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sábado, 28 de novembro de 2015

Um caso raro nas públicas

‘VOZES’ QUE LEVANTAM
.o. As rádios públicas no país e, particularmente no Rio, não desfrutam de boa audiência. Em geral, sua programação destina-se a um ouvinte seletivo, no que tange à escolaridade. Há um ano e meio na MEC AM, o “Todas as vezes”, com Marcus Aurélio, está mudando tal preceito, que ainda funciona como um indefasável estigma.

.o. De segunda a sexta entre 7h e 10h das manhãs, esse cartaz tem conseguido aproximar-se das concorrentes do horário, caso da Tupi, com Clóvis Monteiro/Haroldo de Andrade, e Globo, Padre Marcelo Rossi/Roberto Canázio. Seus destaques: “O rádio faz história” e “Essa letra, essa música”, além de um quadro de debates, inevitável nas populares.

.o. Na segunda-feira (23/11), foram discutidas as concessões de canais a políticos, contra as quais o Ministério Público Federal decidiu se mobilizar. Os participantes, em maioria, argumentaram que, não tem o menor sentido, parlamentar ser dono de rádio ou TV. Entre senadores e deputados, 40 são proprietários dos veículos. A lei da Constituição que impede, é burlada pelo menos há quatro décadas.
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AOS AMIGOS, A GLÓRIA
.o. Lugar-tenente de Adolpho Bloch na extinta revista “Manchete”, redator do também extinto “Correio da Manhã, Carlos Heitor Cony, renomado escritor, mantém na “Folha de S. Paulo”, onde faz parte do colegiado editorial, apreciada coluna.

.o. Dele, na terça (24/11): “Podemos acrescentar a lista (...): a gaitinha do Ary Barroso, os conselhos do Júlio Louzada, a ‘ave-maria’ de Gounod ao meio-dia nas estações de rádio”. Referia-se a uma crônica do Artur Xexéo, “Nunca mais”, considerada genial.

.o. Ouvinte de rádio desde a época do ensino primário, ginasial e científico (ou clássico) não nos lembramos da oração religiosa no horário mencionado. A do Júlio Louzada e de outros que se dedicavam às preces nos microfones das emissoras, era na chamada hora do Angelus – às 6h da tarde, ou 18h, como muitos preferem.

.o. Há alguns anos, de manhã, Cony é parceiro do Xexéo num programete de rádio. Aos amigos -- citando Machado de Assis --, as batatas, ou seja, a glória. Não vimos na tal crônica, a genialidade proclamada. Xexéo (com todo respeito) já produziu coisas muitíssimo melhores. O texto em questão, é perfeita acoplagem de uns que o Joaquim Ferreira dos Santos publicou em sua última estadia no "maior jornal do país".
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ALIENADO, UMA SORTE
.o. Magistral, classificamos nós, foi a crônica do Antônio Prata, domingo (22/11), também na"Folha".

.o. Trechos que separamos: “Outro dia um amigo ligou para reclamar da vida. Estou trabalhando tanto, ele disse, que não fazia a menor ideia do que se passava no mundo: há meses não lia jornal, não via TV, não ouvia rádio. Queria um consolo, mas recebeu a minha inveja: Você não tem ideia da sua sorte (...)

.o. Vejo na TV a mãe do menino de dez anos assassinado com um tiro na cabeça, no Alemão, revoltada com o inquérito da polícia inocentando os PMs (...)

.o. Leio a carta do viúvo aos terroristas que mataram sua mulher em Paris, deixando-o com um filho de um ano e meio.

.o. “Cara, que sorte a sua não ler jornal”, digo ao meu amigo. “Eu ontem chorei ouvindo a CBN. Que tempos são esses em que a gente chora com a CBN?”

.o. A crônica do Prata, escritor e roteirista, discorria sobre as barragens de Mariana, em Minas.
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COPIAR, PRA QUÊ, JOTA?...
.o. O Vasco passou pelo Joinville a duras penas. Marcou 2 a 1. Durante a partida, Jota Santiago, na Tupi, solta um ‘lepo, lepo’, próprio de convencido moço que se acha a renovação do esporte no ‘primo pobre’ da mídia eletrônica.

