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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Girando com as ondas (018)

ANO DIFÍCIL DE ESQUECER
Foi um ano duro para a classe de radialistas e, -- como se pode perceber --, nada fácil para ninguém nos setores de atividades diversas. A crise econômica (indiferença de gestores à parte), a maior vilã da temporada. Os melhores profissionais, evidentemente com remuneração alta, foram os mais atingidos pelos pacotes, que resultaram nas baixas.

.o. Tantas foram as demissões, que elas se transformaram em lugares-comuns no popular veículo. Preservados, todavia, os empregos dos que atuam sob a condição de PJ (pessoa jurídica), uma categoria privilegiada, que são os agenciadores de publicidade, principalmente os que acumulam funções -- a de ‘homens da pasta’ com os da ‘latinha’.

.o. A exemplo dos demais, todavia, eles também dependem (e muito) dos pequenos que formam a estrutura de um programa – repórteres, produtores e sonoplastas, dos quais, prestadores de serviços a maioria, ignorados pelo público, solenemente no anonimato. Louve-se, na Tupi, atitudes humanitárias dos bem situados socorrendo os humildes.

O MEXE E REMEXE
.o. Retirado da grade há oito meses, o “Eu sempre quis fazer rádio”, aos sábados, 21h, está de volta à Globo, como acontecera com o “Agito geral”, agora apresentado pelo Roni Magrini. O programinha saíra de cartaz juntamente com o “Alegria ao meio-dia’ e o “Samba amigo”.

.o. Com essas modificações, o “Se liga no sábado”, surgido nos meados do ano, ‘subiu no telhado’. No lugar, folga do “Agito”, entrou o “Vem pra pista”, com o Guilherme Grillo e André Henriques. (Pelos corredores da rádio andam cantarolando um sucesso sertanejo...)

REPASSE DOS FATOS
.o. Retrospectiva é coisa que os jornais, TVs e rádios não deixam de programar a cada final de ano. E lista dos melhores aparecem nos dois primeiros, não acontecendo no ‘primo pobre’ desde que a televisão passou a predominar na preferência do público, avesso a teatros e cinemas.

.o. Num ano conturbado pela crise, de forma nenhuma, alguém (ou algum órgão) se arriscaria a promover quais os destaques daquele de que ‘o brasileiro não vive sem’. Dificilmente se encontraria dez numa listagem insuspeita. A mesmice é um fato que simplesmente impediria a escolha.

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I N T E R L I G A D A S
O jornalista e escritor Fernando Molica é o novo contratado da CBN. Vai comandar na próxima temporada, o “CBN Rio”, das 9h30 às 12h.
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Ele substitui Carolina Morand, que o SGR dispensou mês passado. Indefinida a posição da Bianca Santos, que ficou responsável pelo horário.
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Entressafra do futebol, Eraldo Leite e comentaristas de férias. Rafael Marques dá conta do dominical de debates, com o auxílio de repórteres.
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Influenciado pelo mais novo concorrente -- “Bola na mesa” -- o “Enquanto a bola não rola” esticou seu horário, indo também até às 4h.
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Treze meses depois de encerrar suas atividades no dial, a Manchete 760 continua operando em regime precário, para garantir a concessão.
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A continuidade do movimento grevista da Tupi, já na terceira etapa, criou no Rio, inusitado panorama – duplicidade em piloto automático.
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MEMÓRIA VIVA
Baseadas nos modelos de revistas americanas que badalavam os profissionais do mais antigo veículo de comunicação, especializadas do Rio, como a “Radiolândia e a “Revista do Rádio”, publicavam anualmente uma lista dos melhores em seus segmentos.

Em 1956, a “Radiolândia” lançava sua seleção. Constavam os nomes de Névio Macedo (locutor comercial); Jorge Cury (esportivo); Ricardo Serran (comentarista); Carlos Frias (narrador); Silvana Aguiar (locutora); Ivon Cury (cantor); e Ângela Maria (cantora).

Paulo Gracindo e Daysi Lúcidi, radioator e radioatriz; Ema D’Avila, atriz cômica; três produtores – um geral, outro musical e um humorístico, respectivamente, Dias Gomes, José Mauro e Francisco Anízio (que adotaria o Chico Anísio ao migrar para a TV).

Arranjador Radamés Gnatalli; regente Léo Perachi; instrumentista Jacob do Bandolin; vocal Conjunto Farroupilha; orquestra Tabajara de Severino Araújo, novelista Egard G.Alves; radiorepórter Rubem Amaral; disc-jockey Mário Luiz e animador César de Alencar.

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HORAFINAL.COM
Pulou fora da embarcação à deriva o último dos comandantes da Tupi. O impasse remete ao caso da TV homônima, que deixou um grupo de artistas na rua. Versão cabocla do Titanic, é certo, pelo menos, que neste drama haverá sobreviventes. Em qualquer circunstância.




quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Girando com as ondas (017)

GOSTO AMARGO DA CRISE
No entorno dos 72 anos de sua emissora-matriz, o Sistema Globo de Rádio distribuiu, em vez de troféus (ou medalhas), ‘bilhetes azuis’ para dez profissionais – apresentadores, narradores e repórteres. Participantes da celebração do aniversário, na sexta-feira (2), alguns deles, logo avisados de não mais pertencerem aos quadros da casa, sentiram o gosto amargo dos quitutes oferecidos aos funcionários e autoridades pela efeméride.

.o. Depois do ‘pacote’ de abril, no qual a empresa descartou duas dezenas de contratados, o ‘listão’ de agora pegou o Alexandre Ferreira, Zeca Marques e Ceci Mello (exclusiva da CBN); o Evaldo José, Leandro Lacerda e Felippe Cardoso, do esporte; os experimentados Marco Antônio de Jesus e Silvana Maciel, da reportagem e, Diana Rogers, da nova geração. (Carla Matera, nem esquentou lugar). Consequências da crise no país, ou não?

.o. Nem tudo, para os cabeças bem pensantes, deve-se a ela. Nessa oportunidade, como analisar, ou entender o quesito gestão? Na saída do Bruno Thys, dizíamos neste espaço que, administrar uma rádio não é o mesmo que dirigir uma gravadora de discos. Será que os herdeiros do Roberto Marinho estão satisfeitos com a desfiguração que vem se desenvolvendo na principal emissora do grupo? Se positivo, pontos para o compadrio.

.o. Fala-se que ‘uma nova Rádio Globo vem aí’, em 2017. O jovem, na faixa dos vinte e sete a trinta e poucos anos vai ser o público alvo. Destaques prováveis, apresentadores do tipo Ana Paula, Bruno Mattos, Guilherme Grillo, Augusto Sousa, e semelhantes.Diante do anunciado, Antônio Carlos, Roberto Canázio e o David Rangel irão – talvez fechando março -- cantar aquele samba do Tom Jobim: “É pau, é pedra/ é o fim do caminho’.

MANCHA NA HISTÓRIA
.o. Uma rádio qualquer parar por motivos técnicos nesses rincões do país, não é nada demais. Uma rádio da imponência da Tupi ficar um dia inteiro no piloto automático por dívidas trabalhistas, não é só um fato inédito, quanto inacreditável. Prova cabal de irresponsabilidade dos executivos com os subordinados, funcionários, artistas. Mais surpreendente: a greve ocorrida foi um protesto contra os atrasos de dezoito (!) meses dos salários.

.o. Tão vexatório, que não custa frisar -- um ano e meio sem ver a cor do dinheiro, ou na melhor das hipóteses, ‘vales”, para amainar o clima de insatisfação. Mancha no histórico da outrora líder dos Diários associados. Isso aconteceu na última quinta-feira (8).Muito difícil alguém trabalhar, passando informação e diversão para o ouvinte, vivendo num ambiente desses. O mínimo que se pode pensar – situação lamentavelmente caótica.

‘AGITO’ VEM, ‘AGITO’ VAI
.o. O “Agito geral” da Globo está de volta. Pela enésima vez. Com a bola no momento, o Roni Magrini, um dos renomados profissionais do ramo, que aparece na rádio em sua terceira temporada. (Em 2002, por ser altamente remunerado, o SGR mandou-o embora. A dispensa dele coincidira com a ‘rasteira’ que deram no Haroldo de Andrade (1934-2008) em agosto daquele ano. Um pouco antes, tiveram igual procedimento com o Paulo Lopes.)

.o. Digressões à parte. A primeira audição do “Agito” fora em 6 de dezembro de 1998, com o Mário Esteves. O programa era às 9h das manhãs, aos domingos. Depois, a cada mexida na grade ele entrava e saía. Dentre os comunicadores que o pilotaram, a dupla Maurício Menezes/Hélio Júnior, Loureiro Neto (1952-2014), David Rangel, Luiz Torquato e Thiago Matheus , os dois últimos de São Paulo, como o Magrini ouvido novamente em rede¹.

POR UMA TERCEIRA VIA
.o. Procura-se uma terceira via para o rádio no Rio. Com o volume (e sucessivas) demissões registradas num ano abalado pela crise econômica, Globo e Tupi -- as principais – e o veículo, de modo geral, estão caminhando celeremente para o empobrecimento (ou, quem sabe), os inapeláveis e derradeiros degraus de evidente falência múltipla. Somando-se às mais recentes baixas (exceção dos técnicos), os demitidos supera a meia centena.

.o. A imaginária reunião dos melhores profissionais demitidos a partir de abril, (na rádio da Glória) e, em julho (na de São Cristóvão) daria para formar uma emissora bastante atraente. Ela até poderia se chamar Alternativa, em condições inegáveis de ultrapassar, em audiência, as classificadas de pequeno investimento – tal qual uma FM Fanática, tida como surpresa, além, naturalmente das, digamos, seminais O Dia e Mania, do segmento.

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I N T E R L I G A D A S
Semanal aos sábados após a primeira fase, o “Agito” com Roni passou a ter maior espaço. Aos domingos e nos dias sem futebol, de 10h da noite às 3h das madrugadas.
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Com isso, o “Panorama esportivo” recuou para as 8h, ficando de fora quando houver jogos no horário. O mesmo esquema aplicado ao “Pop bola”, nas edições dominicais.
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E, a Ana Paula, que deixou de lado a Portuguesa, depois que assumiu o “Tá’ rolando música”, ganhou outro programa. Sobrou para seu comando, o “Domingo + família”.
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(Cá entre nós). Essa moça no lugar do Alexandre Ferreira -- nada pessoal --, ‘é dose pra javanês’. Por quê não contratarem uma Gláucia Araújo, hoje na combalida Nacional?
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Chamadas na Bradesco Esportes indicam que ‘a nova seleção do rádio’ vai receber mais um reforço. É nada menos que o Jota Santiago, do grupo recentemente desligado da Tupi.
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Sua estreia, porém, está prevista para o início do próximo ano, durante o campeonato regional. Correntes de bastidores já consideram Edilson Silva como o empreendedor.
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Mas, à medida que chega um integrante para a equipe, dois são afastados. No processo de restauração que a emissora implantou , tem sido assim ‘que a banda toca’, com tambores e fanfarras.
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E, dizer que, desde o início do ano, a Bradesco está funcionando ‘à meia-bomba’. Sua grade no Rio, onde virou núcleo, é bastante inferior aos breaks transmitidos de Sampa.
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MEMÓRIA VIVA
Paulo Tapajós (1913-1990), que dedicara a maior parte de sua vida ao rádio, onde começara na juventude, discorria sobre a importância do veículo na década de 80 num depoimento à Jornal do Brasil AM. “O rádio – dizia ele – era muito precário nos primórdios. Surgira para valer em outubro de 1923, graças ao trabalho dos irmãos Moreira, do Recife”.

Cantor, compositor e produtor, Tapajós foi, por certo período, diretor de programação da Nacional. Formava com Almirante, José Mauro e Haroldo Barbosa, um quarteto de ouro. Entre os programas que produziu e apresentou, destacam-se “Quando os maestros se encontram”, na então poderosa emissora, e “Nosso domingo musical”, na Rádio MEC AM.

HORAFINAL.COM
¹O SGR acaba de retornar aos programas em rede, alguns transmitidos do Rio, outros de São Paulo. Não faz muito tempo, retirara o recurso – no intuito de deter o avanço da rival carioca. A (in)decisão, de caráter econômico, parece com a de noivas em dia de casamento.


quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Girando com as ondas (016)

A BOLA QUE VIRA O JOGO
Subiu a temperatura na briga pela audiência no campo esportivo com a entrada, há pouco mais de um mês, do reativado “Bola na mesa”, do Marcus Aurélio, agora transmitido pela Bradesco Esportes FM. O programa nasceu na Tupi. A saída do Marcus, proporcionara o surgimento do “Bola em jogo’, entregue ao Luiz Ribeiro, que também assumira o Giro esportivo”, apresentado às dez da noite.

.o. Na época, o “Enquanto a bola não rola”, do Kleber Leite, na Globo, liderava o horário que dá início às jornadas nos domingos. Sucessivas mudanças na rádio abriram brechas para a concorrente, que reverteu a vantagem. Isso já dura mais de uma década. O “Enquanto...”, nos últimos anos conduzido pelo Eraldo Leite, já teve entre outros apresentadores, o Elso Venâncio e o Ronaldo Castro.

