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quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Direto das Ondas

DE ANTIGUIDADE E FAVORITOS
A MEC (Ministério da Educação e Cultura) um legado de Edgard Roquette Pinto (1884-1954) celebrou neste 2018, a mais elevada marca de sua antiguidade, 95 anos. É, não há dúvida, a pioneira no país.

Fundada em 20 de abril de 1923 com o nome de Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, antes PRA-2, remonta a 12 de setembro de 1936, mesma data em que iam para o ar as ondas da Nacional, a então PRE-8.
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TERMÔMETRO
No auge, duas publicações especializadas eram o termômetro do que acontecia nas principais estações. Astros e estrelas não só brilhavam nos programas, mas também na “Revista do Rádio’ e “Rádiolândia”.

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A LISTAGEM
Era comum nos finais de ano uma listagem daqueles veículos indicando os melhores profissionais em cada categoria. Com o passar do tempo foi sumindo... como o anúncio de um produto de beleza.

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MAGIA DA TV
Uma espécie de resquício da época, a escolha dos mais destacados reapareceria na tela da TV, que com sua magia arrebatava para si as atenções do grande público. Ela atraía multidões com o seu fascínio.

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SEMELHANTE
E, assim, deu luz a promoções igualmente parecidas à do rádio -- ‘velho’, ‘caquético’, ultrapassado até. Inferiorizado diante do moderno meio de comunicação, cedeu terreno, perdeu artistas e anunciantes.

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O AVANÇO
O rádio, porém, evoluiu com o avanço da tecnologia. Não em recursos humanos, apesar de as faculdades despejarem inúmeros formandos. Dizer que a mesmice predomina ‘é chover no molhado’.

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SALVAÇÃO
Ferramenta que propicia a interatividade, a internet lhe tem sido extremamente valiosa. Relacionamos a seguir o que ao longo do ano nos pareceram ‘audíveis’. Sem direito a sorrisos, flâmulas, ou medalhas...


1. BATE-Papo.Com (‘A sociedade nas ondas do rádio’). – MEC (AM 800). Cadu de Freitas recebe convidados para discutir as manchetes do dia. De 2ª a 6ª, das 9h às 10h;
2. CAFÉ das 6 – Globo FM (98,1) – ‘Uma dose de contração, outra de informação’, com Fernando Ceilão e Carolina Morand. Participações de Renato Cantarino e de Edson Mauro. Vai até às 8h;
3. HORA do Blush (‘Bem estar e comportamento’). – SulAmérica Paradiso FM (95,7) com Isabela Saes, das 17h às 19h;
4. PAINEL da Manhã -- 94 FM (Roquette FM 94,1). Comando Jorge Ramos, das 6h às 10h. Além de um playlist musical, participam os repórteres Heloísa Borghi, Miguel Ângelo, Fernando Ventura e Rogério Ribeiro;
5. REDAÇÃO Online (‘Música e as notícias mais importantes que acontecem no Brasil’). – SulAmérica Paradiso. Apresentação Sérgio Gianotti, das 6h às 9h;
6. RADAR Tupi (‘As mais recentes informações do dia’). – Tupi (AM 1280/FM 96,5). Das 19h às 20h. Conduzido por Luiz Ribeiro, repórter especial, Marco Antônio de Jesus;
7. SHOW do Apolinho -- (‘As ‘boas” do esporte e o que é interessante no Rio’). Tupi, das 17h às 19h. -- Com Washington Rodrigues, produção e destacada presença de Marcus Vinícius -- o Mister Bean;
8. SAMBADASSO – Globo FM – Seleção do que há de melhor do samba de raiz. Aos sábados, das 11h às 13h, sob o comando de Zeca Lima;
9. SAMBA Social Clube – Tupi (AM/FM). Com Valéria Marques e Carlinhos de Jesus, também aos sábados, de 13h às 15h. Desfile das mais importantes figuras do gênero;
10. TODAS as Vozes (‘Aqui, a intolerância é zero’). – MEC AM, das 7h às 9h. Com Marcus Aurélio. Produção dele e do Marcos Leite. Participações entre outros, dos colaboradores Rose Esquenazi, Paulo Francisco, Fernando Morgado, Mário Silva e Wagner Gomes.

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R a r e f e i t a s
/o A repórter Isabella Fraga, que até a pouco fazia cobertura do trânsito na Nova Rádio Globo, saiu da emissora. Mudou-se para a Super Tupi.

/o Adriana Ribeiro, produtora e apresentadora, promovida a coordenadora na MEC AM. A rádio terá especiais 'ao vivo' entre os dias 24 e 31.

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< Feliz Natal, Feliz Ano Novo.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Rádiomania, o Livro/60

PILARES EM QUEDA
Os 70 anos do rádio alcançados em 1993, não proporcionaram motivos para a comemoração da classe. Em particular, dos profissionais que atuavam na Mundial – terceira mais antiga no país, até os anos 60 a proclamada Rádio Clube do Brasil. Ela encerrava suas atividades em janeiro. O mesmo quadro se desenhava para os que pertenceram ao elenco da JB AM, fechada em abril, a quatro meses de completar 59 anos de sua fundação, o que ocorria na semana em que se realizava o plebiscito objetivando a mudança de governo.

Com a queda da JB e da Mundial, iam por terra dois blocos de expressivos sistemas de rádio no Rio de Janeiro, considerados entre os mais sólidos. A JB ainda tentava reverter, em março, a situação difícil em que se encontrava. Novos programas foram criados, evidenciando que a finalidade era ‘vender’ assinaturas do jornal da empresa, seriamente abalada em seus pilares, fonte de sustentação da emissora, pobre em anunciantes. No final de abril, o público fiel à rádio se via definitivamente na orfandade. Os 940 Khz, onde a JB emitira seus últimos suspiros, eram ocupados pela Rádio Cristo em Casa, batismo provisório.

Pouco depois, o detentor da concessão, e de outros prefixos no Rio, sintetizava o nome de sua nova aquisição: Rádio Brasil. Ela, no entanto, seria minimamente explorada pela seita, arrendada ao movimento Vinde, também religioso. No caso, saía do púlpito eletrônico o pastor (e deputado) Francisco Silva e entrava Caio Fábio, pastor e escritor. Cancelado o contrato de arrendamento, que seria de dez anos, a LBV, Legião Brasileira da Boa Vontade, assumia o controle da rádio, sendo gestor, José de Paiva Neto, um jornalista e escritor de temas religiosos.

As ondas da Mundial, (AM 860 Khz), por sua vez, seriam utilizadas durante quatro anos como repetidora da CBN (ex-Eldorado), ‘a nova menina dos olhos’ dos diretores do Sistema Globo de Rádio. Em junho de 1997, porém, a empresa optava pela freqüência de 860 para a CBN, que vinha operando dos estúdios da emissora desativada. A 1180, (da extinta Eldorado), que, depois da Viva Rio, serviria à nova Mundial, foi vendida para Igreja evangélica homônima.

M E M Ó R I A
Produzido em Niterói e transmitido pelas principais emissors do Rio, o “Grande Jornal Fluminense” deixava de operar em 1981. Seu início ocorrera em 1949 através da Rádio Tamoio. Fundado pelo jornalista Sebastião Rodrigues da Costa, era administrado por três de seus irmãos. Nos últimos vinte anos ficara em poder de uma vereadora e advogada na antiga capital do Estado do Rio.

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< Plante e Viva Bem
Não deixe uma planta morrer. Nem uma livraria. Dê livros. A uma criança, a um amigo (a), a seu amor. Com os livros se planta uma civilização.

sábado, 15 de dezembro de 2018

Direto das Ondas

VOANDO COM AS NOTÍCIAS
Nas rádios mais importantes das grandes cidades – metrópoles --, a principal matéria-prima nos programas das manhãs é, indubitavelmente, o trânsito (no final do dia também, chamado hora do rush – e, qual o consciente cidadão desconhece hoje, essa coisa?)

São do interesse absoluto dos automobilistas e número ímpar de pessoas umbilicalmente ligadas a tal rotina urbana as noticias sobre o desenvolvimento do trânsito, interferência usual nos caminhos que as conduzem ao trabalho, colégio, destinos variados.

Dentre as emissoras da capital fluminense equipadas para esse tipo de cobertura, destacam-se a Tupi e Globo – aquela com Leonardo Sales, esta com Isabella Fraga. A bordo de helicópteros eles transmitem a cada dia a movimentação nos pontos cruciais da cidade.

As rádios menos dotadas para acompanharem o que vão além de ruas, avenidas, pontes e viadutos, utilizam-se de um locutor no estúdio. Atento às câmeras da CET-Rio, intermediando uma rodada de músicas ou uma entrevista, ele dá um panorama para o ouvinte.

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GRILLO NO AR
Repórter e apresentador da última safra deste amor antigo, Guilherme Grillo esteve por mais de dois meses afastado. É um dos colaboradores de “No Ar”, da Nova Rádio Globo, e retornou na quarta (5).

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BORDÃO MUDOU
Os cardeais da emissora-matriz dos Marinho mandaram para o arquivo o bordão ‘Pra Quem é Bom de Orelha’. Agora, ‘Se Toca Você, Toca Aqui’, é o slogan que anuncia os cartazes da grade de programação.

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UNS E OUTROS
Nos intervalos – pode-se observar – rolam mais isso que comerciais. Se tranqüilidade para uns (sintonizadores), não para outros, os que controlam o faturamento. O sétimo lugar em audiência tem muito a ver.

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A FILA ANDA
Na ex-concorrente, ao contrário, está se registrando fila de anunciantes, com o país em plena crise. Dizem ‘à boca pequena’ – do tempo de nossos avós --, que é ‘milagre’ de ‘São’ Josemar (Gimenez).

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O LEVE IDOSO
Jorge Wamburg é dos mais antigos jornalistas da Nacional em atividade. Radicado em Brasília, já cobriu de tudo, principalmente política.Hoje,plantonista esportivo nos programas e jornadas. Boa forma.

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PESO DA IDADE
Não se pode dizer o mesmo do veteraníssimo Anchieta Filho. Com trajetória por diversas rádios paulistas, recentemente contratado pela Nacional, ancora as notícias da “Terra da Garoa”. Intervenções vacilantes.

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FALAR, CALAR
Talvez não se incomode com o ditado que diz: ‘Tem a hora de falar, e tem a hora de se calar’. O gosto pelo jornalismo, ou motivo outro, provavelmente a causa dele estar se expondo a tantos tropeços diários.

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NÃO ÀS FESTAS
O comunicador Roberto Canázio fica fora do ar nas festas de fim de ano. Entrou de férias no domingo (9). A jornalista e apresentadora Vanessa Riche – do “Papo de Almoço”, às terças – responde pela ausência dele.

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UM ANO BOM
Isabelle Benito comemorou na terça (11) um ano de programa na Super Tupi, às 10h das manhãs. Pelo entusiasmo de colegas comunicadores e ouvintes, os índices do Ibope correspondem às expectativas da direção.

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A CASA NOVA
Comando da FM 94 (Roquette 94,1) ‘vendendo’ para seu público ser ela ‘A Nova Casa da Música Brasileira’. Fica subentendido que a ‘velha’ é também estatal – MEC AM, onde fator predominante chama-se bom gosto.

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R a r e f e i t a s
/o Locutores da Mania FM (91,1) de Niterói, estão afirmando que a rádio 'é a melhor do Brasil’. Pergunta que não quer silêncio. Será que eles acreditam no que dizem? O anunciado não passa de um arremedo de ficção.

/o Fossem contratados de uma Jovem Pan, de Sampa, Itatiaia, de BH, ou Gaúcha, de Porto Alegre, que teriam os moços a declarar? Por certo, esses “ilustres mensageiros de Araribóia” acreditam em Papai Noel.
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< Plante e Viva Bem
Não deixe uma planta morrer. Nem uma livraria. Dê livros. A uma criança, um amigo (a), a seu amor. Com os livros se planta uma civilização.


quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Rádiomania, o Livro/59

APARENTE SUBIDA
Chamava-se Federal e funcionava em Niterói a rádio comprada pelo grupo Bloch Editores, que a exemplo da principal revista, ganharia nome de Manchete. A concessão estava em poder de Antenógenes Silva, músico e compositor e, entre outras coisas, autor de “Saudades do Matão”, um clássico do cancioneiro sertanejo. Foi em 1981 que a emissora passou para o controle acionário da família Bloch.

Cinco anos depois, quando começava a transmitir 24 horas por dia, ela deixava para os ouvintes a impressão de crescimento. (Emissoras mais antigas – casos da Roquette Pinto e Jornal do Brasil, só entrariam nessa operação, respectivamente em 1988 e 1990). Pelo transcurso de seu decênio, em março de 1991, a Manchete investia na contratação de profissionais de renome e ampliava o setor de jornalismo, apesar da crise político-econômica que o país enfrentava.

O início da nova fase se daria com Cidinha Campos, que estreava no dia 4 daquele mês. Eleita deputada pelo Estado do Rio no ano que terminara, a comunicadora desligara-se da Tupi em janeiro, na qual trabalhara onze anos ininterruptos. Cidinha levaria para o novo endereço parte dos componentes de sua equipe, de produtores e debatedores, incluindo o sonoplasta Márcio Castorinho.

