contratados para o desenvolvimento do inovador projeto.

T r i v i a i s

/o/ CBN tem novo intervalo nas transmissões esportivas. “Melhores momentos”, nome nada original, é de boa feitura. Francisco Ayello faz a mediação.

/o/ Marcos Martins, da safra recente de valores, trocou a Tupi pela Transamérica. Destino seguido anteriormente pelo Mauro Santana, de igual origem.

/o/ A mesa dos debatedores do “Globo esportivo” ganhou um reforço, no início do mês. É o jornalista Sérgio Du Bocage, com longa rodagem na TV Brasil.

/o/ O “fantasma” Tamoio rondando os bastidores da Manchete. Cassiano Carvalho foi mais um a deixar a casa, e acertou seu ingresso na equipe da Tupi.

/o/ Inaugurado no centenário da República, o rádio teve pouca celebração em seus 90 anos. Brilhante o trabalho da Natália Toledo na Globo, pela passagem.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Dos jargões às “muletas”

Em cada profissão, uma linguagem. O economista tem a sua, o advogado, médico, engenheiro, e jornalista idem. Ninguém precisa ser um sábio para dispor desse conhecimento, uma vez que, cultura e perspicácia, não dependem de formação superior. A fala peculiar de uma classe, no entanto -- o chamado jargão –, só os que circulam no meio entendem. Quem não pertence ao grupo, vendo-se diante da conversa entre seus integrantes, ficará naturalmente por fora, “voando”.
Atividade paralela ao listado por último, radialista é um caso especial. Na comunicação diária com os seus ouvintes, ele deixa para os mais atentos, ditos e frases que movem a engrenagem dos veículos em que atuam. Formador de opinião, não lhe basta funcionar como reflexo do público a que serve. Rádio, uma paixão para os que o fazem, é também para outros, que um dia sonharam nele trabalhar. Sua linguagem em tempos remotos era mais substantiva, rica até – sem nenhum exagero.
Nos anos recentes – era contemporânea, segundo os teóricos – se por um lado, o rádio avançava com tecnologia de alta geração, por outro, mergulhava num processo de empobrecimento, notadamente nas emissoras populares. Essa pobreza, porém, se observa no comportamento de alguns profissionais, denominados nos próprios bastidores, como “os sem jogo de cintura”. São aqueles de recursos e vocabulário limitados, que somaram anos de carreira, mas não progrediram.
Apesar disso, há os que se dão muito bem com a audiência, em maioria nada exigente e pouco esclarecida. Evidentemente, antes de anunciar uma atração para o seu público, eles lançam mão do inevitável “daqui a pouquinho”. Ou: “Na rádio x você fica bem informado”; “na rádio y você fica m u i t o bem informado”, para o convencer que a casa em que trabalha é a tal. E, no esporte: “Aqui, fulano faz a melhor cobertura do Flamengo”; “aqui, futebol tem mais emoção” etc., etc.
O ouvinte de rádio imbuído de senso crítico, percebe que as expressões utilizadas exaustivamente abrem caminho para o esgotamento da audiência qualificada. Sendo um entusiasta da comunicação dinâmica, criativa, séria e divertida, ele “vê” as repetições ultrapassando os limites do suportável. Há que se repensar no atual modelo, buscar alternativas. O “é isso aí” não saiu de moda? Encheu as medidas. “Falamos desde ...”, também não saiu? Reciclar, é urgentemente preciso.

OUVIR FAZ BEM
De 2ª a 6ª _/”Alô Rio”, com Hilton Abi-Rihan, Nacional 1130 AM, às 8h -- _/”Almanaque carioca”, com Amauri Santos, MEC 800 AM, às 14h -- Terças _/”Palco MPB”, com Fernando Mansur, MPB 90,3 FM, às 21h.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A rima que está faltando

O radinho da empregada doméstica bem próxima está sempre numa única sintonia. Por isso, e por outro motivo sabemos de cor a programação da emissora. Todos os dias a vinheta de passagem afirma: “Vem aí mais um programa com o padrão de qualidade da sua Rádio Globo!” Terminado o sábado, na manhã seguinte sem Fórmula Um, o que tem? “Domingo na Globo!”
Há alguns anos com o Jorge Luiz, o programa é do tempo do saudoso Antônio, também Luiz. Depois da jornada esportiva, a vinheta anuncia: “(...) Domingueira da Globo!”, produção recente. Qualidade rima com criatividade. Pelo exposto nos títulos, a rádio está em dívida com o público esclarecido. Domésticas em geral, e leigos em particular, não farão qualquer tipo de cobrança.
Quando um programa cai, por baixa na audiência ou dispensa do apresentador, sucessivas reuniões são realizadas para a elaboração de um substituto. Desses encontros na Rua do Russel com tal finalidade, foi isso que resultou? À noite um “Domingueira...” se já havia de manhã na casa um “Domingo...” Nem parece existir, no meio, pessoas competentes e talentosas.
Para ninguém dizer que não falamos de flores -- lembrando Geraldo Vandré. De muito boa feitura o “Papo de domingo”, entrevistas do Fábio Azevedo com figuras do esporte. Se os produtores do “Domingueira...” recorreram ao arquivo, nada demais. O nome do quadro remonta a um programa do Loureiro Neto, versão do “Papo de botequim”, que surgira em novembro de 1998.
O “Papo...” também fora aproveitado pelo Kleber Sayão na Manchete. Na briga pela audiência, ela se espelha nas concorrentes, Globo e Tupi, pautando sua programação. Copia o modelo. Um exemplo disso é o “Tarde total”, a partir de 2008, em cima do “Tarde legal”, que a primeira descartara. E, no horário, uma sequência de programas com nomes iguais ao da segunda.
Sobre a vinheta mencionada acima, uma singular coincidência. Antecipando-se à Globo, rodando há mais tempo ali nos 800 Khz, a cada audição, coisa parecidíssima. Diz a mensagem: “Este foi mais um programa com a qualidade da sua Rádio MEC!” O Papa da Comunicação Abelardo Barbosa, pelo que se ouve, jamais será esquecido. Oremos... “Ave-Chacrinha que está no céu!...”
OUVIR FAZ BEM
-- “Redação Nacional”, com Neise Marçal, Nacional 1130 AM, às 8h, de segunda a sexta. -- “Momento de jazz”, com Nelson Tolipan, MEC 800 AM, às 22h, segundas, quartas e sextas. -- “O melhor do Brasil”, com Alexandre Tavares, JB 99,7 FM, às 9h, aos domingos.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Trivial com guarnições (9)

Apresentadora de “Redação Nacional”, lançado em 2004 na revitalização da rádio, Neise Marçal está de volta à casa, onde permanecera por pouco tempo -- optara pela TV Brasil. Com ela, a reedição do programa que, sob o comando de Denise Viola, saíra da grade no início de 2009. Em novo formato, agora de 8h às 10h da manhã, o “Redação...” substitui “Alô Rio”, que ocupara o espaço.
Com a retirada deste, Hilton Abi-Rihan, seu titular, foi remanejado. Ele passou a dividir com Gláucia Araújo a apresentação do “Tarde Nacional”, a partir das 4h, que entrou no lugar do “Painel...” Outro programa que retornou, também do começo da revitalização, foi “Tema livre”, de debates. Antes conduzido por Cristiano Menezes ganhou, desta vez, o comando de Luiz Augusto Gollo.

