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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Ouvindo as ondas

EBC PREPARA NOVOS CORTES
Nacional e MEC AM/FM da Empresa Brasil de Comunicação sofreram baixas com suas recentes modificações. O jornalismo foi o mais afetado. Além das três cariocas, seis rádios, duas TVs e uma agência de notícia compõem a EBC.

O governo pretende lançar uma proposta de PDV (Programa de Desligamento Voluntário). Tem como objetivo diminuir o número de funcionários, estimado em 2.500, segundo revelou a colunista Daniela Lima, da “Folha de S, Paulo”.

A EBC quer tirar de seus quadros um contingente de 500 profissionais. A nota provocou reação imediata dos mais antigos. Se o governo tenciona reduzir gastos -- argumentam eles -- deve cortar os cargos dos 420 comissionados.

OUTROS ARES
E, o Rony Magrini, hein? Completaria em novembro, quatro anos de sua volta à Globo. A rádio ‘pra quem é bom de orelha’ não foi uma boa pra ele. Na segunda (4) estreia na ABC de Santo André, na Grande São Paulo, das 11 às 14h.

FOGO BRANDO
Um dos mais importantes comunicadores de sua geração, Rony Magrini estava na madrugada, afeita a poucos. Com a agravante de, no “Bandeira 2”, apenas anunciar músicas e dizer a hora, em ‘fogo brando’ sustentado pelos cardeais.

OITO POR TRÊS
Cyro Neves, (repórter), e Renata Henriques, (produtora), são os novos apresentadores do “Baú da Tupi”, na virada de sábado para domingo, de meia-noite às 4h. Em oito meses, é a terceira vez que o cartaz troca de comando.

AS REJEIÇÕES
O “Baú...” era produzido e apresentado por Jimi Raw desde julho de 2005. Ele saiu ano passado. Luiz Bandeira, sucessor, também. Garcia Duarte ficou em caráter provisório. Raw, Bandeira e outros, movem ação contra a Tupi.

NÃO CONVENCE
Tiago Abravanel, dançarino e cantor de sucesso em musicais de teatro, já fez algumas aparições em novelas. No rádio, é um dos titulares do “Papo de Almoço” da Nova Globo. O programa estreou em junho. Ele ainda não disse a que veio.

FORA D’ÁGUA
Tivesse que passar pela escolinha do Ruy Jobim, seria reprovado num teste de locutor. Deve-se duvidar do seu talento por isso? Pelo mostrado na quinta (24), o neto do famoso apresentador de TV é um peixe fora d’água na ‘latinha’.

A PARADA DURA
As FMs O Dia, Mania e Fanática estão no dial para os interessados em suas programações. Levantamento do Ibope situam-nas em bons índices de audiência. São uma parada dura -- conforme um conjunto nordestino, hoje ausente da mídia.

GOSTO É GOSTO
Às vezes por distração, nunca por curiosidade, sintonizamos numa delas. Grupo sertanejo à parte, lembramos do Conselheiro Acácio, do romancista Eça de Queiroz. “Gosto e caldo e galinha não se discute”, afirmava o personagem.

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HORAFINAL.COM
Magrini, Paulo Lopes e Haroldo de Andrade (1934--2008) foram numa fase da Globo os maiores salários da casa. E dispensados em 2002. Magrini foi para a Tupi paulista (hoje Top), Lopes para a Capital, e Haroldo fundaria uma rádio.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Rádiomania, o Livro/20

MÉDIAS E MODULADAS (B-6)
Os anos 30, 40 e 50 proporcionariam oportunidades para o público de auditório conhecer os seus ídolos. Na Rádio Kosmos, de São Paulo ocorreram as primeiras manifestações, onde se instalava um salão de baile e, exibições de orquestras, ao vivo. Na Rádio Nacional, o “Caixa de Perguntas”, de Almirante, era um modelo. Havia, na década de 40, o preconceito da classe média contra esses programas. As donas de casa, segundo o crítico José Ramos Tinhorão, se irritavam em ouvir aquele alarido no rádio, especialmente as que precisavam de uma empregada doméstica. Elas achavam por isso, que o local era para pessoas desocupadas.

