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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Rádiomania, o Livro/36

O BASQUETE E A MÚSICA
“Ídolos de Todos os Tempos” foi um programa que se consagrou na Rádio Tupi. Era apresentado aos domingos, de manhã. Odair Marsano, que atuou no rádio-teatro, e Antônio Carlos, destacaram-se entre os apresentadores. Numa das audições, em novembro de 1984, Odair entrevistava Simone, que decidira trocar o basquete e a educação física pela música. Na ocasião, a cantora comemorava onze anos de carreira.

A artista lembrava fatos de sua vida profissional e, discorria sobre sua origem pobre em Brotas, um lugarejo de Salvador, Bahia. Sétima filha de um grupo de nove irmãos foi a única que não aprendera a tocar um instrumento. Enquanto os demais estudaram música, ela ficara no ‘de ouvido’, não indo além dos acordes simples no violão. Sua mãe Letícia era pianista e volinista. Oto, o pai, cantava no coro da igreja.

Eloir Barantin, professora de música que conhecera Simone em São Caetano, São Paulo, para onde a família da artista havia se mudado, apresentou-a ao gerente da gravadora Odeon, Moacir Machado. Simone ingressou na carreira de forma meteórica, pois, aprovada num teste, teve imediata oportunidade de gravar seu primeiro elepê.

Após o lançamento do disco, empreendera uma viagem aos Estados Unidos e Europa. Participou de espetáculos no Madison Square Garden, em Nova York e no Oimpia, em Paris, integrando uma caravana de artistas brasileiros comandada por Hermínio Bello de Carvalho, homem de rádio, produtor de disco, de televisão, e poeta.

MEMÓRIA—2009
No período de abril a julho, em edições semanais, a Rádio Cultura do Brasil fazia desfilar depoimentos sobre as histórias de músicas contemporâneas do país. Com o nome “As Canções Nascem Assim”, recordava gravações dos principais intérpretes.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Ouvindo as ondas

‘PAPO’ COM A GOVERNANTA
D. Marinete, a governanta lá de casa parou de ouvir a Globo depois que as modificações feitas no ano recém-findo radicalizaram sua programação, desfigurando o perfil da emissora. Sintonizava a rádio desde o tempo que por ali passaram o Paulo Giovanni, Waldir Vieira (1944-1985), Roberto Figueiredo, Haroldo de Andrade (1934-2008), Carlos Bianchini e outros bambas. Eles ‘amavam o ofício’ -- queira desculpar a expressão, argumenta a veneranda.

... VERÃO LEVOU
o. Até o verão anterior não perdia pregação do padre Marcelo no “Momento de Fé”, as entrevistas e debates conduzidos pelo Canázio no “Manhã...” Eram o bastante -- nos confidenciou – para ‘arejar a mente’, ilustrar-se, informar-se.

TORCENDO NARIZ
o. A D. Marinete torce o nariz para esse batismo de “Nova Globo”. Nas vezes que se aproxima do rádio em que conferimos algum programa, deixa escapar um muxoxo: “Que coisa mais sem graça, isso...” Logo se afasta, resmungando.

MUDAR, O JEITO
o. Ela seguiu à multidão que migrou para a Tupi. Ouve o Clóvis e o Francisco Barbosa, troca para uma de musica, ao anunciarem a 'Isa' Benito. Acha incoerente a rádio dar espaço tão pequeno para o segundo nos dias comuns.

NEM NA SOMBRA
o. Saiu do sério outro dia, porque o programa do Barbosa não havia começado, e um internauta comparou a Benito com a Cidinha Campos. ‘Nem na sombra. Não se parece mesmo!’ Pena que Cidinha tenha resolvido optar pela política.

UMA BIG SELEÇÃO
o. “Nenhuma rádio do Rio tem seleção melhor que a MEC AM -- ‘a casa da música brasileira’. Se você ainda não constatou, pois, só se liga nas FMs, deve fazê-lo. Em nome do bom gosto, senso de amor próprio e, personalidade.

REPETECO ABC
o. “JB, Antena 1, e SulAmérica Paradiso, destinadas ao público classe A cometem ‘derrapagens’. Ao longo dos últimos anos (uns trinta) repetem diuturnamente temas que soam, aos ouvintes, como as preferências dos programadores.

DOCE MISTÉRIO
o. “Com a indústria do disco em crise, pressupõem-se que o ‘jabá’ acabou. Como faturam emissoras que não promovem shows de artistas, mas privilegiam os hits internacionais o tempo todo,mantendo, ainda, intervalos sem comerciais?