/o/ Música de boa qualidade, a brasileira principalmente, tem na Rádio MEC 800 AM importante reduto no Rio. “Maestro MPB”, comandado por Jaime Álem, produção de Esdras Pereira, é um dos bons programas da grade.
Vai ao ar às sextas-feiras 5h da tarde, com reprise aos sábados às 2h, no mesmo período. Dias 10 e 11 foi reapresentado o da entrevista com Severino Araújo, da legendária Orquestra Tabajara, falecido na semana anterior.
/o/ Veículos de comunicação e outras entidades culturais homenagearam a cantora Clara Nunes na passagem dos 70 anos de seu nascimento, dia 12 deste mês. A artista, que morreu prematuramente em 1983, aos 39 de idade, foi a primeira no país, no tempo do vinil, a vender cem mil exemplares de elepês.
A Globo associou-se ao movimento, promovendo um especial do “Samba amigo”, com o Robson Aldir. Participaram, entre outros, o descobridor dela e produtor de seus discos, radialista Adelzon Alves, Toninho Nascimento, co-autor de “Conto de areia”, um dos sucessos de Clara, e o conjunto MPB de Raiz.
/o/ O repórter Fred Damatto, que até recentemente cobria geral para a Tupi, acaba de voltar ao esporte, reintegrando-se à equipe da Manchete. Entrou na vaga do Sérgio Guimarães, ancorando a pré-hora e os intervalos. Faz parte dos que mais trocam de emissora, tendo atuado nas principais e alternativas.
Cláudio Affonso, o novo comentarista do grupo dos “apaixonados por futebol”, também é outro pouco favorecido, pertencente à última geração de bons valores do rádio carioca. Ele foi lançado na função em 2007 na Bandeirantes e, ainda este ano, integrava o extinto núcleo que a Tamoio havia criado no Rio.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Esse nosso amor antigo


19) Elizeth Cardoso, fulgurante estrela da Nacional na década de 50, brilhava em “Cantando pelos caminhos”, de Paulo Roberto, nas noites das quintas-feiras. “A divina”, no conceito de Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, embalou os sonhos de muita gente.

20) “Canção de amor”, de Chocolate e Elano de Paula, “Meiga presença”, de Paulo Valdez, “Cidade do interior”, de Marino Pinto, “Mulata assanhada”, de Ataulfo Alves, “Nossos momentos”, de Haroldo Barbosa e Luiz Reis, “Chega de saudade”, de Tom e Vinícius -- alguns sucessos da cantora.

21) Símbolo do rádio esportivo nos anos 60/80, Valdir Amaral comandava, na época, a equipe da Globo. Era um profissional muito criativo, tendo se destacado pela qualidade dos bordões. Também um mestre na invenção de slogans, com o que contemplava os auxiliares mais próximos. “O comentarista que o Brasil consagrou”, foi a denominação que ele dera ao João Saldanha, um grande sucesso ao se incorporar ao grupo.

22) Hoje, pouco depois de mudar o seu comando, a Tupi, que há dois anos ultrapassara a concorrente em audiência na Capital, está anunciando nos promocionais, “... o futebol que o Rio consagrou”. O imediatismo, às vezes trava o pensamento. Sem passado, ou memória, originalidade se torna bastante difícil.

23) Expressão muito repetida nos anos 60, “Linda de morrer” servia para exaltar a beleza de jovens que circulavam nas festas elegantes da sociedade carioca. Como coqueluche, espalhou-se pelos recantos da “Cidade Maravilhosa” e arredores.

24) Quem a lançou foi Sérgio Bittencourt, que manteve antes da Revolução de Março de 64, um matinal programa na Rádio Nacional. Colunista de “O Globo”, filho de Jacob do Bandolim, e também compositor, Sérgio criou, com a frase, muita polêmica. “Linda de viver” deveria, no entendimento de muitos, ser a exclamação correta.

25) Héber de Bôscoli e Yara Sales formavam um dos diversos casais do rádio nos anos 50. A dupla comandava aos domingos, comecinho das noites na Rádio Nacional, “A felicidade bate à sua porta”, que consistia em meio às atrações apresentadas, distribuir prêmios aos moradores dos bairros visitados. Esses teriam que mostrar comprovantes de um produto de conhecida empresa industrial, para serem beneficiados.

26) O animador se instalava num palanque no local, sua companheira ficava no estúdio, interagindo, conforme o termo recorrente nos dias atuais. Pelo fato dele ter problemas de asma, ela não cansava de recomendar: “Héber, não se esqueça da boina. Cuidado com o sereno!”

domingo, 5 de agosto de 2012

Um valete, e um reinado

Ser apresentador de programas ou locutor esportivo é o sonho de nove entre dez repórteres de rádio. O de Soares Júnior está começando a se concretizar agora, com o “Domingueira da Globo”, nova aposta da emissora para os fins de semanas, que estreou dia 29 de julho. Substitui o “Quintal... (da Globo”, claro) do Marcus Aurélio, e pretende, pelo anunciado, ser um contraste ao antecessor. Vai, segundo o novo ocupante do horário, dar ênfase ao divertimento, com enfoque nos temas leves, incluindo um quadro de humor e números musicais.

Não faltarão, todavia, o jornalismo de prestação de serviço e o esportivo – principalmente futebol. Os debates serão feitos em estúdio, ao contrário do outro, em que predominavam os recursos da interatividade, telefone ou internet. Na estreia, o destaque foi uma longa entrevista com o cantor Martinho da Vila, que surgiu no Festival da Canção da TV Record em 1967. Ele está celebrando 45 anos de carreira e, regravou o seu primeiro disco com novos arranjos do Rildo Hora – “Martinho 4.5”. Também escritor, o artista tem onze livros publicados.
“Rei” destronado, “rei” posto. Entre eles, valem algumas comparações. Soares foi repórter do Sistema Globo nos anos 90 e, em dezembro de 2010, fizera uma experiência como apresentador do “Globo cidade”, então com o Eraldo Leite. É jornalista e executivo regional. Marcus, também jornalista, foi executivo nacional até o seu desligamento. A função de comunicador exerce desde 1992, quando assumira o “Giro esportivo” e o “Bola em jogo”, na Tupi. Antes de comandar o “Quintal...”, que lançara em outubro 2002, ele foi apresentador da CBN.

/o/ Hugo Lago (Globo), Odilon Junior (Tupi), Fábio Moraes (Brasil) e Freitas Neto (Bandnews), formam a novíssima geração de locutores esportivos do rádio no Rio. Hugo revelou-se na Brasil AM em 2008, depois de ser plantonista da Tupi. Odilon, pouco aproveitado até maio deste ano, ganhou espaço com a recente mudança no comando da emissora.
As primeiras incursões do Fábio foram na mal-sucedida Rádio Haroldo de Andrade. O Freitas, repórter da Bandeirantes em 2007, começou a narrar na Fluminense, ano passado. Eles deverão, numa tendência natural, substituir os medalhões nas próximas décadas.

OUVIR FAZ BEM
“Programa Francisco Barbosa”, Tupi 1280 AM/96,5 FM, às 9h, de segunda a sábado. -- “Painel Nacional”, com Gláucia Araújo, Nacional 1130 AM, às 16h, de segunda a sexta -- “Ouvindo música”, com Marcelo Guima, MEC 800 AM, às 21h30, mesmo período do anterior.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Trivial com guarnições (8)

As edições do informativo “O Globo no ar”, manhãs e tardes, voltaram a ser apresentadas do Rio. Desde que o Sistema Globo de Rádio trocara o gerente nacional de programação – Marcus Aurélio por Zalo Comucci -- estavam sendo produzidas em São Paulo, conforme as do horário noturno há algum tempo.

/o/ A Tupi saiu na frente, Globo e CBN deram curso à ideia. No Brasileirão, decidiram separar as freqüências, transmitindo jogos distintos no mesmo horário. Estão programando para o FM as partidas principais. Por quê? Bandnews e Transamérica já incomodam.

/o/ Vencido um problema de saúde, o narrador Rodrigo Campos reassumiu o seu posto na Manchete. Enquanto ele voltava, o âncora Sérgio Guimarães era mais uma baixa (a terceira este ano). “My brother” foi trabalhar na Transamérica, sendo um reforço para a equipe.

/o/ Emissoras musicais em todo o país reservam generosos espaços para divulgar o repertório do Roberto Carlos. Se “Rei” não perde a majestade, bobagem pensar em custo-benefício. Como seria nas de jornalismo? Por exemplo, “Show do Clóvis Monteiro”, com o “Minuto do Zeca Pagodinho”. (Nada contra o sambista, nem contra o comunicador.)

/o/ Sai ano, entra ano e, a JB FM não muda. Embora de boa qualidade, são sempre as mesmas músicas. Com a crise do mercado fonográfico, a história do “listão” não tinha acabado? /o/ A Paradiso é outra que adotou linha semelhante, apesar do aval de uma seguradora.

