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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O 2° tempo do Garotinho

Quatro meses e meio depois de se despedir da Globo, José Carlos Araújo, o Garotinho estreia na Bradesco Esportes FM. Comanda no Copacabana Palace a solenidade de lançamento da rádio, que começa a operar às 8 horas da noite desta quarta-feira 26, com Flamengo e Atlético-MG, no Engenhão, adiado da 14ª do Brasileirão. Gilson Ricardo transmite o jogo.
A nova rádio, primeira dedicada a diversas modalidades esportivas, representa um desafio na vida profissional do narrador. Para ele -- e os dissidentes da Globo --, uma espécie de segundo tempo, encerrado o intervalo em que ficaram na Bandnews Fluminense, prazo da transição. A Bradesco Esportes entra na freqüência dos 91,1 vinculada, até então, à Diário de Petrópolis.
No mês em que se registra os noventa anos da implantação do rádio no país, oportuno o lançamento de uma emissora segmentada. Com a medida, abrem-se os caminhos da renovação no veículo, carente de alternativas contra a mesmice. O modelo, porém, é inspirado na ESPN, da menos idosa TV, que o criara há seguramente duas décadas, motivando canais concorrentes.
São destaques na equipe do José Carlos Araújo, o Garotinho, os ex-globais Gérson Canhotinha, Gilson Ricardo, Jorge Eduardo e Bruno Cantarelli. Complementam o grupo, Wellington Campos, Freitas Neto, Bruno Volloch, Rodrigo Machado, Luiz Renan, Rafael Luna, Danielle Speron, e outros, que foram especialmente contratados para o desenvolvimento do inovador projeto.

T r i v i a i s

/o/ CBN tem novo intervalo nas transmissões esportivas. “Melhores momentos”, nome nada original, é de boa feitura. Francisco Ayello faz a mediação.

/o/ Marcos Martins, da safra recente de valores, trocou a Tupi pela Transamérica. Destino seguido anteriormente pelo Mauro Santana, de igual origem.

/o/ A mesa dos debatedores do “Globo esportivo” ganhou um reforço, no início do mês. É o jornalista Sérgio Du Bocage, com longa rodagem na TV Brasil.

/o/ O “fantasma” Tamoio rondando os bastidores da Manchete. Cassiano Carvalho foi mais um a deixar a casa, e acertou seu ingresso na equipe da Tupi.

/o/ Inaugurado no centenário da República, o rádio teve pouca celebração em seus 90 anos. Brilhante o trabalho da Natália Toledo na Globo, pela passagem.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Dos jargões às “muletas”

Em cada profissão, uma linguagem. O economista tem a sua, o advogado, médico, engenheiro, e jornalista idem. Ninguém precisa ser um sábio para dispor desse conhecimento, uma vez que, cultura e perspicácia, não dependem de formação superior. A fala peculiar de uma classe, no entanto -- o chamado jargão –, só os que circulam no meio entendem. Quem não pertence ao grupo, vendo-se diante da conversa entre seus integrantes, ficará naturalmente por fora, “voando”.
Atividade paralela ao listado por último, radialista é um caso especial. Na comunicação diária com os seus ouvintes, ele deixa para os mais atentos, ditos e frases que movem a engrenagem dos veículos em que atuam. Formador de opinião, não lhe basta funcionar como reflexo do público a que serve. Rádio, uma paixão para os que o fazem, é também para outros, que um dia sonharam nele trabalhar. Sua linguagem em tempos remotos era mais substantiva, rica até – sem nenhum exagero.
Nos anos recentes – era contemporânea, segundo os teóricos – se por um lado, o rádio avançava com tecnologia de alta geração, por outro, mergulhava num processo de empobrecimento, notadamente nas emissoras populares. Essa pobreza, porém, se observa no comportamento de alguns profissionais, denominados nos próprios bastidores, como “os sem jogo de cintura”. São aqueles de recursos e vocabulário limitados, que somaram anos de carreira, mas não progrediram.
Apesar disso, há os que se dão muito bem com a audiência, em maioria nada exigente e pouco esclarecida. Evidentemente, antes de anunciar uma atração para o seu público, eles lançam mão do inevitável “daqui a pouquinho”. Ou: “Na rádio x você fica bem informado”; “na rádio y você fica m u i t o bem informado”, para o convencer que a casa em que trabalha é a tal. E, no esporte: “Aqui, fulano faz a melhor cobertura do Flamengo”; “aqui, futebol tem mais emoção” etc., etc.
O ouvinte de rádio imbuído de senso crítico, percebe que as expressões utilizadas exaustivamente abrem caminho para o esgotamento da audiência qualificada. Sendo um entusiasta da comunicação dinâmica, criativa, séria e divertida, ele “vê” as repetições ultrapassando os limites do suportável. Há que se repensar no atual modelo, buscar alternativas. O “é isso aí” não saiu de moda? Encheu as medidas. “Falamos desde ...”, também não saiu? Reciclar, é urgentemente preciso.

