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sexta-feira, 22 de maio de 2015

Esse nosso amor antigo (d)

DIREITO DE SONHAR
.o. Ser apresentador de programas é o sonho de nove entre dez locutores ou repórteres de rádio. Vocação e talento, os principais requisitos para se dar bem na carreira, em tempos idos. Em épocas posteriores, o aprendizado tinha papel preponderante no currículo daqueles desprovidos das qualidades básicas, exigidas por diretores que dominavam o ramo com seus conhecimentos.

.o. Há décadas, deixou de funcionar desse modo. E, partindo de tal fundamento, como em todos os setores de atividades, não se constitui surpresa nenhuma o fato de nos melhores postos não prevalecerem os mais qualificados. Não havia no rádio da fase de ouro, a menor chance para os locutores e repórteres de vozes roucas, fanhosas ou esganiçadas. Esse ‘legado’ veio na era contemporânea.

.o. As reflexões nos fazem lembrar da cantora Araci de Almeida, sucesso na Mayrink. “Não sou dona de nada” – retrucara ao tratamento de um radialista de Porto Alegre. Também nós. Apenasmente (como diria um personagem do Paulo Gracindo em memorável novela da TV), o rádio é uma curtição da qual não conseguimos fugir -- inclusive o AM, agonizante fantasma no dial do cotidiano.
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‘...NÃO TEM IDADE’
Anos 80, plantão na madrugada do jornal “O Dia”. Enquanto não vazava novidade na ‘piscina’,ouvíamos o Adelzon Alves e o Luciano (também Alves). Pela ordem, complementavam a programação da Globo, Paulo Giovanni, Haroldo de Andrade, Roberto Figueiredo, Waldir Vieira, Carlos Bianchini e Gilberto Lima. Comparando-se o conjunto dos quadros, o dos dias atuais fica num plano inferior.
(“Saudade não tem idade’, era título de um programa da Mundial.)
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RADICALISMO, FORA
Ah,sim. Não sejamos injustos, radicalistas. Antônio Carlos (o mais antigo, com 28 anos de casa), Jorge Luiz (18) e Roberto Canázio (próximo dos 9), igualam-se em categoria àqueles de outrora na rádio da Rua do Russel. No mais, são valores de inegáveis qualidades, David Rangel e o Mário Esteves – ambos reintegrados em 2014. O rádio avançou em tecnologia. Estacionou nos shows de mesmices.
(David trabalha na emissora pela segunda vez;o Mário,pela terceira.)
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OS TEMPOS DO HUMOR
Chico Anysio era uma genialidade no humorismo. Seus colegas da Mayrink, Haroldo Barbosa e Antônio Maria, no mesmo patamar e, na Tupi (depois Nacional), o Max Nunes. Não se arriscaram a fazer programas diários. Seriam o Maurício Menezes, Hélio Júnior e Sérgio Ricardo (“Alegria ao meio-dia”) mais inspirados que os referidos (e saudosos) homens de rádio dos tempos remotos?
(“Escolinha do Professor Raimundo” foi um quadro do Chico no rádio.)
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LINHA DE FRENTE
/o/ MEC FM mudou de freqüência, dos 98,9 para os 99,3 Mhz. A partir do dia 10 do mês corrente, quando comemorava 32 anos de fundação.
/o/ Dia desses, em seu programa na Manchete, Sílvio Samper advertia estudantes de comunicação sobre dificuldades no mercado de trabalho.
/o/ Fábio Moraes, locutor esportivo da nova geração, é um dos principais destaques na Rádio Brasil.'Não perde o ritmo', diz seu slogan.
/o/ O sonho do Robson Aldir durou somente quatro anos. Por duas décadas atuando na Globo, foi um dos melhores repórteres do rádio.


sexta-feira, 8 de maio de 2015

As coincidências triviais

TRÊS, PONTO, ZERO
.o. Selando domingo passado um campeonato de brilho raro, três foi número incisivo. Coincidências triviais. Na soma do placar (2 a 1), vitória do Vasco sobre o Botafogo, e no tempo de jejum de títulos do Gigante da Colina (12 anos).

o. As coincidências abrangiam, ainda, o retrospecto em torno de um destaque da festa – José Carlos Araújo. Em três anos, três mudanças.
.o. Bradesco-2012, Transamérica-2014, e Tupi-2015,não se contando o G, do marketing com os aliados. O predomínio deles e outros na faixa, deve-se, em parte, ao lento processo de renovação no rádio – entendem os observadores.
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‘AGORA É AQUI’
.o. Repórter na Globo a partir de 1956, José Carlos Araújo cobriu o Botafogo por nove anos consecutivos, acumulando atividades no jornal “O Dia”. Após ser plantonista, foi ‘ponta’ do Waldir Amaral, e começou a transmitir futebol na equipe deste, que assumira a chefia do esporte e gerência comercial no distante 1968.

o. “Haja coração pra tanta emoção”, “Vai mais, vai mais, vai mais garotinho” e “Valeeeu”, são, segundo o editor Roberto Sander, simples, geniais e eternos. “Agora é aqui” --na casa que abrigara,em tempos distintos, Doalcei Camargo e Ary Barroso. O “Mudei e gostei” (bordão do ingresso dele na Rádio Nacional, onde, líder, inovara o jeito de narrar), sai de cena, depois de usado em anteriores transferências.
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ALÉM DA CABINE
.o. Na estreia do Garotinho e companheiros, a Tupi mobilizou maior contingente de profissionais no Maracanã . Lá, estiveram em ação o Wagner Menezes, Cassiano Carvalho, Thiago Veras e Marcus Vinícius; o Ricardo Heizer (no camarote), a Carla Matera (interatividade nas redes sociais), além do Vinício Gama, plantonista.

