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terça-feira, 18 de novembro de 2014

O era uma vez da 98 FM

Assim como da costela de Adão nasceu Eva – reza uma lenda na história antiga --, da Eldorado, parte do Sistema Globo de Rádio, nasceria a 98 FM, durante nove anos consecutivos líder absoluta de audiência, “menina dos olhos” dos diretores. O slogan proclamava a sua condição: ‘Você liga... é só sucesso’.

Criada em 1978 no lugar da Eldo Pop, que funcionaria por poucos anos, a emissora teve entre seus primeiros comunicadores, Heleno Rotay e Mário Esteves, em início de carreira. Pioneiro dos disc-jockeys e legenda no rádio dedicado ao público jovem, Big Boy (Mundial), foi programador da 98 FM.
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REFERÊNCIA
Idealizado pelo apresentador Robson Castro, e lançado em 1981, o “Good times” se tornaria a maior referência de programas da rádio. Diariamente no ar das dez da noite às duas da madrugada, era especializado em flashbaks, abordando temas das décadas de 50 e 60. Acabaria no limiar de 2008.

Naquela ocasião, o Fernando Borges pilotava o horário, implementando ao cartaz um estilo próprio, bem mais coloquial. Como num poema de Vinícius de Moraes, “foi bom enquanto durou”. Sua extinção frustraria o público. O desligamento do Borges, por sua vez, se daria de forma traumática.
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A PERDA
Com a investida de outras emissoras na exploração do modelo, a posição da 98 começava a balançar. Uma que mais incomodaria a então líder, seria a 105, em cujo elenco, entre outros, estavam Fernando Mansur, Oduvaldo Silva, e o ‘oriundi’ Robson Castro com “Yesterday”, um similar do “Good times”.

Nos últimos dez anos, a 98 foi desbancada pela FM O Dia e, há seis, sofrera uma total reforma na programação, mudando inclusive, sua nomenclatura. Chamada Beat98, passava a priorizar os gêneros populares – funk, axé e o pagode ‘água com açúcar’ – ritmos do gosto de determinadas correntes.
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O IMPASSE
A partir zero hora deste dia (18) os 98,1 ficam sendo utilizados pela Globo devido a um impasse na negociação do empréstimo dos 89,5 com um grupo paulista. A Beat98 transfere-se para a Web com o nome de Radiobeat, e repete a situação ocorrida com os 92,5, (Globo FM original), hoje CBN.

Detentores de informação privilegiada sobre o fim da emissora no segmento, alguns de seus contratados migraram para outros prefixos, outras mídias. Entre eles, o Vam Damme (que acertou com a Cidade), a Gláucia Araújo (que incluiu a Mix na sua roda vida), o Tino Jr. (Rede Record) e o DJ Marlboro.

LINHA DIRETA
// Irrepreensíveis as atuações do Maurício Menezes, Hélio Jr. e Sérgio Ricardo, no “Plantão de notícias”, na Globo, dia de Todos os Santos.
// Tem sido muito boas as entrevistas do Sílvio Samper com autoridades em saúde, no “A tarde é nossa”, nova atração da Manchete.
// Debates de alto nível, uma tônica do “Programa Luiz Ribeiro”, garantem na Tupi, melhores índices de audiência nas noites sem futebol.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Nossos comunicadores (10)

HAROLDO DE ANDRADE JR.
No tradicional horário em que o pai brilhara pouco mais de quatro décadas na Rádio Globo – um ícone no segmento, conforme se diz modernamente --, Haroldo de Andrade Jr., carioca, 60 anos, passou recentemente a fazer o dia a dia da Tupi, para a qual tinha sido convocado em 2008, com a missão de cobrir férias de colegas, atuando como um real curinga de luxo.

.o. Em julho daquele ano, ele (re)começava na casa, onde estivera anteriormente. No mês seguinte e, durante seis anos, trilhava os passos do mestre com um programa dominical. O horário? De 9h ao meio-dia. Notícias, entrevistas, quadros novos (“Lua de mel, lua de fel”, “Bíblia de A a Z”) e, principalmente a crônica “Bom dia”, marca histórica registrada pelo patrono.
.o. Enganaram-se aqueles que, apressadamente, acreditaram ser o material aproveitado do programa antigo, normalmente produzido por Hélio Thys e, às vezes, pelo Áureo Ameno ou Wilson Silva, efetivos colaboradores do Haroldão. A série de crônicas, na mesma tessitura, deixava essa impressão no ar. Não apenas para os leigos, mas igualmente para os estudiosos.
.o. ‘Haroldo de Andrade Jr. – garante o jornalista Pedro do Couto, componente do “Debates populares” em fases distintas – é um escritor de raríssima sensibilidade (...) com capacidade de contar emocionantes histórias que narram uma vida inteira.’ Corroboramos as palavras do Pedro (também escritor). São essas histórias que formam o conteúdo do livro “Bom dia, pai”.
.o. Em 5 de junho de 1995, uma segunda-feira, Haroldo Jr. estreava na Tupi. Sua contratação, com direito à campanha promocional, seria a primeira do Mário Luiz (1925/2009), requisitado pelo condomínio associado para tirar a emissora de uma incômoda vice-liderança. O horário a ele reservado, pertencera a Cidinha Campos por nada menos que onze anos seguidos.
.o. A “Super manhã” ganhava em dinamismo e criatividade, embora conservasse a mesma estrutura do outro – do pai, “um companheiro, não um concorrente”, como ele declarava na audição de estreia, dedicada ao irmão Celso Roberto, (também radialista) falecido em 1991. Além dos debates, atrações bem elaboradas, destacando-se, “Direitos da mulher”, “Filosofia da vida” e “Na boca do povo”.
.o. De produtor do programa do mestre, onde começara como assistente, Haroldo Jr. dava um salto na carreira. Entre os anos de 1989 e 1991, ele era titular de “Um novo dia”, de 3h às 5h da manhã. A promoção foi iniciativa do diretor Paulo Cesar Ferreira, que se entusiasmara ao vê-lo em plena atividade redigindo textos. No intervalo, uma rádio de Macaé, que atraíra outros profissionais do Rio.
.o. Na volta ao SGR, reintegrava-se à equipe em que dera os primeiros passos, com eventuais participações na CBN, então uma coqueluche da empresa. Fazia ainda, os fins de semana na principal, que freqüentava desde menino. Em maio de 1991, com a chancela da agencia do patrono, alugara horário na Rádio Carioca. Era um programa pequeno, com o seu nome, apresentado de 4h às 5h da tarde.

M E M Ó R I A
Domingo, 3 de agosto de 2008. Cinco meses e dois dias após a morte do consagrado radialista, o que ele criara voltava a ser apresentado pelo filho. Na crônica de estreia, o tema focalizava a expressão “em nome do pai”.
Inaugurada em 7 de novembro de 2005, a Rádio Haroldo de Andrade ficaria no ar não mais que dois anos e meio, morrendo com o seu idealizador. Haroldinho e Wilson (seu irmão) transferiram o passivo para o grupo Canção Nova.

Fontes: Emissoras, acervo pessoal e o recém publicado livro do radialista.