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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Girando com as ondas (018)

ANO DIFÍCIL DE ESQUECER
Foi um ano duro para a classe de radialistas e, -- como se pode perceber --, nada fácil para ninguém nos setores de atividades diversas. A crise econômica (indiferença de gestores à parte), a maior vilã da temporada. Os melhores profissionais, evidentemente com remuneração alta, foram os mais atingidos pelos pacotes, que resultaram nas baixas.

.o. Tantas foram as demissões, que elas se transformaram em lugares-comuns no popular veículo. Preservados, todavia, os empregos dos que atuam sob a condição de PJ (pessoa jurídica), uma categoria privilegiada, que são os agenciadores de publicidade, principalmente os que acumulam funções -- a de ‘homens da pasta’ com os da ‘latinha’.

.o. A exemplo dos demais, todavia, eles também dependem (e muito) dos pequenos que formam a estrutura de um programa – repórteres, produtores e sonoplastas, dos quais, prestadores de serviços a maioria, ignorados pelo público, solenemente no anonimato. Louve-se, na Tupi, atitudes humanitárias dos bem situados socorrendo os humildes.

O MEXE E REMEXE
.o. Retirado da grade há oito meses, o “Eu sempre quis fazer rádio”, aos sábados, 21h, está de volta à Globo, como acontecera com o “Agito geral”, agora apresentado pelo Roni Magrini. O programinha saíra de cartaz juntamente com o “Alegria ao meio-dia’ e o “Samba amigo”.

.o. Com essas modificações, o “Se liga no sábado”, surgido nos meados do ano, ‘subiu no telhado’. No lugar, folga do “Agito”, entrou o “Vem pra pista”, com o Guilherme Grillo e André Henriques. (Pelos corredores da rádio andam cantarolando um sucesso sertanejo...)

REPASSE DOS FATOS
.o. Retrospectiva é coisa que os jornais, TVs e rádios não deixam de programar a cada final de ano. E lista dos melhores aparecem nos dois primeiros, não acontecendo no ‘primo pobre’ desde que a televisão passou a predominar na preferência do público, avesso a teatros e cinemas.

.o. Num ano conturbado pela crise, de forma nenhuma, alguém (ou algum órgão) se arriscaria a promover quais os destaques daquele de que ‘o brasileiro não vive sem’. Dificilmente se encontraria dez numa listagem insuspeita. A mesmice é um fato que simplesmente impediria a escolha.

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I N T E R L I G A D A S
O jornalista e escritor Fernando Molica é o novo contratado da CBN. Vai comandar na próxima temporada, o “CBN Rio”, das 9h30 às 12h.
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Ele substitui Carolina Morand, que o SGR dispensou mês passado. Indefinida a posição da Bianca Santos, que ficou responsável pelo horário.
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Entressafra do futebol, Eraldo Leite e comentaristas de férias. Rafael Marques dá conta do dominical de debates, com o auxílio de repórteres.
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Influenciado pelo mais novo concorrente -- “Bola na mesa” -- o “Enquanto a bola não rola” esticou seu horário, indo também até às 4h.
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Treze meses depois de encerrar suas atividades no dial, a Manchete 760 continua operando em regime precário, para garantir a concessão.
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A continuidade do movimento grevista da Tupi, já na terceira etapa, criou no Rio, inusitado panorama – duplicidade em piloto automático.
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MEMÓRIA VIVA
Baseadas nos modelos de revistas americanas que badalavam os profissionais do mais antigo veículo de comunicação, especializadas do Rio, como a “Radiolândia e a “Revista do Rádio”, publicavam anualmente uma lista dos melhores em seus segmentos.

Em 1956, a “Radiolândia” lançava sua seleção. Constavam os nomes de Névio Macedo (locutor comercial); Jorge Cury (esportivo); Ricardo Serran (comentarista); Carlos Frias (narrador); Silvana Aguiar (locutora); Ivon Cury (cantor); e Ângela Maria (cantora).

Paulo Gracindo e Daysi Lúcidi, radioator e radioatriz; Ema D’Avila, atriz cômica; três produtores – um geral, outro musical e um humorístico, respectivamente, Dias Gomes, José Mauro e Francisco Anízio (que adotaria o Chico Anísio ao migrar para a TV).

Arranjador Radamés Gnatalli; regente Léo Perachi; instrumentista Jacob do Bandolin; vocal Conjunto Farroupilha; orquestra Tabajara de Severino Araújo, novelista Egard G.Alves; radiorepórter Rubem Amaral; disc-jockey Mário Luiz e animador César de Alencar.