Em 1943, depois de uma parada na Mayrink Veiga, o “Trem da Alegria”, de Heber de Bôscoli e Iara Sales, estacionaria na gare da Nacional. Lamartine Babo, que dele era componente, intitulava o grupo de “Trio de Osso”, uma comparação irônica ao “Trio de Ouro”, composto por Herivelto Martins, Dalva de Oliveira e Nilo Chagas. Heber e Iara se tornariam mais populares ainda, com “A Felicidade Bate à Sua Porta” – ele de algum lugar da rua, ela transmitindo do estúdio.

(Iara se desmanchava em zelo com o marido e, pelo microfone, recomendava que ele não esquecesse de usar a boina, pois Heber tinha um sério problema de asma.) O programa, no entardecer dos domingos, era apresentado antes do “Tancredo e Trancado”. Um show musical, “A Felicidade...” fazia distribuição de prêmios aos consumidores de produtos de limpeza de um patrocinador.

A origem dos programas de auditório remontam aos de calouros. Os primeiros foram apresentados por Celso Guimarães na Rádio Cruzeiro paulista e, Ary Barroso, na Kosmos. O de Ary, “Calouros em Desfile”, passaria também pela Cruzeiro do Sul, mas no Rio, e ganharia fama na Tupi. Ary foi o descobridor de Paulo Gracindo e, responsável pela ascensão dele como animador de auditório.

Essa história Gracindo contaria a Luiz Carlos Saroldi e Ney Hamilton num especial da Rádio Jornal do Brasil. Por causa do futebol, Ary faltava muito ao programa, que era das 8 às 9 horas da noite. Faltava, principalmente, quando o Flamengo perdia. Então, recomendava à direção que escalasse o ator. Gracindo desempenhava muito bem a função, do que acabou gostando. Exatamente na Tupi nasceria o “Programa Paulo Gracindo”, que anos depois mudaria de prefixo. Antes, Gracindo comandara o “Rádio Sequência G-3” diário, na hora do almoço.

Na Rádio Nacional, para onde ele se mudou, seu programa ficaria 21 anos. Era uma miscelânea de tudo que havia na emissora. Em sua etapa inicial a comicidade estava a cargo de Manuel da Nóbrega e Silvino Neto, a contra-regra com Jorge Veiga (que aspirava ser cantor e vivia pedindo uma oportunidade) e, na corretagem de anúncios nada menos que Abelardo Barbosa, o Chacrinha.
Com Gracindo aos domingos de 10 horas ao meio-dia disputavam a preferência do público, o de César de Alencar, sábados de 3h da tarde às 7h da noite, e o do Manuel Barcelos, às quintas-feiras, das 11h da manhã à 1h da tarde. No do César, a rivalidade entre os fãs-clubes de Emilinha Borba e Marlene.

MEMÓRIA-2001
Depois de uma temporada em Brasília, André Giusti retornava ao Rio em julho. Ancorava o “CBN Esporte” aos domingos e um noticiário matinal nos demais dias.

Paulo Lopes, que estava na Globo desde 1987, deixava a emissora no período, e acertava em outubro com a Capital. Notabilizara-se na Tupi do Rio nos anos 70.

Decidida a inovar em transmissões esportivas a CBN contratava o ex-craque Tostão para um tal de ‘imagem real’,fragmentos de jogos. Não decolara.



quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Ouvindo as ondas

UM ‘GIGANTE’ NA CRISE
Pelo tamanho dos pés se conhece o gigante – diz um ditado antigo. Os tempos mudaram, evidentemente. Na Rádio Nacional da época de ouro, com a variedade de novelas, programas de auditório e outros, anunciantes ‘brigavam’ por espaço.

Nos dias atuais, a crise só faz as emissoras reduzirem seus quadros, enxugarem custos. Há, porém, um gigante na praça. Você acredita? O mais incrível é que, ele (o veículo) passou por três greves, duas de advertências, de 24 e 72 horas.

A mais prolongada foi justamente no período de festas de fim de ano – dezembro de 2016. Qual o nome do gigante? Naturalmente não precisamos mencionar. Interessado no tema (esse amor nosso de cada dia), você já percebeu...

