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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Tupi, na era da virada

Uma das mais importantes emissoras do rádio brasileiro, a Tupi comemorou em 25 último,78 anos de existência, dia em que o meio celebra o nascimento de Edgard Roquette Pinto, fundador do veículo no país.
Há uma década no Rio a Tupi atingiu marca expressiva – a preferência maciça do público, antes só parcialmente alcançada.

Ao contrário da Mayrink Veiga e Nacional em períodos distintos, nunca liderou de ponta a ponta. A sua posição de vanguarda restringiu-se aos Diários Associados, do jornalista e empresário Assis Chateaubriand, -- “o grande capitão” --,tal como era enaltecido pelas chamadas classes dominantes.
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Liderança absoluta, porém, a emissora viveria em meados dos anos 40. A façanha coubera ao Ari Barroso, uma antevisão do que no mundo moderno classificam de multimídia. Ele ganhava folgadamente das adversárias em seus horários, tanto nas transmissões esportivas quanto nas atrações diversas, incluindo o “Calouros em desfile”, dos mais famosos programas do gênero.
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O autor de “Aquarela do Brasil”, “Na baixa do sapateiro”, “Terra seca” e outras tantas músicas, já conhecido internacionalmente na época, desfrutava, pelo seu prestígio, da melhor remuneração na emissora.
Num plano abaixo ao dele, a Tupi teria a representá-la, a figura do repórter Affonso Soares, o criador da “Patrulha da cidade”, um policial que atravessou o tempo, sendo a maior permanência em cartaz no rádio.

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O programa, idealizado por Oduvaldo Cozzi, diretor artístico da estação, foi lançado em 1960, conservando-se na dianteira das concorrentes desde o seu aparecimento. E, no meio daquela década, com a Nacional em declínio pela interferência dos militares, a Globo começava a subir no conceito do público. O avanço deveu-se aos irmãos Luiz e Raul Brunini.
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O modelo de que se valera os dois seria aprimorado por Mário Luiz Barbatto. Ao assumir a direção da rádio, depois de ser apresentador de uma parada de sucesso e chefe da equipe de locutores, Mário Luiz lançava o tripé “música, esporte e notícia”. A fórmula adotada fez a audiência da Globo disparar.
Essa condição, uma hegemonia de 40 anos, caira em decréscimo a partir de 2001, com o “Projeto Brasil”. A abertura, aproveitada pela “outra” levou-a ao ponto em que se encontra. Até quando, nem a Glória Britto sabe.
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Dos que brilhavam na emissora da Glória (Rua do Russel) no passado remoto, estão na do bairro da Saúde (Rua do Livramento), profissionais suficientes para preencher uma programação de 12 horas. São campeões Washington Rodrigues, Heleno Rotay(ex-98) e Luizinho Campos, destacando-se Francisco Barbosa, Haroldo de Andrade (Júnior), Ricardo Alexandre e o Pedro Costa.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A notícia é das mulheres

Num desses dias em que apresentava o “Show do Antônio Carlos” (cobria as férias dele), David Rangel afirmou, ao convocar a repórter Ermelinda Rita, que ela é “a maior apuradora do Brasil”. Estivesse na Tupi fazendo o horário de um companheiro teria, naturalmente, dito a mesma coisa a respeito da Ana Rodrigues. Corporativismo à parte, David tem toda a razão, está certíssimo.

A portuguesinha Ermelinda é sinônimo de competência, profissionalismo.Mas suas colegas de emissora Silvana Maciel e Andrea Ferreira não deixam por menos. São do primeiro time do rádio, a que pertencem a citada Ana e Márcia Lima, na Tupi, Alana Granda (Nacional), e Dáurea Gramático (MEC).