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HORAFINAL.COM
Pulou fora da embarcação à deriva o último dos comandantes da Tupi. O impasse remete ao caso da TV homônima, que deixou um grupo de artistas na rua. Versão cabocla do Titanic, é certo, pelo menos, que neste drama haverá sobreviventes. Em qualquer circunstância.




quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Girando com as ondas (017)

GOSTO AMARGO DA CRISE
No entorno dos 72 anos de sua emissora-matriz, o Sistema Globo de Rádio distribuiu, em vez de troféus (ou medalhas), ‘bilhetes azuis’ para dez profissionais – apresentadores, narradores e repórteres. Participantes da celebração do aniversário, na sexta-feira (2), alguns deles, logo avisados de não mais pertencerem aos quadros da casa, sentiram o gosto amargo dos quitutes oferecidos aos funcionários e autoridades pela efeméride.

.o. Depois do ‘pacote’ de abril, no qual a empresa descartou duas dezenas de contratados, o ‘listão’ de agora pegou o Alexandre Ferreira, Zeca Marques e Ceci Mello (exclusiva da CBN); o Evaldo José, Leandro Lacerda e Felippe Cardoso, do esporte; os experimentados Marco Antônio de Jesus e Silvana Maciel, da reportagem e, Diana Rogers, da nova geração. (Carla Matera, nem esquentou lugar). Consequências da crise no país, ou não?

.o. Nem tudo, para os cabeças bem pensantes, deve-se a ela. Nessa oportunidade, como analisar, ou entender o quesito gestão? Na saída do Bruno Thys, dizíamos neste espaço que, administrar uma rádio não é o mesmo que dirigir uma gravadora de discos. Será que os herdeiros do Roberto Marinho estão satisfeitos com a desfiguração que vem se desenvolvendo na principal emissora do grupo? Se positivo, pontos para o compadrio.

.o. Fala-se que ‘uma nova Rádio Globo vem aí’, em 2017. O jovem, na faixa dos vinte e sete a trinta e poucos anos vai ser o público alvo. Destaques prováveis, apresentadores do tipo Ana Paula, Bruno Mattos, Guilherme Grillo, Augusto Sousa, e semelhantes.Diante do anunciado, Antônio Carlos, Roberto Canázio e o David Rangel irão – talvez fechando março -- cantar aquele samba do Tom Jobim: “É pau, é pedra/ é o fim do caminho’.

MANCHA NA HISTÓRIA
.o. Uma rádio qualquer parar por motivos técnicos nesses rincões do país, não é nada demais. Uma rádio da imponência da Tupi ficar um dia inteiro no piloto automático por dívidas trabalhistas, não é só um fato inédito, quanto inacreditável. Prova cabal de irresponsabilidade dos executivos com os subordinados, funcionários, artistas. Mais surpreendente: a greve ocorrida foi um protesto contra os atrasos de dezoito (!) meses dos salários.

.o. Tão vexatório, que não custa frisar -- um ano e meio sem ver a cor do dinheiro, ou na melhor das hipóteses, ‘vales”, para amainar o clima de insatisfação. Mancha no histórico da outrora líder dos Diários associados. Isso aconteceu na última quinta-feira (8).Muito difícil alguém trabalhar, passando informação e diversão para o ouvinte, vivendo num ambiente desses. O mínimo que se pode pensar – situação lamentavelmente caótica.

‘AGITO’ VEM, ‘AGITO’ VAI
.o. O “Agito geral” da Globo está de volta. Pela enésima vez. Com a bola no momento, o Roni Magrini, um dos renomados profissionais do ramo, que aparece na rádio em sua terceira temporada. (Em 2002, por ser altamente remunerado, o SGR mandou-o embora. A dispensa dele coincidira com a ‘rasteira’ que deram no Haroldo de Andrade (1934-2008) em agosto daquele ano. Um pouco antes, tiveram igual procedimento com o Paulo Lopes.)

.o. Digressões à parte. A primeira audição do “Agito” fora em 6 de dezembro de 1998, com o Mário Esteves. O programa era às 9h das manhãs, aos domingos. Depois, a cada mexida na grade ele entrava e saía. Dentre os comunicadores que o pilotaram, a dupla Maurício Menezes/Hélio Júnior, Loureiro Neto (1952-2014), David Rangel, Luiz Torquato e Thiago Matheus , os dois últimos de São Paulo, como o Magrini ouvido novamente em rede¹.