O referido está baseado no imperial bairro de São Cristóvão, na Rua Fonseca Teles. Segundo revelou o site “Tudo Rádio”, a emissora do Condomínio Associado disparou no Ibope através do seu FM durante os meses de junho e julho.

FAZENDO FILA
Uma prova disso é o número crescente de anunciantes que dela fazem parte. Quem se der ao trabalho de ouvi-la atentamente vai confirmar esta configuração. Na matemática, números dizem muito, a menos que haja algum estratagema.

QUE MÁGICA
Não sabemos qual a mágica adotada pelo Josemar Gimenez. O que muitos da classe estão querendo saber é se, depois disso, a empresa acerta com aqueles que ficaram com salários atrasados, foram dispensados, ou se afastaram.

MESMICE GANHA
Em certos momentos há mais anúncios do que sessões. A mesmice,tão criticada pelos de bom gosto, está ganhando de lambuja. E deixa de cabeças esquentadas os cardeais da reinvenção, na basca de um público jovem e antenado.

EMPRÉSTIMO
Jornalismo sem repórter não dá, não tem graça nenhuma. A Rádio MEC AM não possui, atualmente, equipe de reportagem. Utiliza gente da Nacional, revelando no ar, essa prestação de serviço. Pelo menos, não engana seus ouvintes.

MALTRATADA
Coisas da crise que acontece no país, ou da surpreendente EBC, tão maltratada pelos administradores que nela estiveram desde sua revitalização no distante 2004. Em qualquer pesquisa envolvendo a emissora, o traço é lugar-comum.

DO SEU JEITO
Pelo bordão que anda divulgando – ‘do jeito que você gosta” – faz lembrar do homem que não perde a pose em quaisquer circunstâncias. Pode estar com os bolsos vazios e a conta bancária zerada, que sairá por aí todo convencido.

DEFENSIVA
Um animador cultural, roteirista de TV e escritor argumenta que, rádio estatal não tem as preocupações das comerciais. Qualidade é mais importante – acrescenta. Certíssimo o seu ponto de vista na defesa da Roquette Pinto,‘sob nova direção’.

A TELA RUÇA
Essa visão relativa à emissora em tela (perdão aos modernistas), se aplicaria bem às estações citadas no começo do bloco. Com o pomposo nome de Empresa Brasil de Comunicação, nem os sites atualizam, ao mudarem suas grades.
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HORAFINAL.COM
As Forças Armadas vão ficar no Rio até o fim de 2018 – declarou nesta quinta (17) ao Milton Jung, da CBN, o comandante do Exército Eduardo Dias da Costa Lisboa. O áudio parecia sair de um garrafão.Mantido no ar por seu conteúdo.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Rádiomania, o Livro/19

MÉDIAS E MODULADAS (B-5)
Antes de se especializar em novelas, a Rádio São Paulo tinha no humorismo um dos pontos de atração. Ariovaldo Pires, o ‘Capitão Furtado’, que também atuaria na Educadora, era o nome mais importante do elenco. “Cascatinha e Genaro”, que ele criou e apresentava, foi um programa de muita popularidade. Em todos os tempos, a situação política fornecia subsídios para o humorismo no rádio e, marco desse gênero o “PRK-30”, de Lauro Borges e Castro Barbosa. Surgiriam então, na década os primeiros programas. Dino Cartopacci com “Zé Fidélis”, um deles.

O “Piadas do Manduca”, de Renato Murce, lançado pela Rádio Clube do Brasil, era chamado de “Cenas Escolares”. A mudança de nome e enfoque deveram- se a reclamações do professorado, que se incomodava com a maneira que o seu produtor retratava o dia a dia da classe. A fase de maior sucesso, ocorreria na Rádio Nacional. Além do autor, os intérpretes eram Brandão Filho, Lauro Borges e Castro Gonzaga. Os dois últimos, em vôo solo – criadores do impagável “PRK-30” – mudariam para a Mayrink Veiga e nela ficariam até 1945, de onde iriam para a Nacional. Em 1956, trocavam mais uma vez. Ingressavam na Rádio Record.