CONDIÇÕES ESPECIAIS
.o. Obedecendo as atuais condições do mercado, a Bradesco aproveitou a disponibilidade do Vinício Gama, Eugênio Leal, Antônio Carlos Duarte e Sérgio Américo, que ‘dançaram’ nos anteriores endereços. Quanto à inclusão do Sérgio Lobo, resultado de um xeque-mate no Acácio, e outro no Rogério Lourenço.

.o. Denominada pelo marketing como ‘nova seleção do rádio’, a Bradesco não se limitou, nessa briga, a recrutar reforços. Mexeu novamente na sua programação diária, trocando, a partir do meio-dia, os horários de “Os donos da bola”, “Comendo a bola”, “Bradesco Esporte Clube” e o “Sala de imprensa".

UM IBOPE PARTICULAR
.o. Embora seja cronologicamente o terceiro, “Bola na mesa” figura, de acordo com levantamento, em primeiro lugar na preferência do público. Os índices, refletidos pela interatividade através do WhatssApp, são motivos de júbilo do apresentador e participantes, considerando-se o pouco tempo de sua existência.

.o. Lobo transitou por vários prefixos e canais de TV. Ainda este ano integrava o grupo de analistas do programa esportivo da Tupi. Outro que lá estava, inclusive nas coberturas de carnaval (Fred Soares), também se bandeou para a rádio com nome de banco. Tem aparecido no novo cartaz, ou seja, na ‘seleção tri do rádio’.
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I N T E R L I G A D A S
A tragédia aérea com a delegação da Chapecoense enlutou o futebol e o jornalismo, familiares, amigos. Foi a maior delas, comparando-se a oito semelhantes.
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Dos jornalistas vitimados, Deva Pascovicci, Paulo Júlio Clement e Vitorino Chermont, os mais conhecidos. Eram do Sistema Globo de Rádio, antes da televisão.
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O primeiro foi narrador da CBN em São Paulo. Os outros trabalharam no Rio, tendo Clement inaugurado a gerência nacional de esportes do SGR, criada em 2001.
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Rubem Confette, que no começo das tardes faz o “Ponto do samba” na Rádio Nacional, saiu de férias. E, já está voltando às atividades nos primeiros dias deste mês.
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No seu lugar, a emissora escalou o Laio Júnior, da nova geração de valores, filho de um ator do passado, do tempo das novelas na tradicional estação da Praça Mauá.
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Aquele ditado que diz ‘filho de peixe, peixinho é’, não se aplica ao moço – com todo o respeito. A voz não ajuda, a inflexão muito menos. O velho Confette é nota dez.
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MEMÓRIA VIVA
Tratamos na postagem anterior dos cuidados que o rádio antigo dispensava aos títulos de suas atrações. Criatividade naquela época era uma espécie de ponto de honra para a classe. Nas linhas adiante, alguns memoráveis -- e até simples.

“Gente que brilha”, de Paulo Roberto, produção e apresentação; “Um milhão de melodias”, de Haroldo Barbosa, com Aurélio de Andrade e Reinaldo Costa; “Seu criado, obrigado”, produzido por Lourival Marques, sendo narradores Cesar Ladeira e Daysi Lúcidi (Nacional).

“No tempo de Noel Rosa”, de (e com) Almirante; “Marmelândia, o país das maravilhas”, de Max Nunes, com atores cômicos; “Caleidoscópio”, produtor José Mauro, apresentador Carlos Frias; “Boa noite para você” -- crônicas do Hélio Thys --, também com o Frias (Tupi).

“Piadas do Manduca”, de Renato Murce, produtor e ator, na companhia de Brandão Filho e o Apolo Corrêa; “Só vale quem tem”, com Aérton Perlingeiro, criador e apresentador; “Pescando estrela – de calouros – com Arnaldo Amaral, condutor e idealizador (Clube do Brasil).

Os humorísticos “A cidade se diverte”, “Regra de três” e Miss Campeonato”, de Haroldo Barbosa, Antônio Maria e Sérgio Porto – respectivamente. Apresentações, por ordem, de Carlos Henrique, Cid Moreira e, do Sérgio em parceria com a vedete Rose Rondeli (Mayrink Veiga).

“Pergunte ao João”, de João Evangelista, apresentação de Jorge da Silva (‘o Majestade’) e Anita Taranto; “Noturno” e “Especial JB”, produções do Simon Khoury, que os comandava; “Arte final, variedades”, de Luiz Carlos Saroldi, ele com Ney Hamilton (Jornal do Brasil).
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HORAFINAL.COM
Nelson Sargento, 92, apresenta “Eles têm histórias para contar”, na Roquette Pinto FM, às quartas, 3h da tarde, ancorado por Agenor de Oliveira. O CD “... 91 anos de samba”, dele com Pedro Miranda -- uma releitura de sua obra --, saiu esta semana.






quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Girando com as ondas (015)

SOLIDARIEDADE DÁ IBOPE
Há quase duas décadas na Manchete, Roberto Canázio lançava o “Telefone da solidariedade”. Um sucesso no rádio prestador de serviços. Maior êxito obtivera na Tupi, para onde ele se transferia em 2001. Canázio faz dia 1º próximo, dez anos na Globo. O “Telefone...” está de volta. Insofismável apelo que, aliado aos debates eleva os índices da audiência.

.o. Na sua chegada à emissora, o projeto de programação em rede se encontrava em curso, visando alcançar novas praças, mercados. “Se liga, Brasil”, das 13h às 15h, foi a parte dele no ‘latifúndio’. Tinha um apêndice regional, “Se liga, Rio”, na hora seguinte. Com a troca de diretores, caíram. O horário do Canázio mudou, com a doença do Loureiro Neto.

UM SHOW A MAIS
.o. O que era “Show da manhã”, agora se chama “Show do Clóvis Monteiro”, que acaba de celebrar 20 anos das 6h às 9h na Tupi. Iguala-se, partir da mudança no título, à estrutura de outros existentes na casa, evidenciando a pobreza de criatividade no rádio contemporâneo. Quando o precedente ao nome do apresentador não é a palavra ¹‘show’, é ‘programa’.

.o. Na Rádio Tamoio dos anos 70, após abandonar o ‘musica, exclusivamente música”, os apresentadores em todos os horários emprestavam seus nomes às atrações. Eram, nos lugares de um “Vitrine”, “Passarela” e “Consagração”, o programa Fernando Sérgio, idem Jorge Perlingeiro, Kleber Sayão, José Cunha,Manhoso, Marne Barcelos, Nena Martinez etc.

...VIROU FOGUETE
.o. Um ano depois de encerrar suas atividades (saiu do dial pela terceira vez), a Manchete não despertou o interesse de qualquer empresário ou igreja evangélica. Conseguiu, porém, alugar duas horas no entardecer, para uma tal de Sputnik, que faz jornalismo à moda antiga, chamado de ‘gilete press’. Entre 2006 e 2015, com um bom elenco, era alternativa em AM.

.o. A retirada de dois anunciantes -- uma indústria de cerveja e a companhia que administra trens e metrôs do Rio --, foi o suficiente para determinar que a emissora fechasse as portas. Parfaraseando um de seus slogans: “Aconteceu... virou foguete”. Na autoproclamda ‘rádio de verdade’, provavelmente nem o detentor da concessão teria imaginado isso.

NA CONTA DA CRISE
.o. E, o Hélio Júnior, hein? Sobreviveu sete meses após o término do “Alegria ao meio-dia” que a Globo mandou para as calendas, juntamente com os amigos-irmãos-camaradas Maurício Menezes, Mário Esteves e Sérgio Ricardo. O Sistema Globo, e o Condomínio Tupi – já se falou – estão parecendo lojas de shoppings em liquidação de seus produtos.

.o. Os melhores profissionais vão cedendo espaços aos estagiários (nada contra), que as emissoras contratam a propósito de reduzir os gastos na crise econômica. Eles serão, sem dúvida alguma,os radialistas do futuro, com a reinvenção do veículo, numa era que se acredita, plenamente digital. Mas, enquanto não ‘pegam jeito’, a qualidade baixa.

I N T E R L I G A D A S
A Bradesco Esportes, no Rio, modifica mais uma vez sua programação. Promoveu a reestreia segunda-feira (14) do “Sala de imprensa”, retirado da grade no início do ano. Antes um programa de debates, agora é um compacto de notícias, nos fins de tarde.
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Na primeira versão, que durava três horas, o apresentador era Ronaldo Castro. A renovada, tem o comando de Rodrigo Campos, há poucos meses reintegrado à emissora. Sérgio Lobo, atuante numa TV, é o comentarista. Último dos recentemente contratados.
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Com essa modificação, “Os donos da bola”, que tinha duas edições – uma reprisada – saiu da rádio², ficando exclusivamente na TV. Outra novidade é a extensão do “Bola na mesa”, com Marcus Aurélio que, um mês depois, passou a ser do meio-dia às quatro.
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Cantor e compositor de rock, Marcelo Novas foi o tema do “Estúdio F – momentos musicais da Funarte”, sábado (12), às 14h, e domingo (13), às 22h. Líder do Camisa de Vênus, fez lançamento de seu primeiro álbum em 1980, puxado pelo hit “Beth morreu”.
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Dono de lojas de discos antes de trocar de lado, foi parceiro do Raul Seixas, resultando daquela união o conteúdo de quatro elepês. Com o desmantelamento da banda, tornou-se cantor-solo, investindo na carreira a partir do “Because”, uma produção inteiramente autoral.
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“Faça a coisa certa”, “Simca Chambord”, "Pastor João" e “Igreja invisível”, alguns de seus sucessos. Novas, segundo André Barcinski, ‘é o único rockster brasileiro’. Ele já atuou como radialista, na Aratu FM, em Salvador, Bahia, e Excelsior, em São Paulo (hoje CBN).
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O “Estúdio F”, que semanalmente ‘exibe’ o perfil de uma personalidade musical do país, compõe a grade da Nacional há dez anos. Da equipe inicial, apenas o apresentador Paulo César Soares permanece. Paulo Baião produz. De Maria Cristina Martins, o roteiro.
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¹MEMÓRIA VIVA
Marcantes por uma dessas expressões -- ‘programa’ --, os de auditório na fase de ouro da Nacional (César de Alencar, Paulo Gracindo e Manuel Barcelos); de estúdio -- José Messias (Guanabara) e José Duba (Metropolitana). O pioneirismo de utilizar a segunda é atribuído ao Aérton Perlingeiro, criador e apresentador de “Um show para milhões”, na Rádio Clube do Brasil, a terceira no país.

Surgidas nos primórdios do rádio, as então modernas palavras migrariam, mais tarde, para a telinha mágica da TV. Reforçavam, em tese, um bordão do Velho Guerreiro Chacrinha: ’No rádio e na TV(...) tudo se copia”. Saudosismo fora, nem sempre foi assim. A Mayrink Veiga, Tupi e Clube do Brasil, além da Nacional, se esmeravam em suas produções, a começar pelos títulos.

²ERRAMOS. "O dono da bola" não saiu da programação. Mudou de horário, sendo reproduzido na rádio mais cedo, antecipando-se à "Comendo a bola". Ou seja -- é 'bola' pra lá, 'bola' pra cá.

HORAFINAL.COM
“Antonhy Garotinho e Sérgio Cabral presos. Se os deixarem na mesma cela, são capazes de formar uma facção criminosa poderosíssima. A classe política é predominantemente corrupta”. (Ricardo Boechat, na Bandnews FM).


quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Girando com as ondas (014)

AS REPRISES EM ALTA
A Rádio Bradesco Esportes (de São Paulo), transmite nas noites das sextas-feiras, com reprise aos domingos, pelas manhãs, um programa de nome curioso: “Fala moleque”. Nas últimas edições, dias 28 e 30, Ricardo Boechat era o personagem focalizado. Quem participa do programa é sabatinado por, pelo menos, duas horas.Um tiroteio verbal.
.o. No finalzinho da atração, apareceu o Milton Neves e, o inevitável ‘rasga seda’. Ele afirmou, entre outras coisas, que “Boechat é o maior jornalista do país”. Um dos mais bem-sucedido agenciador de publicidade na mídia eletrônica, Milton faz diariamente nas rádios do grupo, dezoito boletins (gravados, é claro).

OS ‘DONOS’ E O ‘B’
.o. O mais badalado programa que a Bradesco reprisa é “Os donos da bola”, originário da TV. Vai ao ar nas tardes e à noite, de segunda a sexta. Na CBN tem um parecido -- “O lado B da bola”, no mesmo período e horários. Reprises no rádio é um modismo que vem se intensificando. Surgiu no declínio da Nacional, sucateada após a Revolução de 1964.

.o. A Nacional e a MEC AM (da EBC) travam séria ‘briga’ no quesito reprises. No balaio estão programas como o “Época de ouro”, “Eles, vozes da MPB”, “Elas, vozes da MPB”, “Garimpo”, “Maestro MPB”, “Ouvindo música”, “Fole e viola”, “Estúdios F – momentos musicais da Funarte” e, “O rádio faz história”.

A JANET REDIVIVE
.o. De uma plêiade de novelistas que fizeram nome no rádio, Janet Clair (1925-1983) foi, sem dúvida, a que conseguiu maior consagração na TV. “Pai herói”, um dos seus sucessos (exibido pela Globo em 1979), está sendo reprisado no momento pelo canal Viva.Janet escreveu para as rádios Tupi e Tamoio nos finais dos anos 40.

