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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Trivial com guarnições (7 )

O trânsito no Rio (como nas grandes metrópoles) deixou de ser normal há muito tempo, principalmente nas horas de pico. O caos urbano, um tormento freqüente para quem trabalha ou estuda na decantada Cidade Maravilhosa. Na Tupi, o Clóvis Monteiro “domesticou” a participação de informantes voluntários, cobrando deles, nomes de mulher (ou marido) e filhos. Recurso compreensível em se tratando de uma rádio popular. A Bandnews, voltada para outro tipo de público limita-se a dar vez (não voz) aos que lhes prestam aquele serviço, um complemento ao trabalho de setoristas nos órgãos credenciados.

/o/ Melhorou bastante o “Manchete esportiva”, com o Antônio Jorge, às 8h da noite nos dias sem futebol. Ele substituiu Rodrigo Campos, até recentemente titular do horário e coordenador de equipe na emissora. Nenhuma surpresa no caso, pois, AJ é um dos mais categorizados profissionais da área. Também não é mais surpresa por lá, a rotatividade, comum em seis anos.

/o/ O “Botequim da Globo”, na ausência do Loureiro Neto – esteve licenciado por três semanas -- e o “Quintal da Globo”, sem o Marcus Aurélio – desligou-se da rádio no começo do mês -- ficaram muito parecidos com o “Agito geral”, do Luiz Torquato. Essa remontagem do “três-em-um”, antiquado aparelho de som, embaçou o tão anunciado padrão de qualidade.

/o/ Principal voz nos intervalos da Manchete, Robson Alencar se assemelha aos vinhos conservados em toneis. No comercial sobre as vantagens do usuário de trens de levar a bicicleta para um passeio na Quinta da Boa Vista, ele esbanja talento. Sem demérito para alguns, Robson forma com Dirceu Rabelo e Vanderlei Gonçalves, a suprema trindade na arte da locução.

/o/ Com o ingresso do Roberto Assaf na reformada equipe da Globo, fechou-se o número de vagas. Mais uma remexida no grupo, vai depender do Sobrenatural de Almeida, retórico personagem do Nelson Rodrigues. Em polvorosa, vive-se no meio sob a expectativa da Bradesco Sports, a ser estrelada por José Carlos Araújo e seus amigos. Um xeque-mate na mesmice.

OUVIR FAZ BEM
“Arte em revista”, com Jota Carlos, MEC 800 AM, às 18h. -- “Programa Luiz Ribeiro”, Tupi 1280 AM/96,5 FM, às 20h -- “Edifício A Noite”, com Cirilo Reis, Nacional 1130 AM, às 21h.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Vivendo com a mesmice


Um ditado popular (era contemporânea) assegura: “a vida muda de minuto a minuto”. Até onde ele encerra alguma verdade, não sabemos. E, acreditamos que outras pessoas pensem do mesmo modo, principalmente as que não aceitam tudo à primeira vista, ou seja, à primeira audição. (Há controvérsias, quando se trata de seres inconformados, incrédulos. Esses, naturalmente, dependem de um acurado processo de análises, reflexões. Ponto por ponto, tintim por tintim...)
A vida muda de minuto a minuto em alguns setores” -- dirão outros. É um repeteco interminável, coincidências, semelhanças, retrato do cotidiano envolvendo conhecidos ou anônimos. No rádio, por exemplo, isso fica patenteado ao girarmos o dial pelas emissoras populares. Na Tupi, onde a programação está “bombando”, de acordo com os últimos boletins do Ibope, um dos sucessos é o “Show do Heleno Rottai” e, uma de suas atrações, o “Palavra amiga”.
Na Globo em igual período, é revelado que “A verdade será sempre a verdade”, com o Tino Júnior, no “Vale tudo”. Pelas manhãs o David Rangel, com o “David dá show”, descreve “Sua vida em Manchete”. (Luiz de França, há cinco anos na mesma emissora em que atua o David, parou com “Histórias da vida”, um quadro parecido). A fórmula é uma só. Apenas os da Tupi e Globo contam com a participação dos ouvintes, opinando sobre os temas em pauta.
O rádio se modificou a partir dos anos 70, privilegiando o jornalismo e a prestação de serviços, particularidades do AM. Evoluiu técnica e humanamente, reunindo profissionais melhor preparados, com empresas bem estruturadas dispondo de equipamentos de última geração. No campo das ideias, porém, ainda se observa algum atraso. O receio de perder a audiência de um público cativo, obriga-o a manter um “show de mesmice”, como os quadros referidos.

/o/ Pouco antes de trocar o dial por um canal da Sky (a freqüência passou para a CBN) a Globo FM modificara sua grade. Vinhetas novas foram produzidas e, a seleção musical buscava atingir outra camada de ouvintes. O slogan então utilizado dizia: “A diferença está na música”.
Se o responsável pela ideia não migrou para a Roquete FM (94,1), é uma baita coincidência, mesmo depois de alguns anos passados. Dando curso à filosofia implantada pelo Arthur da Távola, a estatal atravessa uma de suas melhores fases. Mas, desafina com essa “diferença”.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Esse nosso amor antigo


7)Enquanto algumas empresas de comunicação rejeitam profissionais idosos, a Manchete abriu as portas para o Luiz Vieira, de 84 anos. O poeta-cantador, radialista com um longo histórico estava perto de uma década na Carioca (710 AM), chamada Sucesso a partir de 2009. Paralelamente às atividades como cantor de rádio, LV foi apresentador de televisão no Rio, Belo Horizonte e Salvador. Nos anos 60 lançou pela Nacional o “Minha terra, nossa gente”, transferindo-o mais tarde para a Rio de Janeiro. Nele, tem valorizado artistas esquecidos pela mídia, além de cultuar os que deixaram esse plano, virando saudade. “Eu show Luiz Vieira” – assim rebatizado -- estreou na Manchete dia 4 deste mês. No ar, de segunda a sexta de 6h às 8h da manhã.

