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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A ditadura de mercado

“Rádio, o veículo de maior credibilidade no Brasil”. O ouvinte habitual sabe a quem pertence a frase que proclama essa definição. E, em assim sendo, não precisamos declinar o seu nome. É – está escrito nas entrelinhas – um ícone no ramo que abraçou, o futebol. Quando faz aquela afirmativa nas transmissões, certamente ele se baseia em alguma pesquisa.
Não iria dizer tal coisa apenas por ser um apaixonado pelo rádio, ter construído sua vida nele, tornando-se um dos mais bem-sucedidos profissionais do meio. Todos que tem a mesma paixão pensam de modo igual -- no exercício da profissão ou na condição de ouvinte. O crédito atribuído ao veículo atinge alguns setores, não encontrando ressonância em outros.
Jornais e revistas, por exemplo, raramente elaboram pauta visando abordar o tema e, nas poucas vezes que o fazem, é através dos colunistas de notas. Forçado pela magia da TV a se modificar, o rádio perdeu para ela valores nas cotas de publicidade, mas vive citando a co-irmã que não lhe dá a mínima. Num confronto à parábola dos primos – é o pobre a cortejar o rico.
Falar de TV no rádio, na ótica do observador atento, uma boa justificativa para os profissionais que atuam nos dois veículos. No caso dos que trabalham somente no primeiro, percebe-se que as coisas da telinha representam consideráveis pontos na audiência. Por uma questão de mercado, comunicadores não desprezam o trunfo precioso. Mais claro, só água na fonte.

T R I V I A I S
/o/ Monique Dutra, repórter, virou conselheira de moda no “Show do Apolinho”.
/o/ Comunicador que se revelara em 2006, Rafael de França saiu da Manchete.
/o/ Antes dele, nada menos que sete profissionais deixaram a estação este ano.
/o/ Ciro Neves, que era de lá, aplica sua versatilidade em atuações na Bradesco.
/o/ “Agito geral”, sábados à noite na Globo, não tem mais um apresentador fixo.

OUVIR FAZ BEM
De 2ª a 6ª _/ “Sílvio Samper show”. Tupi AM 1280/FM 96,5. De 3h às 6h da manhã -- “Ponto do samba”, com Dorina e Rubem Confette. Nacional AM 1130. De 1h às 3h da tarde – “Pop bola”, com Toni Platão e outros. MPB FM 90,5. De 8h às 9h da noite _/

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Trivial com guarnições (10)

Em seu programa na Globo todas as manhãs o Antônio Carlos pergunta a Juçara Carioca sobre a novela das nove: “E, aí Juju, assistiu o capítulo de ontem, ou não assistiu?” Na Tupi o Clóvis Monteiro segue o ritual, fazendo indagação parecida ao Washington Rodrigues, logo depois do segundo tempo de “Geraldinos & arquibaldos”, panorama com as últimas do futebol.

Juju invariavelmente detona os personagens que não lhe agradam. Apolinho ironiza as figuras do folhetim, não escapando, inclusive, o título. Embora deem ao produto um tratamento semelhante, os pontos de vista nunca coincidem. Resumo da opereta, transmitida nas matinais nossa de cada dia: gente do rádio comenta novela de TV do modo que mais lhe convém.

Três na área
Com edições às 10h, 18h e 20h de segunda a sexta, “Nossa área” é o principal programa da Bradesco Esportes. Jorge Eduardo, José Carlos Araújo e Gilson Ricardo, respectivos apresentadores.

Do outro lado
São os diretos concorrentes nas emissoras de maiores audiência, “Show do Apolinho” e “Globo esportivo”, segundo horário. “Programa Luiz Ribeiro” e “Botequim da Globo”, no terceiro.

Era uma vez...
“O tempo passa, o tempo voa/E a poupança Bamerindus continua numa boa”. O anúncio, veiculado nas emissoras de rádio e TV, saiu de circulação com a quebradeira do banco. (E, bota tempo.)

Vento não levou
Remonta àquele período a programação atual da JB FM. Somente “Couvert artístico”, aos sábados à tarde, e “O melhor do Brasil”, aos domingos de manhã, justificam a permanência.

OUVIR FAZ BEM
“Tarde Nacional”, com Hilton Abi-Rihan e Gláucia Araújo. Nacional 1130 AM, de segunda a sexta, às 16h. /o/ “Vai dar samba”, com Miro Ribeiro. Manchete 760 AM, nas noites sem futebol, às 22h. /o/ “Companhia do riso”, com Luizinho Campos. Tupi 1280 AM/96,5 FM, aos sábados, 22h.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Esse nosso amor antigo

27) Em dezembro de 1944 ocorria, no Rio, a inauguração da Rádio Globo. Seus primeiros contratados: Rubens Amaral, Luiz Mendes, Luiz de Carvalho e Daysi Lúcidi. No prefixo até então pertencente à Transmissora, que encerrara um ciclo, foi onde a Globo passou a operar.