'VAMOS FUGIR?'
o. É a D. Marinete que nos ‘azucrina’ com esses comentários e indagações. Incomodada com as repetitivas FMs musicais, 'vê' uma saída nas exclusivas de notícias. Coisas do trânsito não lhe interessa. De Brasília e São Paulo, menos.

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HORAFINAL.COM
“Kizomba, Festa da Raça”, “Casa de Bamba”, “Menina Moça” e inúmeros sucessos de Martinho da Vila fazem parte de ampla coleção de discos de D. Marinete. São CDs, um modelo ultrapassado. Nossa governanta pouco se importa que a chamem de ‘coroa’. O que a impressionou foi Martinho declarar a um jornal paulista no dia que celebrava 80 anos, que não grava mais, porque não vende. Ela se decepcionou com o nono lugar da Vila Isabel no desfile da Sapucaí.





terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Ouvindo as ondas

INTOLERÂNCIA ZERO-ZERO
Pode-se afirmar sem o menor espírito de intolerância. Não foi à toa que, ao se tornar ‘Nova Rádio’, a Globo rolou a ladeira no Ibope no Rio. Nem todos os televisivos ‘pegam bem’ para os acostumados a sintonizarem vozes da ‘latinha’.

.o. Examinemos o caso da Fernando Gentil. Na TV, de sonhar. Fechando-se os olhos sem desligar o aparelho percebe-se: voz e imagem não combinam. “Papo de Almoço” poderia, com ela, se chamar de o “Show do Nhemnhemnhem”.

.o. Assemelha-se a certos cantores (e conjuntos) programados pelas TVs e rádios populares tipo O Dia, Fanática e de menores investimentos. Ótimas presenças de palco, mas o repertório... De 'zumbir' tímpanos dos ‘bons de orelha’ e que tais.

PJs, A ESTRATÉGIA
.o. Há 17 anos na CBN, Carlos Eduardo Éboli, conforme postagem anterior (referência o site ‘Show do Rádio’), tornou-se PJ no SGR. O “Esporte S/A”, seu programa na nova grade, é apresentado nas segundas-feiras, às 10h da noite.

.o. Segue o estilo de “Negócios do Esporte”, criação do Sérgio Carvalho na finada Bradesco FM. A propósito dos PJs – pessoas jurídicas. No rádio atual regidos por essa nomenclatura, há bem mais profissionais do que imagina a vã filosofia.

AINDA CABE MAIS?
.o. E, mais um ex-global acaba de aterrissar nos estúdios da emissora do imperial bairro de São Cristóvão. (O penúltimo foi Marco Antônio de Jesus.) Quem chegou agora foi Luiz Nascimento. Na Globo, esteve duas vezes. Na Tupi, é a terceira.

.o. O time de noticiaristas estava ‘na conta do chá’, desde que foram dispensados o Divaldo Silva, Jair Chevalier e Renato Affonso. Sobreviveu o Rafael Souza, revezando-se com ele, a Raquel Amorim. O Marcos Frederico ficava no stand by.

HORA FINAL.COM
.o Enquanto a Tupi se esmerava na cobertura dos desfiles da Sapucaí, e a Nacional em parceria com a Roquette não deixava por menos, a Globo dava uma de Pilatos. Adotava por lema uma ‘programação normal, nada de carnaval’.

HORAFINAL DOIS
.o. Na sexta e sábado, quando desfilavam as escolas da Série A, a ‘reinvenção’ dos cardeais rodava músicas pop num programa chamado “...Na Pista”, colocando por terra uma tradição que o público da terceira idade acompanhava.

HORAFINAL TRÊS
.o. E, no domingo e segunda -- vésperas do “Dia Mundial do Rádio” -- o “Em Cartaz” de músicas contemporâneas confrontava ‘a festa da carne” na avenida famosa. Furava o "Carnaval (da TV) Globo no Rádio", que fora especulado.

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Ouvindo as ondas

RIBEIRO VOLTA PARA CARNAVAL*
Luiz Ribeiro, que chegou ao Rio em dezembro, veio comandar pela Tupi, a cobertura do carnaval. Depois de 24 anos na empresa, tinha ido para Foz do Iguaçu, no Paraná, a fim de trabalhar numa rádio e num projeto de televisão.

.o. Ninguém do ramo no país tira férias de dois meses, privilégio de juízes e membros do judiciário. Acredita-se que Ribeiro, afastado em maio, acabe reassumindo programas repassados ao Cristiano Santos e Gilson Ricardo.

