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sexta-feira, 29 de abril de 2016

Esse nosso amor antigo (w)

DAS MÚSICAS QUE ROLAM
.o. Estreia de programas no rádio é coisa que raramente perdemos. A Globo anda mexendo demais na sua grade. Dito isto – com licença do Luiz Ainbinder, colaborador do Haroldinho na Tupi – vamos ao ponto. Saber o motivo é “fácil, extremamente fácil’, tema do Jota Quest tocado na audição inaugural do ’Tá’ rolando música”.

.o. O Bruno Mattos estava tranquilão. A Ana Paula, nervosíssima. Nem parecia a participante diária do “Manhã da Globo” que antecede o novo ocupante das tardes, além ter sido durante tempo considerável a titular de um cartaz na extinta Beat98. ‘Um programa super antenado”, assegura a Juliana Polo, a voz das chamadas.

.o. Nenhum dos artistas de nossa ‘previsão’. Entre as ‘roladas’, canções de Ana Carolina & Seu Jorge, Vanessa da Matta, Cidade Negra, Kid Abelha e Cássia Keller. Notas de serviço e arte complementam a atração. Presenças em destaque, o professor José Rubem D’Elia, blogueira Carla Lemos e a ambientalista Rosana Jatobá.

.o. Futebol, TV e trânsito lá estão. O Dan Stulbach (“Fim de expediente, na CBN), comentou os jogos da rodada, Marcelo Penido relatou as últimas no “Tem bola na área”, e Evelyn Moraes entrevistou Dira Paes, reproduzindo quadro original do “Antônio Carlos”. Na CET-Rio, o Pedro Henrique com o movimento da cidade.
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EMBALOS AOS SÁBADOS
.o. Depois de entregar ao David Rangel o “Sabado-bado-bado-o” na manhã de 23 (das 5h às 9h), a Globo pós à disposição de seu público, o “Sábado à noite”, com Augusto Souza coadjuvado pelo Rui Taveira. Bem ao estilo da Beat98, cuja freqüência foi transferida ano passado à cabeça de chave do grupo, hoje restringido a ela e a CBN, mantenedoras de programações únicas, em AM e FM.

.o. Pelo apresentado na estreia, a rádio mira em outro horizonte, aquele dos sintonizadores da Cidade, da Mix, deixando entrever que foram perdidas as esperanças de ganhar a briga com sua eterna rival – a Tupi. (Pra quem não sabe – retardatários de sempre --, a Beat98 foi para a internet, virou Radiobeat, fez pluft...acabou). E, agora José?, como indagava Drummond, no famoso poema.

.o. A Globo libera o Luizinho Campos e o seu “Companhia do riso”? Ele tinha na performance do Maurício Menezes (auxiliares e parceiros) os maiores concorrentes. Com o musical da ‘outra’ revivendo a época das discotecas, o Luizinho, com certeza, está dando cambalhotas, apesar da crise que atinge os veículos. Administrar uma rádio – entendem alguns – não é a mesma coisa que dirigir gravadora.
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PASSAGEIROS DAS DEZ
.o. Há uma semana o “Plantão de notícias” caía na estação da Glória. Os títulos que seguem e respectivos comunicadores, passageiros das dez ao longo dos anos.

.o. “Sábado na Globo” (com Antônio Luiz, e depois Haroldinho); “Agito geral”¹ (com Maurício Menezes e Hélio Júnior); “Papo de botequim” (com Loureiro Neto, rebatizado como “Botequim da Globo, ainda com ele);“Agito geral”, outra vez (com David Rangel); e “Sábado na Globo”, novamente (com Jorge Luiz).

.o. Num arquivo particular consta derradeira versão do “Agito”. Apresentado por Thiago Matheus e, depois, Luiz Torquato pela Globo-SP, em rede coma a rádio do Rio.
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MEMÓRIA VIVA
¹ A primeira versão do “Agito geral” ocorreu no limiar de dezembro de 1998 às 9h das manhãs aos domingos, com Mário Esteves. No mês anterior, Luiz de França era dispensado e Edmo Zarife ficava sem o “Rio total -- show das cinco”, no qual atuara 16 anos.