Cresce cada vez mais o número de mulheres repórteres no rádio, a exemplo do verificado há alguns anos nos jornais e televisão. Os marmanjos estão perdendo a concorrência. Quem se liga nas coisas da ‘caixinha’ percebe a qualidade do trabalho delas, entre as quais, uma Bianca Santos, Valéria Chagas e Marina Heizer, na Globo; Renata Ximenes e Camila Esteves, na Tupi; Mariana Procópio, na Bandnews, além de outras representantes da nova geração de valores.
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Donas de casa e empregadas domésticas são, inegavelmente, o alvo principal das emissoras populares, em maioria, um público avesso à leitura de jornais. Mantê-las “bem-informadas”,ou “muito bem-informadas”, o lema das rádios, -- ou seja --, as concorrentes Globo eTupi. Nesse universo, poucas pessoas sabem os nomes dos agentes da notícia (locutores, repórteres, comentaristas.)
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ESTICADO
Cinco meses depois do seu ingresso na Bradesco Esportes FM, a turma de debatedores do “Pop bola” teve seu espaço esticado na grade. O programa, que antes começava às 6h da tarde, agora inicia-se às 5h30.
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UM ACERTO
A contratação de Dé Aranha, que estivera na Globo durante a Copa das Confederações, foi um acerto da emissora. Ele se destacara no quarteto de ex-jogadores, que atuou na reedição do “Bola de fogo”.
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MUDANÇA
Garcia Duarte deixou o “Domingo show”,(3h às 6h) na Tupi, ficando a vaga com o repórter Cristiano Santos. Agora, Garcia é apresentador da “Patrulha da cidade” aos sábados, do qual já participava nos demais dias.
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AMOR ANTIGO
O conjunto “Os Cariocas” foi tema do “Gente que brilha” no programa do Luiz Vieira na Manchete no começo deste mês. Vieira discorreu sobre as diversas fases do grupo, destacando as figuras de Ismael Neto, fundador,prematuramente falecido, e seu irmão Severino Filho, único remanescente. O conjunto “Os Cariocas”, da época de ouro do rádio, continua em atividades, assim como os paulistanos “Os Demônios da Garoa” e “Os Titulares do Ritmo”.

sábado, 14 de setembro de 2013

Era uma vez na Globo III

A irreverência do Maurício Menezes e o talento do Hélio Júnior fizeram do “Agito geral” um dos melhores programas da Globo nas últimas décadas. Apesar de ser apresentado de 8h à meia-noite, em que as atenções do público se concentram na televisão, o nível de audiência correspondia.
Numa etapa seguinte, em 2004, com o David Rangel, não era a mesma coisa, embora seu titular não comprometesse. Acentuada perda de qualidade se daria a partir de março de 2009, com nova mudança de comando – saía o David e entrava o Daniel Pennafirme, um dos produtores da atração.
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Com o Thiago Matheus, atualmente, depois de ter passado pelo controle do Luiz Torquato, de São Paulo, o “Agito geral” é nada mais que uma pálida sombra daquele outrora apresentado por Maurição e Helinho.
(Será que na volta à Globo, onde trabalhou durante 29 anos, o agora coordenador artístico pretende restaurar a produção? E, o seu companheiro, que foi parar na “Patrulha da cidade”, na Tupi, onde ele esteve desde 2006, faria parte dos planos para a recuperação dos índices de audiência da rádio?)
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Quando a Globo mandou o Adelzon Alves embora, a alternativa foi o Kleber Sayão. Categorizado locutor de notícias, comunicador notoriamente influenciado por Luiz de Carvalho¹, Sayão não emplacaria.
Os índices alcançados por ele estiveram muito longe da marca que vinha obtendo o seu antecessor. A solução para o impasse viria a ser a dupla formada por Washington Rodrigues e Hilton Abi-Rihan.
“Show da madrugada”, o programa criado, constituiu-se num extraordinário sucesso² entre os anos de 1993 e 1995. Fez muita gente esquecer do Adelzon e, daquela movimentação de sambistas e compositores.
Apolinho reeditava com o Abi, um modelo que apresentara na Rádio Nacional no começo dos anos 80, pela manhã. Uma espécie de ampliação de breve experiência que os dois tiveram na antiga Continental.
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¹Luiz de Carvalho, que adotava o slogan “Saúde, paz e amor” foi um condutor de programa muito popular na Rádio Globo. Antecedeu o saudoso Haroldo de Andrade no tradicional horário da emissora.
²O motivo que determinou o fim do ”Show da madrugada”, só o Apolinho, o Abi e poucos empregados da emissora na ocasião, sabem. Em 1997, o Velho Apolo voltava a fazer aquele horário. O programa se chamava “Washington Rodrigues Show”, e era apresentado de 0h às 3h de domingo.
Em agosto de 1998, ele licenciava-se da rádio. Atendia ao apelo do Kléber Leite, assumindo a função de diretor técnico do Flamengo. Naquele mês, o parceiro Abi, que permanecera na madrugada com o “Show da Globo”, era ‘premiado’ com xeque-mate. Uma reprise do programa do Francisco Barbosa, com os personagens do Maurição e Helinho, preenchia a vaga.