ESPORTE POR UM FIO
.o. A equipe esportiva da Globo está com os dias contados – admite Paulo Francisco, um conhecedor das histórias das emissoras do Rio e, principalmente a dos Marinho. No site dele, Show do Rádio,veiculada essa possibilidade.

.o. Os rumores em tal sentido são fortes entre componentes do próprio grupo, segundo o pesquisador. A equipe tende a ser desfeita logo termine a participação do Brasil na Copa do Mundo na Rússia, provavelmente última do prefixo.

MUDARAM REGISTRO
.o. O apresentador e comentarista Carlos Eduardo Éboli, na rádio da Glória desde 2000, tornou-se PJ (pessoa jurídica), revelou, ainda, o site de Paulo Francisco. Também passou a mesma condição, André Luiz, o mais antigo plantonista.

.o. Éboli faz aos domingos, há mais de dez anos, o “CBN nos Esportes”, pelas manhãs, que teve Sérgio Maurício como primeiro titular. Responde na Nova Globo, pelo “Esporte S/A", padrões similares a um da falecida Bradesco FM.

O ‘PAPO’ COM VERAS
.o. Muito boa na sexta-feira (9), a estreia do ator e humorista Marcus Veras na condução do “Papo de Almoço”, um dos reajustes da semana feitos na Nova Globo. O tema foi o assédio sexual, baseado na campanha do “Não é Não”.

.o. Entre os participantes do cartaz, a superintendente da Secretaria Estadual de Direito Júlia Lopes, e o puxador de samba da Beija-Flor, cantor e compositor Neguinho. A comunicadora Vanessa Riche, promovida na casa,outra presença.

TEMPO DE GESTAÇÃO
.o. Nove meses depois (tempo de uma gestação), os cardeais decidiram remanejar o que chamaram ‘reinvenção da rádio’. Mexeram em atrações matinais, aumentando aqui, reduzindo ali, e trocaram ainda os horários dos padres.

.o. O Marcelo Rossi às 5h em vez de meia-noite, de nada adianta, no entender dos fiéis. Não melhora os índices de audiência, fragorosamente perdidos. Colocá-lo às 8h, por exemplo, entre o “Café das 6” e o “No Ar”, uma posição ideal.

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*HORAFINAL.COM
Ao reaparecer no comando dos desfiles das escolas da Série-A nesta sexta (9), Luiz Ribeiro exaltou a recepção dos comunicadores, citando Washington Rodrigues, Wagner Menezes, Heleno Rotai, Mário Belisário e Antônio Carlos.

HORAFINAL DOIS
Sua volta à Tupi, segundo afirmou, deveu-se aos diretores Josemar Gimenez (presidente), Marcos Di Giácomo (artístico) e Edson Perrota (comercial), aos quais agradeceu. Uma corrente, todavia, não ficou satisfeita com o retorno dele.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Rádiomania, o Livro/35

SHOW NA MEDIDA CERTA
A rotatividade de comunicadores na Rádio Globo nos fins de tarde fora uma constante no início dos anos 80. Em 1982 o titular do horário era Roberto Figueiredo, depois Gilberto Lima, falecido prematuramente, e, no lugar dele, Carlos Bianchini. A partir de 1983, chegava a vez do Edmo Zarife, com o “Show das Cinco – o Rio Total”. Logo adiante, a última expressão prevalecia como nome.

Zarife começara a trabalhar na Globo em plena ditadura militar, isto é, em 1967. Ele, que vinha de uma experiência no rádio de Nova Friburgo, sua terra natal, acabaria se firmando na função de comunicador com esse programa. Dono de uma voz privilegiada, passaria a gravar as vinhetas e chamadas da emissora, tarefa anteriormente desenvolvida pelo Mário Luiz, o então chefe dos locutores.

No conceito de quem curte rádio na sua plenitude (e há mais tempo), Zarife foi um legítimo sucessor do Fernando Garcia, cognominado numa época, o ‘homem voz’. Fernando deixou seu nome na história do rádio, especialmente nas gravações de jingles e, particularmente no “Big Broadcasting Matinal d’A Exposição” na Mayrink Veiga. O “Big...” ganharia versão na JB AM, com o Teófilo de Vasconcellos.