.o. Qual é, Jotinha! Nessa altura da vida, num desgastado campeonato,com times do Rio mal na fita, você não precisa ‘inspirar-se’ em ninguém. Tem estilo próprio e, conta – creia --, com a admiração de inúmeros torcedores.
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L I N H A D I R E T A
/o/ Na reta final do Brasileirão, a Tupi ampliou sua cobertura. Utiliza a Nativa FM em alguns jogos, em cadeia com o AM. O confronto entre Fluminense e Avaí, com Ricardo Moreira e Eugênio Leal, foi um deles.
/o/ “Sa-ba-do-ba-doo”, que o Mário Esteves pilota na Globo, herdou a equipe do Antônio Carlos. Uma boa novidade no grupo, a inclusão do Flávio Kede, que era o produtor do Mário em seu programa na Manchete.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Esse nosso amor antigo (j)

‘DE PRIMEIRA’, ESTREIA
.o. Apresentador da televisão há mais de 40 anos, originário do rádio, Jorge Perlingeiro voltou ao veículo em que iniciara suas atividades profissionais. Com “Samba de Primeira”, sua marca registrada, estreou na Globo, sábado, 14. A proposta, ao contrário da TV onde fazia gravado, é de um programa ao vivo, com muita interatividade – assegurou.

.o. “Um dia especial para mim”, disse ao começar, agradecendo aos que depositaram confiança nele na direção da casa, e aos comunicadores pelo modo como o recepcionaram. O programa , que terá produção de Ana Paula Portuguesa e Luíza Biá, uma antiga companheira, completa a tarde com o ritmo, de 3h às 4h, sucedendo ao “Samba amigo”.
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EXPERIÊNCIA E EMOÇÃO
.o. Descontando-se os percalços de uma estreia depois de longo afastamento, o “... De Primeira” esteve abaixo das expectativas dos ouvintes. Faltaram músicas e roteiro. O que não faltou foi bla bla bla -- elogios ao prefeito, secretário de Turismo e ao patrocinador. Perlingeiro fez lançamentos dos álbuns de carnaval da Vila Isabel (sua preferida) e da Mangueira. Rodou “Ser humano”, novo sucesso de Zeca Pagodinho, além de mensagem gravada pelo sambista, sobre a importância da atração.

.o. Antes do Zeca (nada a ver com o gênero), houve a participação de Elymar Santos. O bolerista, que comemorou 30 anos de carreira na semana anterior, dirigiu sua mensagem no mesmo tom daquele, exaltando os serviços prestados pelo homem de TV, agora novamente no rádio. Perlingeiro afirmou que vai fazer 12 programas até o carnaval, incorporando-se à equipe na cobertura dos desfiles. Depois -- ele disse – daremos uma paradinha. Se voltará, os astros da Zora Yonara (também com Mário Esteves, aos sábados), devem saber, com certeza...
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O MERCADO MANDA
.o. Dia 15 último, há 127 anos da Proclamação da República, ‘o Brasil estava vazio na tarde de domingo’, como num samba do Milton Nascimento. Não havia jogo do Brasileirão. Poucos torcedores assistiram, no Maracanã, o amistoso entre o Flamengo e Orlando City (norte-americano).

.o. Ao cair da noite, a Globo apresentava um especial pelos 120 anos do clube da Gávea. Reproduzia os dez gols mais bonitos. Quatro com Luiz Penido, três com Waldir Amaral (1926-1997) e três com Jorge Curi (1920-1985). O Renan Moura ancorava a edição, que ele próprio roterizara.
.o. Penido é titular da rádio há três anos, onde começou jovem – era até chamado de ‘Juventude Globo’. Nas duas passagens pela emissora, José Carlos Araújo somou mais de 30 anos. Com a guerra campal que se trava, o mercado não permite a menor abertura. Concorrência é fogo.
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GOSTO NÃO SE DISCUTE
.o. Miguel Marques, o 'Nei la Matraca’, faz sucesso na Tupi, no matinal programa do Clóvis Monteiro. Dizem que, em decorrência disso, tem agenda lotada para apresentações em clubes e afins. Ele foi aparecendo devagarinho, a partir da morte do Jorge Nunes, em 2014.

.o. O autor destas linhas não era fã daquele (que Deus o tenha), e menos é do substituto. Reconhece, porém, que Nunes formava interessante dupla com o Maurício Menezes, (defenestrado da ‘outra’ após duas décadas), que esteve por lá. Gosto é gosto -- segundo Heleno Rotai, ao anunciar um quadro de seu show na rádio do bairro de São Cristóvão.
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L I N H A D I R E T A
/o/ Bradesco Esportes subindo no Ibope – alardeava Edilson Silva, na transmissão de Vasco e Corinthians.
/o/ Sem nenhuma cerimônia, se declarou a renovação do ramo, e que os outros representam a mesmice.
/o/ Quê que é isso, -- comentariam os reclusos Denis Menezes e Áureo Ameno. Deu a louca no moço?
/o/ Nos bastidores, no entanto, uma corrente aposta que, a Bradesco já tem um prazo de validade certo.
/o/ Pela previsão desse grupo, ela só resistirá até às Olimpiadas de 2016. Depois... será cinzas, nada mais.
/o/ Até a Manchete, transformada em rádio da web (on-line), deverá sobreviver, pelo seu baixo custo.
/o/ A matriz, hoje no piloto automático, sairá do regime. Para, sem dúvida, o controle de uma seita religiosa.






sábado, 7 de novembro de 2015

Na contramão da mídia

PADARIA MILAGROSA
.o. Uma padaria está anunciando a contratação de confeiteiros e...padeiros, naturalmente. Os salários mensais oferecidos, compatíveis com o mercado. Ouvimos essa preciosidade no “Dito e feito”,um vespertino da Nacional, agora apresentado por Laio Jr., cujo pai, Antônio, foi um dos componentes da emissora na época áurea.