No mesmo dia em que a Manchete lançava o “Cidinha Livre”, o comunicador Enio Barbosa também estreava no prefixo. Ele, que alcançara grande sucesso na Tupi substituindo Paulo Lopes* a partir de 1987, não renovaria seu contrato, encerrado antes de completar dois anos no horário, entre 1h e 4 da tarde. Queria remuneração considerada incompatível. Sua estrela se apagaria na Capital, enquanto ‘plantava’ nos colunistas de jornais populares o interesse da Globo por seu concurso.

Ênio fizera uma parada na Rádio Nacional, quando problemas de ordem política provocaram o afastamento de Daysi Lúcidi, integrada à emissora desde os tempos das novelas. Na Manchete, abandonaria o projeto de reformulação logo no primeiro mês de atividades. Em princípio, alegara motivo de saúde, licenciando-se e, depois, para surpresas, rescindia o contrato. Voltaria à Capital. Mais tarde, porém, realizava seu grande sonho: trabalhar no Sistema Globo. Morria no primeiro semestre de 1995, em pouco tempo de atuação na filial paulista do SGR.

Jorge Luiz e Luciano Alves, também originários da Tupi, reforçariam a programação da Manchete. Em meados do ano, todavia, o panorama da rádio estava muito diferente, com o reflexo de uma crise que, localizada no canal de televisão, abalaria os alicerces da empresa. Cidinha sairia rápido, aproveitando a desincompatibilização, em 1992, para concorrer à Prefeitura do Rio. Luciano Alves, que se aposentara da Rádio MEC, era o próximo. Ficaria com o Jorge Luiz (último dos requisitados no ‘crescimento’) a dolorosa missão de apagar as luzes.

*M E M Ó R I A
Um dos maiores salários do radio, Paulo Lopes era demitido da Globo de São Paulo em 2001, isto é,14 anos depois de ser contratado pela emissora dos Marinho. A forma do seu afastamento teve semelhança com a de outros colegas da empresa – o Rony Magrini, também baseado na Paulicéia, e Haroldo de Andrade, no Rio.
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< Plante e Viva Bem
Não deixe uma planta morrer. Nem uma livraria. Dê livros. A uma criança, um amigo (a), a seu amor. Com os livros se planta uma civilização.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Os Nove Mais do Rádiomania

1) COMENTARISTAS E SEUS SLOGANS
Datam dos anos 60 no rádio esportivo os slogans de locutores e comentaristas, sendo o destes últimos o motivo da crônica que desenvolvemos nas linhas que seguem. Luiz Mendes, “o da palavra fácil”, mais antigo no país passou a utilizá-lo em 1969 durante uma temporada na Continental, há alguns anos extinta.

A denominação ele ganhou do Carlos Marcondes que, além de comentarista – “o da prova real” – era gerente de esporte da emissora. Ruy Porto, outro em evidência naquele tempo, se intitulava “o de todas as classes”.

Destaque na Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 70 (participou também da de 66) Gérson migraria para o rádio depois de pendurar as chuteiras em 1973. A função de comentarista ele começou a exercer no ano seguinte na Tupi, convocado pelo Doalcei Camargo, que abriria espaço para outros ex-jogadores – Telê Santana e Raul Plasman.

O “canhotinha de ouro”, como era tratado nos campos de futebol (20 anos de carreira), serviria para ser o slogan de Gérson, que se encontra em atividade há seguramente 40 anos.

Washington Rodrigues, o Apolinho, mais próximo do Luiz Mendes em quilometragem profissional e popularidade era “o da palavra mágica” na transição da Nacional para a Globo em 1984, trocando pelo “o mais ouvido do Brasil”.

Em 1985 Jorge Nunes integrava a equipe do José Cunha na Rádio Tamoio.Amigo do Apolinho (que voltara à Tupi no início de 1999) caiu de pára-quedas na emissora, onde seria a terceira opção de analistas. Devido à desistência do Luiz Ribeiro (“o da opinião definitiva”) que substituiu Roberto Figueiredo em 2001, “o comentarista do povo” ganhou a vaga e cresceu com sua originalidade.

Antes de se transferir para o esporte da Nacional, onde atua há muito tempo, Mário Silva foi repórter “da geral”. Deixou os campos pelas cabines na mesma época em que o Apolinho fora promovido. Seu slogan: “o comentarista que não esconde o jogo”.

Rubem Leão – “uma fera de comentarista” – , hoje na Tupi teve a então batizada 1440 AM (depois Rádio Livre) como seu primeiro endereço. A safra de novos comentaristas do rádio nos remete nesse período ao Waldir Luiz ("o que sabe o que diz) da Nacional e, o atualmente o companheiro dele, Jorge Ramos ("o que não deixa dúvidas"), lançado na Roquette.

Tem ainda o bem rodado Felipe Cardoso, que mudou de função no “Momento esportivo” na Brasil AM, referência para a classe. Cooptado pela Globo há cerca de dois anos com o apoio do Eraldo Leite, Felipe virou “o comentarista do momento”.

Menos votados nessa lista, Marcos Marcondes e Rodolfo Motta, ambos na Manchete. Aquele, com uma corruptela do slogan do falecido pai – citado no começo -- “o que tira a prova real”; este, “o comentarista perfeito”, por conservar o hábito de usar tal palavra em suas conversações com os colegas.

(Reprodução de 24 de fevereiro de 2011)

sábado, 8 de dezembro de 2018

Direto das Ondas

O RIO NOS INTERVALOS
A Globo, CBN e a Nacional estão, nos dias atuais ligadas numa coisa em comum: ‘o Rio nos intervalos’. Componente do SGR, a matriz do grupo foi a última a ingressar nesse esquema.

Em maio, mudou-se para o Projac deixando a tradicional Glória (Rua do Russel, 433), onde funcionou na maior parte de sua existência. A emissora completou 74 anos neste domingo (2).

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MENINA DE TRINTA
Fundada em 1° de outubro de 1991, a CBN-Central Brasileira de Notícias ocupava, no começo, as freqüências AM da Eldorado e da Mundial, respectivamente os 1180* e 860.

A Mundial estava em terceiro lugar no Ibope, atrás da Globo e Tupi, quando a direção resolveu desativá-la. O SGR ‘emprestou’ a Eldorado a Rádio Viva Rio, da ONG com o mesmo nome.

Então ‘Menina dos Olhos’ dos executivos, a CBN, nascida no Rio, dedicava-se mais aos assuntos de São Paulo, gerando 80 por cento de seus programas da sucursal sediada na Paulicéia.

Os temas de interesse dos cariocas ficavam restritos aos intervalos. Como está ocorrendo há um ano e meio, a partir da reinvenção da matriz, que os cardeais batizaram de Nova Rádio Globo.

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VENERÁVEL SENHORA
Os gestores nomeados para tocarem a Rádio Nacional após a Revolução de Março de 1964 permitiram que seus estúdios virassem sucata. Faltou pouco, para fechar as portas.

Em 2004, o governo de plantão revitalizou a casa, tirando-a do estado precário – material e cultural. Os esforços foram em vão. A Nacional nunca mais conseguiu aprumar-se.

Os investimentos no lendário Edifício A Noite, na Praça Mauá, caíram em profundo mistério, que tem como origem, pendência com o INPI-Instituto Nacional de Produção Industrial.

A rádio foi obrigada a sair. MEC AM e FM, desabitadas da Praça Tiradentes foram lhes fazer companhia na Avenida Gomes Freire, Lapa, local da extinta TV Educativa, hoje TV Brasil.

No primeiro semestre do ano, a Nacional aderiu, nos dias úteis, à uma programação exclusivamente informativa, nos moldes da CBN e Bandnews. Nem assim pode escapar dos traços.

Operando no Rio como repetidora só trata dos temas da cidade durante os intervalos. Analistas comparam-na a um bordão do Velho Chacrinha: “Brasília continua comandando a massa”.

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• A frequência de 1180 foi utilizada em 2000 pela Mundial, que ressurgira em diferente formato. Era devolvida com o fim da Viva Rio, em 2004. Ao descartar-se da 1180, a CBN ficou na sintonia de 92,5 pertencente à antiga Globo FM, que fora transferida para um canal da Sky.

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R a r e f e i t a s
/o Guilherme Grillo, bom profissional da última safra, voltou na quarta-feira (5) a Nova Rádio Globo. Segundo Otaviano Costa, ele passou 74 dias de férias (sic) no Nordeste.

/o Jorge Wamburg, um dos mais antigos jornalistas da Nacional, hoje em Brasília, é atualmente plantonista de esporte. Bem melhor que alguns estagiários de Comunicação.


quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Rádiomania, o Livro/58

DOURADO ‘CACIQUE’
Em novembro de 1989 Collid Filho completava 44 anos de rádio – a maior parte deles na líder dos Diários Associados, Rádio Tupi, que nos anos dourados era também conhecida como “O Cacique do Ar”. Testemunha da fase áurea da emissora, Collid Filho foi um dos escolhidos por Fridas Veras para um programa especial na Rádio MEC, que ouvira naquele mês depoimentos sobre a história da estação.Outros participantes do especial foram Paulo Porto e Paulo Max.

Eles relembraram fatos pitorescos, envolvendo programas e personagens, onde pontificavam os nomes de Ary Barroso e Almirante. Pianista e compositor famoso, considerado o gênio do mau humor, Ary era o responsável pelo lendário “Calouros em Desfile”, aos domingos à noite, entre 8 e 9 horas. Ary, um entusiasta do futebol e torcedor do Flamengo, era também locutor esportivo. Costumava utilizar-se de uma gaitinha de boca para dar ênfase aos gols, mas, mudava de entonação do instrumento nas vezes que o adversário do seu clube alcançava as redes.

De Almirante, ‘a patente do rádio’, criador de numerosos programas de sucesso nas emissoras em que trabalhou, um grande destaque na Tupi foi, sem dúvida, o “Incrível, Fantástico, Extraordinário” às quintas-feiras, em horário noturno. Dezenas de programas se projetaram no “Cacique do Ar”, sendo exemplos o “Rádio Sequência G-3”, com Paulo Gracindo, de segunda a sexta, na hora do almoço, e o “Caleidoscópio”, com Carlos Frias, nos domingos depois do futebol.

Embalado pelos acordes do Monlight Serenade, com a orquestra de Glenn Miller, Frias narrava a crônica “Boa Noite para Você”, nos dias úteis da semana. Enfatizava alguém que se destacava no dia, deixando para o ouvinte, a impressão de que ele próprio era o autor do texto, cujo nome a emissora não divulgava. Esse redator, mantido no anonimato, era nada menos que o Hélio Thys, anos mais tarde bastante conhecido através da série “A Vida é Assim”, que o levaria para a Globo. As histórias contadas no seriado, ainda se transformariam em livro.

Outras atrações da Tupi davam uma mostra da qualidade de seus programas. O “Falando de Cadeira”, de Olavo de Barros, era um deles, aos sábados, por volta de 1h da tarde, constando de entrevistas com o pessoal do teatro, muito contribuindo com a divulgação de suas atividades. No humorismo, os inesquecíveis Alvarenga e Ranchinho, logo após os calouros do Ary, e também nesse plano “Marmelândia, o País das Maravilhas” e “Ali Babá e os 40 Garçons”, ambos de Max Nunes, o primeiro às terças, o outro às quintas, à noite.

De segunda a sexta, nos fins de tarde, o “Pausa para Meditação”, de Júlio Louzada, e o “Eu Acredito em Milagres”, de Maria Muniz, quando a Tupi entrava em cadeia com a Tamoio. As novelas ocupavam diversos horários. Principais escritores Jota Silvestre, Dulce Santucci e Luiz Quirino.Entre os rádioatores Antônio Leite, Aidê Miranda, Luiza Nazareth, Dandreia Neto, Dario Lourenço, Nair Amorim, Nely Villanova, Newton da Matta, Paulo Porto e Radamés Celestino.

M E M Ó R I A
Em 6 de outubro de 1950, estreava na Rádio Nacional o “Balança Mas Não Cai”, humorístico de Max Nunes. Dois anos depois, a ele se incorporava o quadro “Primo Rico, Primo Pobre”, com o ator Paulo Gracindo, que produzia o sketch, e o comediante Brandão Filho. Narrado por Afrânio Rodrigues reunia, entre outros, Walter e Ema D'Ávila, Wellington Botelho, Altivo Diniz e Nilza Magrassi.
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< Plante e Viva Bem
Não deixe uma planta morrer. Nem uma livraria. Dê livros. A uma criança, um amigo (a), a seu amor. Com os livros se planta uma civilização.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Os Nove Mais do Rádiomania

2) OS 25 ANOS DO CLÓVIS MONTEIRO
Um dos melhores comunicadores do Rio, Clóvis Monteiro está celebrando este mês 25 anos de Rádio Tupi, 17 deles com o “Show da manhã”. Sua atuação na rádio se desenvolveu em duas etapas, a primeira em horário vespertino. Antes do “Show da manhã” (de 6h às 9h), estivera dois anos na Globo fazendo o “Parada popular” (de 3h às 6h) de segunda a sexta, e “A grande parada “, aos sábados. Substituíra o Sílvio Samper, mais tarde seu colega na emissora.

No tempo precedente ao seu ingresso na Tupi, onde começou como locutor de notícias, ele foi apresentador da Rádio Capital, posteriormente arrendada por uma seita religiosa.Também estavam naquele prefixo na ocasião,o Cirilo Reis – já integrando os quadros da Nacional, e o Silvio Samper – que depois se transferira para a Globo. Clóvis já tem 35 anos de carreira, iniciada em Alegrete, RS. Conterrâneo do saudoso João Saldanha, igualmente torcedor do Botafogo.