Naquele ano a Nacional colocaria em prática um projeto que vinha adiando. O horário vago com a saída de Borges e Gonzaga seria ocupado pelo “Balança Mas Não Cai”, de Max Nunes, com narração de Afrânio Rodrigues e a participação de um numeroso cast de comediantes. No programa, dois anos mais tarde, incorporava-se o quadro de enorme repercussão, “O Primo Rico e o Primo Pobre”, idealizado por Paulo Gracindo, que contracenava com Brandão Filho. Dono de uma versatilidade incrível, Brandão também se destacaria como personagem-chave da série de Giusseppe Ghiaroni, “Tancredo e Trancado”, aos domingos, no anoitecer, antes de "A Felicidade Bate à Sua Porta", com Heber de Bôscoli e Yara Sales. Brandão era o Tancredo -- Trancado, Apolo Corrêa.

Outra dupla de destaque foi Alvarenga e Ranchinho, com passagens pela Tupi e Nacional. Brilhante, também aparecia o humorista Silvino Neto. O “Hotel da Pimpinela”, habitado por uma galeria de personagens, explorava a fundo os acontecimentos políticos. Silvino assemelhava-se a “Nhô Totico” (Vital Fernandes da Silva), de São Paulo, que fazia uma variedade de tipos e a sonoplastia da atração. “Nhô Totico” trabalhou em diversas emissoras. Mais tempo na Cultura.

MEMÓRIA-2001
Afastado oficialmente do rádio no final de 1996 quando estivera na Tupi, Haroldo Jr. reiniciava suas atividades na Carioca. Em 23 de maio, das 4 às 5h da tarde.

E, durante todo aquele período a Manchete CCI voltava a funcionar no piloto automático. Repetia setembro de 2000, com dispensa de seus profissionais.

Robson Alencar estava há quase dois anos na Rádio MEC e retornava em julho à Tupi. Substituía o noticiarista Luiz Nascimento, que se desligara no mês anterior.
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Rádiomania, o Livro/19

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Ouvindo as ondas

DOURADAS REMINISCÊNCIAS
Memorável a participação da jornalista Rose Esquenazi no quadro “O Rádio Faz História”, do Marcus Aurélio, na MEC AM, sexta (4). Focalizara Dick Farney (1921-1987), cantor e pianista, pelos 30 anos de sua morte, completados na data.

Farnésio Dutra e Silva, nome no registro civil, Dick Farney transitou com desenvoltura pelo jazz, samba-canção e bossa nova. Começou num programa infantil da Rádio Cruzeiro do Sul e brilhou no estelar elenco da Mayrink Veiga.

Marcantes: “Somos Dois”(Armando Cavalcanti/Klécius Caldas/Luiz Antonio); “Alguém Como Tu” (José Maria de Abreu/Jair Amorim); “Tereza da Praia” (Tom Jobim/Billy Blanco); “Marina” (Dorival Caymmi); e “Esquece” (Gilberto Milfont).

Crooner do Cassino da Urca, atuou em boates de Copacabana, cujo mar ficou imortalizado em música de João de Barro e Alberto Ribeiro: “Existem praias tão lindas cheias de luz/Nenhuma tem os encantos que tu possus/Tuas areias...”

Dick também se apresentou em TV, primeiro Record, depois Globo. Nesta, formou dupla com a atriz (e cantora) Betty Faria. Após atuações no Cassino da Urca, foi convidado para shows nos Estados Unidos, incluindo uma emissora de rádio.

FATOS INCOMUNS
No dia em que os meios de comunicação assinalavam as três décadas da morte de Dick, assinalavam também, o falecimento de Luiz Melodia, aos 66. Aquele (da era do rádio) faria em novembro mesma idade de Melodia (surgido na era da TV).

LOIRA & PÉROLA
O criador de “Uma Loira” (Hervê Cordovil) teve um de seus sucessos (“Somos Dois”) como tema de filme, o autor de “Pérola Negra” tornou-se conhecido do grande público através de “Juventude Transviada”, que foi trilha de novela.