.o. As rádios dos Associados tinha um pequeno, mas seleto time de novelistas, destacando-se, Jota Silvestre, Dulce Santucci e Luiz Quirino. No elenco de atores, Lima Duarte, Antônio Leite, Dario Lourenço, Dandrea Neto, Paulo Porto, Newton da Matta, Radamés Celestino, Nair Amorim, Nely Villanova, Luiza Nazareth, entre outros.

PASSADO, PRESENTE
.o. A jornalista Gabriela Sá Pessoa, da “Folha de S.Paulo” entrevistou Lima Duarte¹ e Tony Ramos, principais intérpretes de “Pai herói’. Um trecho: “Atravessaram os mesmos tempos frugais para astros da televisão. Com atrasos nos salários que se arrastavam por até quatro meses, precisavam fazer temporadas no teatro durante as novelas. E, ‘perseguiam boca de gringo’ (trabalhos como dublador), diz Tony.

.o. Alguma semelhança, tantos anos depois, com a última do império construído por Assis Chateaubriand, mais que mera coincidência. Já naquelas ocasiões, as empresas do ‘Velho Capitão’, através de um tal condomínio, maltratavam os seus artistas e funcionários.Não era uma particularidade dos Associados. A Continental, dos “Comandos” do Carlos Pallut remunerava seus profissionais a base de ‘vales’.

I N T E R C A L A D A S
O bombardeio da imprensa conservadora, -- “Veja” e “O Globo”, na dianteira --, não conseguiu impedir que um representante da Igreja Universal fosse eleito prefeito do Rio, segunda mais importante capital do país.
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Ignorá-lo, quem há-de. A empresa dos Marinho encarregou o Roberto Canázio de uma ‘espinhosa’ missão. O programa dele, no rádio carioca, foi o primeiro a entrevistar o senador Marcelo Crivela, novo prefeito.
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Na segunda-feira (31), Crivela ganhou espaço generoso, trinta minutos na atração matinal. O apresentador quis saber dos secretários escolhidos e, ouviu que, o de Comunicação, poderia ser ele, seu entrevistador.
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Não, rebateu, Canázio. Jamais eu trocaria o microfone por uma atividade política. O papel social do radialista -- afirmou -- é ser cúmplice das autoridades. É cobrar as realizações dos seus projetos de campanha.
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¹ Antes de ser ator, Lima Duarte foi sonoplasta, depois dirigiu programas de rádio. Foi um dos pioneiros da TV Tupi, inaugurada em 1952 na capital paulista. Tony Ramos, como indica o texto, companheiro dele na emissora do 'Chatô', extinta em 1980, quando estava sediada na Urca, Rio.


quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Girando com as ondas (013)

O RAIO-X DE UMA CRISE
Antepenúltimo mês do ano, outubro é, pode-se afirmar, o princípio do fim de uma fase do calendário, ou seja, encerramento do quarto trimestre. Segundo mês da primavera que, como as anteriores, se mostra com jeito de verão. A palavra que predomina é: crise. Nas conversas, jornais, nos meios de comunicação.

.o. Em sua história, nunca antes o rádio carioca sofrera tantas baixas quantas as do ano passado e o deste. O clímax no corrente se deu em abril e julho, respectivamente na Globo e Tupi, as mais populares, preferidas pela massa de ouvintes. Cada qual elaborou um pacote de demissões, de surpreender.

VOZES FORA DO AR
.o. Da Globo, em abril foram dispensados Jorge Luiz, Karla de Luca, Maurício Menezes, Mário Esteves e Sérgio Ricardo. Anteriormente, Robson Aldir, Ricardo Campelo, Elisângela Salarolli e Sheila Trindade. Dentre os menos conhecidos, os produtores João Carlos Caruncho, (numa lista), em outra, o Cláudio Vieira.

.o. Em julho, a Tupi distribuiu ‘bilhete azul’ para o Coelho Lima, Francisco Barbosa e Jimi Raw (comunicadores), Jota Santiago, Eugênio Leal e Sérgio Américo (integrantes da equipe esportiva), Pedro Costa (repórter especial), astróloga Gloria Britho, produtor Ricardo Alexandre, noticiarista Renato Affonso, além de outros, que exerciam funções inerentes aos bastidores.

.o. A emissora já havia demitido a repórter Carla Matera (do esporte), Caio Álex (polícia) e Laís Vieira (da geral). Posteriormente, saíram o Alberto Brandão (efetivo componente do “Show do Apolinho”) e o diretor Alfredo Raimundo, mais duradouro no cargo. Ricardo Henriques (igualmente executivo), renunciava.

VOZES FORA DO AR II
.o. Desligaram-se da Nacional (‘a mais querida’ da velha geração), a doublé de cantora e comunicadora Dorina, os jornalistas Marcos Antônio Monteiro, Luiz Augusto Gollo e Neise Marçal. Também se afastaram o Amauri Santos, Hilton Abi-Rihan e o Jair Lemos. Dos novos contratados, nem um só nome de projeção.

.o. Mais da metade da equipe da Bradesco Esportes foi destituída no limiar do ano, depois de algumas transferências pela troca de comando em 2014. Faziam parte da lista, entre eles, o Ciro Neves, Freitas Neto, Bruno Monteiro, Bruno Azevedo, Marcos Martins, Marcos Lacerda e o ex-jogador Gonçalves.

.o. Da CBN, eram demitidos o narrador Felipe Santos, repórteres Antônio Carlos Duarte, Lisandro Violante e Paulo Ferreira. Saíam da Transamérica Alexandre Chalita e Fernando Bonan (narradores), o veteraníssimo Áureo Ameno, os produtores Fernando Luiz e Rodrigo Gomes, e o ‘Cabeção’ (Fernando Ribeiro).

‘A NOVA SELEÇÃO’
A Tupi foi a primeira a proclamar que é ‘a seleção brasileira do rádio’. Depois ‘a outra’ seguindo o lema das co-irmãs paulistas. Aí, então, surgia ‘a seleção Rádio Globo-CBN’. E, agora, no campo das competições, tem ‘a nova seleção do rádio’. Você já sabe. É a Bradesco Esportes FM¹, que negociou mais duas aquisições.

Antônio Carlos Duarte (ex-CBN) e Sérgio Américo (ex-Tupi), contratados há poucas semanas pela ‘benjamim’ do Grupo Bandeirantes, juntaram-se aos recém-integrados Eugênio Leal e Vinício Gama (e porque não dizer) também ao Rodrigo Campos, que fora desligado do prefixo e reaparecera dentro de seis meses.

Embora subordinada à emissora de São Paulo, a Bradesco Esportes resolveu investir no Rio mesmo num momento de crise. Seu estilo, na verdade, iguala-se ao da CBN – o de co-gestão, praticado há nada menos que 25 anos. São por isso, apresentadores de Sampa, os programas de interesse nacional.

I N T E R L I G A D A S
Karla de Luca, antes produtora do Antônio Carlos, na Globo, fechou com o Haroldo de Andrade, na Tupi. O mesmo rumo seguiu o Maurício Menezes, como debatedor daquele programa. Carla Matera, por sua vez, pegou o caminho inverso, retornando à casa, onde já atuara, no Rio e em São Paulo.
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Freitas Neto, Bruno Monteiro e Bruno Azevedo (ex-Bradesco) encontraram abrigo na Transamérica. Ciro Neves era aproveitado pela Bandnews. Wellington Campos concentrava-se na Itatiaia de BH, da qual é correspondente há alguns anos, enquanto o Sérgio Guimarães acertava sua volta à Gaúcha.
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Listando-se apenas ‘os ases da latinha’ das rádios supracitadas, somando-se com os que trabalhavam na Beat98, Nativa, Cidade (FMs), e da Manchete (AM), ultrapassa a uma centena o número de radialistas que ficaram, nesses últimos anos, fora do mercado. Em ‘biscates’ ou desempregados, a maioria.
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MEMÓRIA VIVA
¹Em 1982 – não se vivia tempo de crise -- a antiga Rádio Guanabara (AM 1360) foi vendida ao grupo paulista e passou a se chamar Bandeirantes. Contratou, de uma só vez, profissionais para todos os seus horários. Entre os requisitados, Carlos Bianchini, Fernando Sérgio, Paulo Lopes e Haroldo de Andrade.

O salário deles era bastante superior ao que as demais emissoras ofereciam. No marketing, o slogan dizia: ‘Bandeirantes, um passo à frente da comunicação’. Em menos de um ano, a receita não cobria as despesas. Debandada geral. Ao fim de quatro meses, Haroldo retomava o seu espaço na Rádio Globo.

Semelhança à impressionante restauração da Bradesco fica na temporalidade. Muito bom seria que a crise econômica desse uma virada, e os dispensados recuperassem os seus empregos. A Bandeirantes AM, em posição secundária no Rio, sobrevive de horários alugados, como as outras de menor porte.





quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Girando com as ondas (012)

A BOLA DIVIDIDA
Dois anos depois de retornar ao rádio (cumprira uma espécie de quarentena ao se desligar da emissora dos Marinho), Marcus Aurélio estreou, domingo (9), numa segunda atração – o “Bola na mesa”, de meio-dia às 3h, na Bradesco Esportes FM. O título remonta a um similar que ele fizera há alguns anos na Tupi.

.o. Aos 35 anos de carreira, ele afirmou tratar-se da realização de um sonho trabalhar numa rádio do grupo Bandeirantes com uma equipe liderada por Edilson Silva. A proposta do novo programa, explicou, é ser diferente dos demais (subtendidos “Enquanto a bola não rola”¹ e “Bola em jogo²), os concorrentes.

.o. Marcus anunciou que o “Bola na mesa” versão 2016, será um misto de revista e debates, sem perder a profundidade e, sem ser um programa vulgar. Conta com as participações de Ronaldo Castro, um companheiro antigo, do recém-integrado Eugênio Leal, e outros que vestem a camisa com igual objetivo.

.o. Na estreia, o craque Adílio, figura histórica do Flamengo foi o principal entrevistado. Também presentes, o jornalista Cesar Faciolli (novo coordenador da EBC no Rio), o escritor Marcos Garcia e o professor de educação física Rafael Trindade. Marcus continua com o “Todas as vozes”, na MEC AM.

RITMO DO VAI E VEM
.o. Inaugurada em 2012 para transmitir diversas modalidades durante 24 horas na capital, a Bradesco mudou o seu rumo ao trocar de comando em pouco mais de um ano. No primeiro semestre deste, virava núcleo de São Paulo no Rio, concentrando-se apenas no futebol. A medida ( claro) resultou em demissões.

.o. Antes, com a saída do José Carlos Araújo e a chegada do Edilson Silva, houve as naturais alterações de seus componentes. Jorge Eduardo era o destaque, na lista dos que logo deixavam a equipe. Fábio Azevedo substituía-o. No processo de restauração, Fábio decidia encerrar o ciclo na casa.

O RECURSO DA FUSÃO
.o. No limiar das comemorações de aniversário da CBN – completou 25 anos no dia 1° -- , o SGR transformou em uma, o que eram duas equipes esportivas. Um drible na crise e, sobretudo, auto-reconhecimento de que, no campo, perdia feio para a maior adversária. Na ‘que toca a notícia’, raros fundadores permanecem.

.o. São os casos, por exemplo, da Carolina Moran (na geral) e Carlos Eduardo Éboli (no esporte). Nomes expressivos como o Sidney Rezende e Alves de Mello, tiveram seus contratos rompidos, o primeiro dispensado em 2009, o outro, no ano passado, depois de licenciar-se durante um período, por problema de saúde.
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I N T E R L I G A D A S
¹ Criado por Kleber Leite em 1985, na Tupi, integra a Globo desde 1987. O Loureiro Neto (1952-2014) assumiu o lugar do Kleber que trocara o rádio pela publicidade. Antes e depois do Eraldo Leite, coordenador e algum tempo apresentador, revezaram-se no comando, o Elso Venâncio e o Ronaldo Castro.
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² O nome foi adotado por Luiz Ribeiro, que substituiu Marcus Aurélio na transferência deste para a CBN. Marcus acumulava a condução do “Giro esportivo” e o da hora do almoço. Curiosidade. Anterior ocupante do horário era nada menos que Loureiro Neto. O "Bola rolando” rivalizava com o ‘da outra’.
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A parceria Edilson Silva-Ronaldo Castro data de 2006, logo após a Copa do Mundo da Alemanha. Formara-se com a renúncia de Luiz Carlos Silva, então líder da Bandeirantes AM, que também optava pela publicidade. Ali, a dupla ficou curtíssimo tempo. Também na Tamoio e na Transamérica. Fixou-se na TV.
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Num país em crise econômica (e outras), nas correntes nada otimistas há convicção de que a Bradesco Esportes tem prazo de validade estipulado. Será, certamente, muito ruim para a classe, desprovida, nos últimos dois anos, da Beat98, Nativa e Cidade, além da que se dizia ‘rádio de verdade’, a Manchete.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Girando com as ondas (011)

EM CRISE AOS 81 ANOS
Uma emissora em crise pode comemorar alguma coisa – um aniversário, por exemplo? A Tupi chegou aos 81 anos de existência neste domingo (25) em situação nunca vivida na sua história. ‘O futuro a Deus pertence’, se diz em qualquer religião. No caso da Tupi, ninguém sabe ou imagina.