O programa que comanda sofreu, durante sua existência, diversas modificações. Nos últimos três anos, dedica a primeira hora às notícias do trânsito,com a interatividade dos ouvintes, participando de “viva voz”. A mesa de analistas, que reúne Maurício Menezes e Jorge Nunes, teve numa fase, quatro componentes. São destaques Washington Rodrigues, com “Geraldinos & arquibaldos”, Glória Britto (“Horóscopo positivo”) e o humorista Mauricio Manfrini.


SEM EFEITO
Há um ano a Globo trocava o José Carlos Araújo por Luiz Penido. Passava a direcionar seus programas esportivos para os clubes do Rio, com o lema “a rádio da torcida carioca”. A Tupi já seguia essa linha, aproveitando a brecha que a concorrente abrira ao mirar o mercado nacional. Com isso, uma hegemonia de 40 anos se perdeu. Para o desespero de alguns executivos. As alterações feitas em 2012 ainda não deram os frutos que os novos cardeais esperavam.

Na “outra”, a indiscutível liderança do Penido era regional. Ele não a repete na Globo, superado pelo J. Santiago, que então, só ficava com as sobras. Conclui-se que, não era “o mais querido” quem garantia a audiência da rival. Hoje, a soma de ouvintes das emissoras do Rio que cobrem futebol não alcança a conquistada pela Tupi, segundo o Ibope.No confronto, o time da Saúde continua em vantagem sobre o da Glória. Motivo de regozijo para os contratados de lá.


LINHA DIRETA
/o/ O “Programa Haroldo de Andrade” com Jimmy Raw na Tupi distribuiu, no Dia das Mães, kit-churrasco para os ouvintes.

/o/ Uma réplica evidente ao “Jogo das famílias” do David Rangel na Globo, que oferece almoço para os seus participantes.

/o/ A Tupi tem ‘pés de barro’ – disse um leitor. Segundo ele,a Globo perde em horários diversos por bobeira de sua direção.

/o/ Reversão do quadro vai depender, com certeza, dos novos ocupantes dos cargos. Saberiam eles,onde derrotar a adversária?


S I N T O N I A
“Tarde Nacional”, com Hilton Abi-Rihan e Gláucia Araújo. Nacional 1130 AM – de 16h às 19h, de segunda a sexta.

“Bossa moderna”, com Tárik de Souza. MEC 800 AM – de 22h às 23h, às terças-feiras.

(Reprodução de 16 de maio de 2013)

sábado, 1 de dezembro de 2018

Direto das Ondas

É SAMBA QUE NÃO ACABA
Anunciado como uma nova atração, o "Samba Social Clube" estreou neste sábado (1º) a 1h da tarde na Super Tupi, sob o comando de Valéria Marques e Carlinhos de Jesus. Não foi uma apresentação 'ao vivo'. Características mais parecidas a de uma CL (Companhia Limitada) do que programa de rádio.


Nascido na MPB FM, extinta no início do ano, o “Samba Social Clube” migrou para a SulAmérica Paradiso em fevereiro, onde ficou apenas nove meses.
Todavia, criou corpo e cresceu no conceito público e comunidade do gênero. Ganhou formato de empresa, tal um supermercado, ou rede de drogarias.

Tem uma presidente, Arianne Carvalho, dona da marca e do título MPB, espólio da rádio que acabou. A serviço da autêntica música brasileira já lançou dois DVDs no mercado. Na estreia do cartaz, Carlinhos de Jesus entrevistou o carnavalesco Milton Cunha, compositores Moacyr Luz e Pretinho da Serrinha, entre outros.

Naquele mesmo dia à noite na Tupi, o “Show de Bola”, geralmente dedicado ao futebol, conta com a presença de intérpretes e compositores do samba de raiz. Marcus Vinícius conduz o ‘papo’, invariavelmente, muito interessante. Ele 'se vira' quando rareiam os assuntos do esporte. ‘Os do samba não podem faltar’.

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IDEIAS EM COMUM
Três programas do rádio contemporâneo na (outrora) Cidade Maravilhosa, estilo ‘música e informação’, levam no nome-chave, a palavra “Painel”. O de mais quilometragem (e o mais importante, sem dúvida) é o da JB FM, com uma edição de manhã e outra à tarde. Àquela, com Alexandre Tavares, esta com Iseumar Ferreira e Robson França.

O segundo, mais novo no dial tem como apresentador Jorge Ramos, na 94 FM (94,1 Roquette), e chama-se exatamente “Painel da Manhã”. A exemplo do da JB, começa às 7h, estendendo-se até às 10h, ou seja, uma além do seu concorrente. Sessões variadas e músicas de primeiríssima qualidade são o seu forte. No ritmo das horas iniciais, mora o pecado.

No período de 7h às 9h, talvez ainda sonolento, o experimentado profissional JR comanda as ações -- diríamos – de um jeito ‘tão morno quanto cafezinho servido em gabinete de governo em fim de mandato’. Claro que não compromete a audição, comparativamente às outras no horário, muito boa de o interessado nas coisas do veículo acompanhar.

O que fecha a lista é apresentado aos sábados, entre às 8h e 10h. Seu titulo “Painel Nacional”, na rádio homônima, com rodízio de apresentadores – ora o Cezar Facciolli, ora o Amauri Santos e, às vezes, nenhum deles. Pequena mostra da indefinição que tomou conta da octogenária emissora, muito distante, no presente, de tempos imemoriais.

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R a r e f e i t a s
/o A não ser as transmissões esportivas, os ‘ao vivo’ no rádio nos fins de semana, são raridades. Predominam os programas gravados, inclusive os ‘do mais brasileiro dos ritmos’. Destaques, na sequência.

/o “Sambasso”, Nova Globo, com Zeca Lima,"Estação do Samba", SulAmérica Paradiso,com PR e Arlindinho. De 11h às 13h e de 12h às 14, respectivamente. Aos sábados os dois, o segundo também aos domingos.

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< Plante e Viva Bem
Não deixe uma planta morrer. Nem uma livraria. Dê livros. A uma criança, um amigo(a),a seu amor. Com os livros se planta uma civilização.






quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Rádiomania, o Livro/57

PELAS MADRUGADAS
“Washington Rodrigues Show”, cuja estreia ocorrera em 17 de março de 1997, marcava a volta do Apolinho às madrugadas da Globo. Era apresentado aos domingos, de meia-noite às 3h. Até maio de 1995, no período de dois anos, o Velho Apolo dividia com Hilton Abi-Rihan, o “Show da Madrugada”, de segunda a sexta.

O alto índice de audiência do programa tinha o dobro do alcançado por todas as emissoras do Rio juntas. Na mesma data era lançado o “Parada das Paradas”, com Francisco Carioca (1934-2009), em lugar do “Toca-Tudo”, do Antônio Luiz (1947-2001). A ele destinavam-se as audições noturnas do “Sábado...” e “Domingo na Globo”.

Há muito que o Apolinho era íntimo das madrugadas. A experiência se dera no início dos anos 70 na antiga Continental, por apenas seis meses. Posteriormente na Tupi, entre 1973 e 1977, fez um programa de grande apelo popular, que atraía ao estúdio uma plateia. Collid Filho (1930-2004), assumira a vaga eternizando-se no horário.

Simultaneamente às atividades de repórter esportivo, Apolinho também foi apresentador, dois anos depois, de um programa da Nacional nas madrugadas. Embora curto, superior ao da Continental. Nas manhãs do ano seguinte, às 8h, “Nacional 80” com o Abi-Rihan.

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Os bastidores do rádio fervilhavam nas duas primeiras semanas de agosto de 1998. Na segunda-feira 10, o comentarista Washington Rodrigues licenciava-se da Globo para ser diretor-técnico do Flamengo, um desafio. O amor pelo clube falava mais alto. Também nesse dia, por coincidência (nada agradável) Hilton Abi-Rihan recebia bilhete azul da emissora, onde se encontrava há dois anos, levado pelo velho companheiro, pois, fora dispensado da Nacional em 1991.

Naquele mês, chamava-se “Show da Globo” o programa com o Abi. A solução da rádio foi escalar o Francisco Barbosa, com uma reprise do programa que ele apresentada às tardes. Como estratégia nas chamadas, a afirmativa de ‘o ouvinte pediu’. Tratava-se de uma medida transitória, mas emplacaria, surpreendendo pela receptividade.

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Em sua segunda passagem pela Tupi iniciada em fevereiro de 1999, Washington Rodrigues viria repetir o sucesso de seu primeiro programa na Globo. A partir de 2005 o “Show do Apolinho” embalava na preferência dos ouvintes em sete temporadas consecutivas, culminando com os seus 50 anos de rádio, em fevereiro de 2012.

O percurso alcançado faz parte de uma história começada com o “Beque Parado”, de Dolar Tanus (hoje, nome de rua no Rio), de quem Washington era auxiliar na Guanabara. Celeiro de valores, a emissora (rebatizada Bandeirantes) revelaria nomes da importância do Sílvio Santos, Fernanda Montenegro,Alfredo Raimundo, Maurício Sherman, Chico Anísio (1931-2012), e outros.

M E M Ó R I A
A Globo mudava sua freqüência em FM de 89,3 para 89,5 em fevereiro de 2011. A unificação com o AM 1220 vinha acontecendo desde maio, pouco mais de um ano depois que a Super Tupi adotara a inovação, isto é, AM 1280/FM 96,5.





quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Os Nove Mais do Rádiomania

3) BELISÁRIO DE VOLTA À TUPI
Mário Belisário, dos mais apreciados comunicadores do rádio contemporâneo, está de volta à Tupi. Substituiu Sílvio Samper.*

A estreia, na quarta-feira 14, ocorreu em banho-maria, embora a “pesquisa do dia” explorasse um tema “quente” – o adultério.

Concitando a‘turma do sereno’ e insones que garantem a audiência na madrugada (de 3h a 6h), o apresentador indagava:

“O que você faria ao saber que um amigo seu, ou amiga, estivesse ‘levando bola nas costas’? Contaria pra ele? Contaria pra ela?”
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É a terceira vez que Mário Belisário fecha com a empresa. Na primeira, o ingresso foi no final de 1990, ficando até 1995. Fazia, no começo, o horário há algum tempo ocupado pelo Clóvis Monteiro.

Belisário despontara na FM 105, quando comandava de 4h às 7h, o “Desperta Rio”. Antes de atuar naquela emissora, trabalhou (em início de carreira) na Cidade FM, em São Paulo -- hoje a Bandnews.

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Na sua trajetória figuram duas passagens pela Manchete AM e uma pela FM de igual nome, incluindo a FM O Dia no período de implantação e, ainda, a Roquette Pinto. Afastado desde 2011, o último endereço de Belisário foi a Sucesso (ex- Carioca), onde manteve programa a partir de 2009.

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*Recém-desligado, Sílvio Samper estava na Tupi há 18 anos. Integrava um grupo de profissionais que a Globo descartara na década. Entre outros, mudaram de lado em circunstâncias parecidas, Washington Rodrigues, Francisco Barbosa, Luizinho Campos, Ricardo Alexandre e Pedro Costa.


S I N T O N I A
/o/ “A voz da periferia”, com MV Bill. Roquette Pinto 94,1 FM. – De segunda a sexta, às 13h.

/o/ “CBN total”, com Carolina Moran. CBN 860 AM/92.5 FM. – De segunda a sexta, às 14h.

/o/ “Yesterday”, com Robson Castro. SulAmérica Paradiso 95,7 FM. – De segunda a sexta, às 22h.

AMOR ANTIGO
Os grandes nomes da televisão tiveram, em maioria, o rádio como sua origem. Sérgio Chapelin é um dos que fazem parte dessa listagem.

Apresentador de “Globo repórter” da Rede Globo desde o seu surgimento, em 1973, ainda jovem iniciou na Rádio MEC.

As primeiras experiências foram na difusora de Valença, RJ, cidade onde nascera há 72 anos.

A melhor fase do Chapelin no rádio foi como locutor da Jornal do Brasil AM. (Um dos marcos na história do veículo, a RJB fecharia as portas em abril de 1993).

Chapelin esteve, por pouco tempo, na Rádio Nacional, antes de migrar para a televisão.

(Reprodução de 16 de agosto de 2013)







sábado, 24 de novembro de 2018

Direto das Ondas

ZUMBI SEM CORTES
O historiador Milton Teixeira participou na terça (20), Dia Nacional da Consciência Negra, do programa do Antônio Carlos, na Super Rádio Tupi. Foi entrevistado no “Vamos Acordar”, que encerra o cartaz, falando sobre Zumbi dos Palmares, líder do movimento dos quilombolas, um dos pioneiros da resistência contra a escravidão no país.

À vontade, e sem os atropelos comuns que acontece com os convidados, ele destacou a tradição de se comemorar a morte de Zumbi, ocorrida há mais de trezentos anos. O “Vamos Acordar” é mantido desde que o apresentador trocara a Tupi pela Globo, em 1987. Na época, o programa era das 5h às 7h, e o quadro abria a audição.
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‘ESTE CHÃO É MEU’
Milton Teixeira é figura bastante conhecida dos ouvintes de rádio. Especializado em curiosidades sobre o Rio, desfrutava de lugar cativo nas atrações da ‘velha’ Globo, extensivo às colunas de notas do homônimo jornal do grupo, requisitado com freqüência.

