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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Girando com as ondas (015)

SOLIDARIEDADE DÁ IBOPE
Há quase duas décadas na Manchete, Roberto Canázio lançava o “Telefone da solidariedade”. Um sucesso no rádio prestador de serviços. Maior êxito obtivera na Tupi, para onde ele se transferia em 2001. Canázio faz dia 1º próximo, dez anos na Globo. O “Telefone...” está de volta. Insofismável apelo que, aliado aos debates eleva os índices da audiência.

.o. Na sua chegada à emissora, o projeto de programação em rede se encontrava em curso, visando alcançar novas praças, mercados. “Se liga, Brasil”, das 13h às 15h, foi a parte dele no ‘latifúndio’. Tinha um apêndice regional, “Se liga, Rio”, na hora seguinte. Com a troca de diretores, caíram. O horário do Canázio mudou, com a doença do Loureiro Neto.

UM SHOW A MAIS
.o. O que era “Show da manhã”, agora se chama “Show do Clóvis Monteiro”, que acaba de celebrar 20 anos das 6h às 9h na Tupi. Iguala-se, partir da mudança no título, à estrutura de outros existentes na casa, evidenciando a pobreza de criatividade no rádio contemporâneo. Quando o precedente ao nome do apresentador não é a palavra ¹‘show’, é ‘programa’.

.o. Na Rádio Tamoio dos anos 70, após abandonar o ‘musica, exclusivamente música”, os apresentadores em todos os horários emprestavam seus nomes às atrações. Eram, nos lugares de um “Vitrine”, “Passarela” e “Consagração”, o programa Fernando Sérgio, idem Jorge Perlingeiro, Kleber Sayão, José Cunha,Manhoso, Marne Barcelos, Nena Martinez etc.

...VIROU FOGUETE
.o. Um ano depois de encerrar suas atividades (saiu do dial pela terceira vez), a Manchete não despertou o interesse de qualquer empresário ou igreja evangélica. Conseguiu, porém, alugar duas horas no entardecer, para uma tal de Sputnik, que faz jornalismo à moda antiga, chamado de ‘gilete press’. Entre 2006 e 2015, com um bom elenco, era alternativa em AM.

.o. A retirada de dois anunciantes -- uma indústria de cerveja e a companhia que administra trens e metrôs do Rio --, foi o suficiente para determinar que a emissora fechasse as portas. Parfaraseando um de seus slogans: “Aconteceu... virou foguete”. Na autoproclamda ‘rádio de verdade’, provavelmente nem o detentor da concessão teria imaginado isso.

NA CONTA DA CRISE
.o. E, o Hélio Júnior, hein? Sobreviveu sete meses após o término do “Alegria ao meio-dia” que a Globo mandou para as calendas, juntamente com os amigos-irmãos-camaradas Maurício Menezes, Mário Esteves e Sérgio Ricardo. O Sistema Globo, e o Condomínio Tupi – já se falou – estão parecendo lojas de shoppings em liquidação de seus produtos.

.o. Os melhores profissionais vão cedendo espaços aos estagiários (nada contra), que as emissoras contratam a propósito de reduzir os gastos na crise econômica. Eles serão, sem dúvida alguma,os radialistas do futuro, com a reinvenção do veículo, numa era que se acredita, plenamente digital. Mas, enquanto não ‘pegam jeito’, a qualidade baixa.

I N T E R L I G A D A S
A Bradesco Esportes, no Rio, modifica mais uma vez sua programação. Promoveu a reestreia segunda-feira (14) do “Sala de imprensa”, retirado da grade no início do ano. Antes um programa de debates, agora é um compacto de notícias, nos fins de tarde.
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Na primeira versão, que durava três horas, o apresentador era Ronaldo Castro. A renovada, tem o comando de Rodrigo Campos, há poucos meses reintegrado à emissora. Sérgio Lobo, atuante numa TV, é o comentarista. Último dos recentemente contratados.
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Com essa modificação, “Os donos da bola”, que tinha duas edições – uma reprisada – saiu da rádio², ficando exclusivamente na TV. Outra novidade é a extensão do “Bola na mesa”, com Marcus Aurélio que, um mês depois, passou a ser do meio-dia às quatro.
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Cantor e compositor de rock, Marcelo Novas foi o tema do “Estúdio F – momentos musicais da Funarte”, sábado (12), às 14h, e domingo (13), às 22h. Líder do Camisa de Vênus, fez lançamento de seu primeiro álbum em 1980, puxado pelo hit “Beth morreu”.
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Dono de lojas de discos antes de trocar de lado, foi parceiro do Raul Seixas, resultando daquela união o conteúdo de quatro elepês. Com o desmantelamento da banda, tornou-se cantor-solo, investindo na carreira a partir do “Because”, uma produção inteiramente autoral.
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“Faça a coisa certa”, “Simca Chambord”, "Pastor João" e “Igreja invisível”, alguns de seus sucessos. Novas, segundo André Barcinski, ‘é o único rockster brasileiro’. Ele já atuou como radialista, na Aratu FM, em Salvador, Bahia, e Excelsior, em São Paulo (hoje CBN).
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O “Estúdio F”, que semanalmente ‘exibe’ o perfil de uma personalidade musical do país, compõe a grade da Nacional há dez anos. Da equipe inicial, apenas o apresentador Paulo César Soares permanece. Paulo Baião produz. De Maria Cristina Martins, o roteiro.
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¹MEMÓRIA VIVA
Marcantes por uma dessas expressões -- ‘programa’ --, os de auditório na fase de ouro da Nacional (César de Alencar, Paulo Gracindo e Manuel Barcelos); de estúdio -- José Messias (Guanabara) e José Duba (Metropolitana). O pioneirismo de utilizar a segunda é atribuído ao Aérton Perlingeiro, criador e apresentador de “Um show para milhões”, na Rádio Clube do Brasil, a terceira no país.