.o. O que não faltam são especulações. A rádio estaria na iminência de cair em mãos de uma seita evangélica, que arrendaria o passivo, como já acontecera com a Tamoio que, em tempos remotos era componente dos Diários Associados, condomínio cuja função principal, hoje, é de sorvedouro.

.o. É a ele, pelo que se revela, que a emissora destina a maior parte de seu faturamento, cobrindo dividas de uma série de compromissos, especialmente no tocante aos investimentos nos estúdios moderníssimos implantados há dois anos em São Cristóvão, que substituíram os da Saúde.

A CADEIA QUEBRADA
.o. Fundada por Assis Chateaubriand que seria o proprietário de uma cadeia de jornais e rádios no país, a Tupi concorria, nos áureos tempos, com a Mayrink Veiga, Clube do Brasil e Nacional. Chateaubriand era chamado de ‘Velho Capitão’ por um de seus subordinados, repórter de “O Cruzeiro”.

.o. Pontificavam na tradicional emissora, nomes do nível de um Ary Barroso, Almirante, do Carlos Frias e do Collid Filho. Entre locutores, atores, humoristas, produtores, e cantores, Osvaldo Luiz, Olavo de Barros, Max Nunes, Affonso Soares, Sílvio Caldas, Gilberto Alves e Dircinha Batista.

.o. A Avenida Venezuela, um dos endereços da Tupi chegou a ter, após a Copa do Mundo de 1950, em seus anos dourados, o maior auditório de uma rádio. Era apelidado de ‘Maracanã’, alusão ao estádio criado pelo jornalista e escritor Mário Rodrigues Filho, autor do livro ‘O negro no futebol”.

AVANÇO DO CACIQUE
.o. Com uma trajetória gloriosa na radiofonia da terra, a emissora alcançou um grande vôo nas duas últimas décadas. Isso, graças a um dos homens que mais entende do assunto -- Alfredo Raimundo. Afastado compulsoriamente, ele se somou aos inúmeros que receberam ‘bilhete azul’ este ano.

.o. Mestre Alfredo, personificando o ‘Cacique’, aproveitou a brecha deixada pela concorrente-mor, cujos executivos decidiram investir num projeto que consistia em nacionalizar a programação, visando a receita de outros mercados. Mas, a rádio tem ‘pés de barro’ – previra um estudioso do tema.

.o. Cresceu -- é verdade – arrebatando profissionais ‘da outra’, que migraram para suas hostes. Como no poema do Vinícius, ‘foi bom enquanto durou’. A base, todavia, tinha por nomes e sobrenomes, verbas estaduais a partir da gestão Leonel Brizola, acordo alimentado pelos governos seguintes.

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I N T E R L I G A D A S
Está na Tupi, um dos mais antigos programas de rádio do Rio, “Patrulha da cidade”. Criado por Affonso Soares em 1960, hoje é conduzido por Mário Belisário, que substituiu Coelho Lima, recentemente. Entre outros, formaram dupla com Affonso, na condução, Paulo Lopes e Samuel Corrêa.
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Originário de jornais, o cronista Antônio Cordeiro lançava em 1940 na Rádio Nacional, a resenha “No mundo da bola”. Carlos Borges se tornaria um apresentador vitalício, pelo tempo que vem exercendo a função. Na lista de condutores, os nomes de Washington Rodrigues e Luiz Penido.
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Uma das estrelas do rádio-teatro (passou pela Tupi e Globo), Daysi Lúcidi fez, com o fim das novelas da Nacional, embasamento no “Seu criado, obrigado”, em parceria com o Cesar Ladeira. Há 45 anos comanda o “Alô Daysi”, um dos pioneiros na prestação de serviços. Ela ainda atua na TV.
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Especialista em música americana, Nelson Tolipan se dedica ao gênero há umas quatro décadas. Ele produz o “Momento do jazz”, na MEC. Às 2ª, 4ª e 6ª, 11h da noite no AM, aos domingos, às 10h no FM. O global Antônio Carlos cultivava, em seu início, as bigs bands e os standards na Metropolitana.



quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Girando com as ondas (010)

UNS MODOS DE FALAR
A conhecida voz das transmissões de futebol costuma afirmar que ‘brasileiro não vive sem rádio’. Você, interessado no tema, concorda, ou não? Um baluarte do veículo que viveu encastelado na retaguarda, tinha por mote estas frases de palavras simplórias:‘Uma coisa é uma coisa;outra coisa , outra coisa’.

.o. Identificaria você aquela e esta personalidade, que fizeram (e fazem) nomes na história desse meio de comunicação cada vez mais dependente da internet? A partir disso, tratamos de algumas observações que analisamos na sequência. Um leve repasse nos bordões, slogans e seus maneirismos.
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É ISSO, COMPANHEIRO
.o. Entre uma informação ou um comentário, o Roberto Canázio* não escapa, no dia a dia de suas apresentações, de um ‘de qualquer maneira’ e do ‘que que é isso?’ O programa que ele conduz recuperou, na última reforma, o espaço perdido em 2015. Custou, mas, os cardeais devolveram-lhe o quadro do “Debates populares”, do inesquecível Haroldo de Andrade, uma das razões do sucesso.

.o. Saímos do campo das variedades para um especializado. Encontramos nesse, o comentarista esportivo Ronaldo Castro, ‘o do recado certo’, slogan desde o tempo de repórter. ‘Agora’, é a expressão-base que utiliza para argumentar com seus companheiros. Outra : ‘possante’, toda vez que se refere a um membro da equipe ou a um jogador que se destaca. E, tem o ‘olha só’.
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BOLA E IRREVERÊNCIA
.o. Colega do Ronaldo numa temporada na Rádio Nacional (o esporte tinha a chancela do publicitário Ilber Mendes), Luiz Ribeiro firmaria o pé na Tupi com um programa noturno,nos dias sem futebol. Nesse cartaz, em que substituiu o Roberto Figueiredo, o forte são os debates sobre as manchetes do dia. Logo ele assumira o “Bola em jogo, com a saída, para a CBN, do Marcus Aurélio.

Foi, em curto período, o segundo comentarista nas jornadas da equipe. O ‘da opinião definitiva’, era o slogan que adotara. Inevitáveis nas duas atrações, ele recorrer ao batido ‘daqui a pouquinho’. Em algumas oportunidades, contrapõe um ‘quebra tudo’, popularizada pelo Garcia Júnior, figura folclórica do rádio esportivo, que formou uma geração. LR teria ‘bebido na mesma fonte’.
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EXPRESSÃO DE TIME
.o. Em onze apresentadores de rádio e TV, segundo criteriosa pesquisa, nove se valem do termo. Um recordista na sua utilização é o Alexandre Ferreira que, na Globo, comanda o “Acorda Rio” e o “Domingo + família”. No seu repertório, desfila o ‘Dá um sorriso pra mim’, concitando o público, a audiência. Bem próximo do ‘alguma coisa está fora de ordem’, numa canção do Caetano Veloso.

.o. Parafraseando o saudoso Stanislaw Ponte Preta -- que seria dos globais sem ele ? Poderíamos assinalar que, com o tal bordão, o comunicador inscreveu seu nome na pré-história da internet, pois, o mais noviço dos internautas sabe perfeitamente que, através do moderno recurso, se pode ver um radialista na tela. E, dessa forma ‘é bastante provável dar’ (e retribuir) a solicitada manifestação...
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SIMANCOL NÃO É AQUI
.o. Raros os intervalos não precedidos de um ‘voltamos, já já’. Passagens de repórteres sem um ‘obrigado pelas informações’. O trânsito, matéria prima dos melhores (e mais importantes prefixos) está sempre ‘complicado’. Nas ruas, avenidas, praças, pontes, viadutos e... naturalmente, nos microfones.

.o. No futebol, em lances de perigo na área, a exclamação previsível: ‘Eu vi essa bola lá dentro!’ Num gol de fato – golaço para a maioria – (inescapável a redundância) ‘... o goleiro nada pode fazer’. O rádio, mesmo em crise, carente de criatividade, ainda é, no entender desse escriba (toin!) um veículo fascinante.

.o. Reciclagem no seu modus vivendi, porém, vamos ter que esperar sentados, nos sofás bem confortáveis. Talvez se torne uma realidade quando o analógico não estiver mais em uso. Ou -- quem sabe -- , venha a ser possível com o despontar de uma nova geração valorosa assumindo os postos dos venerandos.
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I N T E R L I G A D A S
Gilson Ricardo, hoje na Tupi, é dos radialistas aposentados ainda em atividade. Descoberto por Waldir Amaral narrando futsal na Difusora de Petrópolis, pensou que fosse trote, ao ser convidado pelo próprio para trabalhar no Rio.
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Permaneceu na Globo durante 35 anos, perdendo apenas para o Áureo Ameno, 42 ininterruptos. Gilson, versátil e personalíssimo, foi criador de inúmeros bordões, sendo o ‘Para com isso...’ e ‘Tá’ tudo combinado’, os mais populares.
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E, o núcleo carioca da Bradesco prossegue na restauração de seus quadros. Desta vez contratou mais outro (o segundo) da rádio de São Cristóvão, que fora embalado no ‘pacote de julho’. É o Eugênio Leal, apresentador e comentarista.
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Para o lugar que ele ocupava na líder (?), promoveram o Marcus Vinícius. Por sinal, o seu desempenho é deveras surpreendente. Mr Bean apresentou-se nos primeiros dias, melhor que alguns detentores de rodagem maior no exercício.
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MEMÓRIA VIVA
/o/ Cultuado por estudiosos e apreciadores de música instrumental, o violonista Dilermando Reis (1916-1977), atuou no rádio por nada menos que 30 anos, passando pela Clube do Brasil (a segunda surgida no país) e a Nacional (um ícone na época de ouro) inaugurada há 80 anos. A exemplo de outros grandes nomes do cancioneiro, o centenário dele foi pouquíssimo comemorado. A obra de Dilermando, paulista de Guaratinguetá, compara-se em importância, à dos violonistas e compositores João Pernambuco ( João Teixeira Guimarães, no registro) e Garoto (batizado Aníbal Augusto Sardinha).
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• Canázio vai completar em dezembro dez anos na Globo. No momento, está de férias em Portugal -- nos revela a governanta lá de casa, que não soube informar o nome da cidade. Se entrasse no lugar um tal de Soares – diz – desligaria o rádio. Mantém-se na audiência, acrescenta, porque é o David Rangel, um cara legal, que ficou no programa.






quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Girando com as ondas (009)

MEC E NACIONAL, 80
A Rádio MEC AM celebrou em 1º deste mês 80 anos de fundação. Nascida Sociedade do Rio de Janeiro em abril de 1923 por iniciativa do professor e cientista Edgard Roquette Pinto, foi transferida nas comemorações da Independência, em 1936, para o chamado, na época, Ministério da Educação e Saúde¹ -- posteriormente Cultura.

.o. Roquette Pinto entendeu que o empreendimento buscava o lucro e, decidiu doá-lo, sob o compromisso de que não deveria ser utilizado para outros fins senão o desenvolvimento da cultura popular. Onze dias separam os aniversários da MEC e Nacional, inaugurada em 12 de setembro na Praça Mauá, 7.

.o. O Edifício A Noite, até então o maior do Rio, era classificado pelas pessoas simples como ‘arranha céu’. Roquette Pinto abria mão da posse da MEC, em meio aos preparativos que originariam o surgimento, de acordo com os historiadores, de uma das mais importantes emissoras de rádio da América Latina. (Radiobras,antes. EBC, depois).
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O PROJETO CAÍDO
.o. Ainda na quadra final deste mês em 2012, inaugurava-se a Bradesco Esportes. José Carlos Araújo encabeçava o projeto, visando divulgar modalidades diversas no Rio durante 24 horas, além naturalmente do futebol. Um desafio para ele, que atuara na Globo por quatro décadas.

.o. Pouco mais de um ano da inauguração da rádio, em dezembro de 2013, a ideia não avançara nos resultados. Qual navegante alerta, o Garotinho deixou o barco para outro timoneiro tocar. Foi, com seus amigos diletos – Gerson Canhotinha e Gilson Ricardo --, armar em rios novos, cordas voltadas para uma galera jovem, basicamente integrada por universitários.

.o. A Transamérica, apesar de ser essencialmente musical, dispunha a ceder uma faixa de seu latifúndio sonoro para mais uma empreitada. O manda-chuva de lá, Eder Luiz, embora concorrente, abonava. Ou seja: profissionais veteranos, de espíritos joviais, um bom investimento. Dependesse apenas dos teen-agers, o trio ainda estaria ‘cumprindo sua versão pop’.
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POLO DA CONVERSA
.o. Mudança de comando, mudança do polo da conversa. Cada timoneiro toca o barco a seu jeito, filosoficamente devagar – bem o diz Hermínio Bello de Carvalho em melodia do Paulinho da Viola. Na visão do poeta, ‘quem me navega é o mar’. Não ‘tava’ pra peixe o mar, modalidades se foram. Valorizou-se o esporte bretão. Em 24h, predomínio de Sampa.