Faz tempo que Teixeira se mudou da emissora dos Marinho – nem se cogitava de radicalizarem a programação. Foi para a Bandnews Fluminense, onde descreve diuturnamente pontos turísticos da (outrora) maravilhosa. E... ‘sumiu’ das folhas do influente veículo.

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AINDA O RACISMO
Gestor de rádio durante doze anos, Marcus Aurélio disse na quinta (22), que ainda existe racismo no Brasil. Se dois candidatos concorrem a uma vaga de emprego, observou, o branco é escolhido, mesmo que o negro tenha mostrado mais qualidades.

Ele co-produz com o Marcos Leite e apresenta o "Todas as Vozes", há três anos na MEC, de 7h às 9h. Exultante, assegura que o programa transformou-se no de maior audiência na emissora estatal, ‘mexendo com os cabecinhas conformadas das outras’.
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R a r e f e i t a s
/o Depois de ficarem operando no piloto automático em duas semanas, a Nacional e a MEC normalizaram a programação noturna.

/o Por coincidência, esse problema técnico ocorreu após a eleição do novo governo, que anunciara o seu propósito de privatizar a EBC.


quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Rádiomania, o Livro/56

LIVRE PARA BRIGAR
Janeiro de 1997, dia 20. Data do padroeiro da cidade, São Sebastião. Seis anos depois de se desligar da Tupi e, cerca de cinco do seu afastamento do veículo – estava na Manchete – a deputada e jornalista Cidinha Campos retomava seu espaço naquela rádio, de onde saíra brigada com Alfredo Raimundo, diretor. Amigos, colegas e grupos de admiradores compareceram aos estúdios da emissora para recepcioná-la, enquanto outros o faziam por telefonemas ou fax.

Uma pesquisa que a rádio encomendara ao Ibope determinaria o retorno da comunicadora, pois os diretores cansaram de perder o sono. Com Fernando Sérgio, Marne Barcelos, Jorge Luiz e Haroldo Júnior (substitutos), os índices de audiência estiveram abaixo das expectativas. A não ser algumas vinhetas novas, o “Cidinha Livre” não trouxera nada diferente daquele que permanecera onze anos consecutivos na rádio. Ela comparecia com seu estilo polêmico, “livre, para o que der e vier”, disposta a brigar pelos interesses da comunidade.

O destaque continuava a ser o “Cidinha na Jogada”, de críticas aos programas da TV, Rede Globo seu alvo principal. Em abril, o formato do programa sofria ligeira alteração com o quadro reduzido em trinta minutos. O de debates, com os assuntos mais importantes do dia, ampliava-se e começava mais cedo, estratégia para enfrentar o concorrente direto – Haroldo de Andrade, na Globo.

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“O rádio sem Cidinha é povo sem voz” – afirmava o prefeito César Maia em 20 de janeiro de 2002 nos estúdios da ‘nova’ Rádio Manchete, dia da estreia da comunicadora. (O programa “Cidinha Livre” ficara fora do dial desde outubro de 1999, quando a Tupi a demitira). Também estiveram na emissora para as boas-vindas, o cantor Agnaldo Timóteo, o deputado Chico Alencar, o superintendente da Nacional-Rio Osmar Frazão, e companheiros dela em outras jornadas – jornalista e escritor Antônio Carlos Lobo, o advogado Celso Soares e o produtor musical Guto Graça Mello, a exemplo dela, brizolistas de primeira hora.

‘ Remanescente da Bloch Editores, que se desfizera de quase todo o seu patrimônio de comunicação, a rádio dava mais um suspiro de vida, em regime de arrendamento outra vez. Nessa empreitada, em que Cidinha se constituía na principal atração, outros profissionais demitidos também eram aproveitados -- casos dos ex-Globo Mário Esteves, Francisco de Assis e Sérgio Ricardo.

O Wagner Montes que nos anos 70 era repórter e produtor da Tupi, de onde seguira uma carreira na televisão, voltava às origens. Maria Joana, que também atuara durante muito tempo em ambos os veículos, e se ausentara longamente devido a um problema de saúde, era mais uma entre os que acreditavam no projeto. Seria a primeira a desistir, percebendo que as coisas não iam bem.

O ator global Francisco Cuoco entrava na vaga. A Manchete tentava, ainda, uma experiência inédita: dar cobertura a um time de futebol – o Flamengo – transmitindo os seus jogos. E, criava um programa específico, “A Voz da Nação”, onde Zico entrevistava, duas vezes por semana, ídolos do passado. Luiz Carlos Monteiro (narrador), Marcus Vinícius, Antônio Carlos Duarte e Francisco Aiello (repórteres), formavam a equipe. A rádio até conseguira boa audiência, mas em termos de anunciantes, total fiasco. Dispensava todos ao fim de quatro meses.

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A rádio do Haroldo de Andrade, inaugurada em novembro de 2005, que tivera curta duração, foi a última em que Cidinha Campos trabalhou. Contratada como segunda estrela da casa, ela encabeçou o elenco dos primeiros a abandonarem o veículo. Saíra elogiando o comportamento elegante de Haroldinho e Wilson, filhos do renomado radialista, mas lamentando o amadorismo deles, no que tange aos equipamentos utilizados na estação, registrando falhas constantes.

Cidinha iniciara carreira na Jovem Pan em São Paulo, como repórter. Já apresentadora, atuou simultaneamente na TV Record participando do humorístico “Família Trapo”, em que contracenava com o Jô Soares e o Renato Corte Real, entre outros astros. Na transferência para o Rio, fez uma passagem pela Nacional, então dirigida por J. Silvestre, que foi novelista da Tupi, e notabilizara-se como apresentador de “O Céu é o Limite” na TV de igual nome, o canal 6.

Logo depois ingressaria na TV Globo sendo, em pouco tempo, designada correspondente na Europa. Um forte desentendimento com o diretor de jornalismo Armando Nogueira, que não aceitara a um pedido dela para a troca de determinada matéria, acabaria resultando no seu desligamento. Intermediando atuações no rádio, Cidinha trabalhou em outros canais de televisão.

M E M Ó R I A
Um dos mais importantes comunicadores do Rio, Mário Belisário aterrissava, em abril de 2009, numa das mais modestas emissoras do dial – a Sucesso, ex-Carioca, dela se afastando em setembro de 2011. Em sua trajetória, entre outras, a FM 105 – depois batizada de Aleluia --, Manchete, Tupi e FM O Dia.

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Os Nove Mais do Rádiomania

4) TUPI, ASCENSÃO E QUEDA
Três meses depois de comandar as manhãs da Tupi na ausência de Francisco Barbosa, que se candidatara a uma vaga na Câmara dos Deputados, Haroldo de Andrade Jr. foi efetivado no horário de 9 ao meio-dia, de 2ª a sábado. Dupla perda para o titular. Não se elegeu e ficou sem o espaço diário na emissora.
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A promoção do Haroldinho, até aquele momento um curinga de luxo, deveu-se aos bons índices conquistados como substituto do seu companheiro. Barbosa foi transferido para o domingo, lugar em que Haroldo Jr. tinha programa próprio. Reassumiu atividades no Dia da Criança e de Nossa Senhora Aparecida.

Originários da Globo, eles trabalham pela segunda vez na mesma emissora. A primeira passagem de Haroldinho ocorreu em 1995, levado por Mário Luiz, idealizador da vitoriosa programação da concorrente. Fora convocado para fazer o “Super manhã”, no mesmo horário do pai, de quem era assistente de produção.

Quinze anos depois de atuar na emissora dos Marinho, Barbosa foi parar na Tupi em 2001. Cumpriria curta temporada, desligando-se em setembro. Voltava em outubro de 2006 para o posto do Roberto Canázio, contratado pela emissora em que estivera. Haroldinho, que saíra em 1996, retornava em agosto de 2008.
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O dominical com Barbosa tem como novidades “Papos da manhã” e “Em família”, além de uma edição extra do “Super debates”, principal do programa diário. Na estreia, participação da atriz e bailarina Nina Rosa, esposa do comunicador. Novos componentes, o economista Fábio Guimarães e publicitária Suzana Leal.
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VOZES DAS NOTÍCIAS
Último das grandes vozes de noticiaristas da Globo, Luiz Nascimento deixava a emissora no final do mês passado. Na rádio da Glória ele já completara dez anos, sendo sua segunda convivência na casa, igual número da Tupi, proveniente do FM. Antes, trabalhara na antiga JB AM. Como locutor de notícias, iniciara-se cobrindo férias do Alberto Curi, de quem era admirador.

Do nível dele em épocas distintas, foram destaques na Globo, Guilherme de Souza, José Mangia, Isaac Zaltman e Carlos Bianchini. Da mesma linhagem em tempos remotos, Eliakim Araújo e Glauco Fassheber (também na JB), além do Kléber Moura (Nacional),entre outros. Grandes vozes a serviço das notícias na era contemporânea, são o Divaldo Silva e Jair Chevalier (Tupi), Paulo Vasconcellos (MEC FM), Ênio Paes (Manchete) e o Laerte Vieira (CBN).
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LINHA DIRETA
// ‘Boa, boa, boa’ – como diria o Edson Mauro, a atuação do Renan Moura, ex-Tupi, recém-contratado para o esporte da Globo.

// Antes dele, este ano, integrou-se à equipe do Luiz Penido, o Marcos Vasconcellos, de uma nova geração de valores.

// Em contraponto, as dispensas do Fábio Azevedo e André Marques. Qual será o próximo ‘da outra’ a incorporar-se ao grupo?

Reprodução de 21 de outubro de 2014




sábado, 17 de novembro de 2018

Direto das Ondas

UM NOVO RECOMEÇO
Maurício Menezes está de volta à Tupi. É um novo recomeço em sua carreira, reintegrando-se ao “Show do Clóvis Monteiro”, do qual participava entre 2007 e 2014. Agora, também se apresenta no “Super Debates” do Francisco Barbosa e, no “Bola em Jogo”, dominical comandado por Gilson Ricardo.

Demitido há dois anos do SGR, foi parte de um grupo de profissionais de que a empresa se descartou para mudar sua plástica, visando o público jovem. A Nova Globo foi criada ‘pra quem é bom de orelha’. O desembarque dos ‘feras’ se deu em abril de 2016. A reinvenção dos cardeais a partir do mês seguinte.
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JUVENTUDE SURDA
‘Os jovens estão perdendo a audição cedo devido ao uso de fones de ouvido’. Foi afirmação da fonoaudióloga Isabela Tavera ao Cláudio Ferreira, no “Manhã na Rio”, quarta (14), na Rádio Rio de Janeiro AM 1400. Falou sobre prevenções contra a surdez provocada pelo barulho urbano e má utilização dos eletrônicos.

Cartaz de uma modestíssima estação da cidade -- sobrevive de doações -- o “Manhã na Rio” é diversificado programa. Seu condutor forma no time dos melhores da praça, em cuja trajetória figuram importantes emissoras.Destacam-se entre os quadros, com a interatividade dos ouvintes, o “Clube da Fraternidade” e o “Melhor de Três” -- aquele atendendo os carentes, este preferências musicais.
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R a r e f e i t a s
No filme sobre o Velho Guerreiro Chacrinha recentemente lançado, erros palmares da produção quando se refere às emissoras de rádio por que ele passou, vindo de Surubim, bairro do Recife, em Pernambuco.

1. A Fluminense, de Niterói, a primeira citada e onde ele começou, na verdade se chamava Clube Fluminense.

2. Em lugar de ‘programa’ que o locutor apresentava de madrugada na Tamoio, a denominação era “cassino”.

3. A Tamoio não possuía auditório, como foi mostrado. O tal “Maracanã dos Auditórios” pertencia à Tupi.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Rádiomania, o Livro/55

A TERRA DA GENTE
Em 1º de março de 1993, uma segunda-feira, o cantor, poeta e compositor Luiz Vieira voltava à Rádio Nacional, com “Minha Terra, Nossa Gente”, apresentado das 5h às 7h das manhãs. Contar fatos pitorescos sobre a vida de antigos artistas da música brasileira – principalmente os esquecidos pela mídia – foi sempre o seu forte. Ele aproveitara-se do nome “Gente que Brilha”, de um velho programa do Paulo Roberto, de quem era admirador, para aquele fim. A base do roteiro, o aniversário de nascimento (ou morte) dos focalizados.

O poeta-cantador (conforme era anunciado) retornava a Nacional pela terceira vez. A primeira fora na gestão do Figueiredo, estendendo-se até o governo Sarney, que sucedera o do militar. Com a política adotada pelo novo mandatário da estatal, o mercado de trabalho da classe diminuíra, vários profissionais foram dispensados, e Luiz Vieira também integrava a lista. Como num samba do Paulo Vanzolini, ele dava a volta por cima e ressurgia com a ascensão de Collor.

(Em áureos tempos a Rádiobras formava uma cadeia de 38 emissoras de rádio, atendendo especialmente à região da Amazônia e o setor internacional. A Nacional de Brasília, por exemplo, mantinha um noticiário para o exterior sobre o Brasil, transmitindo em espanhol, inglês, alemão, francês e português. A política de privatização do Sarney pôs quase tudo abaixo, reduzindo drasticamente o patrimônio da empresa. No Rio, o sistema perdera sua potencialidade. E, o que restava do prestígio, abalado com o avanço da TV e enfraquecido com a Revolução de Março 64, acabaria resultando numa queda de produção e serviço.)