/o/ “O amor do Rio”, um slogan vitorioso, foi implantado pela Nativa em 1996. No segmento em que O Dia lidera há vários anos, a rádio está muito bem situada. Só perde para a Beat 98, segundo o Ibope. “Gosto é gosto” – garantem os apreciadores do brega chique.

/o/ Jovem Pan -- há pouco tempo na freqüência em que estava operando a Oi -- e a Mix -- na que pertencera a pioneira Imprensa – ganham, na atualidade, as preferências dos adolescentes. Uma legião acima dos trinta anos, também curte o som das duas emissoras.

/o/ MPB e Roquete Pinto, hoje as melhores opções em FM. Abismal desvantagem para a segunda. Esta, como a Nacional, MEC AM e MEC FM, chamadas emissoras públicas, independem de qualidade para atrair a massa de ouvintes. Sofrem o estigma da rejeição.

Maurício Bastos é o novo titular do “Quintal da Globo”. Assumiu a função no início deste mês, substituindo Soares Júnior, que ficara no lugar do Marcus Aurélio, desligado recentemente. Atração diária desde outubro de 2002, o programa virou dominical ao fim de oito anos.
Originário da Tupi, onde foi repórter da geral e depois plantonista de esportes, Maurício é um dos melhores profissionais da nova geração. Na Globo há seguramente seis anos, tem mostrado seu talento e versatilidade. Ultimamente, ele se revezava com o Luiz Nascimento nas apresentações de “O Globo no ar”, em transmissão do Rio nas manhãs e tardes.

domingo, 15 de julho de 2012

As extensões dos debates

Os quadros de debates, que se constituem numa das principais atrações do rádio contemporâneo, surgiram nos anos 60. Seu pioneiro foi Haroldo de Andrade, na Globo. Seguiram-se a ele outros comunicadores, exemplos do Paulo Lopes e Cidinha Campos, ambos na Tupi. Em matéria de sucesso, os promovidos pelo “Cidinha livre” foram os que mais se aproximaram dos “Debates populares” do Haroldo de Andrade.

No dele, primavam as discussões de forma elegante, tal qual a do condutor. No dela, avançava-se para a polêmica, reflexo da personalidade forte da apresentadora. E, graças às atuações no veículo, Cidinha ingressaria na política, elegendo-se deputada em sucessivos mandatos. A história do rádio atribui a ela, a primazia dos destinados às celebridades, com enfoque diferente das outras, hoje explorando a fonte.
Em agosto de 2002, a Globo trocava o Haroldo por Loureiro Neto. A partir de então, caía a qualidade do programa, do quadro principal, inclusive. A audiência cativa, porém, impedia nova mudança no horário. Só em março de 2011 isso ocorreria, a propósito de uma repaginada na programação. O “Manhã da Globo” era entregue ao Roberto Canázio e, como no ato bíblico, a transformação da água para o vinho.

No campo esportivo, o “Enquanto a bola não rola”, criação do Kleber Leite em 1985 na Tupi, se tornaria no mais bem-sucedido. Com a transferência deste para a Globo, a rival colocava no ar o “Bola rolando”, com o Loureiro Neto. E, ele assumiria o dominical da Globo, quando o Kleber se desligara da emissora. “Bola rolando” virava “Bola em jogo”, primeiro com o Marcus Aurélio, depois com o Luiz Ribeiro.

O “Enquanto a bola não rola”, modernização de “A turma do bate-papo”, comandado pelo Orlando Batista na extinta Mauá, teve sua melhor fase (memorável, diga-se), nas apresentações de seu criador. Nos anos seguintes (com o Loureiro, Elso Venâncio, Ronaldo Castro e, até mesmo com o Eraldo Leite) seria desbancado pelo “Bola em jogo”. Talvez o Luiz Ribeiro saiba explicar qual o motivo da opção.

/o/ Renovar é preciso, em qualquer ramo de atividades. Mas, os jovens que fazem atualmente o jornalismo da Nacional-Rio são, em maioria, bem fraquinhos. Do outrora qualificado departamento da emissora, Douglas Corrêa, Cristiane Ribeiro, Alana Granda e Paulo Virgílio, figuram entre os últimos representantes.

OUVIR FAZ BEM
De 2ª a 6ª -- /“Eu show Luiz Vieira”, Manchete 760 AM, às 6h. -- /”Segundo tempo”, com José Carlos Araújo, Bandnews, 94,9 FM, às 10h30 -- /“Hora do blush”, com Luiza Sarmento e Isabella Saes, Sulamerica Paradiso 95,7 FM, às 17h.

sábado, 7 de julho de 2012

Esse nosso amor antigo

12) O mundo não vale o meu lar. Onde foi mesmo (e quando) que ouvimos essa lapidar frase? Parece-nos, se a memória não falha, ter sido num programa antigo da Rádio Nacional. (Não, não. Foi em outra.)

13) A rádio, na verdade, era a Mayrink Veiga e, a apresentadora nada menos que Sagramor Scuvero. Além de radialista, era escritora e foi casada com o compositor, redator de comerciais e jinglista Miguel Gustavo, seu colega na emissora. Miguel abasteceu, com músicas curiosas, o repertório do Jorge Veiga e Moreira da Silva. De sua autoria o “Pra frente Brasil”, de exaltação à Seleção no Mundial de 70 no México, onde a “canarinho” conquistaria o “Tri”.

14) Outros bons tempos de adolescência remonta às novelas da Nacional (dos Mários Lago e Brasini, Amaral Gurgel, Eurico Silva, Cícero Acaiaba), seriados “O Anjo”, (com Álvaro Aguiar no papel-título, coadjuvado pelo Osvaldo Elias – o “Metralha”) e, “Jerônimo, o herói do sertão” (Milton Rangel), seu companheiro de aventuras “Moleque Saci” (Cauê Filho) e a eterna namorada “Aninha” (Dulce Martins).

15) O autor deste último era o Moisés Weltman, mais tarde diretor da “Amiga”, revista de Bloch Editores, especializada em rádio e a televisão. Ele foi, inclusive, um dos primeiros participantes do “Debates populares” do Haroldo de Andrade.

16) “Calouros em desfile”, de Ary Barroso, foi um memorável programa de rádio. Lançado na Kosmos de São Paulo, marcaria época na Tupi, do Rio. Dentre os muitos artistas que revelou, das poucas ainda em atividade, é Elza Soares, que aniversaria em 23 de junho. O “Show da manhã” do Clóvis Monteiro homenageou-a pela data.

17) Rememorados alguns detalhes da trajetória de Elza: “Se acaso você chegasse”, de Lupiscinio Rodrigues, seu maior sucesso; ela foi a primeira mulher a defender o enredo de uma escola de samba (Unidos de Padre Miguel); em 2000, eleita pela BBC de Londres como “a cantora do milênio”. Produzem o programa do Clóvis, as jornalistas Gilze Nunes e Jaqueline Nascimento.

18) Pioneiro em prestação de serviço, “Alô Dayse”, da Nacional, está em cartaz há mais de 40 anos, ultimamente às 11h da manhã., de segunda a sexta. Dayse Lúcide, sua apresentadora participa, aos sábados, dos debates no programa do Francisco Barbosa, na Tupi.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Trivial com guarnições (7 )

O trânsito no Rio (como nas grandes metrópoles) deixou de ser normal há muito tempo, principalmente nas horas de pico. O caos urbano, um tormento freqüente para quem trabalha ou estuda na decantada Cidade Maravilhosa. Na Tupi, o Clóvis Monteiro “domesticou” a participação de informantes voluntários, cobrando deles, nomes de mulher (ou marido) e filhos. Recurso compreensível em se tratando de uma rádio popular. A Bandnews, voltada para outro tipo de público limita-se a dar vez (não voz) aos que lhes prestam aquele serviço, um complemento ao trabalho de setoristas nos órgãos credenciados.

/o/ Melhorou bastante o “Manchete esportiva”, com o Antônio Jorge, às 8h da noite nos dias sem futebol. Ele substituiu Rodrigo Campos, até recentemente titular do horário e coordenador de equipe na emissora. Nenhuma surpresa no caso, pois, AJ é um dos mais categorizados profissionais da área. Também não é mais surpresa por lá, a rotatividade, comum em seis anos.