.o. No começo do ano, o que era em tempo integral, foi drasticamente diminuído. A crise econômica também atingia veículo com nome de banco. E, a Bradesco dispensava mais da metade de seus contratados. A grade local (espécie de núcleo carioca) restringia-se a um quinto dos programas. Prioridades para os jogos das equipes fluminenses.
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SE LIGAR FAZ BEM
.o. Vai muito bem, cinco meses depois de sua estreia, o “Se liga no sábado”, com o Guilherme Grillo, às 10 da noite na Globo. Do gênero variedades, já fez, porém, esquecer o “Plantão de notícias”, antecessor.Concorre ‘ao vivo’, com o “Musishow”,do Cirilo Reis (Nacional).

.o. Interagindo no WhatsApp dia 27, um ouvinte chamou o apresentador de João Grillo (coisa do consciente coletivo), confundindo-o com o personagem de “O auto da compadecida”, renomada peça teatral de Ariano Suassuna. O humorado Guilherme tirou de letra.
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UMA VISÃO DA EBC
.o. “Talvez nunca se tenha falado tanto da Empresa Brasil de Comunicação, a EBC². E, a EBC não é só TV Brasil. Abriga uma cadeia radiofônica que cobre as regiões Norte, Nordeste e Amazônia, esquecidas pela grande mídia. Comporta a Agência Brasil, que fornece conteúdo atualizado a milhões de pessoas e centenas de veículos.

.o. “Fala-se também em cabide de empregos. Têm-se aí ou a ignorância ou a falácia – ou ainda uma combinação perversa de ambas . Hoje a EBC tem menos funcionários do que na data de sua criação. (...) Cerca de 54% dos trabalhadores eram concursados, ou do quadro permanente; hoje, esse número subiu para 95%.

.o. (...) “A lei que criou a EBC previu um financiamento autônomo, a Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública, a ser cobrada das operadoras de telefonia (...) O que é arrecadado vai para o Fundo de Fiscalização das Telecomunicações.

.o. “Por força de recursos judiciários, porém, o dinheiro está retido. (...) R$ 2 bilhões, e quase R$ 1 bilhão recolhidos pelas operadoras que não recorreram. (...) O dinheiro está “confiscado” pelo Tesouro para engrossar o superávit primário, o que obriga a EBC a viver (...) a conta-gotas, ao sabor das conveniências do momento.

(De um artigo do jornalista Ricardo Melo, presidente da EBC, publicado na “Folha de S. Paulo”, em 29/8).
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I N T E R V A L O
/o/ Início do mês, folga na maratona de quatro dias de bola rolando. Sexta-feira, no “Panorama esportivo (Globo), impagáveis os desempenhos do Evaldo José e Francisco Aielo, revolvendo o folclore dos bastidores.

Propiciaram a seus ouvintes momentos excepcionais. Como reprise virou moda em alguns prefixos, quem sabe valha repeti-lo em um sábado ou domingo. Com a vinheta: “Este programa foi uma reapresentação...”
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/o/ Quem cursou jornalismo sabe que, no rádio (ou Tv), deve-se evitar textos rimados. Redundantes, nem pensar. Domingo (4) de manhã no “Jornal da CBN”, a voz (não identificada), dizia do ‘mau estado das estradas’.

E, a Rosean Kennedy, ao reproduzir matéria de “O Globo” sobre o FGTS, falava de uma ‘frente para enfrentar...’ Primeira all news no país, a CBN completa 25 anos em outubro. Comemoramos, ou penalizamos?
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/o/ Reconduzido a Bradesco, Rodrigo Campos é, agora, o segundo narrador da casa. /o/ A emissora contratou, logo depois, o Vinícius Gama, ex-Tupi, aproveitado como âncora. /o/ Também destituído daquela no ‘pacote de julho’, o experimentado Sérgio Américo acertou seu ingresso na Transamérica.
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¹ Dados extraídos do livro “Rádio no ar – o veículo, a história e a técnica”, do professor de jornalismo Luiz Artur Ferraretto, Editora Sagra Luzzatto, 2ª edição.

² O papel da EBC, no país, segundo Ricardo Melo, compara-se ao da BBC, na Grã-Bretanha, a Rai, na Itália, RTP, em Portugal, NHK, no Japão, PBS, nos EUA.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Girando com as ondas (008)

O OURO DO RESGATE
Sem apresentar o futebol que a torcida esperava, a seleção masculina ganhou da Alemanha o jogo final da Olimpíada, a Rio 2106. Feito inédito, a conquista do primeiro ouro olímpico, um resgate para o seu prestígio nos meios esportivos, seriamente abalado desde a Copa de 2014. Com o placar de 5 a 4, gol de Neymar e defesa de uma cobrança pelo goleiro Weverton, os dois se transformariam nos principais responsáveis pelo sucesso.

.o. O ineditismo do título da equipe brasileira, reverberou também, na retransmissão do jogo pela MEC AM. Em 80 anos de sua história, nunca havia participado de jornadas esportivas. Seus sintonizadores jamais cogitariam de viver tal situação. Pelas ondas da Nacional, chegava a eles a voz do André Luiz Mendes, titular da emissora em Brasília. André normalmente cobre as partidas no Mané Garrincha, sendo um precioso trunfo da casa.

.o. Graças aos recursos da tecnologia, André fez dobradinha com Waldir Luiz (no Rio) – ‘o comentarista que sabe o que diz’, como se os outros, não (ou nada) soubessem). A sua narrativa vibrante é entremeada por um bordão absurdamente esquisito. Dependendo do desenrolar das descrições, ele costuma dizer que, ora ‘a casa cai’, ora ‘a casa vai cair’. E, a todo instante proclama, dicção inflamada, que ‘a Nacional é a verdadeira rádio do Brasil’ (*).
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TUDO A FAVOR
.o. O SGR foi o que mais pontificou o seu trabalho na cobertura da Olimpíada, movimentando um contingente de esportistas em todas as modalidades. Foram destaques os programas especiais apresentados em horário integral na freqüência do AM 1220. O “Estação Rádio Globo” e o “Central dos Jogos”, sem sombra de dúvidas, de alto profissionalismo, e as melhores sacadas.
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COADJUVANTES
.o. As cariocas Bradesco Esportes e Bandnews Fluminense funcionaram como simples repetidoras da Bandeirantes de São Paulo, cabeça do grupo, no comando das ações. Pequenas as participações dos representantes da segunda do triunvirato, e menor ainda, nos da que leva o nome do banco. A empresa já estaria, segundo fortes rumores, decidida a formar um núcleo no Rio.
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CASA DO CONTRA
.o. Na hora do Brasil e Alemanha, a Tupi transmitia de Cariacica, Espírito Santo, o jogo do Vasco e Sampaio Correia, série B do Brasileiro. Nem ouvintes fiéis entenderam. Sobre a Olimpíada, informativos e comentários avulsos. Contrariaram, até, um popular slogan: “Quem 'tá no Rio, 'tá na Tupi”. O mais recente, rodando na emissora – ‘Eita rádio danada de boa’ -- uma engambelação.
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I N T E R V A L O
(*) Fez-nos lembrar de um outro Luiz, o de França,dos melhores comunicadores do veículo. Em todas as rádios por que passou (a falida Manchete foi seu último endereço), ele afirmava ser o seu programa ‘o verdadeiro da família brasileira’.
Há algum tempo (e, hoje especialmente) curtindo na bucólica Serra da Mantiqueira a sua Barbacena tão divulgada, possivelmente se diverte, – entre uma e outra pescaria –com uns ‘pitacos’ na Uai, web do neto Rafael.



quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Girando com as ondas (007)

À MARGEM DA OLIMPÍADA
As rádios do Sistema Globo e do Grupo Bandeirantes são os destaques na Olimpíada, a Rio 2016. Aquela utilizando quatro canais, o AM 1220 em tempo integral. Esta,liderada pela matriz em S. Paulo, rede formada com a Bradesco Esportes e Bandenews Fluminense.

.o. A cadeia Nacional-MEC AM, da EBC surpreendeu, apresentando um trabalho bastante qualificado. Surpresa maior (e negativa) foi a Tupi. Há alguns anos líder no futebol regional, está se limitando aos noticiários do evento. Será por quê? Marcos Di Giácomo é um dos que sabem.
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PELA DINÂMICA...
.o. No rádio do carro, o locutor de um matinal programa informava que “o deputado que faltar sessões da Câmara será descontado”.Ele ‘comeu’ a preposição ‘a’ e o seu plural que, no bom português liga a palavra ‘faltar’ a ‘sessões”. Muito comuns coisas do tipo, em nosso amor de cada dia, a pretexto da dinâmica em que o veículo funciona.
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... E REDUNDÂNCIA
.o. Experimentado comunicador diz sonoramente todas as manhãs que ‘a ouvinte sorteada pelos supermercado X, tem direito a um vale, no valor Y, para suas compras. Craque de futebol no passado, um comentarista bem-sucedido na era contemporânea, ainda confunde o momento em que deve usar o termo ‘onde’ ou o ‘aonde’.
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COM GRADE MENOR
.o. As saídas de comunicadores que atuavam nos fins de semana provocaram redução de atrações na Tupi, nas madrugadas e manhãs. Na grade eram quatro, ficaram três, assim delineada, a partir do período seguinte às demissões: O “Baú...”, de meia-noite às 4h, “Domingo show”, daí às 8h, e o “Show do Heleno Rottai”, de lá ao meio-dia.
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I N T E R V A L O
/o/ Conhecido como ‘o homem do passarinho’, num tempo em que narrava futebol na Rádio Nacional, Wellington Campos firmou-se na função de repórter da Itatiaia, de Belo Horizonte. É, desde que saiu da estatal, correspondente daquela emissora no Rio, embora trabalhando em outras cariocas.

/o/ Também prestam serviços à rádio mineira nesses dias, baseados no Rio, Leonardo Baran (passagens pela Globo e Nacional) e Lígia Souto, da EBC. Segundo o marketing, ‘na Olimpíada, a Itatiaia é medalha de ouro’.





quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Girando com as ondas (006)

AS INCERTEZAS NO DIAL
Estaria o rádio morrendo, ou apenas se transformando? E, qual seria o motivo – a ascendência das redes sociais, avanço da internet, má gestão dos executivos, ou pura e simplesmente a crise, que vários setores enfrentam, inclusive os meios de comunicação?

.o. Três meses depois de a Globo dispensar dez de seus contratados, agora foi a vez da Tupi. Como num castelo de cartas, caíram ases, damas e valetes, totalizando dezesseis profissionais, responsáveis pela liderança da ‘rádio-família’ durante mais de uma década.

.o. Encabeçam a lista (‘um pacotão’), os comunicadores Coelho Lima e Francisco Barbosa, astróloga Glória Britho, narrador esportivo Jota Santiago, comentarista Eugênio Leal, repórteres Sérgio Américo e Pedro Costa, produtores Ricardo Alexandre e Paula Raniéri.*
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MATERA E O CAMPO
.o. Representante maior do feminismo no rádio esportivo, Carla Matera está repetindo o percurso de um ano distante – da Tupi para a Globo. Na primeira ocasião, trocou de endereço por conta própria. Desta, desligada na companhia de colegas em abril último.

.o. Carla incorporou-se à principal emissora do SGR no início do mês em curso. No final da outra passagem pela empresa dos Marinho cumprira, também, uma temporada na afiliada de São Paulo. Os desportistas passaram a conhecê-la através da Tropical FM (hoje Família).

.o. Depois, Matera transferiu-se para a Tamoio. Numa época em que lá estavam, entre outros profissionais, José Cunha, Halmalo Silva, Paulo César Tênius, Iata Anderson e Cícero Mello. Antes dela, a mais conhecida era Astrid Nick, estabilizada plantonista da Nacional.
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ERA UMA VEZ MARIA
.o. Na mesma rádio em que Matera ensaiava sua trajetória, surgia, no Rio, Andrea Maciel, que se tornara a personagem ‘Maria Chuteira’, figura criada por José Carlos Araújo, na Globo. Descobrira o rádio em Teresópolis, onde fazia recreação num hotel-fazenda.

.o. Moradora em Cabo Frio, a ‘Maria Chuteira’ inovou como repórter, adotando um estilo peculiar. O sucesso, porém, não mudou o seu jeito. Em pouco tempo, vencida pelo cansaço da viagem semanal, abandonou o veículo, por uma assessoria em seu município.

.o. Ao contrário da TV, o rádio não é pródigo no aproveitamento de mulheres no setor.. A pioneira (o Google não registra) Marilena Alves, na extinta Continental. Últimos destaques,Aline Falcone (ex-CBN), Camila Carelli,(Globo) e, na falida Manchete, Amanda Viana.
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EM OUTRO PLANETA
.o. Revolucionária no segmento nos anos 1970/80, a Cidade FM começou a se descaracterizar com o arrendamento pela OI. Tempo vai, tampo vem, passou para o controle da Jovem Pan, núcleo do Rio. Ao retornar à sua proprietária , a JB, nunca mais seria a mesma.

.o. Mudar é preciso. Navegar também, como no poema do Fernando Pessoa. Tantas as mudanças, que a Cidade navegou em águas turvas e, a exemplo de outras, na crise, perdeu anunciantes e público. O Grupo Universo assumiu a concessão na virada do mês.
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I N T E R V A L O
/o/ As emissoras de rádio poderão, durante a Rio-2016, Olimpíada -- de 5 a 21 --, transmitir o informativo oficial “A voz do Brasil”, em horários flexíveis. De acordo com os seus interesses, entre as 20 e 22h, como acontecera pela realização da Copa do Mundo no país.