POR UMA TERCEIRA VIA
.o. Procura-se uma terceira via para o rádio no Rio. Com o volume (e sucessivas) demissões registradas num ano abalado pela crise econômica, Globo e Tupi -- as principais – e o veículo, de modo geral, estão caminhando celeremente para o empobrecimento (ou, quem sabe), os inapeláveis e derradeiros degraus de evidente falência múltipla. Somando-se às mais recentes baixas (exceção dos técnicos), os demitidos supera a meia centena.

.o. A imaginária reunião dos melhores profissionais demitidos a partir de abril, (na rádio da Glória) e, em julho (na de São Cristóvão) daria para formar uma emissora bastante atraente. Ela até poderia se chamar Alternativa, em condições inegáveis de ultrapassar, em audiência, as classificadas de pequeno investimento – tal qual uma FM Fanática, tida como surpresa, além, naturalmente das, digamos, seminais O Dia e Mania, do segmento.

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I N T E R L I G A D A S
Semanal aos sábados após a primeira fase, o “Agito” com Roni passou a ter maior espaço. Aos domingos e nos dias sem futebol, de 10h da noite às 3h das madrugadas.
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Com isso, o “Panorama esportivo” recuou para as 8h, ficando de fora quando houver jogos no horário. O mesmo esquema aplicado ao “Pop bola”, nas edições dominicais.
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E, a Ana Paula, que deixou de lado a Portuguesa, depois que assumiu o “Tá’ rolando música”, ganhou outro programa. Sobrou para seu comando, o “Domingo + família”.
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(Cá entre nós). Essa moça no lugar do Alexandre Ferreira -- nada pessoal --, ‘é dose pra javanês’. Por quê não contratarem uma Gláucia Araújo, hoje na combalida Nacional?
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Chamadas na Bradesco Esportes indicam que ‘a nova seleção do rádio’ vai receber mais um reforço. É nada menos que o Jota Santiago, do grupo recentemente desligado da Tupi.
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Sua estreia, porém, está prevista para o início do próximo ano, durante o campeonato regional. Correntes de bastidores já consideram Edilson Silva como o empreendedor.
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Mas, à medida que chega um integrante para a equipe, dois são afastados. No processo de restauração que a emissora implantou , tem sido assim ‘que a banda toca’, com tambores e fanfarras.
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E, dizer que, desde o início do ano, a Bradesco está funcionando ‘à meia-bomba’. Sua grade no Rio, onde virou núcleo, é bastante inferior aos breaks transmitidos de Sampa.
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MEMÓRIA VIVA
Paulo Tapajós (1913-1990), que dedicara a maior parte de sua vida ao rádio, onde começara na juventude, discorria sobre a importância do veículo na década de 80 num depoimento à Jornal do Brasil AM. “O rádio – dizia ele – era muito precário nos primórdios. Surgira para valer em outubro de 1923, graças ao trabalho dos irmãos Moreira, do Recife”.

Cantor, compositor e produtor, Tapajós foi, por certo período, diretor de programação da Nacional. Formava com Almirante, José Mauro e Haroldo Barbosa, um quarteto de ouro. Entre os programas que produziu e apresentou, destacam-se “Quando os maestros se encontram”, na então poderosa emissora, e “Nosso domingo musical”, na Rádio MEC AM.

HORAFINAL.COM
¹O SGR acaba de retornar aos programas em rede, alguns transmitidos do Rio, outros de São Paulo. Não faz muito tempo, retirara o recurso – no intuito de deter o avanço da rival carioca. A (in)decisão, de caráter econômico, parece com a de noivas em dia de casamento.


quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Girando com as ondas (016)

A BOLA QUE VIRA O JOGO
Subiu a temperatura na briga pela audiência no campo esportivo com a entrada, há pouco mais de um mês, do reativado “Bola na mesa”, do Marcus Aurélio, agora transmitido pela Bradesco Esportes FM. O programa nasceu na Tupi. A saída do Marcus, proporcionara o surgimento do “Bola em jogo’, entregue ao Luiz Ribeiro, que também assumira o Giro esportivo”, apresentado às dez da noite.

.o. Na época, o “Enquanto a bola não rola”, do Kleber Leite, na Globo, liderava o horário que dá início às jornadas nos domingos. Sucessivas mudanças na rádio abriram brechas para a concorrente, que reverteu a vantagem. Isso já dura mais de uma década. O “Enquanto...”, nos últimos anos conduzido pelo Eraldo Leite, já teve entre outros apresentadores, o Elso Venâncio e o Ronaldo Castro.

CONDIÇÕES ESPECIAIS
.o. Obedecendo as atuais condições do mercado, a Bradesco aproveitou a disponibilidade do Vinício Gama, Eugênio Leal, Antônio Carlos Duarte e Sérgio Américo, que ‘dançaram’ nos anteriores endereços. Quanto à inclusão do Sérgio Lobo, resultado de um xeque-mate no Acácio, e outro no Rogério Lourenço.