OUVIR FAZ BEM
De 2ª a 6ª _/”Alô Rio”, com Hilton Abi-Rihan, Nacional 1130 AM, às 8h -- _/”Almanaque carioca”, com Amauri Santos, MEC 800 AM, às 14h -- Terças _/”Palco MPB”, com Fernando Mansur, MPB 90,3 FM, às 21h.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A rima que está faltando

O radinho da empregada doméstica bem próxima está sempre numa única sintonia. Por isso, e por outro motivo sabemos de cor a programação da emissora. Todos os dias a vinheta de passagem afirma: “Vem aí mais um programa com o padrão de qualidade da sua Rádio Globo!” Terminado o sábado, na manhã seguinte sem Fórmula Um, o que tem? “Domingo na Globo!”
Há alguns anos com o Jorge Luiz, o programa é do tempo do saudoso Antônio, também Luiz. Depois da jornada esportiva, a vinheta anuncia: “(...) Domingueira da Globo!”, produção recente. Qualidade rima com criatividade. Pelo exposto nos títulos, a rádio está em dívida com o público esclarecido. Domésticas em geral, e leigos em particular, não farão qualquer tipo de cobrança.
Quando um programa cai, por baixa na audiência ou dispensa do apresentador, sucessivas reuniões são realizadas para a elaboração de um substituto. Desses encontros na Rua do Russel com tal finalidade, foi isso que resultou? À noite um “Domingueira...” se já havia de manhã na casa um “Domingo...” Nem parece existir, no meio, pessoas competentes e talentosas.
Para ninguém dizer que não falamos de flores -- lembrando Geraldo Vandré. De muito boa feitura o “Papo de domingo”, entrevistas do Fábio Azevedo com figuras do esporte. Se os produtores do “Domingueira...” recorreram ao arquivo, nada demais. O nome do quadro remonta a um programa do Loureiro Neto, versão do “Papo de botequim”, que surgira em novembro de 1998.
O “Papo...” também fora aproveitado pelo Kleber Sayão na Manchete. Na briga pela audiência, ela se espelha nas concorrentes, Globo e Tupi, pautando sua programação. Copia o modelo. Um exemplo disso é o “Tarde total”, a partir de 2008, em cima do “Tarde legal”, que a primeira descartara. E, no horário, uma sequência de programas com nomes iguais ao da segunda.
Sobre a vinheta mencionada acima, uma singular coincidência. Antecipando-se à Globo, rodando há mais tempo ali nos 800 Khz, a cada audição, coisa parecidíssima. Diz a mensagem: “Este foi mais um programa com a qualidade da sua Rádio MEC!” O Papa da Comunicação Abelardo Barbosa, pelo que se ouve, jamais será esquecido. Oremos... “Ave-Chacrinha que está no céu!...”
OUVIR FAZ BEM
-- “Redação Nacional”, com Neise Marçal, Nacional 1130 AM, às 8h, de segunda a sexta. -- “Momento de jazz”, com Nelson Tolipan, MEC 800 AM, às 22h, segundas, quartas e sextas. -- “O melhor do Brasil”, com Alexandre Tavares, JB 99,7 FM, às 9h, aos domingos.