/o/ O programa “Quando os maestros se encontram” influenciou na carreira de João Roberto Kelly – disse ele ao Rubem Confete, sábado (23), numa série pelos 80 anos da Nacional. Sobre Radamés Gnatalli e regentes: “Na primeira vez que conheci (sic) Radamés (...)”

/o/ Humorista que se preza, não perde o pique, ou a piada. “Vera, fala com o Canázio ‘ao vivo’, lá na Rádio Globo”, alertava Hélio Júnior, como repórter (reconduzido), no “Plateia amiga”, quarta (27), nova curtição da emissora da Glória. Um rodízio na rua.

/o/ Com os valores dispensados ou que pediram desligamentos, nos últimos meses, dava para montar duas emissoras alternativas. A medida seria o aluguel de horários nas chamadas de pequenos investimentos, em sua maioria, desconhecidas dos sintonizadores.

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* Diante da débâcle recém-ocorrida, soa de maneira irônica o novo slogan veiculado pela Tupi. “Eta rádio danada de boa” é, para os apreciadores desse amor antigo e, principalmente os desempregados dela (e de outras), um lamentável requinte de crueldade.






quinta-feira, 21 de julho de 2016

Girando com as ondas (005)

UMA DÉCADA PERDIDA
Em time que está ganhando não se mexe – é frase recorrente nos meios esportivos. Tal assertiva pode ser aplicada também no tocante à grade de programação das emissoras de rádio (ou TV*). A análise que ora fazemos tem por base a planilha do confronto, nos últimos anos, entre as duas principais estações do Rio, igualmente populares, a primeira sediada na Glória, a outra, há pouco tempo em São Cristóvão.

.o. No quesito estabilidade, a dos Marinho vem perdendo feio na década, para sua rival. Tantas foram as modificações, que lembra certa cantora famosa, apesar de um único sucesso, notabilizada muito mais por sua constante troca de parceiros. Enquanto esta (a do Russel) lançava há três meses duas novidades – uma diária, à tarde¹, outra semanal, à noite² – a concorrente mantinha o seu quadro irretocável³.
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PAPEL DE NARCISO
.o. Vitupério é das palavras mais feias no dicionário. Serve para definir as pessoas que se autoelogiam. No “História de cada um”, segunda, 12, Antônio Carlos lia mensagem de um admirador do programa, afirmando, inclusive, ‘que seu café matinal é muito melhor’ por estar na sintonia . Ele comanda uma das raras atrações que permanece na grade há muito tempo -- desde janeiro de 1987, seguramente 29 anos.
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NAVE SEM RUMO
.o. Às noites sem futebol, “Dito e feito”, com Gláucia Araújo (ao entardecer), pela Nacional, tinha uma edição extra, até às 22h. Em duas semanas, apareceu um “Musical especial” no estilo ‘vitrolão’, comum às rádios do interior. Primeiro com o Cirilo Reis, depois com a Luciana do Valle e, nesta, o piloto automático no horário. Positivamente, a emissora é uma nave sem rumo, como um filme italiano.
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SOB NOVA DIREÇÃO
.o. O comentarista Álvaro Oliveira Filho assume interinamente, mês que vem, a direção de jornalismo da CBN. Substituirá Mariza Tavares, que exerceu o cargo por 14 anos, dos 26 no SGR. Álvaro já foi gerente nacional de esporte na empresa. Sucedeu a Paulo Júlio Clement, o pioneiro na função. Mariza, que está saindo, parte para projetos pessoais. Vai se dedicar a uma editora no mercado de livros.
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OLIMPÍADA EM AM
.o. A ‘Seleção’ Rádio Globo-CBN vai fazer, em tempo integral, a cobertura das competições da Rio 2016, os Jogos Olímpicos. Será no AM 1220 – dizem as chamadas. Com isso, evidentemente, a programação normal durante a Olimpíada, chegará ao público através do FM 98,1 (na matriz), AM 860 e FM 92,5,(sintonias da sua filial), além de outras plataformas, internet, os aplicativos de celulares e tablets.
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O AMIGO, OS HERÓIS
.o. Popularizado como ‘O amigo da madrugada’, em tempos remotos, Adelzon Alves deixou gravado, um belíssimo trabalho na combalida Nacional -- “Um século de samba”. Ele foi mais um a sair da emissora, neste ano de incertezas. Verdadeiros heróis da resistência, os que estão na casa, hoje, sem perspectivas de melhorias, veteranos Gerdal, Daysi, Confette e Geraldo do Norte, os novatos Dilo Araújo e Laio Jr.
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I N T E R V A L O
¹ “Tá’ rolando música”, com Ana Paula Portuguesa e Bruno Mattos. De segunda a sexta, das 13 às 16. Desbancou, por tabela, “Alegria ao meio dia” e o “David da vida”. (Nunca, numa rádio importante, se viu coisa igual, a não ser na ‘Revolução’).
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² “Se liga no sábado”, com Guilherme Gillo -- que dispensou o Alves do sobrenome -- , é o ocupante da vaga deixada pelo “Plantão de Notícias”. (Qualquer semelhança com o “Se liga Brasil” e “Se liga Rio”, lançados em 2006, mera coincidência).

³ A grade-Tupi pouco mudou em dez anos. Contratados Francisco Barbosa (em 2006), Haroldo de Andrade (2008), e Mário Belisário (2013). Haroldo, de semanal, em 2014 para o lugar do Barbosa, diário. Belisário para o do Sílvio Samper.
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* A cada mês, últimamente, o "Fantástico" estreia um quadro. Fosse emplacada a terça parte das novidades, a revista precisaria de umas cinco horas de duração. Empataria com o seu adversário, emérito vendedor de perfumes, e ilusões.


quinta-feira, 7 de julho de 2016

Girando com as ondas (004)

VERDADES NAS CRISES
Às vésperas de completar 80 anos de fundação,a Nacional do Rio atravessa um dos piores momentos. O clima é tenso entre os funcionários, diante do anúncio do governo de fechar a TV Brasil, e transformar a rádio em repetidora da matriz, em Brasília.

Quase privatizada na era Sarney, revitalizada à meia-bomba no lulopetismo, a emissora, vinculada à EBC em 2007, não escapou do processo de decadência em que mergulhara em março de 1964. Dos anos dourados, nenhum lampejo no seu horizonte
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A REVIRADA MANCHETE
.o. A Manchete saía do ar em novembro passado. Pela 3ª vez. Desta, a autoproclamada ‘de verdade’ virava, em função das crises no país, uma rádio on-line. Criada Federal em Niterói, tendo como proprietário o músico Antenógenes Silva, foi incorporada por Bloch Editores em 1981. De seus integrantes, Roberto Canázio o mais longevo.

.o. Com o fechamento da emissora de TV em 1985, um efeito cascata provocava a venda de cinco das FMs da empresa. Uma nova crise em 2002 levava-a ao arrendamento por um grupo político. Mário Esteves, Cidinha Campos, Francisco de Assis, Wagner Montes e o ator global Francisco Cuoco, figuravam entre os profissionais contratados.

.o. O narrador Luiz Carlos Monteiro, os repórteres Marcus Vinícius e Francisco Aielo respondiam pelo esporte.A emissora tentou um ineditismo no setor: transmitir somente os jogos do Flamengo. E, criara um programa específico (“A voz da Nação”), em que, duas vezes por semana, o ídolo Zico entrevistava os companheiros, craques antigos.
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UM OUTRO RENASCER
.o. Em 2006, novo renascimento. O empresário Miguel Nasseh assumira o controle do passivo. Na lista de recrutados, destacavam-se Cirilo Reis, William Travassos, o Mário Belisário e Kleber Sayão, entre outros. Anthony Garotinho, Luiz de França, Mário Esteves e David Rangel, eram reforços no ano seguinte. O Belisário já havia se desligado.

.o. Com a liderança de Daniel Pereira e João Guilherme, o esporte tinha como slogan ‘apaixonados por futebol’. Participavam da equipe, Carlos Borges (licenciado da Nacional), Rodolfo Motta (comentarista), Marcelo Baiena e Fábio Leme (repórteres), Rodrigo Campos (âncora e repórter), Fábio Tubino (coordenador e apresentador.)

.o. Durante nove anos de operação, a Manchete foi uma recordista em requisitar e perder valores. Cirilo Reis e William Travassos deram a partida, logo deixando a casa. No esporte, registrava-se permanente entra-e-sai. Ronaldo Castro, André Ribeiro, Antônio Jorge, e demais ficaram pouco tempo, além dos líderes, que optaram pela televisão.

.o. A situação instável da Manchete ao longo do período causaria pequena mudança na sua grade, ao contrário do acontecido na Globo. Com as freqüentes modificações nesta, conforme levantamento, o clímax se deu entre maio de 2014 e abril último. De um pacote de onze novidades, sobreviveram cinco. Salvaram-se, porém, alguns titulares.
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ALTERNATIVA BRASIL
.o. A Globo escalou Hugo Lago e a Tupi Jota Santiago, para a transmissão do São Paulo 1, Fluminense 0, pela décima segunda rodada do Brasileirão. Muito fácil adivinhar as opções de torcedores e inveterados no ‘primo pobre’ da mídia eletrônica.

.o. Na Brasil, a partida realizada no Morumbi (com TV), foi narrada por Odair Júnior, terceiro na hierarquia da equipe. Uma das alternativas do ramo e referência no meio, a rádio da LBV-Legião da Boa Vontade herdou os 940 Khz da extinta JB AM.

.o. A exemplo de seus companheiros, Odair assinala que a freqüência é ‘o melhor som do Rio’, variando com os bordões, ‘jornada mais elevada do rádio’, ‘a presença máxima do futebol’, ‘sintonizar faz bem’ e, ‘a rádio que dá um show de informação’.

.o. No decorrer do jogo, chamadas para o “Momento esportivo”, das 12h10 às 14h, “Comando da esperança”, da 8h às 12h e “Panorama nacional’, às 6h da manhã e às 8h da noite. Nenhuma indicação dos apresentadores das atrações anunciadas.
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JÚNIOR PRA TODO LADO
Por falar no OJ. Como tem Júnior nas emissoras de rádio do Rio? Na própria Brasil, o Gerson, repórter, está há mais de dez anos; na Tupi, além de Odilon (narrador), o Paulo (coordenador) e Berto (também repórter, até recentemente um estagiário).

Na rádio dos Marinho, por sua vez, tem o Soares, executivo, e o Helinho, humorista -- salvo daquela tsunami que há três meses ‘arrasou’ a casa, tirando de lá o Maurício Menezes, Mário Esteves e Sérgio Ricardo, seus amigos fiéis, diletos irmãos, camaradas.

Completam a lista, o folclórico Garcia, incentivador de valores da nova geração, e o Batista, ultimamente na Manchete, que acabou desmontando sua equipe na internet. Do velho Garcia, que popularizara o bordão ‘quebra tudo’, paradeiro ignorado.
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I N T E R V A L O
/o/ ‘Daqui a pouco, Michael Jackson (...) Se vivo fosse, estaria fazendo grandes sucessos imortais’. Dito por Gustavo Henrique, no “Farra da Globo”, sábado, 25 de junho, em novo formato naquele dia. Também aos domingos após o futebol (gravado), reunia grupos de sambistas nas duas edições.

/o/ Ainda sobre a rádio da LBV, dos narradores Maurício Moreira e Fábio Moraes. O Diego Thirley é novo comentarista, função do Marcelo Figueiredo (chefe) e André Gonçalves. Na equipe (melhor que algumas por aí) , destacam-se os repórteres Gustavo Adolfo (que já atuou na Globo) e Rafael Araújo.

/o/ Você já ouviu falar em Rádio Sputnik? Não é de um outro planeta... Acaba de alugar horários na recém desativada Manchete AM 760. No Rio, adotava esse esquema no AM 1090 (Metropolitana), e abrange emissoras pelo pais. Em plena era moderna, faz jornalismo com a linguagem da mídia impressa.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Girando com as ondas (003)

AS CRISES,SUAS ORIGENS
.o. O rádio está em crise, como outros meios de comunicação – jornais e revistas, por exemplo – situação vivida por setores diversos. No primeiro caso, Ibope na baixa, ausência de comerciais em determinados horários. No segundo, exemplares mais finos a cada ‘reforma’, quadros de redação diminuídos, quedas nas vendas e números de assinantes.

.o. Evidentemente, não foi à toa que a Tupi passou a atrasar os salários e promover dispensas, a Globo demitir famosos valores e fundir sua equipe de esporte com a da CBN. Aquela, fechar a Nativa forçada a devolver a Antena 1, esta não levar adiante a versão on-line da Beat98, que seria uma nova plataforma projetada pelo influente e respeitado grupo.
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UMA PÁLIDA SOMBRA
.o. Maior emissora de radio da chamada fase áurea (ou época de ouro), a Nacional foi, durante as décadas de 40 e 60, imbatível no segmento, sempre na dianteira de suas concorrentes – as co-irmãs, como se apregoava na imprensa especializada. Depois dela, a Mayrink Veiga, Tupi e Clube do Brasil. Pode-se afirmar sem exagero nenhum, que o quarteto formava na linha de frente da radiofonia na proclamada Cidade Maravilhosa.

.o. A Revolução de Março de 1964 fechou a Mayrink, por liderar a Cadeia da Legalidade, um movimento de resistência contra a ditadura que fora implantada no país. A Nacional, que pertencia à União, ao ser controlada pelos militares teve seu patrimônio sucateado por gestores nada afeitos ao ramo. Desde então, é pálida sombra de um passado de glórias.