.o. Denominada pelo marketing como ‘nova seleção do rádio’, a Bradesco não se limitou, nessa briga, a recrutar reforços. Mexeu novamente na sua programação diária, trocando, a partir do meio-dia, os horários de “Os donos da bola”, “Comendo a bola”, “Bradesco Esporte Clube” e o “Sala de imprensa".

UM IBOPE PARTICULAR
.o. Embora seja cronologicamente o terceiro, “Bola na mesa” figura, de acordo com levantamento, em primeiro lugar na preferência do público. Os índices, refletidos pela interatividade através do WhatssApp, são motivos de júbilo do apresentador e participantes, considerando-se o pouco tempo de sua existência.

.o. Lobo transitou por vários prefixos e canais de TV. Ainda este ano integrava o grupo de analistas do programa esportivo da Tupi. Outro que lá estava, inclusive nas coberturas de carnaval (Fred Soares), também se bandeou para a rádio com nome de banco. Tem aparecido no novo cartaz, ou seja, na ‘seleção tri do rádio’.
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I N T E R L I G A D A S
A tragédia aérea com a delegação da Chapecoense enlutou o futebol e o jornalismo, familiares, amigos. Foi a maior delas, comparando-se a oito semelhantes.
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Dos jornalistas vitimados, Deva Pascovicci, Paulo Júlio Clement e Vitorino Chermont, os mais conhecidos. Eram do Sistema Globo de Rádio, antes da televisão.
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O primeiro foi narrador da CBN em São Paulo. Os outros trabalharam no Rio, tendo Clement inaugurado a gerência nacional de esportes do SGR, criada em 2001.
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Rubem Confette, que no começo das tardes faz o “Ponto do samba” na Rádio Nacional, saiu de férias. E, já está voltando às atividades nos primeiros dias deste mês.
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No seu lugar, a emissora escalou o Laio Júnior, da nova geração de valores, filho de um ator do passado, do tempo das novelas na tradicional estação da Praça Mauá.
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Aquele ditado que diz ‘filho de peixe, peixinho é’, não se aplica ao moço – com todo o respeito. A voz não ajuda, a inflexão muito menos. O velho Confette é nota dez.
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MEMÓRIA VIVA
Tratamos na postagem anterior dos cuidados que o rádio antigo dispensava aos títulos de suas atrações. Criatividade naquela época era uma espécie de ponto de honra para a classe. Nas linhas adiante, alguns memoráveis -- e até simples.

“Gente que brilha”, de Paulo Roberto, produção e apresentação; “Um milhão de melodias”, de Haroldo Barbosa, com Aurélio de Andrade e Reinaldo Costa; “Seu criado, obrigado”, produzido por Lourival Marques, sendo narradores Cesar Ladeira e Daysi Lúcidi (Nacional).

“No tempo de Noel Rosa”, de (e com) Almirante; “Marmelândia, o país das maravilhas”, de Max Nunes, com atores cômicos; “Caleidoscópio”, produtor José Mauro, apresentador Carlos Frias; “Boa noite para você” -- crônicas do Hélio Thys --, também com o Frias (Tupi).

“Piadas do Manduca”, de Renato Murce, produtor e ator, na companhia de Brandão Filho e o Apolo Corrêa; “Só vale quem tem”, com Aérton Perlingeiro, criador e apresentador; “Pescando estrela – de calouros – com Arnaldo Amaral, condutor e idealizador (Clube do Brasil).

Os humorísticos “A cidade se diverte”, “Regra de três” e Miss Campeonato”, de Haroldo Barbosa, Antônio Maria e Sérgio Porto – respectivamente. Apresentações, por ordem, de Carlos Henrique, Cid Moreira e, do Sérgio em parceria com a vedete Rose Rondeli (Mayrink Veiga).

“Pergunte ao João”, de João Evangelista, apresentação de Jorge da Silva (‘o Majestade’) e Anita Taranto; “Noturno” e “Especial JB”, produções do Simon Khoury, que os comandava; “Arte final, variedades”, de Luiz Carlos Saroldi, ele com Ney Hamilton (Jornal do Brasil).
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HORAFINAL.COM
Nelson Sargento, 92, apresenta “Eles têm histórias para contar”, na Roquette Pinto FM, às quartas, 3h da tarde, ancorado por Agenor de Oliveira. O CD “... 91 anos de samba”, dele com Pedro Miranda -- uma releitura de sua obra --, saiu esta semana.