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Dia 3 de julho de 1995, também uma segunda-feira. A pouco mais de dois anos do seu retorno à Nacional, Luiz Vieira, doublé de comunicador, amargava nova decepção, pois a direção da rádio encurtava o seu programa, fazendo entrar na primeira hora, o “BR Caminhoneiro”, gerado de Brasília. Insatisfeito, ele saía, recomeçando em 24 daquele mês na modesta Rio de Janeiro, na longínqua Ilha do Governador, onde utilizava-se de recursos próprios para melhorar o alcance do quilowatt da rádio da Federação Espírita.

Seguiam com ele o locutor Carlos Camargo , o repórter José Adilson (caricato Gugu, que trabalhara com a Cidinha Campos), os produtores José Silvério e Demétrio Costa. Nessa mudança, o “Minha Terra, Nossa Gente”, ganhava uma hora, alterando de 5h às 7h, para de 6h às 9h, após um período de férias do titular. (Na Rádio Nacional Luiz Vieira estivera por treze anos).

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Depois de sete anos na Rio de Janeiro, o poeta-cantador mudava-se para a Carioca no início de outubro de 2002. Nos dois primeiros meses, o programa era apresentado das 9h às 11h e, a partir de dezembro, das 6h às 8h. Aos quadros costumeiros, ele criava o “História que a Valda Conta”, reproduzindo trechos de programas famosos do veículo. Seus colaboradores na ocasião: Demétrio Costa, locutor, José Valuzzi, ator e Teca Ribeiro, produtor. Filiada a Rede Paulo Satte (grupo religioso de São Paulo), a Carioca estava se esforçando para oferecer uma alternativa ao público do desprezado AM. Faltava investir em jornalismo, embora Luiz Vieira contasse com bons índices de audiência.

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Um programa de rádio era, em junho de 2012, pano de fundo para “Cheia de Charme”, novela das 19h da Rede Globo. Naquele mês, Luiz Vieira ingressava na Manchete*, mais uma emissora no seu currículo. Aos 84 anos e, em plena forma, o poeta-cantador retomava em novo prefixo seu reduto em defesa de artistas sem espaço na mídia, tanto os que mudaram deste plano para o outro, quanto os que continuavam na ativa. Passava a ilustrar a abertura e encerramento do “Gente que Brilha”, com as vozes dos filhos gêmeos, Luiz José e José Eduardo.

• Em novembro de 2015, véspera de Finados, a Manchete AM 760 fechava as portas pela quarta vez em sua história no dial, deixando no desemprego profissionais reconhecidamente qualificados. O empresário Miguel Nasseh, que a arrendara em 2007, ainda tentou tocá-la pela internet. O projeto on-line tornou-se inviável em poucos meses. (Até o momento dessa postagem, um grupo chamado Sputnik, ocupava dois horários em sistema de arrendamento.)

M E M Ó R I A
O cantor Francisco Alves, ‘Rei da Voz’, faria na Praça da Concórdia em São Paulo em 1952, uma de suas últimas apresentações. Em 29 de setembro daquele ano, morreria num desastre de carro na Rodovia Presidente Dutra.

No mês anterior, em Cachoeira do Itapemerim, Espírito Santo, um moço ainda imberbe, assinava seu primeiro contrato com a rádio de sua terra. Seu nome: Roberto Carlos. O ‘Rei’ da Jovem Guarda viria a ser mais popular que o Chico Viola, um astro idolatrado nos programas da gloriosa Nacional.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Os Nove Mais do Rádiomania

5) A TARDE COM SÍLVIO SAMPER
Perto de completar um ano afastado, Sílvio Samper reapareceu no rádio. Agora, virou Manchete. O recomeço das atividades aconteceu na semana pós-Copa, com “A tarde é nossa”, das 13h às 15h, provisoriamente conduzido por Kléber Sayão, após a saída do Mário Esteves, em maio último.

Sem ser nenhuma Brastemp, o contexto do programa* é de boa qualidade, nos padrões comuns do rádio popular na era contemporânea -- notícias, prestação de serviços e músicas. Consta, naturalmente, de uma pesquisa focalizando assunto em destaque no dia, a interatividade com os ouvintes.

Demitido da Tupi em agosto de 2013, onde trabalhou na madrugada durante 18 anos, ele participava dos quadros da Globo, entre 1991/95, depois de passar pela antiga Capital.Dono de estilo peculiar, Samper tem público que o acompanha com fidelidade. Forma no primeiro time de sua geração.
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*No segundo semestre de 1998, “A tarde é nossa” era um programa da Tupi. Foi lançado com o Francisco de Assis que, devido a um ajuste na grade, ficaria atuando em horário noturno.

Fernando Sérgio, curinga naquela ocasião (ou stand by), assumiu o posto, permanecendo titular por apenas dois meses.
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MISTÉRIO EBC
Passados dez anos da revitalização, a Nacional está em novo processo de reformas, e saiu do prédio da Praça Mauá, em condições precárias até 2004. Pouca coisa vingou. “Dorina ponto samba”, das raras exceções. Antes da Copa, a EBC dispensou a radialista, substituída pelo Rubem Confeti.

Brilhante nas coberturas de carnaval, expert no gênero, o veterano Confeti não desfruta da recompensa do Ibope, com o qual Dorina se dava muito bem. Até parece que as emissoras públicas não precisam de audiência.
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RUA DE ARTISTA
São raros no país, logradouros públicos com nomes de artistas. Esse tipo de homenagem reserva-se, particularmente, às entidades culturais. O coordenador de um projeto geográfico da Uerj, está propondo que se dê à cantora Marlene, recentemente falecida, o nome de uma rua na Cidade Maravilhosa.

Tivessem outros a mesma ideia, o Rio estaria povoado e, haveria, por exemplo, uma Avenida César Ladeira ou Paulo Gracindo; Praça Ernesto Nazareth ou Radamés Gnatalli; a Rua Araci de Almeida ou Emilinha Borba.
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L I N H A D I R E T A
’ // “Sintonia Rio”, com Amauri Santos, desbancou o “Edifício à noite”, do Cirilo Reis, restrito ao “Musishow”, aos sábados. Voz oficial da Nacional, Cirilo deve ganhar outro horário.

// Na “Gente boa”, da Cleo Guimarães, o produtor musical José Maurício Machline anunciou, a propósito de um DVD do Arlindo Cruz, a estreia (sic) de Zélia Duncan no samba.

// Em 2004, num disco da cantora, com o título “Eu me transformo em outras”, metade do repertório era com esse ritmo, ‘o mais antigo representante do nosso cancioneiro.’

(Reprodução de 29 de julho de 2014)




sábado, 10 de novembro de 2018

Direto das Ondas

“SOCIAL” PEDE PASSAGEM
Durou apenas oito meses a parceria do “Samba Social Clube” com a SulAmérica Paradiso. Egresso da MPB FM, fechada nos primeiros dias deste ano, o programa havia se mudado em fevereiro para aquela emissora (95,7), sendo apresentado por Valéria Marques, aos sábados e domingos, das 12h às 14h, e participação de Carlinhos de Jesus. O “... Social Clube” já tem novo destino assegurado – vai entrar na grade da Super Tupi em dezembro, nas tardes dos sábados.
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EM TOM MENOR
No espaço em que a Valéria e o Carlinhos trocavam figurinhas com intérpretes e compositores autênticos --, a SulAmérica escalou uma nova dupla -- PC, o comunicador, e o cantor Arlindinho. A estreia ocorreu no sábado (3), com “Estação do Samba”.
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UMA VEZ EBC
A Nacional e a MEC AM, braços da EBC no Rio, estão operando no piloto automático há mais de uma semana, no horário noturno. Com reapresentações de programas. Forte sinal de que, desta vez, as estatais vão ser privatizadas, ou extintas. No governo Sarney, quando a empresa se denominava Rádiobras, a Nacional FM foi negociada com o empresário e radialista Paulo César Ferreira. É, hoje, a bem-sucedida FM O Dia, que antes ganhou o batismo de RPC FM.
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R a r e f e i t a s
/o Paulo Nobre, decano locutor da Metropolitana AM 1090, está agora, também, na 94 FM (Roquette, 94,1). Aos domingos, das 10h às 11h.

/o Karla de Lucas, uma das produtoras do “Antônio Carlos”, retomou suas atividades na Tupi. Esteve licenciada durante dois meses.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Rádiomania, o Livro/54

MODERNIDADE VIVA
O ranço didático da MEC AM chegava ao fim em março de 1998. A partir de 30 daquele mês a rádio apresentava modificações profundas em sua grade, lembrando em alguns momentos, o estilo praticado pela JB AM no auge de sua atividade. Se, para os puristas essa opção não agradava, não acontecia o mesmo com os defensores da evolução, ou reinvenção. Na verdade, a rádio se modernizava sem violar os princípios fundamentais dos que contribuíram com a sua história.

Dentre as atrações lançadas, destacavam-se “Manhã Viva”, “Café com Notícias”, “Impressão Digital” e “Ao Vivo Entre Amigos”. Na renovada MEC AM, reduto do melhor da MPB, com prioridade para o binômio educação-cultura, ficou faltando a ampliação do jornalismo, que primava pela qualidade, mas continuava inferiorizado ao desenvolvido pelas principais emissoras particulares, nos casos, a Globo e Tupi.

No quadro de comunicadores sobressaíam os desempenhos de um Jota Carlos e Eduardo Fajardo, dos de mais tempo engajados. A eles, somavam-se, com a remodelação, nomes da categoria do Adelzon Alves, Ricardo Cravo Albim, Pedro Paulo Gil, Artur da Távola, Nelson Tolipan e Luiz Carlos Saroldi. Representante da nova geração, Sérgio Carvalho dirigia o jornalismo e a programação. Daria lugar a Helena Borghi.

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Recriada há um ano e nove meses, a Opus 90 FM saía do ar em setembro de 1999. Estava sob o controle do consórcio O Dia/Jornal do Brasil e se destinava ao público altamente elitizado. Deixava seus ouvintes na orfandade, porque não encontrava patrocinadores para bancá-la. (Foi um oásis no rádio, para os que apenas sintonizam a MEC do segmento.)

A proposta do grupo para substituí-la – Nova FM --, começava a operar em 15 de outubro. Refletindo uma comum ausência de criatividade, os idealizadores copiavam a concorrência com um slogan que era utilizado pela Globo FM desde o final de 1998 – o ‘Nova’. A linha de programação ganhava o mesmo viés da 105, antes de mudar de dono.

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Enquanto esta era comprada pela Igreja Universal, passando a se chamar Aleluia, a Manchete AM, arrendada pelo Grupo Dial em 2002, acrescentava ao nome um simbólico CCI. Mudava também de endereço, trocando modernos estúdios da Rua do Russel por instalações acanhadas na Avenida Rio Branco.Ironia no bordão: ‘A Cara do Rio”

Do quadro anterior de profissionais, a então transfigurada AM 760 mantinha os comunicadores Roberto Canázio e Mário Belisário, além do noticiarista Jorge Ramos. Seus novos contratados eram o também comunicador e produtor musical Cirilo Reis, o apresentador Osvaldo Sargentelli (1924-2002) e o locutor esportivo Cezar Rizzo (1936-2018).

MEMÓRIA-2013
Mistura de humor e futebol, o “Pop Bola” – com Toni Platão, Lopes Maravilha, Alexandre Tavares e outros --, entrava no dia 1° de abril na programação da Bradesco Esportes FM, ocupando a faixa das 18 horas.

O “Nossa Área 1ª Edição”, do José Carlos Araújo, o Garotinho, se transferia para as 10h das manhãs, precedendo a um inovador programa de notícias e comentários políticos, apresentados pelo Ricardo Boechat.

Nos primeiros dias daquele mês, o SGR fazia estrear como âncora do “CBN Rio”, das 9h às 12h, o jornalista Octávio Guedes, em lugar do Maurício Martins, que substituíra Sidney Rezende, um dos fundadores.

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Os Nove Mais do Rádiomania

6) OS 50 ANOS DO APOLINHO
Detentor de uma das maiores audiências em programas de rádio no Rio, Washington Rodrigues, o Apolinho festejou na quinta-feira 1° deste mês, 50 anos de carreira. O dia foi pequeno para as homenagens que recebeu. De amigos e colegas, de ouvintes e admiradores e, naturalmente, dos familiares. Bem-sucedido em todas as rádios que trabalhou, está na Tupi desde janeiro de 1999, em sua segunda passagem pelo prefixo. Começou na Guanabara, participando do programa “Beque parado”, como auxiliar do apresentador Dolar Tanus.

A denominação Apolinho, ganhou na década de 60 quando era repórter esportivo da Globo. Foi batizado pelo chefe, Waldir Amaral, de quem viria a ser uma espécie de seguidor no que tange à facilidade para criar frases de efeito, os bordões -- fora alguns personagens. Passou a comentar futebol na virada dos anos 80, na Rádio Nacional, sendo chamado de “o comentarista da palavra mágica”. Era peça fundamental na equipe do José Carlos Araújo, o Garotinho, que a partir de 1977 revolucionou, com seu estilo, as transmissões esportivas.