SAMBA SOCIAL
Comandado por Valéria Marques, “Samba Social Clube” está há seis meses na SulAmérica Paradiso, com bons índices. Nascido na extinta MPB, o cartaz, nos fins de semana de 12 às 14h, é dos mais prestigiados naquela emissora.

DE CAMAROTE
O programa tem participação do dançarino Carlinhos de Jesus, que leva convidados para o seu “Camarote”, em quatro edições. No sábado (5) houve a presença do Casuarina, de João Cavalcanti, filho do cantor e compositor Lenine.

FLA NAS OITAVAS
Mudemos o pólo da conversa. Sob a direção de Jaime de Almeida, interino ‘eterno’, o Flamengo goleou de 5 a 0 a equipe do Palestino. Classificou-se para as oitavas da Copa Sul Americana em jogo na Ilha do Governador – agora do Urubu.


VINÍCIUS, ENFIM
Revelação a caminho do exterior, Vinícius Jr. fez o gol mais esperado. Márcio Araújo continua ‘invicto’, três anos sem marcar. Edson Mauro narrou na Globo, auxiliado por Álvaro Oliveira , André Luiz, Gustavo Henrique e Francisco Aiello.

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HORAFINAL.COM
Em “Tereza da Praia”, rara parceria de Tom Jobim e Billy Blanco, Dick Farney canta com o Lúcio Alves, mesmo timbre. Nas interpretações, em forma de diálogo, eles brincam sobre a descoberta de certa musa do Leblon. Obra prima.





sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Rádiomania, o Livro/18

MÉDIAS E NODULADAS (B-4)
“A Nacional era ouvida em todo o Brasil por uma massa enorme de público”, revelaria Paulo Tapajós, diretor musical e produtor da emissora por muitos anos. “Isso aguçava o interesse dos anunciantes, que formavam fila à espera de uma vaga na programação. Aos poucos foram suprimidos os quartos de hora focalizando um artista e, criou-se os programas de talento, de inteligência”.

A Rádio Nacional ganharia, em 1942, novo estúdio com palco e plateia. E também passaria a operar em onda curta com antena dirigida para a Europa, revelaria ainda Paulo Tapajós. Numa determinada época, segundo ele, a Nacional era considerada a quinta emissora do hemisfério, competindo com a BBC (Inglaterra), NBC (Estados Unidos), Europa 1 (França) e RAI (Itália).

“É fundamental reconhecer o impacto da onda curta... Através dela o rádio mostrava o que o Brasil tinha a oferecer ao exterior, dentro de uma política de integração”. A observação é de Sônia Virgínia Moreira, professora de jornalismo da Uerj, que durante algum tempo trabalhou na Rádio JB AM.

Almirante, Radamés Gnatali e José Mauro formaram um tripé da maior renovação que se fez na Rádio Nacional. A eles se juntariam Haroldo Barbosa e Paulo Tapajós, afirmava Luiz Carlos Saroldi, parceiro de Sônia num livro sobre a estação. “Chegava o tempo da radionovela, com “Em Busca da Felicidade” e, também o jornalismo se projetava com o modelo do “Repórter Esso”.

Em depoimento ao “Especial” da RJBAM em outubro de 1997, Radamés dissera que só fazia “Um Milhão de Melodias”, de lançamentos, para o qual escrevia arranjos e orquestrações. Os maestros Lírio Panicalli e Léo Perachi, seus companheiros na emissora, também desfrutavam de funções privilegiadas. Panicalli cuidava dos programas românticos e Perachi respondia pelos sinfônicos. “Festivais GE” – dizia Radamés -- era feito para atender o último caso.


MEMÓRIA-2000
Em 5 de agosto, um sábado, Juçara Carioca alçava vôo solo na Tupi. O “Show da Juju”, programa semanal, era transmitido das 8 às 10h da noite. Gamhava o espaço devido a saída da "Revista Musical", às 7h, com o Artur da Távola.

A Radiobras e o Ministério das Comunicações anunciavam em setembro a venda, provável, da Nacional, que não se concretizaria. A rádio acumulava prejuízos desde os anos 80 e ocupava a 11ª posição entre as AMs cariocas.