.o. Conhecido como Edifício A Noite (na verdade chama-se Joseph Gire), e inaugurado em 1929, o prédio onde funcionou a rádio foi tombado pelo Iphan-Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em abril de 2013. No mesmo endereço ( Praça Mauá 7), está localizado o Inpi-Instituto Nacional de Propriedade Industrial, que se utiliza de funcionários terceirizados. A Nacional se mudaria para a Avenida Gomes Freire, na Lapa.

.o. O local, instalações da TV Brasil, que pertencera à antecessora, TV Educativa, além de abrigar a popular estação que deixara o tradicional prédio de 22 andares do outrora maior arranha céu da América Latina, passou a acomodar, ainda, a MEC (Ministério da Educação e Cultura). Esta, sediava um imóvel de cinco andares na Praça da República. Seus estúdios, auditório e um riquíssimo acervo, foram fechados e abandonados.
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A ‘MORTE’ ANUNCIADA
.o. Diante do crescimento da televisão, que teoricamente decretaria a morte do rádio, este se viu na contingência de mudar sua estrutura. Em lugar do broadcast (programas montados, com as participações de cantores, orquestras, atores, locutores, narradores), os de prestação de serviços. Primeiro a Continental – ‘cem por cento esportiva e informativa’ – depois, a Jornal do Brasil, oficialmente a lançadora do serviço de utilidade pública.

.o. Outra marca do seu pioneirismo seria o esquema all news, importado das rádios norte-americanas, mesclado com músicas de boa qualidade. (Originalmente, o all news é noticiário em tempo integral, com o repórter revelando sua localização e hora da cobertura. Os primórdios do praticado em duas décadas por CBN, Bandnews e Jovem Pan). Integrava o conglomerado JB, um veículo impresso, uma AM e quatro FMs.

.o. Mergulhado em dívidas pela construção do ‘elefante branco’ na subida (ou descida) da Ponte Rio-Niterói, o grupo perdeu tudo, restando apenas a FM que lhe dá nome. A Cidade, que revolucionara o modelo nos períodos de 70 e 80, foi vendida para a empresa de telefonia Oi. A 105, comprada pela Igreja Universal do Reino de Deus, e a Opus 90, negociada com os donos do jornal “O Dia”¹, primeiro chamada de Nova, depois rebatizada MPB.
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OS JOVENS E BACHARÉIS
.o. No terreno estritamente musical ocorria a era dos disc-jockeys. Casos da Mundial, que nascera da ‘costela’ da Clube do Brasil, encabeçada por Big Boy, onde se destacavam um Robson Alencar, Oduvaldo Silva, Eloy De Carlo, Alberto Brizola, Samuel França, entre outros, e da Tamoio, com o vitorioso ‘musica, exclusivamente música’, onde pontificavam programadores (e apresentadores) auto-intitulados “Bacharéis do Disco”.

.o. Entre os beneficiários com os ‘canudos’, Airton e Jair Amorim, Dimas Joseph, Nei Hamilton, Paulo Gesta e Vitorino Vieira. A Tamoio, que chegou a ser a terceira mais ouvida durante uma temporada, começaria a balançar após o surgimento de uma nova proposta do Sistema Globo, anunciada como “Mundi-Jovem” pelo vozeirão do Carlos Bianchini. Um estranho contraste o dessa rádio, que relembramos nas linhas seguintes.

.o. Sucesso junto ao público era, no limiar dos anos 90, comercialmente deficitária, razão pela qual foi desativada. Quando isso aconteceu, situava-se no Ibope, atrás da Globo e Tupi. Seus 860 Khz passariam, a partir de outubro de 1991, para a CBN, que substituíra a Eldorado (1180)². Saía uma eminentemente musical, entrava outra inteiramente de informações, embutida nas iniciais, ou seja, a Central Brasileira de Notícias.

.o. Anos 80. Foi o crescimento da Mundial que resultou na derrubada da Tamoio. A direção desta optaria por uma linha em que predominavam os comunicadores, consistindo a estratégia, dar às atrações os nomes de seus respectivos titulares. Assim, a grade ficaria singularmente linear, desfilando pelos 900 Khz os Programas Nena Martinez, Fernando Sérgio, José Cunha, Aérton Perlingeiro, Kleber Sayão, Jorge Perlingeiro e etc.

.o. A rádio, dos Diários Associados, estava sob o domínio do Grupo Edson Queiroz, detentor de outras estações -- Verdes Mares a principal delas. A vaidade de alguns e a queda no faturamento provocaria o desmonte, culminando com o arrendamento por uma seita evangélica, recurso que seria disseminado com o decorrer dos tempos. A Tamoio seguia o que já haviam feito a Copacabana, Metropolitana, Capital , que abriram o filão.
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I N T E R V A L O
/o/ Em 19 de abril de 2006, Haroldo de Andrade entrevistava Roberto Carlos, aniversariante do dia. Foi na sua rádio própria, que tinha sido inaugurada em 7 de novembro do ano anterior. A conversa com o ‘Rei’, por telefone, durou uma hora, recorde alcançado pelo saudoso profissional. O cantor não dava entrevista para ninguém. A reprodução do áudio, em cinco edições (última nesta quarta-feira, 22), foi um trabalho de Paulo Francisco, radialista goiano, colaborador de “Todas as vozes”, do Marcus Aurélio na Rádio MEC AM.

/o/ Nas meias horas, no decorrer de sua programação, a Rádio Globo coloca no ar o quadro “Rio em um minuto – a notícia perto de você”. A apresentadora habitual do boletim (gravado) é Juliana Polo, de voz doce e macia. Nesta quinta-feira (23), o ouvinte atento deparou-se com uma segunda edição ‘colada’ na primeira, com (salvo engano) o Augusto Souza, pouco depois das 10h e meia. ‘Cochilo’ do operador no horário do Roberto Canázio.

/o/ ¹ Administrada pelo “O Dia” durante 14 anos, a MPB FM foi vendida em junho de 2015 para o Grupo Bandeirantes de Comunicação. O popular jornal carioca, que sobreviveu a uma crise financeira em mãos de empresários portugueses, que nele investiram desde 2010, é mais um impresso em dificuldades, depois do “Jornal do Commércio”, recentemente extinto.

/o/ ² Os 1180 Khz serviram para a Viva Rio, parceria da ONG do mesmo nome com o Sistema Globo de Rádio. Destinava-se a divulgar temas de interesses comunitários, operando por apenas duas temporadas, a partir de setembro de 2002. Mais tarde, como Mundial, funcionou em caráter provisório, formando a grade notas esparsas e musical corrido. O SGR se livrou dela. A concessão foi transferida para a igreja evangélica homônima.





quinta-feira, 9 de junho de 2016

Girando com as ondas (002)

O SLOGAN DO ODILON
Aleluia, aleluia. Cânticos dos cânticos. Odilon Júnior, um dos mais jovens narradores esportivos do Rio ganhou, com atraso abissal, um slogan adequado à sua categoria. Não é uma pérola, mas se enquadra no contexto do rádio popular.

.o. Batizaram-no de ‘o locutor vibração – que embala o seu coração’. Lançado ainda no tempo em que o Luiz Penido era o chefe do setor, chamavam-no há uns três anos de ‘revelação’. O filho (ou filha dele) já teria ingressado no maternal e, o Odilon se ‘eternizava’ com o tal chamamento. Vacilo inexplicável da emissora.

.o. Se iniciativa do coordenador Paulo Júnior, o Pepa, ou alguém de cargo superior, mero detalhe. Serve como homenagem ao Doalcei Camargo, que era ‘o mais vibrante do Brasil‘, incluindo o ‘decorridos’, na contagem dos minutos.
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DE POSITIVO A... ÚNICA
.o. Informes sobre astrologia e citações de aniversariantes, são temas de que o rádio dos comunicadores não conseguiu se libertar. Do primeiro, na Tupi (o “Horóscopo positivo”), cuida a Glória Britho, no programa do Clóvis Monteiro.

.o. Num vídeo na internet Glória declara ser a única astróloga formada em atividade no veículo. Diante da afirmativa, surfamos na prancha da imaginação, questionando. O que faz a Zora Yonara na ‘outra’. Seria uma palpiteira?
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TUDO PELA AUDIÊNCIA
.o. A propósito. O “Eu sempre quis fazer rádio” e o “Good times 98” (um revival), juntaram-se aos títulos recentemente derrubados na matriz do SGR. Duração curta, como o “Plantão de notícias”, “Alegria ao meio-dia” e o “David da vida”.

.o. Antes, caíram “Futebol de verdade” e “Samba amigo”. A hora é agora. Do “Tá’ rolando música”, além de “Sabado-bado-bado-o” e “Se liga no sábado” que, somando-se ao “Sábado é do Canázio”, faz do dia uma dose tripla de mesmice.

.o. Tudo pela audiência, meta inferior às previsões. Isso, enquanto novas mudanças não se tornarem inevitáveis. Está feia a coisa. A “Seleção Rádio Globo-CBN” foi pautada na rival, que tinha criado a ‘Seleção brasileira do rádio’.
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INTERNET & REINVENÇÃO
.o. É aí que entra aquele negócio da reinvenção. Ninguém precisa ser catedrático para saber que, rádios, jornais e TV hoje, são cada vez mais dependentes da internet, (e redes sociais), utilizando o precioso auxílio dessas ferramentas.

.o. “Sempre ouvi que o rádio acabaria com os jornais, que o cinema acabaria com o teatro, que a televisão acabaria com o rádio e que a internet seria um míssil que destruiria tudo isso (...) A verdade é que nada morre. Tudo se transforma”.

.o. O autor dessas frases, discorrendo sobre o futuro das comunicações, é José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (Boni), que se tornou o mais famoso executivo da TV, e fez seu embasamento no rádio, como produtor e redator de publicidade.
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I N T E R V A L O
/o/ Washington Rodrigues recusou proposta da Globo para reintegrar-se à sua equipe. Há 17 anos na Tupi, o Apolinho renovou contrato até 2018.
/o/ Mais longevo diretor da estação, um baluarte, Alfredo Raimundo foi dispensado pelo condomínio dos Associados. Aposentadoria compulsória.

/o/ O mexe-remexe no SGR devolveu ao “Manhã...” o quadro de debates, soando estranho programa com esse nome terminar a uma da tarde.
/o/ Houvesse tino de coerência do programador, o “Momento de fé”, com o padre Marcelo Rossi passaria, desta vez, das 9h para o meio-dia.

/o/ Depois de ser exonerado na troca do governo federal, o jornalista Ricardo Melo foi reconduzido, por ordem da Justiça, à presidência da EBC.
/o/ A Nacional do Rio, pertencente àquela empresa não melhorou, com as mudanças de comando, os seus índices de audiência em três décadas.

/o/ Comentarista de futebol falando que jogo tem que ser coletivo, entra no nível das pessoas que acham comum alguém dizer ‘subiu lá em cima’.
/o/ O Eugênio Leal, um dos melhores de sua geração, usou o termo no Fluminense e Chapecoense, assegurando que a partida foi bastante ruim.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Girando com as ondas (001)

A TARDE É DOS JOVENS
Retomamos o polo da derradeira conversa, à moda dos capixabas. Na marchinha do Chico, que Nara Leão popularizara, falando da moça 'que estava à toa na vida...' e foi chamada por seu amor, 'pra ver a banda passar...' É naquela faixa de idade pelo que se pode perceber, que a Globo agora investe suas apostas.

.o. Onde e como? Claro que você já sabe. No “Tá’ rolando música” – a principal ferramenta. Na sexta-feira (20), por exemplo, ficou mais do que demonstrado. Foram ‘roladas’ no espaço de uma hora, nada menos que oito gravações, das quais, somente duas nativas, com o Nando Reis e o Barão Vermelho.

.o. Celebridades e todos os tipos estavam presentes -- ou melhor dizendo -- citadas. Ana Paula lembrou que era o aniversário do Cauã (Reymond), e informou do incidente com o Gustavo Lins, atingido por um celular em pleno show. Foi provocado pelo alvoroço de uma fã mais atirada, admitiu a apresentadora.
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QUE É ISSO, DONA MOÇA?
.o. Outras informações ‘preciosas’ da Portuguesa, com certeza. Nos shows do Wando – ela recordava – jogavam calcinhas no palco. Agora, elas o fazem nos espetáculos em que se apresenta o Luan (Santana). Ele recebe muitas, frisou. Fechando, mandou um beijo para Valdete, ouvinte de Manhumirim, MG.

.o. É possível que, a nova atração vespertina da emissora seja uma tentativa de se ‘reinventar’ o modelo de se fazer programas de rádio... Observamos que, normalmente, são tocadas duas músicas em sequência, mas só a primeira anunciada. O público saberá de todas, se antenado, como apregoa a vinheta.

.o. Pródigo em notas de serviços e entretenimento o ‘Tá’ rolando...” é uma revista pra lá de Marrakesh*, embora pilotado por uma dupla jovem de reconhecido talento. Os quadros em destaques são o “Vida saudável”, com o professor de Educação Física José Rubem D!Elia e “Globo natureza”, com a Rosana Jatobá.