Na volta à Globo em dezembro de 1984 (com o Garotinho no lugar do Waldir), tornou-se “o comentarista mais ouvido do Brasil”. A parceria de muito sucesso na tradicional estação e na rádio dos Marinho, terminava seguramente 18 anos depois, com sua transferência para a Tupi, onde veio a formar dupla com o Luiz Penido. Coincidência ou não, após a mudança reverteram-se os índices do Ibope nas duas emissoras. Com seu carisma, bom humor e conhecimento, o Apolinho faz algum tempo, a diferença entre os seus colegas de profissão.

(Na emissora em que iniciou carreira, também deram os primeiros passos Alfredo Raimundo, diretor da Tupi, o Chico Anysio, a Fernanda Montenegro, Sílvio Santos, e o inesquecível João Saldanha, entre outros.)

LINHA DIRETA
/o/ Marcus Aurélio homenageou domingo último, no “Quintal da Globo”, a memória do Haroldo de Andrade, morto em 1° de março de 2008.

/o/ “Palco MPB”, do Fernando Mansur (MPB FM), passa a ser gravado no Tereza Raquel, reaberto. Apresentações às terças, 9h da noite.

/o/ A equipe de esporte da Globo tem novo componente – Bruno Cantarelli. Entrou na vaga do Rafael Araújo, que voltou para a Brasil AM.

/o/ Revelação na Manchete no ano passado (grupo dos “apaixonados por futebol”), Thiago Veras é o mais recente contratado da Tupi.

(Reprodução de 7 de março de 2012)






quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Rádiomania, o Livro/53

“COMANDO” NOVO
Atração muito bem-sucedida (permanecera mais de duas décadas em cartaz) “Comando Geral do Carnaval”, da Globo, estava prestes a sofrer modificações. Estas ocorreriam em 1998, segundo anunciava com um ano de antecedência, o diretor de programação Marcos Libretti. O “Comando”, idealizado por Mário Luiz (1925-2009), chegava ao fim do seu modelo original.

Na edição derradeira mobilizava treze comunicadores, o maior número em toda sua existência. O campeão em longevidade na maratona -- mais de cem horas, foi o Francisco Carioca (1942-2009), que cumprira 18 delas, em etapas de seis. Enquanto a Globo prometia reduzir o espaço de sua antiga atração, a Tupi, festejava o segundo ano do “Carnaval Total”, de feitura similar. Um dos seus trunfos consistia na premiação dos melhores do desfile da Marquês de Sapucaí, clara imitação dos “Estandartes de Ouro” conferidos pelo O Globo.

Ainda utilizando o bem bolado slogan “A Escola do Rádio”, a Nacional entrava na avenida desfalcada de suas peças chaves. Tivera, por isso, que se desdobrar para dar conta do recado. Administrada por visionários, gente fora da realidade do veículo, não conseguia sequer atrair anunciantes para a cobertura dos últimos carnavais, um produto facilmente vendável. Era, diria algum poeta, participar da grande festa sem estar fantasiado.
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Em 2001 o “Comando Geral”, principal atração da Globo, pouca diferença apresentava em relação às edições anteriores. Loureiro Neto (1952-2014) na cobertura dos desfiles da Sapucaí domingo e segunda-feira, e Maurício Menezes no horário antecedente daqueles dias, foram as novidades entre os valores escalados. Mauríção e Ana Flores, os que dispuseram de menor tempo, ela com a desvantagem de atuar somente na segunda.

Ao contrário de outros anos, quando os comunicadores cumpriam jornadas de seis horas, dessa vez foram reservadas quatro para cada um. A se destacar, na passagem do milênio, a presença de um noticiarista ao longo da programação. Francisco de Assis, regra três dos comunicadores, foi designado para o serviço, cabendo ainda a ele, apresentar os boletins transmitidos pela CBN. Antes aberto às 6h da tarde das sextas, o “Comando” começara a zero hora de sábado, com o outro Francisco (o Carioca), que também participaria do fechamento, na terça.

Muito bem estruturado, o “Carnaval Total”, da Tupi, atingia sua terceira edição. A cobertura da Marquês de Sapucaí inegavelmente, se constituía no melhor dos trabalhos entre as concorrentes. Clóvis Monteiro, Fernando Sérgio e David Rangel se encarregavam da narração, com o apoio de analistas, entre eles Antônio Lemos (1931-2011), Hiram Araújo (1929-2011) e Reginaldo Bessa. Na condição de convidados, Juçara Carioca e o Eugênio Leal.
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Nota destoante, a Nacional se ausentara pela primeira vez em 64 anos de sua fundação. Para preencher a programação, recorrera a especiais apresentados por Osmar Frazão, Gerdal dos Santos e José Messias (1922-2015). Colocava no ar um verdadeiro ‘museu do rádio’, rodando músicas com quatro, cinco ou seis décadas, um ‘prato cheio’ para inveterados saudosistas.

Arlênio Lívio (1942-2003), dos que mais entendiam de sambas-enredo no veículo (40 anos de estrada, 34 dos quais a serviço popular emissora) se sentira que nem peixe fora d’água, fazendo carnaval na velha Metropolitana, que nada progredira em recursos técnicos. Apesar disso, Arlênio e seus bravos companheiros conseguiram desenvolver um trabalho meritório.

Rubem Confete participava, na condição de convidado, da equipe organizada pela Manchete CCI. Louvável o esforço desta, mas doía ouvir a transmissão, feita por ilustres desconhecidos, pessoas sem a menor experiência no ramo. A Carioca – “A Rádio Família” – também estivera presente na avenida, mas nada acrescentaria. Sua equipe era bastante inferior à da Manchete.

MEMÓRIA-2012
Treze dias depois de despedir-se da Globo, José Carlos Araújo transmitia pela Bandnews, o jogo do Flamengo e Internacional, no Engenhão. A Bradesco ainda não ficara pronta.

A Transamérica FM, que na mexida, privilegiava-se como uma das alternativas nas competições esportivas no Rio, tinha a encabeçá-la o novato Edilson Silva e o veterano Ronaldo Castro.

Em agosto, Cláudio Affonso, comentarista revelado pela Tamoio fechava contrato com a Manchete. A ela também se integrava o Fred Damatto, que estava fazendo ‘geral’ na Tupi.

Afastado por três meses do “Globo Esportivo”, Renato Maurício Prado retornava ao programa. Sérgio Du Bocage, componente da TV Brasil, também passava a atuar na bancada.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Os Nove Mais do Radiomania

7) ERA UMA VEZ NA GLOBO III
A irreverência do Maurício Menezes e o talento do Hélio Júnior fizeram do “Agito geral” um dos melhores programas da Globo nas últimas décadas. Apesar de ser apresentado de 8h à meia-noite, em que as atenções do público se concentram na televisão, o nível de audiência correspondia.

Numa etapa seguinte, em 2004, com o David Rangel, não era a mesma coisa, embora seu titular não comprometesse. Acentuada perda de qualidade se daria a partir de março de 2009, com nova mudança de comando – saía o David e entrava o Daniel Pennafirme, um dos produtores da atração.
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Com o Thiago Matheus, atualmente, depois de ter passado pelo controle do Luiz Torquato, de São Paulo, o “Agito geral” é nada mais que uma pálida sombra daquele outrora apresentado por Maurição e Helinho.

Será que na volta à Globo, onde trabalhou durante 29 anos, o agora coordenador artístico pretende restaurar a produção? E, o seu companheiro, que foi parar na “Patrulha da cidade”, na Tupi, onde ele esteve desde 2006, faria parte dos planos para a recuperação dos índices de audiência da rádio?)
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Quando a Globo mandou o Adelzon Alves embora, a alternativa foi o Kleber Sayão. Categorizado locutor de notícias, comunicador notoriamente influenciado por Luiz de Carvalho¹, Sayão não emplacaria.

Os índices alcançados por ele estiveram muito longe da marca que vinha obtendo o seu antecessor. A solução para o impasse viria a ser a dupla formada por Washington Rodrigues e Hilton Abi-Rihan.

“Show da madrugada”, o programa criado, constituiu-se num extraordinário sucesso² entre os anos de 1993 e 1995. Fez muita gente esquecer do Adelzon e, daquela movimentação de sambistas e compositores.

Apolinho reeditava com o Abi, um modelo que apresentara na Rádio Nacional no começo dos anos 80, pela manhã. Uma espécie de ampliação de breve experiência que os dois tiveram na antiga Continental.
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LINHA DIRETA
¹Luiz de Carvalho, que adotava o slogan “Saúde, paz e amor” foi um condutor de programa muito popular na Rádio Globo. Antecedeu o saudoso Haroldo de Andrade no tradicional horário da emissora.

²O motivo que determinou o fim do ”Show da madrugada”, só o Apolinho, o Abi e poucos empregados da emissora na ocasião, sabem. Em 1997, o Velho Apolo voltava a fazer aquele horário. O programa se chamava “Washington Rodrigues Show”, e era apresentado de 0h às 3h de domingo.

Em agosto de 1998, ele licenciava-se da rádio. Atendia ao apelo do Kléber Leite, assumindo a função de diretor técnico do Flamengo. Naquele mês, o parceiro Abi, que permanecera na madrugada com o “Show da Globo”, era ‘premiado’ com xeque-mate. Uma reprise do programa do Francisco Barbosa, com os personagens do Maurição e Helinho, preenchia a vaga.

(Reprodução de 14 de setembro de 2013)



quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Rádiomania, o Livro/52

O FM SEM RUMO
O slogan “Um Amor no Seu Rádio” pela FM O Dia não obteria a aprovação que os executivos da emissora esperavam a partir do primeiro quadrimestre de 1996. A contratação de Anthony Garotinho e outros comunicadores, anunciada como pretensa revolução no segmento, não passaria de um grande fiasco. Jornalismo e prestação de serviços, coisas típicas do AM, eram as atrações que a emissora oferecia ao público. E, pela terceira vez, em menos de dois anos, ela se via obrigada a buscar nova tentativa para encontrar o rumo certo.

Espelhando-se na FM 105, transformada em evangélica, os responsáveis pela FM O Dia vislumbraram a perspectiva de colher melhor resultado. Decidiram optar por uma programação semelhante à da líder na modalidade, na ocasião. Mas, enquanto eles pensavam, os da Manchete FM rapidamente agiam, levando para os seus quadros, profissionais que trabalharam na outra, ou seja, na 105.

Pra confrontar com o slogan desta – “De Bem Com o Sucesso” , a FM O Dia criava um novo, o “Dia a Dia Com o Sucesso”. E relançava um programa de samba nos fins de semana – “Samba, Pagode e Folia”, para rivalizar-se com o “Samba, Suor e Suingue”. Não conseguia, no entanto, sensibilizar os ouvintes e anunciantes.

Correndo por fora que nem azarão no Jockey Clube, a Tupi FM se reestruturava. Depois de uma mudança radical, quando se bandeara para uma linha popular, escondida em parte de sua freqüência (96 sem a vírgula), voltava atrás. Amparada no bordão “O Amor do Rio”, reassumia sua identidade, com alguma coisa bem ao gosto do público – “o Disque-Fã”. Subiam seus índices de audiência.

MEMÓRIA-2012
Em maio, a partir do dia 14, Zeca Marques substituía Gílson Ricardo no “Panorama Esportivo”, na Globo. Gilson, Gerson e Jorge Eduardo, acompanhavam José Carlos Araújo para o desafio chamado Bradesco.

Com a volta do Luiz Penido à casa em que iniciara carreira, agora liderando equipe, Eraldo Leite passava ser o homem forte do grupo. Era promovido a comentarista, além das funções de repórter, apresentador e coordenador.

A (Super)Tupi,por sua vez, dava status de titular ao Jota Santiago, até ali ocupante de um segundo cargo vitalício, e pouco valorizado, formando ele pela primeira vez, dobradinha com o Velho Apolo Washington Rodrigues.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Os Nove Mais do Rádiomania

8) DE GAROTINHO E GAROTÃO
Depois de 42 anos de atuação na Rádio Globo, intercalada por uma passagem pela Nacional entre 1977/84, José Carlos Araújo, o Garotinho, despediu-se da emissora, onde era titular desde então. Transferiu o cargo ao Luiz Penido, também originário da empresa, durante o intervalo de Fluminense e Botafogo. A troca de comando ocorreu em clima de muita emoção e cordialidade. Juntar os principais locutores esportivos dos últimos anos numa decisão de campeonato, foi um fato inédito na história do rádio -- da Globo em particular.

/o/ Inaugurada no longínquo 1944, a rádio que abrigou nomes do nível de um Gagliano Neto, Luiz Mendes e Doalcei Camargo se transformaria em sinônimo de sucesso, principalmente a partir da chegada do Waldir Amaral, nos anos 60. Sua hegemonia, que teve a duração de quatro décadas, hoje é meramente uma sombra. A queda de audiência no Rio tem sido vertiginosa e, começou a se desenhar com a implantação do projeto “Globo Brasil”, cujo objetivo era conquistar novas praças do mercado publicitário, com programas em rede.

/o/ A Globo busca, com a transição, restaurar a liderança sustentada num passado recente, quando reunia em seus quadros valores que migraram para outros prefixos. Cria da casa, onde aportou em 1979, Penido foi um dos que se mudaram para a concorrente Tupi. De quarto na equipe (precedido por Maurício Menezes, Sérgio Moraes e Garotinho), pulou para titular na outra em outubro de 1988. Caíra nas graças do Péricles Leal, insatisfeito com o Ibope do Doalcei. Seguiram com ele, o Eraldo Leite, Felipe Cardoso e Danilo Bahia, entre outros.