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Era uma vez na Globo II

O que acontecera com Áureo era uma repetição dos casos do Roberto Figueiredo e Alberto Brizola, eleitos deputados. A Globo não admite, até os dias atuais, que seus contratados sejam políticos. Diretrizes da empresa. Com o afastamento do Áureo, a emissora batia seu próprio recorde. Em 1992, dispensava Adelzon Alves, “o amigo da madrugada”, 26 anos na casa.
No meio, raramente um profissional sai por conta própria. Fatores a provocarem a saída: Ibope ruim, questão salarial e indisciplina. De um modo geral, o ouvinte nunca sabe o motivo. Observadores em particular, sabem alguma coisa depois de patinarem pelo terreno das especulações.
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Washington Rodrigues e Luiz de França não chegaram a um acordo sobre a renovação de contratos em dezembro de 1998. Mudavam para a Tupi. França estreava no limiar de fevereiro de 1999 e, o Apolinho um pouco mais tarde. No domingo anterior, porém, ele fazia sua primeira apresentação no esporte ao lado de Luiz Penido. Com isso, era interrompida uma longa e bem-sucedida parceria, que iniciara com o Garotinho, na Rádio Nacional.
Em 2007, Luiz de França se transferia para a Manchete, que montava um estúdio exclusivo na Mantiqueira, para ele fazer direto de Barbacena (bucólica e decantada terra natal), o seu programa diário.O reencontro com o público, ocorreria em 1° de maio, festa dos trabalhadores.
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Francisco Barbosa começara na Globo através de sua FM. Efetivara-se na manhãs no AM, após a saída do Paulo Giovanni, com quem atuara algumas vezes. Ele já estava há quinze anos na empresa, quando a emissora decidira dispensá-lo. Era dezembro de 1999, aniversário da emissora e, em contraste, mês fatídico, propenso a demissões de empregados.
Num remanejamento da programação, Barbosa ficara em horário vespertino e, perdia feio para o Pedro Augusto, da Tupi, auto-proclamado “o romeiro de Aparecida”. Ana Flores, sua colaboradora no quadro de arte culinária, era convocada para o lugar dele. Nascia ali o programa “Tarde legal”, anteriormente uma vinheta, que sinalizava as participações de Ana.
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Em dezembro de 2001(*) a Globo chamava e Barbosa aceitava. Em agosto de 2005, caía outra vez. Marlene Mattos do “Amigas invisíveis” – coisa inédita no SGR -- arrendava o espaço, com Ana Flores de volta, na companhia das atrizes Lúcia Fregolente e Dedina Bernardelli.
Barbosa fechava com a Tupi em outubro de 2006, depois de cumprir jornada dupla na MEC AM e Tropical Solimões.
(*) Maurício Menezes e Hélio Júnior que atuavam com ele na incursão vespertina, recebiam bilhete azul. Até outubro apresentavam, aos sábados e domingos à noite, a 2ª edição do “Agito geral”.