Pioneira no segmento a Imprensa FM era arrendada pela Jovem Pan no final de novembro. Os donos da emissora de São Paulo já haviam fechado negociações com a Fluminense, de Niterói, rebatizando-a com o nome de Jovem Rio.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Ouvindo as ondas

A BANDA QUE NÃO TOCA
Se o quesito qualidade fosse motivo para as emissoras de rádios aumentarem os seus índices de audiência -- seja de notícias, música boa para as tribos diversificadas, diferentes públicos, elas estariam nas primeiras posições do Ibope.

Do grupo, naturalmente, fariam parte uma Bandnews, JB, Antena 1, SulAmérica Paradiso, Roquette Pinto e MEC. Mas, “não é assim que a banda toca” – diria do alto dos seus 80 (desculpe o lugar-comum), felpuda raposa muito bem-humorada.

Há mais de 50 anos o personagem utilizado nessa referência foi criador de inúmeros bordões de pleno gosto popular. Pelos prefixos onde desenvolveu as atividades de repórter, comentarista e apresentador, fez sucesso (e ainda faz).

Programas populares nunca perderão para os de feitura elaborada. O baixo nível cultural permite isso. Recursos da internet e redes sociais contribuem para a diminuição de ouvintes. Rádio (e TV) servem mais a seus interesses de classes.


DO AQUILES
Ultrapassado um mês do lançamento da Nova Rádio Globo, vale reconhecer que existem coisas úteis na grade. “Café das 6” é uma, “Futebol à Manivela”, outra e, mais algumas. Todavia, o “calcanhar do Aquiles” aparece na faixa das 11 às 14h.

PLURALIDADE
Pode-se afirmar sem qualquer exagero ou implicância que, ali instalaram o que se denomina “mais do mesmo”, apesar da pluralidade de opções. Se (olha ela de novo; pequena, porém importante) escolhessem um, o resultado seria melhor.

(RE)INVENCÃO
Pra quem “é bom de orelha” soa estranho anunciarem a reinvenção da rádio e colocarem no ar um negócio chamado “As Melhores da Semana”, extraído do “Tá’ Rolando Música”. Possivelmente a (re)invenção da roda, ou, talvez dos elepês...

CONFORMADO
A propósito. Sintonizado domingo último no programa que reservaram para o Roberto Canázio, descobrimos que, conformado ele está. Entre uns ‘de qualquer maneira’, comparou a revista com o “Fantástico”. Modelo matinal do cartaz da TV.

MELHOR SOM
Faz um ano e pouco que a Rádio Mania mudou-se para a freqüência da Cidade. Os locutores de lá estão afirmando que a emissora tem ‘o melhor som do Rio’ e ‘a melhor programação’. Entende-se o marketing. E, eles, acreditam no que dizem?

MELHOR II
Muito antes dessa autoproclamação, o Maurício Moreira, do “Momento Esportivo” na Brasil AM, da LBV, sustentava que ‘o melhor som do Rio’ é da estação em que ele trabalha. Quer dizer, nem originalidade o pessoal da Mania* sabe cultivar.

*Esta série teve início em setembro de 2009 por ocasião da XV Bienal do Livro Rio. Nada a ver, evidentemente, com a rádio que hoje pertence a uma empresa estudantil localizada nas proximidades da antiga capital do Estado.
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HORAFINAL.COM
Componente do primeiro time de comunicadores do rádio carioca, Luiz de França (1946-2017), exerceu a profissão por quase 50 anos. Ao vencer “A Grande Chance”, do Flávio Cavalcanti, conquistou a vaga de locutor na Rádio e TV Tupi.

HORAFINAL DOIS
O obituário de influente jornal divulgou que ele começou na Rádio Globo em 1983, e atuara na casa 28 (?) anos. Ocorre que, o França saiu da Glória em dezembro de 1998 de volta à Tupi. (Washington Rodrigues também saíra.)

HORAFINAL TRÊS
Em 2007 foi para a Manchete, fazendo seu programa de Barbacena, sua terra natal. Pela 4ª vez, a rádio faliu em novembro de 2014, não emplacando on-line. França aposentara-se na emissora em 2015 – disse ainda o texto da publicação.