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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Do amor antigo e moderno

Setembro, 25. Dia do Rádio. No calendário, o despontar da Primavera, tida por todos como “a estação das flores” e, melhor exaltada, num inspirado samba do Nelson Sargento. Nos primórdios, os rudimentos cristais da galena. Depois, a invenção dos transistores. Fases distintas. Suas transformações.
Por ordem e graça do antropólogo e professor Edgard Roquete Pinto, há 92 anos o rádio surgia no Brasil. Instrumento de uma escola franca e risonha, com o objetivo principal de ensinar e divertir aqueles que não sabiam ler e escrever. Do amadorismo ao profissionalismo, o percurso de uma longa estrada.
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AS RIVALIDADES
Em seus primeiros dez anos, o rádio tinha como rival o teatro de revista, que requisitava os produtores de programas musicais. Nas quatro décadas e meia de sua existência, superada a época de ouro, o confronto com a televisão, há quinze anos no país. O fascínio da telinha atraía os estrelados. Era contemporânea. Saem os programas de broadcast (grandes elencos), entram os prestadores de serviços. Viriam o tempo dos disc-jokeys, substituídos pelos comunicadores. Posteriormente, extensão da cobertura de futebol, e o dia a dia do trânsito.
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NOVOS CAMINHOS
A maior vantagem do rádio moderno sobre o antigo reside, inegavelmente, nos recursos da tecnologia -- internet, aplicativos de celulares -- que mais favorecem o FM. Registra-se com isso, a queda de forma crescente, da audiência no tradicional AM, ainda preferido pelo público da terceira idade. Embora disponha de profissionais talentosos, o veículo nos dias presentes situa-se numa posição inferior à desfrutada num período glorioso de sua história. Observadores que acompanharam as transformações podem sustentar essa afirmativa.
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LINHA DIRETA
// “Planeta Rei”, que a Globo tirou do ar era título criativo, um bom programa. Apesar da temática “manjada’ -- pedidos musicais.
// Seu substituto,“Madrugada & Cia”, que aproveitou as ‘deixas’ do antecessor, está entre os lampejos de que falamos da outra vez.
// Na MEC AM, “Todas as vozes – intolerância zero”, aula de bom gosto e inteligência, com Marcus Aurélio, na volta ao veículo.
// Ainda por lá, aos sábados, a partir das 23h, “Ecos de uma era”, com o veteraníssimo Pedro Paulo Gil, que também o produz.
// Aos simplesmente interessados nas informações de qualidade (do trânsito, em especial) a CBN (em AM e FM) e a Bandnews Fluminense FM, com destaque para o horário em que o Ricardo Boechat predomina.
// O humorismo do Maurício Menezes, no “Plantão de notícias”,na Globo, um ótimo atrativo. Melhor digerível que “Companhia do riso”, do Luizinho Campos, na Tupi, onde pontifica o irreverente ‘Manuel Tamancas’.
// Num outro plano, ponto para o “Musishow”, do Cirilo Reis. Medida mais do que acertada a Nacional recolocá-lo novamente no ar.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Nomes, uma questão singular

Motivador do otimismo, Clóvis Monteiro, ‘a grande voz do meu Rio de Janeiro’’, fechando quadro de seu programa na Tupi, diz: “Eu não sou dono da verdade, mas essa é a minha opinião”.
Em setembro de 2009, após três anos na casa, colega polêmico passava a ser anunciado assim: “Coragem! Opinião! Roberto Canázio é da Globo. E é do Rio”. Mera semelhança?...
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A VIDA NO SHOW
O nome “Show da manhã”, programa que o Clóvis apresenta há 18 anos, no período de 6h às 9h, era o título que a Globo empregava ao que substituíra o “Paulo Giovanni show”. (Seu condutor, outro integrante do elenco da Tupi – do grupo que migrara -- parece ter se cansado da profissão, pois, tem pretensões a seguir a carreira política...)
Esse mesmo título, também formava na época, a grade da 98 FM, fase anterior ao Beat que acrescentaram à sua estrutura. ‘A crônica da cidade’, o quadro novo do “Show da manhã”, remonta a um nome dos anos dourados da Nacional, a 1h da tarde. Seu intérprete era Cesar Ladeira, das mais famosas vozes do rádio, o redator Genolino Amado.
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GENERALIDADES
Em tempos idos, utilizava-se a palavra programa só nas principais atrações, até que acabou se generalizando. Após o término do “música, exclusivamente música” na Tamoio, de manhã à noite os apresentadores eram anunciados com a tal palavrinha: “Programa José Cunha”; “Programa Kléber Sayão”, “Programa Jorge Perlingeiro”, etc.
E, qual alternativa? SHOW! Inspirada na televisão, que a importou das emissoras norte-americanas. Dali, o chique era denominar seus cartazes com o novo modismo. (*) “Show do Fulano”, “Show do Beltrano”, Show do Sicrano”... Ou associar o nome da rádio a qualquer palavra. “Manchete manhã...”, “Tarde Nacional”, ou, ainda, um “Farofa da Globo”.
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RITMO DA BANDA
Rádio é um veículo eminentemente popular e, por isso, não precisa se valer de nomes bem elaborados -- algumas cabeças (pensantes?!) devem argumentar. O dinamismo que o norteia gera, certamente, a falta de criatividade, transformando-se nas verdadeiras causas do empobrecimento -- contrapõem os avessos à mesmice reinante.
Prestador de serviços na maioria das vezes, divertido em outras, o veículo evoluiu com os recursos da tecnologia. Ultrapassado ficou, porém, no batismo de suas atrações, havendo em pouquíssimas delas, lampejos de ideias brilhantes. Quem quiser descobrir nele obras primas – afirmam os irônicos – escolheu errado o ramo de arte para seu lazer.

(*) Em 19 deste mês comemora-se o centenário de nascimento de Lupicínio Rodrigues, autor de, entre outras músicas, “Se acaso você chegasse”, “Nervos de aço”, “Cadeira vazia”. Parodiemos uma delas, magistralmente gravada pelo Gilberto Gil: “Esses nomes/pobres nomes...”