/o/ O “Botequim da Globo”, na ausência do Loureiro Neto – esteve licenciado por três semanas -- e o “Quintal da Globo”, sem o Marcus Aurélio – desligou-se da rádio no começo do mês -- ficaram muito parecidos com o “Agito geral”, do Luiz Torquato. Essa remontagem do “três-em-um”, antiquado aparelho de som, embaçou o tão anunciado padrão de qualidade.

/o/ Principal voz nos intervalos da Manchete, Robson Alencar se assemelha aos vinhos conservados em toneis. No comercial sobre as vantagens do usuário de trens de levar a bicicleta para um passeio na Quinta da Boa Vista, ele esbanja talento. Sem demérito para alguns, Robson forma com Dirceu Rabelo e Vanderlei Gonçalves, a suprema trindade na arte da locução.

/o/ Com o ingresso do Roberto Assaf na reformada equipe da Globo, fechou-se o número de vagas. Mais uma remexida no grupo, vai depender do Sobrenatural de Almeida, retórico personagem do Nelson Rodrigues. Em polvorosa, vive-se no meio sob a expectativa da Bradesco Sports, a ser estrelada por José Carlos Araújo e seus amigos. Um xeque-mate na mesmice.

OUVIR FAZ BEM
“Arte em revista”, com Jota Carlos, MEC 800 AM, às 18h. -- “Programa Luiz Ribeiro”, Tupi 1280 AM/96,5 FM, às 20h -- “Edifício A Noite”, com Cirilo Reis, Nacional 1130 AM, às 21h.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Vivendo com a mesmice


Um ditado popular (era contemporânea) assegura: “a vida muda de minuto a minuto”. Até onde ele encerra alguma verdade, não sabemos. E, acreditamos que outras pessoas pensem do mesmo modo, principalmente as que não aceitam tudo à primeira vista, ou seja, à primeira audição. (Há controvérsias, quando se trata de seres inconformados, incrédulos. Esses, naturalmente, dependem de um acurado processo de análises, reflexões. Ponto por ponto, tintim por tintim...)
A vida muda de minuto a minuto em alguns setores” -- dirão outros. É um repeteco interminável, coincidências, semelhanças, retrato do cotidiano envolvendo conhecidos ou anônimos. No rádio, por exemplo, isso fica patenteado ao girarmos o dial pelas emissoras populares. Na Tupi, onde a programação está “bombando”, de acordo com os últimos boletins do Ibope, um dos sucessos é o “Show do Heleno Rottai” e, uma de suas atrações, o “Palavra amiga”.
Na Globo em igual período, é revelado que “A verdade será sempre a verdade”, com o Tino Júnior, no “Vale tudo”. Pelas manhãs o David Rangel, com o “David dá show”, descreve “Sua vida em Manchete”. (Luiz de França, há cinco anos na mesma emissora em que atua o David, parou com “Histórias da vida”, um quadro parecido). A fórmula é uma só. Apenas os da Tupi e Globo contam com a participação dos ouvintes, opinando sobre os temas em pauta.
O rádio se modificou a partir dos anos 70, privilegiando o jornalismo e a prestação de serviços, particularidades do AM. Evoluiu técnica e humanamente, reunindo profissionais melhor preparados, com empresas bem estruturadas dispondo de equipamentos de última geração. No campo das ideias, porém, ainda se observa algum atraso. O receio de perder a audiência de um público cativo, obriga-o a manter um “show de mesmice”, como os quadros referidos.

/o/ Pouco antes de trocar o dial por um canal da Sky (a freqüência passou para a CBN) a Globo FM modificara sua grade. Vinhetas novas foram produzidas e, a seleção musical buscava atingir outra camada de ouvintes. O slogan então utilizado dizia: “A diferença está na música”.
Se o responsável pela ideia não migrou para a Roquete FM (94,1), é uma baita coincidência, mesmo depois de alguns anos passados. Dando curso à filosofia implantada pelo Arthur da Távola, a estatal atravessa uma de suas melhores fases. Mas, desafina com essa “diferença”.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Esse nosso amor antigo


7)Enquanto algumas empresas de comunicação rejeitam profissionais idosos, a Manchete abriu as portas para o Luiz Vieira, de 84 anos. O poeta-cantador, radialista com um longo histórico estava perto de uma década na Carioca (710 AM), chamada Sucesso a partir de 2009. Paralelamente às atividades como cantor de rádio, LV foi apresentador de televisão no Rio, Belo Horizonte e Salvador. Nos anos 60 lançou pela Nacional o “Minha terra, nossa gente”, transferindo-o mais tarde para a Rio de Janeiro. Nele, tem valorizado artistas esquecidos pela mídia, além de cultuar os que deixaram esse plano, virando saudade. “Eu show Luiz Vieira” – assim rebatizado -- estreou na Manchete dia 4 deste mês. No ar, de segunda a sexta de 6h às 8h da manhã.

8)Vagner Menezes (apresentador) e Jorge Nunes (comentarista) do “Giro esportivo” na Tupi, saíram do roteiro na quinta-feira 31 de maio e, mostraram um lado que o ouvinte não conhecia – sua verve de cantores, bem afinados, por sinal. Foi a propósito de um show do Trio Esperança e os Golden Boys numa casa da Lapa, que eles anunciaram. A dupla “mandou ver”, com muita descontração, o “Festa do bolinha”, um inesquecível sucesso daquela família de artistas.

9)Num tempo que já vai longe, profissionais de futebol em fim de carreira passaram a trocar as quatro linhas pelos microfones de rádio, ou televisão. O técnico Duque Ferreira foi um dos pioneiros. Ele integrou a equipe do José Cunha na Tamoio, e ganhou o slogan de “o comentarista técnico”. Valdir Espinosa, também técnico, mas de outra época, incorporou-se à reformulada equipe da Globo. “Comentarista realmente técnico”, a sua denominação. (Mera coincidência).

10)Carlos Borges, da Nacional, já foi o “locutor de voz cristalina”, mudando anos depois, para “o de todos os esportes”. Bruno Voloch, (coordenador da Bradesco FM, em preparativos), está sendo chamado de... “comentarista de todos os esportes”, na Bandenews. Quando se é do ramo, pouco provável que não se ouça as concorrentes. Ainda mais quem trabalha na elaboração de um novo projeto.

11)Nos anos em que a Globo detinha a liderança absoluta de audiência, Haroldo de Andrade era o principal campeão. Seu marketing na emissora: “o número 1 do rádio brasileiro”. Na Tupi, atualmente com o melhor Ibope no Rio, Jota Santiago, há pouco tempo titular nos esportes foi apelidado de “o número 1”. Indiscutível o valor dele. Nada inspirada, porém, a definição do seu marqueteiro.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A magia da carruagem

Na reestruturação da equipe de esportes da Globo, Eraldo Leite ganhou o cargo de comentarista. Pelo trabalho que desenvolve seguramente há vinte anos é, sem exagero, o mais importante repórter esportivo de rádio no Rio. O seu crescimento profissional ocorreu paralelamente ao ostracismo do Denis Menezes, por algum período, imbatível na atividade. (O declínio do Denis começou a se materializar depois de uma Copa do Mundo, quando a Globo o dispensara).
Eraldo, que participou dos principais torneios de futebol no país, ou fora dele poderia, se quisesse, investir na carreira de narrador. A vocação de repórter, falou mais alto. Soa estranho, porém, chamá-lo de “comentarista internacional”, em tão pouco tempo de sua ascensão. Fica bem semelhante ao caso da carruagem na frente dos bois, da época de nossos avós. Ou, como a história da Porcina, personagem de Regina Duarte em “Roque Santeiro” – viúva sem ter sido.

/o/ Não nos parece uma boa medida o ritmo imposto às transmissões esportivas da Tupi após a saída do Luiz Penido, até então seu principal locutor. Jota Santiago, novo titular, e Odilon Júnior, o imediato estão, com isso, descaracterizando seus estilos. Mal comparando, eles passaram a utilizar numa Honda Civic, velocidade compatível a de uma Ferrari. Se não mudarem o procedimento, acabam perdendo o controle, com o motor pifando. (Já se percebe o ronco no ar.)