/o/ Dois anos depois, com a volta do antigo locutor (ganhara uma ação contra a rádio), Penido e seu grupo -- Eraldo, Sérgio Guimarães, Paulo Júnior e o Iata Anderson -- foram trabalhar na Rádio Nacional. Contrato encerrado, rápida passagem pela Tropical FM do Armando Campos, e ei-lo novamente na Tupi. Era 1997, e Penido formaria dupla com o veterano Doalcei. Escolhido em votação dos ouvintes, daí o slogan de “o mais querido”, virava líder isolado em 1999. A parceria com Washington Rodrigues, no mesmo ano, um trunfo valioso.

/o/ Considerado o ícone da classe, José Carlos Araújo tem, com o que agora o substituiu, alguma coisa em comum. Ao deixar a Globo em 1977, trocando-a pela Nacional, ocupava a terceira posição na hierarquia, apenas um degrau acima daquela em que o Garotão se encontrava antes da mudança. Foi a partir de seu ingresso na velha emissora, que o Garotinho – denominação dada pelo Denis Menezes – tornou-se modelo para outros narradores, sendo Penido o mais próximo. O público que lhe é fiel, certamente o acompanhará no grande desafio de sua carreira, ou seja -- a Bradesco FM --, exclusivamente de esportes.

(Reprodução de 16 de maio de 2012)









quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Rádiomania, o Livro/51

SABIÁ FORA DO TOM
Dois programas semanais e um diário faziam parte do pacote de renovações da Nacional no começo de 1993. “Onde Canta o Sabiá”, sob o comando de Gerdal dos Santos, se constituía naquele em que a direção mais apostava. Além do decano contratado da casa, “Onde canta...”, às 8h das manhãs de domingos, reunia o recém-chegado Luiz Carlos Saroldi (1931-2010), que assumira a gerência de programação e, se encarregava em produzir a novidade atuando, ainda, como apresentador do quadro “Alguém Muito Especial”. Outra novidade para o mesmo dia, era o “Arte de Ouvir”, a partir das 11h, com o crítico Artur da Távola (1936-2008).

“Caderno de Notas”, terceiro programa do pacote, misto de agenda cultural e jornalismo, era ancorado pelo próprio Saroldi, doublé de apresentador e novo executivo. Entrava no horário das 5h da tarde, estreando em 16 de agosto, no lugar do “Segundo Caderno”, que tinha apresentação do José Messias (1929-2015). Num gesto de saudosismo, a nova direção da emissora restabelecera um horário de novelas, colocada no espaço do “Rio de Toda Gente”, antecipado para às 2h.

Originário da Jornal do Brasil onde consolidara sua carreira, Saroldi estava afastado do rádio há dois anos, quando recebera proposta para trabalhar na velha estação da Praça Mauá. Ficaria ali por pouco tempo. Em novembro daquele ano já se desligara. No “Onde Canta o Sabiá” as entrevistas que fizera eram reprisadas e, o “Caderno de Notas” passava ao comando de Cirilo Reis. As ideias dele não vingaram no ultrapassado esquema da Nacional, que vinha funcionando com engrenagens emperradas. O criador de “Arte-final, Variedades” e “Especial JB” se mudaria para a Rádio MEC, nela aparecendo no limiar de 1994.

MEMÓRIA-2012
Em janeiro, num programa dominical pela manhã na Tupi, Jimi Raw entrevistava Luiz Penido. O narrador, 40 anos de carreira, fazia um balanço do futebol no Brasil e exterior.

Conversa bastante proveitosa do compositor, cantor e músico Danilo Caymmi com o jovem comunicador Rafael de França. Também em janeiro, fim de tarde na Rádio Manchete.

Depois de dois anos, Gilson Ricardo, do esporte, voltava a comandar um programa de variedades na Globo. Assumia, acredite, o “Vale Tudo”, durante as férias do Tino Júnior.


terça-feira, 16 de outubro de 2018

Os Nove Mais do Rádiomania

9) DE PRODUTORES E BALANÇO
Oito de dezembro,domingo, registrado há menos de duas semanas, é dia do produtor de rádio. Jimi Raw, da Tupi, que apresentava o programa do Haroldo de Andrade (Júnior), nas férias do titular, rememorou a data, em que se reverenciam outras categorias -- o cronista esportivo e o colunista social. A edição era assinada por Jorge Pereira, pela qual o Nonato Viegas habitualmente responde.

Por trabalharem na retaguarda, os produtores são pouco conhecidos do grande público. Eles dão suporte aos comunicadores, preparando textos e roteiros, pautando os temas a serem focalizados, assim como fazem “pontes” para entrevistas por telefone e, a interação do apresentador com os ouvintes. De modo geral, o produtor é um repórter no anonimato, mesmo nas emissoras que creditam seus nomes.

Eis alguns, entre outros produtores nas emissoras populares do Rio: Ricardo Alexandre, Marcus Vinícius, Rita de Souza, Jacqueline Nascimento e Paula Ranieri (Tupi); Carla de Luca, Heloísa Paladino, Sheila Trindade, Cynthia Abrantes e Paulinho Coruja (Globo); Flávio Kede e Adriana de França (Manchete); Carlos Alberto Silva e Fátima Bonfim (Nacional). Aqui, o predomínio das mulheres.
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ELES VOLTARAM
O 2013 no fim. Em março, David Rangel voltava à Globo, depois de quatro anos na Manchete.Ganhava programa dominical, nas manhãs e um diário, de madrugada. Exerceria, ainda, a função de curinga.

Também voltavam à casa Maurício Menezes e Gilsse Campos, ele em agosto, ela um pouco antes. Maurício esteve afastado 12 anos, com atuações nas rádios Haroldo de Andrade e Tupi. Agora coordenador artístico, reeditou o “Plantão de notícias” (não emplacara na concorrente), o conhecido “Agito geral”.

Gilsse, a mais longeva das mulheres a participarem do “Debates populares”, reintegrou-se àquele quadro. Estava fora da Globo desde a saída do Haroldão, em 2002. Fazia, ultimamente, programa semanal na Manchete.

Na Tupi, Mário Belisário voltou em agosto. Ficou no lugar do Sílvio Samper, dispensado depois de 18 anos no prefixo. Belisário já trabalhara duas vezes na emissora. Passou por outras e, pela Sucesso, entre 2009 e 2011.
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SOLUÇÃO DIFÍCIL
Muito mais que no futebol, a cobertura do trânsito continuou sendo a perfeita tradução do imediatismo do rádio. No que se convencionou chamar prestação de serviços em tempos modernos,emissoras inteiramente dedicadas ao jornalismo levam vantagem sobre as de programação variada.

Mas, a informação é sempre a mesma, reportando-se às ruas e avenidas idem. O linguajar dos setoristas, uma toada só. Não muda. Como não mudam as condições nas principais vias, problema crônico sem solução à vista. Uma prática tipo ‘enxuga gelo’ sobre o dia a dia do Rio e cidades próximas.

“O trânsito está complicado na reta do cais da Ponte (...) Está complicado na Avenida Brasil, altura da (...);na Presidente Vargas, sentido da (...);na Epitácio Pessoa...” O rádio orienta os motoristas, cumpre o seu papel; as autoridades... escamoteiam. “O estreitamento das ruas deve-se à redução do IPI, que facilitou os de menor poder aquisitivo na compra do carro”.

(Reprodução de 20 de dezembro de 2013)

sábado, 6 de outubro de 2018

Ouvindo as ondas

PRIMEIRA PESSOA
Não se vangloriar do que faz, possui ou pretende realizar. Não contar vantagem nem pra um filho, ou esposa, amigos naturais. Defeitos, quem não os têm? Pessoas de qualidades ímpares, onde encontrar? Provavelmente, nem os gênios da humanidade escaparam de algumas imperfeições.

(Nacional 60. Gilberto Milfont num samba: ‘Maior é Deus no céu, e nada mais/Ai,ai/Ai,ai/ A falsidade neste mundo é muito grande/ Por isso Ele na terra não volta mais”.)*

PARABÉNS
É comum nas emissoras populares se falar nos aniversários de profissionais da casa e ouvintes fiéis. Na sexta-feira (29 último), Washington Rodrigues registrava o de um amigo.

Era o presidente do América, Roberto Santana. Sua data natalícia ocorrera na véspera, e o Velho Apolo desculpava-se, no programa que faz no final da tarde, o fato de ter ‘esquecido’.

SÓ REGISTRO
As rádios Tupi, Nacional e MEC aniversariaram em setembro. A dos Associados 83, as da EBC 82. Houve períodos que se comemoravam em clubes, ou cinemas, com grande plateia.

O veículo estava no auge. Saudosas épocas. Ultimamente mandavam celebrar missa numa igreja preferida dos diretores. Hoje, apenas simples registro, e zero retrospectiva.

Nas em que ainda existem dedicados profissionais, verdadeiros amantes do rádio, promove-se um especial aqui, outro ali, para que, pelo menos, a data não passe em ‘brancas nuvens.’

ENCANTAMENTO
Clóvis Monteiro retomou às atividades na segunda, (1°) depois de férias nos Estados Unidos, onde foi atender compromissos, e visitar um dos filhos que estuda naquele país.

Encantou-se com o que viu e ouviu. Exaltou Josemar Gimenez e Marcos Di Giácomo, diretores, que estão apostando na renovação, destacando a Isabela Benito e Vivi Romanelli.

O programa da primeira e o do Antônio Carlos foram estendidos em uma hora (o dela duplicado) para cobrir a ausência – de 25 dias -- do titular das 8h às 10h das manhãs na Tupi.
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HORAFINAL.COM
*Sei de jornalistas que leem somente as matérias que escrevem. No auto-elogio, um reconhecimento: “Tive sorte de ‘topar’ com aquela fonte”. Para os coleguinhas, veladas críticas. Se radialistas, dizem pela frente:“Um baita profissional”. No ‘aquário’ dos bastidores: “Olha aquele babaca; ‘se achando”.

HORAFINAL DOIS
Este blog chegou aos nove anos em setembro. Foi criado com base no “Rádiomania, um Cronista de Plantão”, lançado na XIV Bienal do Livro, no Rio. Reproduziremos em seguida os textos de maiores visualizações. Paixão desde a juventude, o rádio pouco mudou. Uma pena. Transformação para pior.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Rádiomania, o Livro/50

BOSSA DE UMA ESTRELA
No o primeiro semestre de 1993, Claudete Soares comemorava 40 anos de carreira. Batizada como Claudete Colbert, em homenagem a uma estrela do cinema americano de que seus pais eram fãs, a cantora incluía em seu repertório muita composição de Vinícius de Moraes, um de seus autores preferidos. Seu maior sucesso, todavia, foi a balada “De Tanto Amor”, assinada por Erasmo e Roberto Carlos. Depois disso, ela se apagava. Foram oito anos sem gravar.

Engajada no movimento bossa nova,coube a Claudete o lançamento de um dos hits do gênero – “Apelo”, de Baden Powell e Vinícius. O samba se tornaria conhecido na voz de Elizeth Cardoso, porque a Elenco, gravadora de Claudete Soares na época, tivera um sério problema na distribuição do álbum. Esse depoimento ela prestara a Ana Maria Badaró, no vespertino “JB Revista” (o último da série), dia 16 de abril de 1993 na extinta JB AM, vendida na semana seguinte.

Claudete também revelava naquele programa, que seu grande projeto de vida era cantar músicas de Vinícius de Moraes com orquestra sinfônica. Carioca, mas há muito radicada em São Paulo, lembrava o seu início na Paulicéia, o que se dera no “Juão Sebastião Bar”, templo da bossa nova, criado pelo jornalista Paulo Cotrim, do “Jornal da Tarde”. Falava, ainda, de um pacote de CDs com os seus primeiros trabalhos lançados na gravadora Imagem, que seriam reeditados.

A cantora não disse na ocasião, mas vale recordar: no começo de sua carreira era chamada de “A Princesinha do Baião”, quando participava de um programa da Rádio Tamoio, então pertencente aos Diários Associados, em apresentação do Nino Prates, há alguns anos falecido. Do programa nos fins de tarde, havia a presença constante de Luiz Vieira, cognominado por Prates “O Príncipe do Baião” e, musicalmente o par de Claudete. A partir da toada “Menino de Braçanã, um grande sucesso, o cantor e compositor ficaria conhecido como ‘Poeta-cantador”.

MEMÓRIA—2011
Em junho, o SGR dispensava Marcus Aurélio, gerente nacional de programação, e colocava no cargo, Zallo Comucci, da CBN, de São Paulo. Ele estava na Globo desde 1982, onde também apresentava o “Quintal”.

Soares Júnior, coordenador-executivo assumia provisoriamente o programa, faria modificações em seu contexto, trocando inclusive o nome para “Domingueira”, porém, não conseguia sustentar-se no horário.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Ouvindo as ondas

AS PRIMEIRAS DO LOTE
Promessa é dívida – o ditado de tempos remotos afirma. E, nessa época em que muitas delas são feitas invadindo o dia a dia do cidadão como evidente pretexto de se alcançar postos cobiçados na legislatura do país, até que houve um grupo que, religiosamente cumpriu o que há dois meses se empenhara fazê-lo.Trata-se do SGR, o conhecido Sistema Globo de Rádio. Os cardeais anunciavam mais ou menos assim: ‘Em breve, o AM será passado. Mude para o 98,1 FM’.