Surgidas nos primórdios do rádio, as então modernas palavras migrariam, mais tarde, para a telinha mágica da TV. Reforçavam, em tese, um bordão do Velho Guerreiro Chacrinha: ’No rádio e na TV(...) tudo se copia”. Saudosismo fora, nem sempre foi assim. A Mayrink Veiga, Tupi e Clube do Brasil, além da Nacional, se esmeravam em suas produções, a começar pelos títulos.

²ERRAMOS. "O dono da bola" não saiu da programação. Mudou de horário, sendo reproduzido na rádio mais cedo, antecipando-se à "Comendo a bola". Ou seja -- é 'bola' pra lá, 'bola' pra cá.

HORAFINAL.COM
“Antonhy Garotinho e Sérgio Cabral presos. Se os deixarem na mesma cela, são capazes de formar uma facção criminosa poderosíssima. A classe política é predominantemente corrupta”. (Ricardo Boechat, na Bandnews FM).


quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Girando com as ondas (014)

AS REPRISES EM ALTA
A Rádio Bradesco Esportes (de São Paulo), transmite nas noites das sextas-feiras, com reprise aos domingos, pelas manhãs, um programa de nome curioso: “Fala moleque”. Nas últimas edições, dias 28 e 30, Ricardo Boechat era o personagem focalizado. Quem participa do programa é sabatinado por, pelo menos, duas horas.Um tiroteio verbal.
.o. No finalzinho da atração, apareceu o Milton Neves e, o inevitável ‘rasga seda’. Ele afirmou, entre outras coisas, que “Boechat é o maior jornalista do país”. Um dos mais bem-sucedido agenciador de publicidade na mídia eletrônica, Milton faz diariamente nas rádios do grupo, dezoito boletins (gravados, é claro).

OS ‘DONOS’ E O ‘B’
.o. O mais badalado programa que a Bradesco reprisa é “Os donos da bola”, originário da TV. Vai ao ar nas tardes e à noite, de segunda a sexta. Na CBN tem um parecido -- “O lado B da bola”, no mesmo período e horários. Reprises no rádio é um modismo que vem se intensificando. Surgiu no declínio da Nacional, sucateada após a Revolução de 1964.

.o. A Nacional e a MEC AM (da EBC) travam séria ‘briga’ no quesito reprises. No balaio estão programas como o “Época de ouro”, “Eles, vozes da MPB”, “Elas, vozes da MPB”, “Garimpo”, “Maestro MPB”, “Ouvindo música”, “Fole e viola”, “Estúdios F – momentos musicais da Funarte” e, “O rádio faz história”.

A JANET REDIVIVE
.o. De uma plêiade de novelistas que fizeram nome no rádio, Janet Clair (1925-1983) foi, sem dúvida, a que conseguiu maior consagração na TV. “Pai herói”, um dos seus sucessos (exibido pela Globo em 1979), está sendo reprisado no momento pelo canal Viva.Janet escreveu para as rádios Tupi e Tamoio nos finais dos anos 40.

.o. As rádios dos Associados tinha um pequeno, mas seleto time de novelistas, destacando-se, Jota Silvestre, Dulce Santucci e Luiz Quirino. No elenco de atores, Lima Duarte, Antônio Leite, Dario Lourenço, Dandrea Neto, Paulo Porto, Newton da Matta, Radamés Celestino, Nair Amorim, Nely Villanova, Luiza Nazareth, entre outros.

PASSADO, PRESENTE
.o. A jornalista Gabriela Sá Pessoa, da “Folha de S.Paulo” entrevistou Lima Duarte¹ e Tony Ramos, principais intérpretes de “Pai herói’. Um trecho: “Atravessaram os mesmos tempos frugais para astros da televisão. Com atrasos nos salários que se arrastavam por até quatro meses, precisavam fazer temporadas no teatro durante as novelas. E, ‘perseguiam boca de gringo’ (trabalhos como dublador), diz Tony.

.o. Alguma semelhança, tantos anos depois, com a última do império construído por Assis Chateaubriand, mais que mera coincidência. Já naquelas ocasiões, as empresas do ‘Velho Capitão’, através de um tal condomínio, maltratavam os seus artistas e funcionários.Não era uma particularidade dos Associados. A Continental, dos “Comandos” do Carlos Pallut remunerava seus profissionais a base de ‘vales’.

I N T E R C A L A D A S
O bombardeio da imprensa conservadora, -- “Veja” e “O Globo”, na dianteira --, não conseguiu impedir que um representante da Igreja Universal fosse eleito prefeito do Rio, segunda mais importante capital do país.
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Ignorá-lo, quem há-de. A empresa dos Marinho encarregou o Roberto Canázio de uma ‘espinhosa’ missão. O programa dele, no rádio carioca, foi o primeiro a entrevistar o senador Marcelo Crivela, novo prefeito.
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Na segunda-feira (31), Crivela ganhou espaço generoso, trinta minutos na atração matinal. O apresentador quis saber dos secretários escolhidos e, ouviu que, o de Comunicação, poderia ser ele, seu entrevistador.
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Não, rebateu, Canázio. Jamais eu trocaria o microfone por uma atividade política. O papel social do radialista -- afirmou -- é ser cúmplice das autoridades. É cobrar as realizações dos seus projetos de campanha.
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¹ Antes de ser ator, Lima Duarte foi sonoplasta, depois dirigiu programas de rádio. Foi um dos pioneiros da TV Tupi, inaugurada em 1952 na capital paulista. Tony Ramos, como indica o texto, companheiro dele na emissora do 'Chatô', extinta em 1980, quando estava sediada na Urca, Rio.