/o/ E, o futebol na Tamoio, hein? Repetiu-se o que acontecera com a Bandeirantes em 2007. Inusitada coincidência. Desempregados, profissionais experientes que estiveram naquela, embarcaram no projeto do Grupo Verdes Mares para o núcleo-Rio. Ronaldo Castro, Antônio Jorge, Wellington Campos e André Ribeiro, entre eles. Tal qual um calhambeque de remendos camuflados, a Tamoio “afogou” de vez. O Gomes Faria fracassou. Os evangélicos venceram.

/o/ Faz tempo que, trânsito difícil nas grandes cidades era coisa das horas de pico, manhãs e tardes. Hoje, em qualquer horário, o transtorno dos engarrafamentos, noticia obrigatória nas rádios, prestação de serviços. Plantonistas da CET-Rio e PRF-Ponte não se cansam de dizer: “O trânsito está complicado na rua X; complicado no vão central”. A Juliana Gonçalves (Bandnews) e Anderson Ramos (vários prefixos), os recordistas no uso de tal palavrinha. Sinônimo, pra quê?

OUVIR FAZ BEM -- “A luz da psicologia”, com Luiz Ainbinder, às 9.45 na Tupi AM/FM. -- “Fim de expediente”, na CBN, às 18h, com o ator Dan Stulbach, entre outros. -- “Kinoscope”, MEC FM, às quintas-feiras, 22h, com Fabiano Casanova.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Esse nosso amor antigo

1) Os bons, ótimos ou excelentes profissionais do rádio são, no meio, chamados de “feras”. Na “selva” em que se transformou o veículo nos últimos anos, um deles é, sem dúvida, o Zair Cançado, venerando defensor das bandinhas de música, uma tradição nas cidades interioranas. Aos domingos, ali pelo meio-dia, Zair apresenta “Vamos ouvir a banda”, na insípida Bandeirantes (1340 AM). Um programa dedicado às pessoas da velha guarda, que as modernas também podem apreciar. Notadamente as que preservam os valores culturais de sua terra.

2) Rosana Jatobá, que fazia a previsão do tempo no “Jornal Nacional”, agora está no rádio. Estreou na Globo dia 14 deste mês. No “Tempo bom, mundo melhor”, a 1h da tarde de segunda a sexta, ela aborda dois temas inesgotáveis -- meio ambiente e comportamento. Primeiríssima qualidade, em pouco menos que cinco minutos.

3) De provocar risos do mais sisudo ouvinte, a postura do Carlos Bianchini, homônimo do locutor famoso, que transmite futebol pela Fluminense (540 AM), rádio de Niterói. No Vasco e Grêmio, domingo último, ele afirmava a plenos pulmões: “Fluminense!!! Líder de audiência em todo o pais!!!” (Fala sério – diria um saudoso humorista.)

4) No “Comando geral do carnaval” da Globo este ano, nas rodadas de debates, a participação do Paulo Nobre, veterano radialista. Espécie de móveis e utensílios da velha Metropolitana, Nobre foi por certo tempo figura onipresente. A todo momento que se ligava na emissora, lá estava ele. Hoje, Ênio Paz desempenha esse papel na Manchete. Antes, graças aos cartuchos, agora (provavelmente) aos MDs. “Peraí”. O Ênio é noticiarista. Seria um insone a serviço da informação?

5) E, falando da rádio “dos apaixonados por futebol”. Foi lá, em 2010, que o Valdir Espinosa fez sua experiência como comentarista. Ficou pouquíssimo tempo, requisitado coincidentemente no Brasileirão. Na Globo, onde acaba de ingressar, espera-se que tenha melhor sorte. Com os eflúvios espirituais do Luiz Mendes, cuja vaga preencheu.

6) Lendário personagem da Mangueira, o compositor Nelson Sargento participa, às quartas, 3h da tarde, do “Eles têm histórias pra contar”, na Roquette Pinto. Às sextas, é a vez do jornalista e biógrafo Sérgio Cabral. O primeiro se apoia no locutor Agenor de Oliveira, consciente de estar fora do seu ramo. Auto-declarado sem cacoete de radialista, o outro dá o recado a seu modo. As edições valem pelo conteúdo.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

De Garotinho a Garotão

Depois de 42 anos de atuação na Rádio Globo, intercalada por uma passagem pela Nacional entre 1977/84, José Carlos Araújo, o Garotinho, despediu-se da emissora, onde era titular desde então. Transferiu o cargo ao Luiz Penido, também originário da empresa, durante o intervalo de Fluminense e Botafogo. A troca de comando ocorreu em clima de muita emoção e cordialidade. Juntar os principais locutores esportivos dos últimos anos numa decisão de campeonato, foi um fato inédito na história do rádio -- da Globo em particular.

/o/ Inaugurada no longínquo 1944, a rádio que abrigou nomes do nível de um Gagliano Neto, Luiz Mendes e Doalcei Camargo se transformaria em sinônimo de sucesso, principalmente a partir da chegada do Waldir Amaral, nos anos 60. Sua hegemonia, que teve a duração de quatro décadas, hoje é meramente uma sombra. A queda de audiência no Rio tem sido vertiginosa e, começou a se desenhar com a implantação do projeto “Globo Brasil”, cujo objetivo era conquistar novas praças do mercado publicitário, transmitindo programas em rede.

/o/ A Globo busca, com a transição, restaurar a liderança sustentada num passado recente, quando reunia em seus quadros valores que migraram para outros prefixos. Cria da casa, onde aportou em 1979, Penido foi um dos que se mudaram para a concorrente Tupi. De quarto na equipe (precedido por Maurício Menezes, Sérgio Moraes e Garotinho), pulou para titular na outra em outubro de 1988. Caíra nas graças do Péricles Leal, insatisfeito com o Ibope do Doalcei. Seguiram com ele, o Eraldo Leite, Felipe Cardoso e Danilo Bahia, entre outros.

/o/ Dois anos depois, com a volta do antigo locutor (ganhara uma ação contra a rádio), Penido e seu grupo -- Eraldo, Sérgio Guimarães, Paulo Júnior e o Iata Anderson -- foram trabalhar na Rádio Nacional. Contrato encerrado, rápida passagem pela Tropical FM do Armando Campos, e ei-lo novamente na Tupi. Era 1997, e Penido formaria dupla com o veterano Doalcei. Escolhido em votação dos ouvintes, daí o slogan de “o mais querido”, virava líder isolado em 1999. A parceria com Washington Rodrigues, no mesmo ano, um trunfo valioso.

/o/ Considerado o ícone da classe, José Carlos Araújo tem, com o que agora o substituiu, alguma coisa em comum. Ao deixar a Globo em 1977, trocando-a pela Nacional, ocupava a terceira posição na hierarquia, apenas um degrau acima daquela em que o Garotão se encontrava antes da mudança. Foi a partir de seu ingresso na velha emissora, que o Garotinho – denominação dada pelo Denis Menezes – tornou-se modelo para outros narradores, sendo Penido o mais próximo. O público que lhe é fiel, certamente o acompanhará na FM dedicada aos esportes.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Trivial com guarnições (6)

Depois de um período submersa, a Nacional tenta, mesmo sem contratar valores de notória projeção, reeditar os seus gloriosos tempos no futebol, também destinando espaço a outras modalidades do esporte. Nesses primeiros meses do ano, foram lançadas uma atração diária ("Arquibancada") e outra semanal, (“Tarde esportiva”). Com as novidades, a Nacional passa a competir mais diretamente com as principais emissoras que cobrem o gênero no Rio. No segundo caso, antecedendo ás transmissões, a Tupi tem o “Show da galera”, Globo “ A liga dos trepidantes”, e Manchete “Debates esportivos”.

/o/ O ‘Samba amigo’, que a Globo apresentou durante os ensaios das escolas para os desfiles do último carnaval, foi efetivado na grade da emissora. A reestreia ocorreu no sábado 14 de abril, á noite, com o Robson Aldir, brilhante repórter, mas ainda rateando na função de comunicador. Aldir está prestigiado pela casa, cuja direção o escalou, ano passado, para um programa nas madrugadas dos domingos.