Saíram do ar na terça-feira (4) a Globo e CBN AM no Rio e Globo de BH. Difícil entender, porém, porque só agora os executivos perceberam que programação única em dupla freqüência gera prejuízo certo.

O HABITANTE SÓ
Atendimento simultâneo em AM/FM foi reduzido, no Rio, à Super Tupi, que no final de 2016 entrou numa crise histórica. Além das prévias, ficou um mês fora do ar por atraso no pagamento de salários.

Nas capitais de São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul e Pernambuco, as rádios utilizam o modelo, respectivamente a Bandeirantes, Jovem Pan, Itatiaia, Gaúcha e Jornal. Não demora, vem aí o efeito cascata.

BALANÇA A PEMA
Num momento em que as emissoras estão fechando, um duo de empresários no Rio decidiu ocupar os 104,5 que pertencera à Tropical. Na quinta (16) inaugurou a Mood FM, destinada ao público jovem.

Antes denominada Master e fundada nos anos 80 pelo ex-locutor da Nacional, Armando Campos, em fases distintas ela foi ‘a rádio do samba’, do funk e gêneros diversos, não faltando transmissões de futebol.

Rádio de duração efêmera, a Tropical ‘balançou’ as estruturas da era. O seu grande feito, todavia, se constituíra na constante troca de nomes. Chamou-se Scala, Instrumental, Top, Família e, por fim, Fanática.

MAIS QUE MÚSICA
A SulAmérica Paradiso FM (95,7) -- terceira integrante de um quarteto no estilo adulto-contemporâneo -- está de slogan novo, “Além da música’. Um de seus destaques é “Hora do Blush", das 17h às 19h.

Isabela Saes, a apresentadora, conta no cartaz com as colaborações de Marcelinho da Lua, Rita Ericson e a jornalista Cora Ronai. O playlist toca de tudo que ‘a todo momento’ tem na JB-Antena 1-Nova Brasil.

VERBO VITALÍCIO
Vivesse neste século, Hipólito José da Costa implicaria com os repórteres de futebol e de trânsito pelo uso demasiado do verbo complicar. Mais implicante ficaria ainda, com os que cobrem as notícias policiais.

“...A vítima não resistiu aos ferimentos” – dizia Ícaro Mattos, recentemente na Rádio Nacional, concluindo matéria sobre assalto com morte na Barra da Tijuca, e o mesmo depois, em Santa Rosa, Niterói.

Oh Ícaro! Nem o Alberto Brandão usa mais isso... Com uma vantagem. Ele, um autêntico repórter de rua, ‘pedira o boné’, há dois anos, insatisfeito com o estranho rumo seguido pela Tupi naquela ocasião.

RUAS SEM CURVAS
Trânsito – já se disse nesse espaço em outras oportunidades e, não custa voltar ao assunto – é matéria prima para emissoras de rádio, seja ela exclusivamente de notícias, ou não. Mas, há um ponto fora da curva.

As chamadas rádios comerciais independente de sua importância escalam um profissional no CET-Rio para o serviços. A MEC, primeira a existir no país não o faz. Deixa a missão com o apresentador do horário.
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HORAFINAL.COM
Maju Coutinho, ‘a moça do tempo’ do Jornal Nacional é a nova componente do “Papo de Almoço” na Rádio Globo. Substitui Tiago Abravanel, que o apresentava às quintas-feiras. É a terceira mudança do programa lançado em maio de 2017. Mônica Martelli foi a primeira a sair. O penúltimo Cláudio Manoel. Entraram em seus lugares Fernanda Gentil e Marcus Veras. O “Papo” ia de 12h às 14h. Encurtou seu início em quinze minutos. Léo Jaime, às segundas, e Adriane Galisteu, às quartas,remanescentes. O programa é transmitido de São Paulo.








terça-feira, 28 de agosto de 2018

Rádiomania, o Livro/49

TREM DA FELICIDADE
Nos anos 30, 40 e 50 os freqüentadores dos programas de auditório teriam oportunidades de conhecer os seus ídolos. As primeiras manifestações desse tipo ocorreram na Rádio Kosmos, de São Paulo, onde se instalava um salão de baile e, exibições de orquestras, ao vivo. Depois, numa linha parecida, era lançado pela Rádio Nacional, o “Caixa de Perguntas”, de Almirante. Havia, na década de 40, o preconceito da classe média contra esses programas, sendo o alarido que vinha do rádio, o motivo de irritação para as donas de casa. Elas achavam, por isso, que as freqüentadoras do local eram pessoas sem ocupações definidas.

Conduzido por Héber de Bôscoli, Iara Sales e Lamartine Babo, o “Trem da Alegria” trocava em 1943, a Mayrink Veiga pela Nacional. Babo, o engraçado deles, de singular magreza, apelidava o grupo de “Trio de Osso”, numa referência ao “Trio de Ouro”, formado por Herivelto Martins, Dalva de Oliveira e Nilo Chagas. Com o desligamento de ‘seo’ Lalá, dos improvisos e gracejos, o “Trem...” dera uma estratégica parada. Héber e Iara partiram para outra empreitada – “A Felicidade Bate à sua Porta”, um encontro mais direto com o público. Ela ficava no estúdio, e ele transmitindo da rua – de algum bairro escolhido por sorteio.

O programa, no entardecer dos domingos, distribuía prêmios aos ouvintes consumidores de produtos de limpeza da União Fabril Exportadora.Os programas de auditório remontam aos de calouros. Os primeiros foram apresentados por Celso Guimarães, na Rádio Cruzeiro do Sul paulista (havia no Rio uma emissora homônima) e Ary Barroso, na Kosmos. O de Ary, “Calouros em Desfile”, passaria também pela rádio em que Celso trabalhara. Ganharia fama na Tupi.

Tão importante quanto o deste, foi a “Hora do Pato”, com Jorge Curi e “Papel Carbono”, do Renato Murce. O segundo permanecera durante 16 anos na Rádio Nacional com o mesmo apresentador, que se tornaria locutor esportivo. A direção da rádio pretendia indicá-lo para o Serviço Brasileiro da BBC de Londres. Mas, Aurélio de Andrade é quem foi. (Curi recusara por motivos sentimentais.)

Produtor e apresentador de “Papel Carbono”, Renato Murce não gostava da expressão ‘calouros’. Classificava os seus candidatos de ‘gente nova’. Somente as pessoas de reais pendores artísticos eram admitidas para se apresentarem em seu programa, depois de passarem por testes rigorosos. Na Rádio Clube do Brasil, onde o “Papel...” surgira, revelaram-se, entre outros, Luiz Gonzaga (que era apenas sanfoneiro) e o humorista José Vasconcelos. No do autor de ”Aquarela do Brasil” -- Paulo Gracindo (animador e ator) um deles.

E, por ordem e graças do destino, Gracindo seria em diversas ocasiões, invariavelmente, o substituto do Ary. Também locutor esportivo, conhecido como o ‘homem da gaitinha’, e ferrenho torcedor do Flamengo, Ary faltava para a apresentação dos calouros toda vez que o seu time perdia. A direção escalava Gracindo para o lugar. Este pegou o gosto pela coisa e acabou ganhando um horário próprio. Antes, era ele o encarregado de fazer “Rádio Sequência-G-3”, uma interessante (e divertida) atração durante a hora do almoço.

Iniciado na Tupi, o “Programa Paulo Gracindo” ficaria 21 anos na Rádio Nacional. Em sua primeira etapa a comicidade estava a cargo de Manuel de Nóbrega e Silvino Neto, a contra-regra com Jorge Veiga (que aspirava ser cantor e vivia pedindo uma oportunidade). Na corretagem de anúncios nada menos que Abelardo Barbosa – o Chacrinha. Aos domingos, de 10h ao meio dia, o programa disputava com o de César de Alencar (sábados, de 15h às 19h), e o de Manuel Barcelos (às quintas , de 11h às 13h), a preferência do público. No de César, a rivalidade dos fãs clubes das cantoras Emilinha Borba e Marlene, um atrativo a mais. Serviria para engrossar o folclore em torno das ‘macacas de auditório’, termo pejorativo inventado pelo jornalista e produtor Nestor de Holanda.

MEMÓRIA—2011
Em outubro, a repórter Bianca Santos trocava a Tupi pela Globo. Procedentes de igual prefixo haviam seguido mesmo destino, Viviane da Costa, Thiago Mathias e Valéria Chagas.

O narrador Batista Júnior, desligado da Tamoio naquele mês, ingressava na Manchete. No lugar do João Guilherme, que liderava o grupo e optara por sua função na Sportv.

Outro que deixava a Manchete, o repórter Gustavo Henrique. Fazia sua estreia em novembro na equipe da Globo cobrindo a partida do Botafogo e Figueirense, no Engenhão.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Ouvindo as ondas

A CAMINHO DO FIM
Saiu no site Tudo Rádio: “O SGR vai desativar suas emissoras de AM no Rio, São Paulo e Belo Horizonte”. De acordo com a notícia, o grupo não pretende esperar a migração do AM para o FM, há algum tempo anunciada pelo governo, dono das concessões. Especula-se que o SGR já tenha compradores em vista, conglomerados empresariais ou igrejas. Inviável mantê-las com transmissores ligados e estúdios inoperantes.

POR TEMPORADA
Com a volta do Cyro Neves das férias na (Super)Tupi, o repórter e apresentador Robson Aldir, que estava formando na bancada do “Show do Clóvis Monteiro”, deixou o posto. Três anos depois de ser afastado do SGR num dos ‘pacotes’ de amargas demissões, Aldir acertara o ingresso na web do Sidney Rezende, que recrutara outros ex-globais.

ELA TAMBÉM
Em condições parecidas, Elisãngela Salarolli, também repórter, que a rádio dos Marinho dispensara, teve, anteriormente, passagem pela emissora de São Cristóvão. Ela foi convocada pelo Antônio Carlos para exercer as funções da Juçara Carioca, ou seja, uma ‘fofoqueira folguista’. A Juju, segundo AC, ficou no ‘estaleiro’, por licença médica.

À MODA ZÓZIMO
‘A que ponto chegou a crise no rádio’, dizia aqui perto com um muxoxo, a governanta da casa ao saber de tais acontecimentos. De nossa parte, à moda Zózimo, acreditamos que não será surpresa se, no eventual impedimento do Antônio Carlos, ou férias (já passou de um ano em novo endereço), chamarem o Jorge Luiz, reserva oficial dele na ‘outra’.

DO RIO A MINAS
Atualmente Jorge Luiz comanda um programa na Muriaé FM, em Minas. Tão logo foi desligado do SGR em abril de 2016, ‘hibernou’, até fechar com a Além Paraíba FM, de sua terra natal, na divisa do RJ e MG. Líder (*) de audiência no Rio nas últimas pesquisas, a Tupi instituiu a contratação de profissionais, por temporada, como prestadores de serviços.

NO VAI-E-VEM
Depois da 'oriundi' Salarolli e do Aldir, dentre os inúmeros fora do mercado de estações tradicionais, chegou a vez de outro ex-global. Hélio Júnior (o ‘Super Helinho’) integrou-se no começo do mês àquele cartaz da Tupi – o programa do Clóvis. Responderá nesses próximos dias pelas atividades do ator e humorista Miguel Marques, de férias.

‘TE’ REPRESENTA
O que você gostaria de dizer contra o descalabro que ocorre no país, principalmente envolvendo a classe política e membros do judiciário, Sérgio Gianotti ‘te’ representa. Aconteceu, por exemplo, sobre a proposta do STF de aumento salarial acima do teto de gastos. No “Redação Online”, da SulAmérica Paradiso, de 6h às 9h, de 2ª a 6ª.

PEGANDO PESADO
Gianotti, um dos combativos do rádio, com destemor e coragem pega pesado, quando se trata da coisa pública. Tem o apoio (e aplausos) de ouvintes, que, a cada intervalo musical, interage com ele, focalizando os destaques do dia a dia. Fazem parte do “Redação”, entre outros, o escritor Luiz Felipe Pondé e o economista Cláudio Gladione.

ESPAÇO MAIOR
O “Painel JB”, segunda edição, na Rádio JBFM foi ampliado em uma hora no início do corrente mês. Entrou na onda de outros prefixos, aproveitando a flexibilidade de “A Voz do Brasil”. Antes no ar entre 5h e 7h, agora vai até às 8h, com Iseumar Pereira e Robson Izidias. A primeira do “Painel”, é com o Alexandre Tavares, de 7h às 9h.
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HORAFINAL.COM
(*) A FM O Dia, que durante dez anos liderou a audiência no Rio, -- tendo perdido para a Melodia e esta para a Tupi, -- acaba de recuperar a posição, segundo o mais recente boletim. A (Super) Tupi, porém, que chegara a triplicar os índices em alguns horários, continua mantendo o bordão ‘Segue a Líder”. A estratégia da rádio religiosa, em contrapartida, foi utilizar como novo slogan, que ‘é a primeira evangélica do Brasil’.

HORAFINAL DOIS
Na manhã desta segunda-feira (13) um apresentador novato e outro veterano, de importantes emissoras tiveram seus momentos de ‘abobrinhas’. Ao referir-se à uma série de crônicas sobre política, o primeiro chamou-a de ‘pequeno teaser’. (Redundância àquela hora, moço?) O segundo, depois de elogiar um colega aniversariante, classificou de ‘tradicional’ a festa que ele faz há 20 anos. (E, bota tradição nisso.)