.o. Revitalizada em 2004, (suas condições eram literalmente precárias; executivos anteriores sucatearam o tradicional veículo ), a estatal não conseguiu, nem depois da reforma, de custos elevados, atrair empresas do próprio governo. Os conhecidos investidores institucionais optavam pelas particulares, especialmente no futebol.

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CAROLINAS OU MARIAS
.o. Leio numa colunista de notas que a saudosa estação da Praça Mauá vai trazer de volta as rádionovelas, ainda este ano. Daysi Lúcidi e Gerdal dos Santos vão liderar o grupo de jovens, saídos da CAL, Casa de Artes de Laranjeiras, e da Uni-Rio, Universidade do Rio de Janeiro. Será que as Carolinas e Marias receberão o gênero ‘numa boa’?

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AS VOZES NO PAINEL
.o. “Todas as vozes”, da MEC AM, e “Painel da manhã”, da Roquette Pinto FM uniram seus programas numa segunda ocasião. Depois de Madureira, foi a vez do Calçadão de Campo Grande. Interatividade com o público, prestação de serviços e entretenimento. Marcus Aurélio reedita um projeto que lançara na Globo, quando foi gerente de lá.

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FORÇA DO MARKETING
.o. Rodando na rádio dos Marinho, o slogan “Ninguém sabe contar as histórias do futebol como a gente”. Reflexo do quanto o campo é competitivo, entre as grandes e medianas. Hoje, marketing esportivo. Para idosos nos bailes da vida, vitupério (elogio em boca própria). Ou um lema das rádios do interior – ‘quem não anuncia, se esconde’..
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O PLANETA VENCEDOR
.o. Beto Britto vai muito bem, obrigado, com o seu “Planeta Rei”, na Metropolitana AM 1090. Uma das mais venerandas emissoras do Rio, que sobrevive de horários alugados, nada progrediu ao longo dos anos. O “Planeta”, porém, bate de frente com o “David da tarde”. Não foi à toa que David Rangel perdeu espaço, aproveitado pela turma do “Pop bola”.

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L I N H A D I R E T A
/o/ Um dos esteios da Cidade FM em sua melhor fase, Romilson Luís retornou à ‘latinha’. No “Clube da saudade”, de meio-dia às 2h, antes do programa do Beto Britto./o/ O “Clube” esteve, temporariamente, sob a condução do Cirilo Reis. Sem prejuízo para as suas funções na outrora gloriosa Nacional, que continua muito mal com o Ibope./o/ Já imaginou o Pelé com a camisa 10 do Flamengo, em vez do Zico? O atual “Good times 98” tem o mesmo sentido. Robson Castro e Fernando Borges fazem bastante falta./o/ Novembro chegou e, ouvintes da AM 760 assustaram-se. Os comunicadores sumiram. No piloto automático, músicas direto. A Manchete, agora, é uma rádio on-line.

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A VOLTA DO PERLINGEIRO
.o. Aos 70 de idade, completados este ano, Jorge Perlingeiro está de volta ao rádio – e reaparece na emissora da Rua do Russel. O começo de sua carreira foi na Capital, década de 60, atuando também na Tamoio. A televisão o chamou,mas, pelo tempo que permaneceu na CNT, quase foi igualado aos móveis, utensílios e equipamento do canal.

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ONDE O SAMBA NASCEU
.o. O “Samba de primeira” nasceu na velha Capital, em horário noturno, nos fins de semana. (Na Tamoio, Perlingeiro dava nome a um programa de apresentação diária.) “Samba...” é o seu carro-chefe, como o ‘Dez, nota dez’, projetada por Carlos Imperial (1935-1992), a quem sucedeu nas apurações dos desfiles das escolas nos carnavais da Marquês de Sapucaí.

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DE RENOVAR E CRIAR
.o. Estranho paradoxo. O programa do Perlinja vai ser subseqüente ao “Samba amigo”, um mês após o lançamento do novo do Mário Esteves – “Sá-ba-da-ba-doo”. Juntando-se ao do Canázio, no dia, a rádio dobra, inapelavelmente, palavras dos títulos de suas atrações. Parafraseando Fernando Pessoa: ‘Renovar é preciso, criar também é preciso’.