/o/ Remanescente da época de ouro do rádio, Max Nunes, 90 anos completados em 17 de abril, ainda se mantém na ativa. Ele produz há muito tempo o programa do Jõ Soares. Max criou memoráveis humorísticos na Tupi e Nacional, entre os quais, “Marmelândia, o país das maravilhas”, na primeira, e o “Balança mais não cai” na outra.

/o/ Gilson Ricardo, que Waldir Amaral descobriu narrando futebol de salão – o apelidado futsal – comemorou 35 anos de Rádio Globo na segunda–feira 16 de abril. Ele atuava na Difusora de Petrópolis, onde também apresentava o “ Peça direto”, num programa musical. Seu primeiro trabalho, foi a cobertura de um Botafogo e Bonsucesso, em Teixeira de Castro, transmitido por Cláudio Moisés.

/o/ Um bom valor da novíssima geração do esporte, Thiago Veras entrevistou o técnico do Botafogo após a partida com o Boavista. Pouco inspirado, abria a matéria roproduzida no “Rolando a bola”, na Tupi, assim: “Inicialmente Oswaldo de Oliveira começa...” Antes e depois da “sonora” chamou de Odilon Júnior o apresentador Eugênio Leal.

/o/ No mesmo domingo, Paulo Coruja informava no “Quintal da Globo” sobre a morte de um menor que trocara tiros com policiais em Niterói. “ A vítima foi socorrida no Hospital Azevedo Lima, mas não resistiu aos ferimentos”, concluía. (Incrível, profissional de jornalismo numa rádio importante fechar texto corriqueiro dessa forma).

/o/Na sexta-feira (20), Luiz Vieira despedia-se da Sucesso (ex-Carioca), onde faria 10 anos em outubro. Luiz Vieira está se mudando para a Manchete, segundo anunciou. Seu programa “Minha terra, minha gente”, que passou pela Nacional e Rio de Janeiro, será no mesmo horário do endereço anterior, de 6h ás 8h da manhã. Estrearia dia 7 de maio, o que não ocorreu.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Chico Anysio, o multimídia

Ao vencer um concurso na Rádio Guanabara e classificar-se em segundo lugar em outro, Chico Anysio se tornaria na sua trajetória, o que nos tempos modernos se chama de multimídia. Logo no começo, radioator, locutor, redator e comentarista esportivo. A exemplo de outras emissoras, a Rádio Globo prestou-lhe homenagem póstuma, num especial às 8h da noite de sexta-feira. Produzido por Marcelo Bruzzi, Valéria Chagas e Regiane Souza, apresentado pelos dois primeiros historiou, com depoimentos e pesquisa, as facetas do artista.
Algumas coisas, o especial não revelou por conveniência. Sabe-se que a “Escolinha do professor Raimundo” era um quadro no “Esse norte é de morte”, na Mayrink Veiga, narrado por nada menos que Cid Moreira --, colega do comediante na TV Rio – produção de Roberto Silveira. Antes de criar seus personagens, Chico Anysio atuou em diversos programas. Entre eles, o “Vai da valsa”, do Haroldo Barbosa; “Regra de três”, do Antônio Maria; e “Miss Campeonato”, do Sérgio Porto, estrelado pela vedete Rose Rondelli , sua segunda mulher.
Muitos anos depois das experiências na função de comentarista esportivo, que exercera inclusive na televisão, Chico Anysio voltaria ao rádio. Foi em 1990 na Tupi com o Luiz Penido, antes do seu envolvimento com a ministra Zélia Cardoso de Mello. Da equipe também participava o Fernando Calazans. Ao lado daquele narrador, atuaria como principal comentarista na Rádio Nacional, em 1993/94. Chico já tinha feito, em anos remotos, uma temporada na emissora. Participava da “Lira do Xopotó”, do produtor e animador Paulo Roberto.
Na Mayrink, anunciado então como Francisco Anysio – o Chico ele adotaria ao migrar para a televisão --, trabalhavam Nanci Vanderley (primeira mulher dele), Matinhos, Zé Trindade, Estelita Bell, Altivo Diniz, Ema e Válter D’Avila, e Macedo Neto (que foi casado com a cantora e compositora Dolores Duran, intérprete do “Fia de Chico Brito”, terceira música de Anysio por ela gravada). Também eram contratados da rádio, os locutores Luiz Jatobá e Carlos Henrique --“duvidamos que alguém venda mais barato” --, dos comerciais Sendas na TV.
A freqüência dos 1220, que pertencera à Mayrink, é ocupada há alguns anos pela Globo, ouvida anteriormente em 1180. Nela, durante certo período, funcionaria a Eldorado e, hoje a Mundial, de uma igreja evangélica homônima, que negociou a concessão. A Guanabara, onde Chico Anysio iniciou carreira, como o fizeram outros profissionais – Fernanda Montenegro, Sílvio Santos e Maurício Scherman -- incorporada no final dos anos 80 à Bandeirantes de São Paulo, virou Band-Rio. Decadente, sobrevive de horários alugados.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Trivial com guarnições (5)

A nova programação da Globo que remanejara o horário de comunicadores em março passado, completou um ano dia 14 último. Dos cinco alterados, dois se destacaram no período, obtendo os mais favoráveis resultados. Roberto Canázio dinamizou o “Manhã...”, onde o “Debates populares” continuou sendo o quadro principal. Ana Paula Portuguesa cresceu no programa, formando com o Ney Freitas, uma interessante parceria.
O “Boa tarde...”, no comando de Alexandre Ferreira (o título fora utilizado por Francisco Barbosa em sua segunda passagem pela emissora), melhorou depois dos ajustes, embora mantenha a vinheta do “Tarde legal”, extinto em 2009. A ele, foram acrescentadas coisas do agrado da audiência, juntando-se às outras que o comunicador transportara do “Alô, bom dia”, programa que apresentava até os primeiros meses de 2011.

/o/ Coringa na Manchete (ou seria curinga?), Rodrigo Machado, da nova geração de valores ganhou recentemente um programa próprio. Apenas uma hora, começando às 9h, de segunda a sexta. E, mesmo assim, num espaço tão exíguo, intitularam o horário de “Manhã total”... O programinha repete fórmulas pra lá de gastas, uma verdadeira “colcha de retalhos”. (Coincidência A. Também na Tamoio, tem um com o mesmo nome.)

/o/ “Arquibancada” é um novo programa idealizado por produtores da Rádio Nacional, e entregue à comunicadora Gláucia Araújo nos finais de tarde, a partir deste mês, logo depois do “Painel”, com ela há algum tempo. Trata-se de uma mistura de noticiário esportivo e números musicais. (Coincidência B. Um programa da Manchete – dos que se dizem “apaixonados por futebol” – apresentado aos domingos, na hora do almoço, tem igual denominação).


/o/ Especialista em escolas de samba, Dalila Villanova trocou a MEC pela Nacional. Seu programa, aos sábados, também mudou de nome. “Dalila na quadra”, de meio-dia às 2h , entrou no lugar de “O negócio é o seguinte”, do Osvaldo Sargentelli Filho, defenestrado no limiar do ano.