Mário fazia o “Show da noite” às 21h, e passava para “O Rio na Globo”, antes horário do‘voz oficial’. O novo “Rio...” estreava em 30 de novembro, vésperas do 54º aniversário da rádio. Lançado também no dia, “Papo de botequim”, com Loureiro Neto, às 20h30.
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S I N T O N I A
/o/ O jornalista Sidnei Rezende assinou com a EBC. Vai comandar a partir de maio, de manhã, um programa na Rádio Nacional.
/o/ Um dos fundadores da Rádio CBN, passou pela JB, Panorama, e TV Globonews. Na Roquette Pinto, o seu início de carreira.
/o/ O repertório do cantor sertanejo Sérgio Reis foi analisado no “Estúdio F”, da Nacional, no penúltimo sábado deste mês.
/o/ “Estúdio...” é apresentado por Paulo César Soares, às 14h, a produção de Paulo Baiano, roteiro de Eduardo Maranhão.
/o/ Quarta última, 9h da noite. “Terminou neste momento em Avellaneda, Racing e Atlético Mineiro. Resultado ‘final’, 0 a 0.”
/o/ A informação desse jogo pela Libertadores foi divulgada no “Central da Bola”, por Felippe Cardoso, experiente profissional.
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E, VIVA O INTERVALO
.o. Com licença, agora, de um de nossos ídolos. (Confortadoras as palavras de incentivo pelo livrinho. Você se lembra? Já editamos mais dois. Publicá-los, é o problema. As independentes que conhecemos são fracas e exploradoras. Publishers sonegam direitos autorais.) Voltemos à estreia do ‘Tá’ rolando...” com o Bruno e Ana Paula.
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.o. Nele, duas seções para polemizar – “Intimidades do artista” e “Na telinha, no radinho”. Em conversa da Ana com a Maria Gadú no primeiro, perguntas ‘calientes’. Resumo da opereta:
Ana – Qual o lugar mais estranho em que você já fez sexo?
Gadú –O estúdio de uma emissora de rádio.
(Pano rápido, pelo ‘arrojo’ e descontração.)
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.o. Na década de 50, já aconteciam dessas coisas na Difusora Fluminense (Niteroi), a Fluminense AM, ainda de pé. Luiz Antônio Mello conta casos semelhantes no “A onda maldita”, livro sobre a Fluminense. FM. Moral da história. “Liberdade, liberdade” é muito mais que enredo de escola de samba e mote para a saga do Tiradentes.



sexta-feira, 22 de abril de 2016

Esse nosso amor antigo (v)

TONS DE CINZA EM ABRIL
.o. De cabeças de juízes, bumbuns de nenéns e decisões de diretores de rádio, só se podem esperar surpresas – conforme dizem a filosofia popular e vozes ferinas. Na segunda-feira (18), a Globo tirou do ar o “Alegria ao meio-dia”, que fazia parte da grade há menos de dois anos. Dispensou três de seus componentes.

.o. O desenlace foi anunciado pelo apresentador Mário Esteves, em sua conta no Facebook. ‘O impeachment também chegou aqui’, ironizou. Maurício Menezes, coordenador artístico e um dos participantes do programa, confirmava em nota o desfecho. Os cardeais aumentaram os tons de cinza no mês,com suas pinceladas.

.o. Disse o ex-coordenador que,a exemplo de outras empresas, estava deixando a rádio, onde fizera amigos. Despedira-se pessoalmente de cada um, torcendo por eles. Vai, frisou, para o lado mais importante, o do ouvinte. Sarcástico, disse ter proposta para assessorar a Diilma e a Odebrecht. Depois de alguns passeios, que pretende fazer.
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UM CICLO ENCERRADO
.o. O “Plantão de notícias” também encerra o ciclo na rádio. (No horário, possivelmente, reaparecerá o “Agito geral’, que o antecedera). Hélio Júnior tem, por enquanto, seu emprego preservado. Volta a ser repórter, aproveitado inclusive, no “Manhã da Globo”, do Canázio, que a partir da terça (19), ampliou seu espaço.

.o. Na sequência do “Manhã...” esta semana, o “David da vida”, com David Rangel, é outro que sai da programação. Ele assume o “Sábado-bado-bado-o”, no lugar do Mário Esteves, continuando com o “Farofa...”, no domingo. Segundo se noticia nos bastidores, ainda atuará como standy by, nas férias (e impedimentos) de colegas.

.o. Tão logo o Mário Esteves tornou público o seu desabafo nas redes sociais, a Globo colocava no “Toda a noite”, a primeira chamada do novo programa. O nome é “Tá rolando música” (*), com variedades, e uma dupla jovem de apresentadores, Bruno Mattos e Ana Paula (Portuguesa). A estreia será nesta segunda-feira (25), de 1h às 4h.
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NÃO ‘TÁ’ NADA FÁCIL
.o. Em meados de 2014, ao trocar a Manchete pela Globo, Mário Esteves declarava que ‘a vida de radialista não é fácil’. Ainda mais em tempos de crise. Aterrisou novamente na casa, por ordem e graça do Maurição, que depois de sete anos na Tupi, voltara em 2013. É a terceira vez que recebe bilhete azul.