o. Embora bem considerado pela classe e torcedores, Garotinho não se constitui uma unanimidade na era contemporânea. Esta assertiva só reforça uma tese defendida por Nelson Rodrigues, que afirmava em época remota: “Toda unanimidade é burra”. Por certo, boa parcela de ouvintes não muda os hábitos de sintonia.

o. Sejam apreciadores da Manchete, Nacional, Fluminense... Diante de tais preceitos, as concorrentes funcionam como alternativas, mesmo que, para elas, sobrem fatias menores do bolo-audiência. Um medalhão se transferindo de endereço, balança o mercado, mas, não desnuda o Ibope de um Penido, Edilson, ou do Evaldo.
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NA RUA, NO SÍTIO
.o. O trânsito estava interditado na Rua do Lavradio, próximo dos Arcos, na Lapa – informava nesta segunda-feira, 4, a setorista da CET-Rio, Ana Paula Martinez (uma das novatas na emissora da Glória). Ela dizia, atendendo ao chamamento do David Rangel, que a causa era uma passeata de funcionários demitidos da Unican.

o. Acionado pelo Sílvio Samper, o veterano (e versátil) Jorge Ferreira revelava, na ‘rádio de verdade’, tratar-se de um movimento de mata-mosquitos, e que a situação havia se normalizado naquele instante. Prestação de serviços, utilidade para os automobilistas, pouco interessa, porém, a uma enormidade de pessoas.

o. Nas chamadas rádios de pequenos investimentos (de musicais, variedades, horários alugados), o trânsito nunca tem vez. Quem sintoniza a Metropolitana, Bandeirantes, Tamoio, Sucesso e similares, sabe disso. A modernidade -- ‘mudernidade’, conforme os simplórios --, ainda não alcançou os executivos desses prefixos.



sexta-feira, 1 de maio de 2015

Esse nosso amor antigo (c)

O ‘GOLÃO’ DA TUPI
.o. Em seu vitorioso programa às tardes na Rádio Tupi, Washington Rodrigues surpreendeu, na segunda-feira, 27, a maioria dos seus ouvintes, com a notícia da contratação de José Carlos Araújo. Companheiro de inúmeras jornadas, amigo e compadre, Garotinho foi o convidado especial no cartaz do Velho Apolo.

A revelação, porém, já se prenunciava nos bastidores. Pode-se dizer, aproveitando um dos bordões do narrador: “Golão, golão da Tupi”. Um dos principais locutores esportivos do país nas últimas décadas, Garotinho chega à outrora líder dos Diários Associados nos 80 anos do prefixo, comemorados em 25 de setembro.

.o. A estreia foi anunciada para este domingo, dia 3, na partida entre Vasco e Botafogo, decisão do Campeonato Carioca-2015. Gerson Canhotinha de Ouro e Gilson Ricardo são os primeiros a integrar a equipe. Mas, dois profissionais com eles afinados, e atualmente fora do ar, também deverão se unir ao grupo.
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PESOS E VALORES
.o. No mercado da comunicação, quando uma empresa requisita ‘peixes graúdos’, os considerados como ‘raia miúda’ se retraem, certos de que não mais farão parte do ‘cardume’. Fatores diversos, de logístíca, inclusive, acabam influindo nessas mudanças, sendo coisas naturais, determinadas pelas regras do capitalismo.

.o. Desligados da rádio da Rua do Russel em maio de 2012, Garotinho, Gerson e Gílson foram os precursores da Bradesco Esportes, única no Rio a investir numa programação segmentada. A modalidade só dera certo, até então, no que tange às emissoras de TV por assinatura. O projeto se constituía num grande desafio.

.o. Em fevereiro de 2014, no entanto, o trio deixava a ideia de lado, preferindo embarcar numa tentadora proposta da Transamérica, interessada em ampliar sua cobertura esportiva na antiga capital. A transferência (trocadilho à parte), seria apenas uma transição. Garotinho e Apolinho restabelecem a parceria que nascera em 1977 na passagem pela Nacional e fora interrompida em 1998 na Globo.
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LINHA DE FRENTE
/o/ Foi na equipe da Nacional, liderada por Garotinho, que Jota Santiago, novamente segundo na Tupi, iniciou-se como narrador. Ele era da Mauá.
/o/ Seus colegas de emissora, Sérgio Américo e Marcus Vinicius (o Mr. Bean), também trabalharam com o “Fenômeno“. Na estação dos Marinho.
/o/ “Campeão no campo; craque na latinha”, Gerson virou comentarista depois de ser entrevistado por Doalcei Camargo, num programa da Tupi.
/o/ ‘Dodô’, um dos mais importantes na história do rádio em todos os tempos, lançara outros ex-jogadores na função – Telê Santana e Raul Plasman.
/o/ Sem os “coroas” (Fernando Bonan, o mais novo, outro que saiu), a Transamérica retoma seu real perfil. Uma rádio de jovens, para público idem.
/o/ Brunos (Cantarelli e Azevedo), Lucas Machado, Maurício Filardi e Rodrigo Gomes, os nomes principais. Primeiro e o último da lista, os narradores
/o/ Gilson e Áureo despediram-se da rádio, quinta-feira, 30, no “Arena...” Clima de muita emoção dos novatos aprovados pelo exigente Garotinho.