/o/ A Jovem Pan, que antecedera a Band News Fluminense (94,9) voltou a operar no Rio. Agora, na freqüência dos 102,9 que estava com a Oi. Enquanto a negociação não era fechada com o grupo paulista, o prefixo, da revolucionária Cidade dos anos 70, adotava o nome de Verão.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Os 50 anos do Apolinho

Detentor de uma das maiores audiências em programas de rádio no Rio, Washington Rodrigues, o Apolinho festejou na quinta-feira 1° deste mês, 50 anos de carreira. O dia foi pequeno para as homenagens que recebeu. De amigos e colegas, de ouvintes e admiradores e, naturalmente, dos familiares. Bem-sucedido em todas as rádios que trabalhou, está na Tupi desde janeiro de 1999, em sua segunda passagem pelo prefixo. Ele começou na antiga Guanabara, participando do programa “Beque parado”, como auxiliar do apresentador Dolar Tanus.
A denominação Apolinho, ganhou na década de 60 quando era repórter esportivo da Globo. Foi batizado pelo chefe, Waldir Amaral, de quem viria a ser uma espécie de seguidor no que tange a facilidade para criar frases de efeito, os bordões -- fora alguns personagens. Passou a comentar futebol na virada dos anos 80, na Rádio Nacional, sendo chamado de “o comentarista da palavra mágica”. Era peça fundamental na equipe do José Carlos Araújo, o Garotinho, que a partir de 1977 revolucionou, com seu estilo, as transmissões esportivas.
Na volta à Globo em dezembro de 1984 (com o Garotinho no lugar do Waldir), tornou-se “o comentarista mais ouvido do Brasil”. A parceria de muito sucesso na tradicional estação e na rádio dos Marinho, terminava seguramente 18 anos depois, com sua transferência para a Tupi, onde veio a formar dupla com o Luiz Penido. Coincidência ou não, após a mudança reverteram-se os índices do Ibope nas duas emissoras. Com seu carisma, bom humor e conhecimento, o Apolinho faz algum tempo, a diferença entre os seus colegas de profissão.
(Na emissora em que iniciou carreira, também deram os primeiros passos Alfredo Raimundo, diretor da Tupi, o Chico Anysio, a Fernanda Montenegro, Sílvio Santos, e o inesquecível João Saldanha, entre outros.)

/o/ Marcus Aurélio homenageou domingo último, no “Quintal da Globo”, a memória do Haroldo de Andrade, morto em 1° de março de 2009.

/o/ “Palco MPB”, do Fernando Mansur (MPB FM), passa a ser gravado no Tereza Raquel, reaberto. Apresentações às terças, 9h da noite.

/o/ A equipe de esporte da Globo tem novo componente – Bruno Cantarelli. Entrou na vaga do Rafael Araújo, que voltou para a Brasil AM.

/o/ Revelação na Manchete no ano passado (grupo dos “apaixonados por futebol”), Thiago Veras é o mais recente contratado da Tupi.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Uma resistência vencida

Mistura de personagens das escolas de samba e suas músicas com sucessos do carnaval de antigamente, o “Comando geral”, programação da Globo, já superou a idade da mulher balzaquiana*. Em sua recente edição, teve entre outros méritos, vencer a resistência de um de seus contratados. Nada mais nada menos que o comunicador Roberto Canázio, que participara desse tipo de festejos pela última vez em 2000, ainda na Manchete, onde permaneceu por duas décadas. Canázio passou pela Roquete e Tupi, ingressando na Globo em dezembro de 2006.
Criado por Mário Luiz, um dos grandes nomes em toda a história do rádio, o “Comando geral” sofreu em sua existência diversas modificações. No início, cada apresentador cumpria jornada de seis horas em estúdio, com a abertura dos trabalhos no entardecer das sextas-feiras. Numa de suas passagens pela emissora, Francisco Carioca se tornaria recordista em permanência no ar durante um desses especiais, ficando “preso”12 horas consecutivas. O bordão “Aqui, Francisco Carioca; aí, você que é mais importante”, ecoou também nas ondas de outros prefixos.
Na passarela da avenida Presidente Vargas, que antecedera à da Marquês de Sapucaí, a cobertura dos desfiles era longa e cansativa, com as 14 escolas se apresentando numa só etapa, estendendo-se de domingo ao amanhecer de segunda-feira. Os especiais da Globo e de outras emissoras, realizavam-se de forma ininterrupta, pois, a Federação do Rio não promovia partidas de futebol no período de Momo. Cancelada nas últimas décadas, a medida diminuiria o espaço reservado para o carnaval, em atendimento ao dos jogos do campeonato carioca.
* (Cantada no carnaval de 1950, a marchinha foi um “estouro” na carreira de Jorge Goulart, presença constante nos programas de auditório da Nacional. Os autores Antônio Nássara e Wilson Batista proclamavam a mulher preferida pelo escritor Honoré de Balzac, assim: “Não quero broto/Não, não quero não/Não sou garoto/Pra viver de ilusão/Sete dias na semana/Eu preciso ver/Minha balzaquiana”(Bis).“O francês sabe escolher/Por isso ele não quer/Qualquer mulher/Papai Balzac já dizia/Paris inteiro repetia/Balzac atirou na pinta/Mulher só depois dos trinta”.)
A cobertura da Globo no novo Sambódromo foi comandada por Alexandre Ferreira e Robson Aldir; a da Tupi, por Luiz Ribeiro e Eugênio Leal; da Manchete, David Rangel e Jorge Bacarin. Destacaram-se nas rádios respectivas, os comentaristas Jorge Luiz, Fábio Tabak e Sérgio Professor, os repórteres Leonardo Monteiro, Valéria Chagas e Elisângela Salarolli; Marcos Frederico, Fred Soares e Camila Esteves; e Juninho Ti-ti-ti. Na rede Nacional-MEC (comando Marcos Gomes e Xico Teixeira), a categoria de um Adelzon Alves, Rubem Confette, Dalila Vilanova e Dáurea Gramático.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O comando nos carnavais

No ar nesses dias de carnaval pelas ondas da Rádio Globo, o “Comando geral” foi uma idéia do Mário Luiz (1925/2009), que muito contribuiu com o crescimento e modernização da emissora. Na era dos chamados disc-jockeys, Mário Luiz apresentava, entre outras atrações, a “Pré-parada musical”. Chefiou o departamento de locutores, foi diretor de programação e, diretor-geral. Ele criou o “Comando” nos anos 60, para enfrentar a Continental, que predominava no período movimentando sua portentosa equipe de repórteres, onde brilhavam um Affonso Soares, Ary Vizeu, Hélio Lopes, Dalvan Lima, Perez Júnior, Paulo Carinje etc.
A Nacional também investia nas coberturas de carnaval. Pela qualidade dos profissionais reunidos, denominaram-na “a verdadeira escola do samba” que, superada uma fase de turbulência, conseguiria sobreviver. Ao longo dos anos, destacaram-se um Juvenal Portela, Hiram Araújo, Tárcio Santos e José Carlos Cataldi, além do Mário Silva e Rubem Confette, até hoje em atividades. A Tupi, que na última década se rivaliza com a Globo em tudo, passou a dar mais espaço aos festejos de Momo em 1997. Naquele ano, pôs em prática uma programação similar à de sua concorrente – o “Carnaval total” -- então coordenada pelo Antônio Lemos.
Hoje, no lugar daquele originário da Globo (formava um trio respeitával com Áureo Ameno e João Vita), a liderança está a cargo do Eugênio Leal, compositor de sambas-enredos e componente da equipe de esportes da emissora. Somando-se aos comunicadores e repórteres, a Tupi mantém um quadro cativo de colaboradores para essas ocasiões. Quando reapareceu no dial em 2007, depois de um processo pré-falimentar, a Manchete adotou o lema de “carnaval o ano inteiro”. Sua principal referência é o programa diário “Vai dar samba” do Miro Ribeiro, um estudioso. O trêfego Juninho Ti-ti-ti é a figura de proa na equipe.