.o. Ninguém imaginaria que em tão pouco tempo, Maurição também acabaria rodando. Já no 1º de abril, eram demitidos o Jorge Luiz, quase 20 anos de serviços na madrugada -- substituto oficial do Antônio Carlos -- e a Karla de Luca, alguns anos repórter na empresa e, bem mais nova na produção do veterano comunicador.

.o. Profissionais considerados ‘peixes menores”, foram outras vítimas da crise, detonados pela rádio no decorrer do mês -- ‘abril negro’, para uns. Entre eles, Carlos Daniel Caruncho, que formava na equipe de produtores do “David da vida”, e Cláudio Vieira, colaborador de diversas atrações, um estudioso de coisas das escolas de samba.
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E, VIVA O INTERVALO
(*) Pelo andar do metrô (mostras nos últimos ‘DT’), não faltarão os hits de cantores habituês dos auditórios da TV aberta. Daniel, Leonardo, Thiaguinho; Anitta, Cláudia Leite, Joelma, Ludmilla; Miguel Teló, Pique Novo, Valesca Popozuda, Wesley Safadão, e outros da estirpe. Com esses recursos – quem sabe – a rádio consiga vencer um tal ‘romeiro’.
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S I N T O N I A
/o/ À moda Zózimo (Barroso do Amaral). E, a Carla Matera, hein? Não é que a Tupi demitiu uma excelente profissional.
/o/ O folclórico Alberto Brandão, mais autêntico no ramo, não fez por menos. ‘Pediu o boné’ no show do Velho Apolo.
/o/ Fábio Azevedo comanda o “Bradesco esportes clube”, na FM 91,1. Roberto Dinamite participa. É ‘o comentarista de griffe’.
/o/ Ex-craque, um dos maiores goleadores. Seu português, porém, tão capenga quanto o de outros 'oriundis'.
/o/ Jesse Campos apresenta, de segunda a sexta, na MEC AM, a partir das 18h, “Arte e cultura”. Josenir de Freitas produz. Para ouvintes de bom gosto.
/o/ E, a vinheta ‘Vamos juntos”, que o Maurição criou ao ganhar status de executivo, será que sobrevive, depois da ‘tsunami’ na Glória?



terça-feira, 19 de abril de 2016

Esse nosso amor antigo (u)

O RISCO DO BORDADO II
.o. Na postagem anterior deixamos de lado alguns detalhes preciosos. Valem conferí-los, se forem do seu interesse. Comunicadores ou apresentadores da Globo, em maioria, eram publicitários. Uns com agências montadas, outros contratados por diversas, para o conhecido testemunhal. Haroldo de Andrade (1934-2008) e Waldir Vieira (1944-1985), os principais agenciadores. Na linha dos mais bem-sucedidos, Paulo Giovanni(*), peça exemplar.

.o. Sucessor do Giovanni nas matinais da emissora, Francisco Barbosa ingressou no SGR através do FM, depois de uma passagem pela Del Rey¹. Ele dividia sua atividade naquela, com a de folguista no AM. Durante os dois anos em que Giovanni se despedira da casa, faziam revezamento na apresentação do programa, das 7h às 9h. Com o desligamento, o “Paulo Giovanni show” cedeu lugar ao “Show da manhã” – que mais tarde seria titulo aproveitado pelo Clóvis Monteiro, na Tupi. (Lembremos o Velho Chacrinha: ‘no rádio e na Tv...’)

UM IRMAO CAMARADA
.o. Barbosa não só herdara o espaço do amigo e irmão camarada, como também a carteira de anunciantes, generosamente transferida, após um tempo hábil. Essa condição, no entanto, não o seguraria na empresa quando um executivo decidira ‘rifá-lo’ da equipe. E, por quê? Numa das restaurações da grade, o mineiríssimo de Juiz de Fora foi transportado para o horário vespertino, com o programa começando às 13h. Ruim para o comunicador.