8)Vagner Menezes (apresentador) e Jorge Nunes (comentarista) do “Giro esportivo” na Tupi, saíram do roteiro na quinta-feira 31 de maio e, mostraram um lado que o ouvinte não conhecia – sua verve de cantores, bem afinados, por sinal. Foi a propósito de um show do Trio Esperança e os Golden Boys numa casa da Lapa, que eles anunciaram. A dupla “mandou ver”, com muita descontração, o “Festa do bolinha”, um inesquecível sucesso daquela família de artistas.

9)Num tempo que já vai longe, profissionais de futebol em fim de carreira passaram a trocar as quatro linhas pelos microfones de rádio, ou televisão. O técnico Duque Ferreira foi um dos pioneiros. Ele integrou a equipe do José Cunha na Tamoio, e ganhou o slogan de “o comentarista técnico”. Valdir Espinosa, também técnico, mas de outra época, incorporou-se à reformulada equipe da Globo. “Comentarista realmente técnico”, a sua denominação. (Mera coincidência).

10)Carlos Borges, da Nacional, já foi o “locutor de voz cristalina”, mudando anos depois, para “o de todos os esportes”. Bruno Voloch, (coordenador da Bradesco FM, em preparativos), está sendo chamado de... “comentarista de todos os esportes”, na Bandenews. Quando se é do ramo, pouco provável que não se ouça as concorrentes. Ainda mais quem trabalha na elaboração de um novo projeto.

11)Nos anos em que a Globo detinha a liderança absoluta de audiência, Haroldo de Andrade era o principal campeão. Seu marketing na emissora: “o número 1 do rádio brasileiro”. Na Tupi, atualmente com o melhor Ibope no Rio, Jota Santiago, há pouco tempo titular nos esportes foi apelidado de “o número 1”. Indiscutível o valor dele. Nada inspirada, porém, a definição do seu marqueteiro.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A magia da carruagem

Na reestruturação da equipe de esportes da Globo, Eraldo Leite ganhou o cargo de comentarista. Pelo trabalho que desenvolve seguramente há vinte anos é, sem exagero, o mais importante repórter esportivo de rádio no Rio. O seu crescimento profissional ocorreu paralelamente ao ostracismo do Denis Menezes, por algum período, imbatível na atividade. (O declínio do Denis começou a se materializar depois de uma Copa do Mundo, quando a Globo o dispensara).
Eraldo, que participou dos principais torneios de futebol no país, ou fora dele poderia, se quisesse, investir na carreira de narrador. A vocação de repórter, falou mais alto. Soa estranho, porém, chamá-lo de “comentarista internacional”, em tão pouco tempo de sua ascensão. Fica bem semelhante ao caso da carruagem na frente dos bois, da época de nossos avós. Ou, como a história da Porcina, personagem de Regina Duarte em “Roque Santeiro” – viúva sem ter sido.

/o/ Não nos parece uma boa medida o ritmo imposto às transmissões esportivas da Tupi após a saída do Luiz Penido, até então seu principal locutor. Jota Santiago, novo titular, e Odilon Júnior, o imediato estão, com isso, descaracterizando seus estilos. Mal comparando, eles passaram a utilizar numa Honda Civic, velocidade compatível a de uma Ferrari. Se não mudarem o procedimento, acabam perdendo o controle, com o motor pifando. (Já se percebe o ronco no ar.)

/o/ E, o futebol na Tamoio, hein? Repetiu-se o que acontecera com a Bandeirantes em 2007. Inusitada coincidência. Desempregados, profissionais experientes que estiveram naquela, embarcaram no projeto do Grupo Verdes Mares para o núcleo-Rio. Ronaldo Castro, Antônio Jorge, Wellington Campos e André Ribeiro, entre eles. Tal qual um calhambeque de remendos camuflados, a Tamoio “afogou” de vez. O Gomes Faria fracassou. Os evangélicos venceram.

/o/ Faz tempo que, trânsito difícil nas grandes cidades era coisa das horas de pico, manhãs e tardes. Hoje, em qualquer horário, o transtorno dos engarrafamentos, noticia obrigatória nas rádios, prestação de serviços. Plantonistas da CET-Rio e PRF-Ponte não se cansam de dizer: “O trânsito está complicado na rua X; complicado no vão central”. A Juliana Gonçalves (Bandnews) e Anderson Ramos (vários prefixos), os recordistas no uso de tal palavrinha. Sinônimo, pra quê?

OUVIR FAZ BEM -- “A luz da psicologia”, com Luiz Ainbinder, às 9.45 na Tupi AM/FM. -- “Fim de expediente”, na CBN, às 18h, com o ator Dan Stulbach, entre outros. -- “Kinoscope”, MEC FM, às quintas-feiras, 22h, com Fabiano Casanova.