/o/ E, o Jota Santiago, hein? Ganhou seguidores na "outra". Primeiro o Edson Mauro, depois o Fernando Bonan. Os dois adotaram o bordão popularizado por ele: “...aumente o volume do seu rádio!”
/o/ Francisco Ayello, que foi repórter e âncora da equipe esportiva da Globo, está de volta à empresa. É o novo comentarista da CBN, função que vinha exercendo na Rádio Brasil AM há cerca seis anos.
/o/ O gênero debate esportivo tem mais um concorrente no rádio. Trata-se de “Pop bola”, na MPB FM com Fábio Azevedo (ex-Tupi, ex-Globo). A apresentação é de segunda a sexta, às 8 horas da noite.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Do baú à modernidade

Hilton Abi-Rihan, dos melhores comunicadores do rádio contemporâneo formou-se na escola da antiga (e extinta) Continental, onde integrou os “Comandos” do Carlos Pallut. Teve passagem pela saudosa TV Tupi e, atualmente trabalha na Rádio Nacional. De uma outra geração, componente do primeiro time na atividade, Mário Esteves tornou-se conhecido através da 98 FM, indo posteriormente para a principal AM da empresa. Hoje, é um dos destaques da Manchete.
Eles têm coisas em comum no veículo. Atuam pela segunda vez nas respectivas emissoras, e apresentam atrações idênticas em seus programas. No “Alô Rio” do Abi, a partir de 8h da manhã de segunda a sexta há, entre outros, “A melhor de três”. No “Show do Mário...” que começa a uma tarde em igual período da semana, também o mesmo quadro. A fonte a que eles recorreram é um baú mais do que remexido, encravado no túnel do tempo, ano de 1900 e antigamente.
Esse “a melhor de três” foi uma novidade lançada por José Messias, ainda rapazola, quando estava na Rádio Guanabara. Ex-trapezista, ele iniciara carreira na Mayrink Veiga, apadrinhado por Herivelto Martins, cantor e compositor, líder do “Trio de Ouro”, com quem trabalhara no circo. Apesar do “dinossauro”, os programas são de boa feitura, com o Abi reproduzindo algumas coisas da fase áurea da rádio e, o Mário repassando em “Dois tempos”, sucessos pouco distantes.
(Ainda a respeito de Herivelto. Pouquíssimo comemorado dia 30 de janeiro o centenário de nascimento dele, autor de numerosas páginas do cancioneiro nacional, entre as quais, “Ave-Maria no morro”, “Praça onze”, “Laurindo”, “A Lapa”, “Cabelos brancos”, “Segredo” e “Caminhemos”. As homenagens restringiram-se aos filhos Peri Ribeiro e Yaçanã Martins (cantor e atriz) e ao Instituto Cultural Cravo Albin, segundo o publicado pelo jornalista João Máximo numa excelente matéria.)

/o/ Programas de debates – dedicado ao esporte, inclusive -- fazem parte da grade das emissoras populares. O primeiro do gênero abrangendo o futebol surgia no final dos anos 50. Denominava-se “A turma do bate-papo” e foi criado por Orlando Batista na modesta Rádio Mauá, onde permaneceria durante 30 anos. Orlando foi, também, um dos pioneiros do marketing esportivo.
Em 56 anos de carreira, atuaria em outros prefixos – Bandeirantes o último deles. Atuou na televisão e participou de 14 Copas do Mundo, nove no rádio. No “Grande Jornal” da Mauá, foi companheiro de Haroldo de Andrade, que comandava o “Musifone”, e de Osvaldo Sargentelli , do “Viva meu samba”. Morreu de infarto no Rio aos 83 anos, quinta-feira 26 do mês passado.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A estratégia dos nomes

Batizar um programa utilizando o nome da rádio em que ele é veiculado faz parte da comunicação dos tempos atuais. Os modernistas defensores da ideia, naturalmente justificam tal norma amparados no que se classifica como estratégia de marketing, meio de facilitar a recepção do público-alvo. Para os cabeças pensantes, porém, esse procedimento desqualifica o processo de criação, uma vez que, em nada contribui com a sua melhoria.
Exemplifiquemos dois casos. A Globo, de enorme audiência, e a Nacional, muito longe disso -- com sintonia mais trôpega que cavalo pangaré nas corridas do Jockey. A grade da emissora dos Marinho reúne “Bom dia Globo”, “Manhã da...”, “Boa tarde...”, “Vale tudo na...”, “Quintal da...” e, desde o início do ano “Botequim da Globo”, que era “Papo de botequim”. Como só mudou o nome, troca de “seis por meia dúzia”, em linguagem popular.
“Bate-bola Nacional...”, “Funk...”, “Painel...”, “Garimpo...”, “Talento...” e “Alvorada...” formam a programação da histórica emissora da Praça Mauá. Sem ter o nome da rádio, figura como o mais estranho batismo, “O negócio é o seguinte”, aos sábados à tarde. Trata-se de um programa de samba, apresentado por Osvaldo Sargentelli Filho. Ele não se esforça nem um pouco para ser diferente do falecido pai. Perfeita incorporação do “velho”.
/o/ A propósito. Haroldo de Andrade, que excluiu o Júnior a partir da morte do pai, completou em agosto passado três anos na Tupi no comando de um programa que leva o seu nome, aos domingos de manhã. Aprendeu a fazer rádio com o renomado (e saudoso) profissional, de quem foi assistente. Manteve o “Debates populares”, quadro que ele criou, deixando seguidores. Não o imita. Tem estilo próprio, boa cultura, categoria.
/o/ O “Manhã da Globo” foi transmitido direto de Friburgo na quinta-feira 12, visando cobrar do poder público providências para os problemas das enchentes na Região Serrana e, promessas não cumpridas. Em abril passado, Roberto Canázio entrevistou o prefeito da cidade, logo afastado por malversação de verbas. Um dos moradores disse ao comunicador dessa vez, que corrupto deveria ser condenado “a seis meses (sic) de cadeira elétrica.”
/o/ Radialista que não dispõem de agência de publicidade vive se queixando dos baixos salários. Não é o caso do Marcos Marcondes, comentarista da Manchete. Os medalhões estão voltando depois do recesso no futebol e, o Marcondes também. No dia 10 deste mês ele revelou ao David Rangel que, nas férias, passou o Natal e o Ano Novo com a família na Disneylândia. (Com certeza, não foi a “rádio de verdade” que lhe proporcionou esse luxo...)

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Na virada do calendário

É fato recorrente em toda mudança de calendário, retrospectivas e especiais preenchendo a programação das emissoras de rádios e Tvs. Dentre os especiais que acompanhamos nas rádios populares, destacamos três, pela qualidade de seu conteúdo. À noite, no dia 31, Cláudio Ferreira entrevistava na Manchete os integrantes do Razão Brasileira, grupo de pagode, um grande sucesso nos anos 90. Naquela ocasião, proliferavam conjuntos do gênero. A Tropical FM se especializara no tema, para atender à demanda.

No domingo de manhã na Tupi, Jimmy Raw conversava com o Luiz Penido. O locutor -- 40 anos de carreira -- fez um oportuno balanço do futebol no Brasil e exterior, baseado em suas observações no tão apreciado esporte. Jimmy, que revelou ser um leigo no assunto, desenvolveu a entrevista de tal forma, que até os ouvintes pouco afeitos à modalidade, certamente se mantiveram atentos. Penido, um dos mais bem articulados profissionais do ramo, deu uma verdadeira aula, para os que entendem ou não da matéria.

O terceiro destaque da lista, um outro especial na pretensamente batizada “rádio de verdade”. Um comunicador ainda em formação, Rafael de França acumula funções na emissora. Já fizemos nesse espaço algumas criticas a seu trabalho. Pois, o jovem e versátil radialista quebrou, no domingo à tarde, o gelo de nossa descrença. Rendeu bons momentos o seu diálogo com o músico e compositor Danilo Caymmi, membro de uma respeitável dinastia da canção nacional. Foi, sem qualquer exagero, um programa irrepreensível.

/o/ Cinco anos depois de ocupar a freqüência que pertencera à Cidade, revolucionária dos anos 70 no segmento, a Oi FM deixa de funcionar no dial. (A mudança ocorrera no dia 4 de março de 2006.) A rádio da operadora investe em nova mídia, transferindo-se para a web. No lugar fica a provisória Verão, a partir do primeiro dia do Ano Novo.

/o/ Componente do primeiro time do esporte da Globo, o trepidante Gilson Ricardo voltou, depois de dois anos, a comandar um programa de variedades. Assumiu, nas férias do Tino Júnior, a apresentação do “Vale tudo”. (E, o bravo Robson Aldir, em quem a emissora apostava suas fichas como uma nova opção de coringa -- o que foi feito dele?)

/o/ Incrível, fantástico!... Numa votação entre ouvintes do Clóvis Monteiro, na Tupi nesta terça-feira 3, o “Ai, se eu te pego”, de Sharon Acioly, com o Michel Teló, ganhou do “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Falando sério, alguém na equipe do programa afirmou que, o sucesso do cantor sertanejo “tem uma letra inteligente...”