.o. Até então, ele estava se dando muito bem nas matinais. A mudança, porém, coincidia com o crescimento de audiência de um moço que se autodenominava ‘o romeiro de Aparecida’ (esse mesmo que você já percebeu -- Pedro Augusto). Ele despontara na Rádio América de São Paulo, alcançava sucesso com o popularesco estilo do Gil Gomes. (Gil, que também fizera televisão, afastou-se das atividades em 2005, por problemas de saúde.)

.o. Apesar das inúmeras modificações feitas, o programa do Francisco Barbosa não conseguira diminuir a diferença conquistada por seu concorrente. Uma das vantagens do adversário, era o impulso que lhe proporcionava o “Patrulha da cidade”. Barbosa perdia feio os valiosos pontos do Ibope. Em conseqüência, acabaria perdendo o emprego. Nem mesmo uma atração semelhante – “ A cidade contra o crime” – favorecia o programa seguinte.
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DE SONHO E REPETECO
.o. Com o Haroldo de Andrade, além dos fatores sobejamente divulgados, ocorreria situação parecida. Ele era um grande agenciador de publicidade para a emissora. Foi, inclusive, com os recursos provenientes disso, que montaria uma rádio própria, que só colocaria em funcionamento, três anos depois de ser demitido. O sonho, entretanto, terminaria cedo, com a morte dele. O passivo, os filhos negociaram com o grupo religioso da Canção Nova.

.o. Antes de o mandarem embora, sem direito a despedida de seus ouvintes, um executivo despacharia, paulatinamente, os profissionais ligados ao veterano apresentador. Assim aconteceu, por exemplo, com o Carlos Bianchini, Sílvio Samper, Mário Esteves, Maurício Menezes, Hélio Júnior, não escapando, sequer, alguns componentes do “Debates populares”, de que fora pioneiro, não na Globo, mas no rádio do Rio de Janeiro, cidade que adotara.

.o. Um adendo especial (e curioso). No ano precedente ao ‘desembarque’ – para usarmos expressão modernamente política --, a rádio dos Marinho tirou da grade o programa do Haroldão aos sábados. (Alô Antônio Carlos: nativos de Gêmeos, atentos!) O espaço do AC foi esticado até às 10h, e dali ao meio-dia, Maurício Menezes passou a responder, apoiado por produtores do companheiro. Era 2001, e o Maurição saía em outubro. ‘Subia ao telhado’, levando a tiracolo o Helinho, parceiro no “Agito geral” , aos sábados, das 20 a zero hora.
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MEMÓRIA VIVA
(*) Nascido em Petrópolis, onde fez de tudo na Difusora local, Paulo Giovanni viria para o Rio em 1968. Em plena véspera de Natal, estreava um programa noturno na Rádio Tupi. Logo depois, assumia um horário nas tardes, mas não esquentaria o lugar na casa, mudando-se para a Globo. Mergulhou fundo nos comerciais e, com a ajuda do sogro, industrial do ramo cafeeiro, criava sua agência de publicidade que, rapidamente se expandira, com representações em São Paulo e outras capitais. Anunciara sua despedida do rádio em 1987 e, só se desligara oficialmente dele em abril de 1989. Giovanni radicou-se na Paulicéia.

¹Nome firmado na sua terra de origem, Francisco Barbosa recebera, no limiar da década de 80, irrecusável proposta da Cidade FM, do Sistema de Rádio Jornal do Brasil. A Del Rey, seu segundo endereço no Rio, foi o primeiro batismo da hoje SulAmérica Paradiso, que chegou a se chamar Alvorada. Em 2014, as atuações do Barbosa foram reduzidas de diárias para semanais na Tupi, onde se encontra desde 2006. Ele retomou a função de agenciador publicitário, por alguns anos interrompida.
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S I N T O N I A
/o/ As duas principais emissoras de rádio do Rio fizeram programas especiais sobre a votação do impeachment da presidente Dilma Roussef.
/o/ De um lado, o Roberto Canázio, de outro, o Luiz Ribeiro. Com o auxílio de antropólogos, cientistas políticos e doutores em direito.
/o/ Destaque no “Todas as vozes”, da MEC AM, ‘Essa letra, essa música’ focalizou, na quarta (13), a composição “Vera gata”, de Caetano Veloso.
/o/ O produtor Marcos Rangel afirmou que era destinada a uma das doze musas inspiradoras do autor, com a qual tivera um rápido romance.
/o/ No texto narrativo, o estudioso Rangel referia-se a uma ‘menina nova’, de 18 anos. ‘Música, educação e cultura’, o slogan base da rádio.
/o/ O “Time das nove”, que integra o “Jornal da CBN”, ancorado por Milton Jung, ganhou na segunda-feira (11), novo participante naqueles dias.
/o/ É o Marcelo Tas, atualmente na GNT. São colaboradores habituais, os colunistas Artur Xexéo, Carlos Heitor Cony, João Borges e Viviane Mosé.
/o/ E, o América, hein? Segundo time de sete entre dez cariocas, foi rebaixado mais uma vez. Na Globo, em Macaé, Hugo Lago transmitiu a partida.
/o/ Analisando o desempenho de um integrante dos rubros, Rafael Marques disse: “Ele joga o jogo dele”. Simplório, ‘ o comentarista que pensa...’