.o. Curioso. Em nenhum dos momentos que convocou a repórter que acompanhava o trânsito pelas câmeras da CET Rio, o Bruno Mattos declinou seu nome completo. Limitou a chamá-la de Laís... Como não a conhecíamos, chegamos imaginar se tratasse de uma que saiu da Tupi. Aquela é Vieira, esta Carpenter.

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“SE LIGA” COM GRILLO
.o. Muitíssimo boa a entrevista do Guilherme Grillo, dia 21, com a cantora Isabella Taviani, intérprete do repertório do vocal norte-americano Carpenters. Ela acaba de cumprir temporada em São Paulo, sucesso de público e crítica. Apresenta-se no Rio nesses próximos dias, depois Salvador e outras capitais.

.o. Grillo é o titular do “Se liga no sábado”, às 22h na Globo, quando o jogo de futebol não invade o horário. O tal “Sábado à noite”, com o Augusto Souza, que substituíra o “Plantão de notícias”, não passou de mera transição. Em termos mais corretos e verdadeiros, foi um programa que ‘morreu no nascedouro’.

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A FORMA DESCOLADA
.o. A troca de comando na EBC, em decorrência da mudança de governo, acabou resultando na dispensa do jornalista Sidney Rezende da Rádio Nacional. Contratado recentemente, estreara no início do mês (dia 4), para conduzir o "Nacional Brasil", no período de 7h às 10h das manhãs.

.o. Sidney se tornaria recordista¹ em permanência na história do veículo. Ficou na emissora menos de duas semanas, tempo para apresentar somente 13 edições de uma atração que prometia inovar no segmento. O slogan deixava esperança, assegurando 'o respeito à sua forma de pensar'.

.o. Diante do acontecido, voltaram a atuar no espaço, os ocupantes anteriores, Cirilo Reis e Dila Araújo com o "Repórter Rio", que começa às 6h e o Válter Lima, que ancora de Brasília uma equipe de repórteres.

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DE IDEIAS E BANDEIRAS
.o. O “Todas as vozes”, do Marcus Aurélio na MEC AM, completa dois anos nesta quinta-feira (26). É um dos poucos programas da era contemporânea a escapar da mesmice predominante no meio. Isso talvez aconteça por pertencer à uma emissora pública, sem os interesses das de empresas particulares.

.o. Estudiosos da matéria, defensores da reinvenção do veículo com a exploração de novas ideias, veem nesse caso uma rara exceção, baseados no estigma que as rádios estatais enfrentam junto ao ouvinte comum. A questão – acredita-se -- é uma espécie de anestesia injetada pelos profissionais engessados.

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MEMÓRIA VIVA
*Embora de outro estilo, a nova atração da rádio dos Marinho tem semelhanças com o “Amigas invisíveis”, da Marlene Matos, conduzida por Ana Flores, participações das atrizes Luciana Fregolente e Dedina Bernadelli.
Era de 1h às 3h da tarde, estreara em agosto de 2005, e abria um ciclo na casa, sendo produção independente. Apesar do ano distante, vã tentativa de reinvenção, detonada em dezembro do ano seguinte. Para o lugar, a
Globo arregimentara o Roberto Canázio, que se indispora com a Tupi.

¹ Jorge Luiz, que a Globo mandou embora em abril, fazia as manhãs na Tupi em 1995. No ano posterior, o amargo de verdadeira odisséia. Pela Tamoio, Roquette Pinto e, por último, apenas um mês na FM O Dia. /o/ Com o Fernando Sérgio, desde 2004 de madrugada na mesma Tupi, uma situação muito parecida anteriormente nesta emissora. Depois de percorrer diversos ´prefixos, era afastado de um programa vespertino, ao fim de duas semanas.


quarta-feira, 18 de maio de 2016

Esse nosso amor antigo (z)

O RITO DO MEXE, REMEXE
Líder há duas décadas, a Tupi está ruim de finanças. Não recebe do governo estadual, cliente desde a era do Brizola. Dívidas com o condomínio dos Associados, aumentaram. O mexe e remexe, porém, é da ‘outra’. Mudou mais uma vez. Agora, a estrutura do esporte.

.o. Na luta para reverter os índices de audiência no futebol, um novo recurso foi lançado pelo SGR no Rio. Trata-se da fusão da emissora matriz com a CBN, unindo o FM de uma com o AM de outra em jogos distintos. Estreou no sábado (14), abertura do Brasileirão.

.o. Pela FM da Globo (98,1) e o AM da CBN (860), transmissão do jogo do Flamengo 1, Sport 0, no Estádio da Cidadania, em Volta Redonda. A partida entre o Vasco 4 e Sampaio Corrêa 0, no Castelão, em São Luís, descrita pelo FM da CBN (92,5) e o AM da Globo (1220).

.o. No embate do Flamengo, narração de Luiz Penido, comentários de Eraldo Leite e Álvaro Oliveira Filho, reportagens de Cláudio Perrout. O jogo do Vasco, narrado por Edson Mauro, comentaristas Dé Aranha e Carlos Eduardo Éboli, o repórter Marcos Vasconcellos.
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VOCÊ NUNCA VIU(...)
.o. O “Central da bola”, que informa o andamento dos jogos na batizada ‘Seleção da Rádio Globo-CBN’, também fecha as jornadas. Felippe Cardoso conduz os debates com os comentaristas em todas as faixas, enaltecendo que ‘Você nunca viu tanto craque junto’.

.o. Tal esquema com a mesma frase, no entanto, foi experimentado a partir de maio de 2009, quando a Globo só operava em AM. Era em três freqüências, e se desfez ao término do Mundial de 2010, sem seqüelas. Desta vez, o desemprego de oito profissionais.

.o. Juntamente com os sete que receberam bilhete azul em abril, dava para formar o quadro de outra rádio. Como se vive em tempos de crise, longe de isso ocorrer. A Globo e a Tupi, na atual conjuntura, estão parecendo lojas comerciais em liquidação.
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MEMÓRIA VIVA
.o. Em tempos remotos, a Guanabara reunia luminares do esporte. Do encontro participavam Oduvaldo Cozzi, Doalcei Camargo, Jorge Curi, Dolar Tanus, Sérgio Paiva e Paulo César Tenius e, ainda, Edson Leite e Fernando Solera, da Bandeirantes, de São Paulo. O embrião dos programas de debates do gênero.

.o. Cozzi havia deixado a Mayrink, Doalcei a Globo e Curi a Nacional (reintegrando-se a ela logo depois). Dolar, cria da Guanabara, foi ‘escada’ do Washington Rodrigues num programa de basquete – “Beque parado”. Sérgio também atuou na Tupi e Continental, Tenius, naquela e Nacional. (Quantos craques juntos, hein Felippe?)

.o. A CBN,que surgira em 1991 no lugar da Eldorado (1180 AM), logo funcionaria também no FM. Antes, a pioneira no all news era sintonizada em duas faixas, a original da Eldorado e os 860 da Mundial, que fora extinta. Esse tipo de operação data dos anos 80, com as dobradinhas Globo/Eldorado e Nacional/Ipanema, antiga Mauá.
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.o. Cauby Peixoto (1931-2016), um ídolo da fase de ouro do rádio, causava alvoroço nos programas de auditório da Nacional, não só por sua voz privilegiada, mas, pelas armações do empresário Di Veras, autor de algumas músicas que ele interpretava. “Blue gardênia”, do repertório de Nat King Cole, gravada em 1954, foi seu primeiro sucesso.

.o. “Conceição”, o maior na carreira do cantor niteroiense, veio a público em 1956 com lançamento em primeira mão na Tamoio (do slogan ‘música, exclusivamente música’). No “Disco na vitrine”, do Jair Amorim, letra dele, e melodia de Dunga. Parceiro de grandes compositores, Jair foi poeta, locutor e um dos ‘bacharéis’ da saudosa emissora.
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...O INTERVALO
.o. Nos domingos em que houver partidas do Brasileirão às 11h das manhãs, o “Farofa da Globo” não será apresentado. O ‘prato’ dos participantes do “Jogo das famílias” ficará vazio. Parece-nos, pelo andar do metrô (carruagem só em filmes), que mais um profissional está em processo de ‘fritura’.

.o. O David Rangel – quem sintoniza a rádio bem sabe --, perdeu recentemente o horário vespertino. No posto dele, abrangendo o espaço que o antecedia, foi escalada uma dupla de jovens, que pilota programa típico das FMs dos anos 70, priorizando números musicais. E, o que sobrou pro David -- seus tipos, e a divertida 'Lili Rodoviária'? Apenas os fins de semana.
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S I N T O N I A
.o. Até os caseiros dos sítios por aí não ignoram que o país precisa de reforma política, reforma da Previdência... O rádio, principalmente o esportivo, precisa de reinvenção. Isso fica patente quando se gira o dial na busca de novidades.
.o. Títulos do ramo: “No mundo da bola”, “Enquanto a bola não rola”, “Bola em jogo”, “Rolando a bola”, “Show de bola”, “Bate bola”, “Galera da bola”... Na hora do almoço, tinha o “Comendo a bola”. Deve ter acabado por indigestão.
.o. E, os programas com a palavra ‘show'? Existem desde ‘priscas eras’. Uma velha (e felpuda) raposa entende que ‘é assim que a banda toca’. Já se ouvia o som antes de o Chico Buarque compor a marcha ‘estava à toa na vida’...

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Esse nosso amor antigo (y)

‘A FORMA DE PENSAR’
.o. Por mais experimentado que seja o profissional, um programa de estreia nunca rende tudo o que é planejado. Pode até se aproximar dos objetivos pretendidos. O de Sidney Rezende na Rádio Nacional, não foi diferente. Ressalte-se, porém, que dinamismo, estilo a ele bem comum, não faltou na edição que marcava o seu retorno ao veículo.

.o. O “Nacional Brasil”, que tem como slogan ‘respeito a sua forma de pensar’, estreou na quarta-feira passada. Além das emissoras da EBC, Nacional AM e FM de Brasília, Nacional da Amazônia (AM e FM) e a representante de São Paulo, integraram-se à rede, a Atual FM, mesma cidade, rádios Joinville de Santa Catarina e Criativa de São Luiz.

.o. Válter Lima (DF) e Maria Cabañas (SP), os âncoras que estabelecem pontes com o Sidney, repercutindo os destaques do material noticiado pelos telejornais. No Rio, participantes efetivos o Cirilo Reis (veteraníssimo na emissora) e Dilo Araújo (da nova geração). Fátima Bonfim é a produtora, sendo Maria da Glória Ferreira, assistente.

.o. O propósito do Sidney, segundo ele anunciou no “Repórter Rio”, na véspera (antecede o seu) e também no “Sem censura”, da Leda Nagle, na TV – é dar prioridade aos acontecimentos do dia a dia. Restabelecer o hoje com maior intensidade, explicou, valendo-se de todas as plataformas – internet, redes sociais. Fazer um rádio mais plural, assegurou.
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EM DUPLICATA
.o. O “História hoje” (perfil de uma figura importante para a humanidade em todos os tempos), e “A caminho dos Jogos” (notícia e contagem regressiva para as Olimpíadas), são quadros apresentados em horários distintos, nas duas emissoras da EBC.

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CEM MELHORES
.o. Pelos 80 anos da Nacional a se completar em 12 de setembro, algumas atrações comemorativas vem compondo a programação da rádio. Adelzon Alves destaca, nesses dias, “Um século de samba”, em que discorre sobre os cem melhores, em sua ótica.

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FASE DE OURO
.o. A comunicadora Gláucia Araújo foi escalada para comandar o compacto que relembra os programas de auditório daquela rádio em sua fase de ouro. A série, iniciada no sábado (7), focalizando a cantora Marion Duarte, constará de três horários de reprises.

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NUMA E NOUTRA
.o. Tal qual a empresa do Sistema Globo há alguns anos, a EBC adotou recentemente o mesmo procedimento no que se refere a seus repórteres. Utiliza o que eles produzem nos diferentes prefixos. Numa, em sua matriz e CBN. Noutra, nas duas estatais.
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MEMÓRIA VIVA
Gerdal dos Santos, 87, animado idoso em atividade no segundo importante veículo da mídia eletrônica, faz nos domingos de manhã, o “Rádio memória”, também dedicado aos 80 anos da Nacional. Dia 1°, ele reverenciou Francisco Alves (1898-1952), “O Rei da Voz”, e Emilinha Borba (1923-2005),“A Favorita da Marinha”.

O primeiro estrelava “Quando os ponteiros se encontram”, domingos ao meio-dia. Ela fechava o “Programa César de Alencar”, nas tardes dos sábados. Só os pesquisadores e pessoas acima dos 50 de idade se lembram deles. A produção do programa é de Alberto Luiz, decano dos funcionários da tradicional emissora.
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...O INTERVALO
.o. Na quarta-feira última, em jogo da Copa do Brasil, o Fluminense empatou com a Ferroviária por 3 a 3. Jota Santiago transmitiu pela Tupi. Ancorando a jornada, Wagner Menezes disse no encerramento: “Ouvimos direto de Araraquara...” Força de expressão, naturalmente.

.o. Qual a rádio carioca manda, nesses tempos,equipe cobrir partida fora do Rio, se a televisão facilita as coisas? Antes, um repórter ia ao local. No Flamengo 1, Fortaleza 2, o André Ribeiro que pertenceu à Tupi, atuou como ‘frila’. Ele coordena o esporte da Verdes Mares, no Ceará.