28) E, só conquistaria o grande público quase dez anos após o seu surgimento. Quando isso aconteceu, predominou por, seguramente quatro décadas. Nela atuaram, entre outros, os irmãos Luiz e Raul Brunini, que contribuíram bastante para o crescimento da emissora.

29) O responsável por seu longevo sucesso, ninguém menos que Mário Luiz (Barbato). Apresentador do “Pré-parada musical”, na matriz e, do “Tarde musical esportiva Antarctica”, dominical na Eldorado, ele implantaria na Tupi, nos anos 90, programação semelhante.

30) Dentre os muitos que passaram pela emissora em fases distintas, um Gagliano Neto, Doalcei Camargo, Benjamim Wright e Affonso Soares, nos esportes; Paulo Moreno, Jonas Garret e Roberto Muniz, variedades – habitantes do planeta dos esplendores.

31) De um tempo menos distante, bom relembrar a esplendorosa carreira do Adelzon Alves, unanimidade no horário da madrugada com um programa dedicado ao samba, seus intérpretes e compositores, hoje na MEC e Nacional AM. Paulo Giovanni, publicitário há alguns anos radicado em São Paulo, foi outro nome que se projetou na Globo, depois de uma passagem pela Tupi, tendo iniciado carreira em Petrópolis.

32) Terceira emissora a ser fundada no país, a Rádio Clube do Brasil foi um celeiro de artistas. Valores que nela despontaram, migrariam mais tarde para uma Tupi, Mayrink ou Nacional, que formavam na linha de frente da radiofonia do Rio de Janeiro, capital cultural.

33) Nos corredores do Edifício Trianon, na Avenida Rio Branco, endereço da rádio, era comum, por exemplo, se cruzar com o Almirante, (“Incrível, fantástico, extraordinário”), Renato Murce (“Papel carbono”), Lauro Borges e Castro Barbosa (“PRK-30”), Arnaldo Amaral (“Pescando estrelas”), Aérton Perlingeiro (“Um show para milhões”).

34) A Clube do Brasil se transformaria na Mundial nos anos 60. Acabavam os programas de auditório. No lugar, surgiam os disc-jockeys (animadores de estúdios, apresentando discos, em vez de cantores ao vivo).

35) Surgiam na ocasião o Big Boy (“Hello crazy people”), Elói de Carlo, Oduvaldo Silva, Robson Alencar, Alberto Brizola, e outros mais. Nas chamadas, Carlos Bianchini acionava o sistema de equalização, com renovado estilo de vinhetas. “Muuundi-jovem!...” Uma febre entre os adolescentes -- teen-agers segundo os DJs.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Hebe, estrela não apaga

A morte de Hebe Camargo (83 anos), na madrugada do último sábado, foi tema de especiais na Rádio Globo – no “Boa tarde...”, do Alexandre Ferreira, e no “Agito geral”, com Maurício Bastos. Estrela maior da televisão, de que foi uma das pioneiras, Hebe começou como cantora na Rádio Tupi de São Paulo, depois de se apresentar em programas de calouros, formando dupla com a irmã Florisbela. Quando gravou o primeiro disco, aos 15 anos, passou a ser “A moreninha do samba”.
Hebe participou também da inauguração da Rádio Nacional, que pertencia à Organização Vitor Costa, mais tarde incorporada ao Sistema Globo. Ali, conheceu Sílvio Santos e Carlos Alberto Nóbrega, que viriam a ser seu patrão e colega no SBT, emissora onde atuou por nada menos que vinte e cinco anos. O auge da carreira, no entanto, aconteceu na sua temporada na TV Record, com um programa aos domingos. Entre outros astros da emissora, na ocasião, o Blota Júnior e Sônia Ribeiro.
O sofá instalado no auditório em que recebia os convidados era extensão das salas dos telespectadores. A fama conquistada na TV não a afastou do rádio, sua origem. De 1960 a 1979, trabalhou na Jovem Pan e na Rádio Mulher e, num curto período em 1990, na Rádio Nativa, fazendo de casa, um programa diário. Depois da TV Tupi, mudou-se para a Paulista (que se tornaria, posteriormente, a Globo de lá), uma das poucas em que não esteve, mesmo caso das extintas Rio e Excelsior.
Tal como Abelardo Barbosa, o Chacrinha, outro originário do rádio, Hebe Camargo foi uma estrela que não se apagará da memória de gerações no país. A doença contra a qual lutava desde 2010, não tirou seu espírito alegre e otimista, com que preenchia o imaginário do público. Chacrinha e Hebe eram únicos. Foram autênticos fenômenos na área do entretenimento. Dificilmente surgirá nos meios de comunicação alguém que a eles se possa comparar em seu legado.

Em rebuliço
A entrada em operação da Bradesco Esportes FM agitou os bastidores da concorrência no Rio. O rádio precisava, há muito, de uma sacudidela. Com peças desgastadas na engrenagem, estacionou nas últimas décadas.
Coincidências
Em 1° de dezembro de 1984, na volta para a Globo, Garotinho transmitia o jogo do Flamengo e Fluminense. Quando saía de lá em 13 de maio, também. Domingo passado, em sua estreia oficial na nova rádio, outro Fla-Flu.