terça-feira, 5 de abril de 2016

Esse nosso amor antigo (t)

UM SHOW DE CHAMADAS
.o. Velha cantiga inspirada num poema de reverenciado português diz que, “navegar é preciso, viver também é preciso”. Diríamos nós, na cadência da música, que “renovar é preciso, conviver muito mais que preciso”. Especialmente quando se trata das coisas do rádio, ofício de inúmeras pessoas, paixão de tantas outras.

.o. Na Tupi há 17 anos – pra lá se transferiu em fevereiro de 1999 – Washington Rodrigues figura, nos fins de tardes, como um absoluto líder de audiência nas emissoras do Rio. Evidentemente que seu programa, “Show do Apolinho”, não ostenta a dinâmica dos primeiros anos onde acabou se estabilizando.

.o. A pesquisa, fio condutor da atração, foi abandonada. Rarearam as entrevistas e os comentários sobre os assuntos em pauta, comuns ao congênere que ele co-estrelava em sua emissora anterior (*). Com as modificações, privilegiando repórteres, principalmente os de esportes, desvirtuou-se o papel do comunicador.

.o. O programa tornou-se, dessa forma, um embalado pacote de chamadas, anunciando os profissionais que cobrem pontes e viadutos, ruas e avenidas, portos e aeroportos, clubes de futebol. A manutenção dos índices no Ibope, todavia, deve-se a seu carisma. Ainda imbatível, o comentarista esportivo.
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O RISCO NO BORDADO
.o. Jorge Luiz, um dos melhores comunicadores do rádio, não está mais na Globo, onde chegara em 1997, há 19 anos, portanto. Não ‘dançou’ ao ritmo do samba de Jobim, que fala ‘nas águas de março fechando o verão’. Caiu em 1º de abril. Mesmo dia que Karla de Luca e Cláudio Vieira, produtores.

.o. Surpreso com isso, caro leitor? Uma norma da empresa, que costura com linhas iguais diferentes questões. Há quantos anos eram seus contratados o Robson Aldir e o Ricardo Campello, baixas recentes? Em 1999, com 15 anos de casa, a Globo mandou Francisco Barbosa embora. (Ele voltaria duas vezes). Maurício Menezes (25 anos) e Hélio Júnior (12), descartados em 2001.

.o. O saudoso Haroldo de Andrade (velho e doente), 40 de casa, em 2002. Porque se insurgira contra o projeto “Globo Brasil”, que consistia nas transmissões de programas em rede. Antes dele (também velho e doente) Hélio Thys, um dos mais cultos produtores do veículo. Episódio máximo, o Áureo Ameno, 42 anos de serviços. Seu ‘pecado’. Elegera-se, em 1997, vereador pelo Rio.
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CURIOSIDADES & PRESTIGIO
.o. Umas curiosidades em torno do Jorge Luiz. Foi o Antônio Carlos que o levou para a Globo – ele era da Tupi. Em todo esse tempo na emissora, JL era curinga oficial do decano dos comunicadores da rádio. AC (não sabemos se por cláusula contratual), tira férias parceladas, em três períodos. É responsável pelo maior faturamento da empresa, agenciador de popular grupo de supermercados.

.o. O prestígio dele estaria balançando por causa da idade, ou motivo outro? Recentemente (no início do ano, diga-se), sua semana foi encurtada. Arrumaram para o espaço, um negócio chamado “Sábado-bado-bado-o”, que lembra desenho de TV, e foi entregue ao Mário Esteves. No programa, além de alguns colaboradores do veterano apresentador, foram mantidas determinadas seções.

.o. Mário incluiu nesse seu novo trabalho na Globo, quadros que apresentava na Manchete, prefixo pelo qual passara pela segunda vez. São destaques “Dois tempos – um musical de boa feitura – e o “Guru Mário”, sua interatividade com o ouvinte. (A propósito dessas remexidas. Em duas ocasiões Esteves saíra lá do Russel. Uma delas -- acredite! -- por ser dono de reluzente motocicleta.)
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DE VOLTA AO FUTURO
.o. Ao desligar-se da rádio que mais o projetara, José Carlos Araújo deixou para trás, uma promoção que marcara as jornadas esportivas que comandava no veículo. Trata-se de “Torcedor do futuro”, qual seja, a presença de colegiais na cabine das transmissões, com direito a opinar sobre o desenvolvimento dos jogos.

.o. Escolhidos mediante inscrições, os participantes eram regiamente presenteados e seu transporte bancados pelos patrocinadores. A promoção -- suspensa nas experimentais passagens dele pela Bradesco e Transamérica – voltou dia 27, no Domingo de Páscoa, em São Januário. Vitória do Vasco (naquele momento último invicto), 1 a 0 sobre o Botafogo, resultando na quebra de invencibilidade do alvinegro.

.o. Da equipe em que o Garotinho é uma das principais estrelas, também brilha, hoje, o repórter André Marques, que fora seu companheiro na rádio da Glória. Enquanto este se juntou ao grupo, o xará dele, André Ribeiro, que se recuperava de uma cirurgia, desvinculou-se da emissora do bairro de São Cristóvão. Retornava ao Ceará, seu estado de origem, para ser coordenador do esporte na Verdes Mares, em Fortaleza.
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PASSEANDO POR OUTRA
.o. O historiador Milton Teixeira, que até o ano passado participava de programas da emissora dos Marinho, trocou de prefixo. Integra, há poucos meses, a Bandnews Fluminense, no “Jornal da Bandnews, 1ª edição”, do Ricardo Boechat. Teixeira faz, com o sintonizador, ‘Um passeio pela história do Rio’, jeito de incentivar o turismo.

.o. Ancorado por Boechat, o informativo (7h30 às 9h30 das manhãs), mexeu com os índices da CBN, ‘a rádio que toca a notícia’, que, por muito tempo predominava no segmento. (Com isso, o corporativismo de mercado. Antes presença freqüente nas colunas de notas do autodenominado ‘maior jornal do país’, MT perdeu espaço.)
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MEMÓRIA VIVA
(*) A parceria Washington Rodrigues-Hilton Abi-Rihan foi, na Globo, detentora de um dos maiores sucessos no rádio em todos os tempos, embora num período curto. O “Show da madrugada” permaneceu em cartaz entre agosto de 1993 e maio de 1995. A atração, cheia de novidades, tinha como produtor Marcus Vinícius e, participação do Alberto Brandão que, além de relatar fatos pitorescos, mostrava sua verve de trovador.

Antes do Apolinho e Abi de Deus (forma que o Velho Apolo tratava o companheiro), era Adelzon Alves que dominava o horário. Durante 24 anos, dos 26 que prestara serviços à emissora, ele reunia nos estúdios a nata do samba de raiz. Ao criticar um empresário amigo do Roberto Marinho, Adelzon ganhou solenemente ‘bilhete azul’. A alternativa foi recorrerem ao Kléber Sayão, noticiarista da noite,não aprovado no posto.

Com o fim do programa (Apolinho afastara-se para ser diretor do Flamengo), surgiria, o “Show da Globo”, só com o Abi, que não emplacara. Demitido, ingressava na MEC AM. Madrugada novamente, em 1997. “Washington Rodrigues show”, aos domingos. Um impasse na renovação de contrato provocou a saída. Dele e de outros. A direção da rádio propôs reduzir os salários dos profissionais. Os que recusaram, ‘dançaram’
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S I N T O N I A
/o/ Hilton Abi-Rihan, acima referido não parou com o rádio, como outros aposentados. Produz e apresenta “Samba & histórias”, aos domingos na Brasil AM, em cadeia com a Rede da Boa Vontade.
/o/ Emendando o assunto. O humorista e produtor Sérgio Ricardo, dos mais atuantes na Globo, chama o David Rangel por David de Deus. Repete o tratamento do Apolinho ao antigo parceiro.
/o/ Há seis meses na casa, “Pop bola” ampliou seu espaço. O grupo dos Alexandres Araújo e Tavares, Lopes Maravilha e Alex Calheiros, assumiu o “Panorama esportivo, no domingo (3).
/o/ Os cardeais daquela emissora decidiram dobrar o tempo de duração do “Samba de primeira”, do Jorge Perlingeiro. O programa, aos sábados, também recuou seu horário, de 1h às 3h das tardes.