“Rio Total”, um show na medida certa, marcou uma boa fase na Globo. Foi através dele que a emissora deu uma sacudidela no seu jornalismo. O setor andava meio devagar, com o sistema do ‘gilete press’, no qual os redatores tinham como rotina refundir matérias do jornal da empresa. A Globo se renovava, inspirando-se na Continental. Fraca em recursos, ela explorava melhor o campo.

Com isso, os profissionais da notícia se valorizavam, sendo os repórteres os mais beneficiados. A melhoria ocorrera na administração do Paulo César Ferreira (‘uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa’). PCF, jornalista e ex-locutor da Rádio Metropolitana, se tornaria um bem-sucedido empresário de comunicação.

MEMÓRIA-2009
O rádio perdia em agosto – 28 e 29 – o locutor esportivo Doalcei Camargo e o comunicador Francisco Carioca. Eles trabalharam nas principais emissoras do Rio. Aquele mais de 20 anos na Tupi. O outro, por três vezes na equipe da Globo.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Ouvindo as ondas

‘NOVA’ REAJUSTA A GRADE
A menos de um ano (faltam três meses) a ‘Nova Globo’ atravessa problemas nas ondas de sua navegação. O primeiro furo no “casco” foi o desligamento da Mônica Martelli, o último, Cláudio Manoel, componentes do “Papo de Almoço”.

.o. O sétimo lugar no Ibope, de acordo com recente pesquisa, fez acender o sinal vermelho no painel dos cardeais. Já na segunda-feira (5) vão ocorrer mudanças na grade, anunciadas durante os intervalos da programação em fins de janeiro.

IDEIAS ERRADAS
.o. Ficou provado a partir de maio que um campeão em visualizações na internet e redes sociais não significa ser líder de audiência no rádio. Mas os executivos vão aumentar em 45 minutos o espaço do programa do Otaviano Costa.

.o. Enquanto aquele é ampliado, o “Papo” reduz seu tempo em uma hora. Na passagem entre eles, visando diminuir a diferença para a Mix (sexta colocada), criou-se um quadro esportivo, com Paulo Vinícius Coelho (PVC) e Alex Escobar.

TUDO A VERAS
.o. O ator e humorista Marcus Veras foi requisitado para o “Papo” das sextas-feiras. Embora novato como apresentador, tem experiência de rádio, pois, integrara o elenco da “Patrulha da Cidade”, na Tupi, e um programa da Nativa.

.o. Outra novidade do SGR para sua principal emissora é o músico e produtor de disco João Marcelo Bôscoli. Ele vai apresentar o “Em Cartaz”, aos domingos. (Nos dias comuns participa do “Estúdio CBN” com Tatiana Vasconcellos.)

NA BERLINDA
.o. E, o padre Marcelo Rossi, hem? Líder às 9h das manhãs antes da reinvenção da rádio foi ‘jogado’ na berlinda, a madrugada. Terá novo horário com as modificações, às 5h, ficando o colega Omar no atendimento dos notívagos.

.o. No jargão do esporte, isso é nada menos que verdadeiro ‘seis por meia dúzia’. Coerente seria, nesse caso, avançar o Fernando Ceilão e a Mariliz Pereira para às 7h, escalando o padre Rossi às 6h. Uma solução prática e... mais inteligente.

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HORAFINAL.COM
Sábado e domingo de carnaval (10 e 11), o "Samba Social Clube" na SulAmérica Paradiso terá duração duplicada. Habitualmente das 12h às 14h, se estenderá até às 16h. Com a comunicadora Valéria Marques, Carlinhos de Jesus e convidados.


sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Rádiomanaia, o Livro/34

A INVASÃO DAS SEITAS (E-2)
O que Júlio Louzada fazia às 6 horas da tarde no rádio (um tempo na Tamoio, outro na Tupi – e houve, ainda uma fase em que a transmissão da prece era em cadeia), representava então um modelo único. Outros radialistas seguiriam-no, conscientes da necessidade de se destinar alguns minutinhos para a reflexão. Lembrar, afinal, que um Ser todo-poderoso rege o universo de nossas vidas. Os disck-jockeys (ou animadores de estúdio), futuramente chamados de comunicadores aderiram, entre eles, Paulo Giovanni e Roberto Figueiredo.

Pelos anos 60 surgiria Alziro Zarur com ‘A Sopa do Pobre’, espécie de chamariz de sua Legião da Boa-Vontade, LBV. Zarur lançara o movimento ao assumir o controle acionário da Rádio Mundial, antes denominada Rádio Clube do Brasil, gerenciada pelo Vítor Costa. Por determinado tempo, a emissora estivera arrendada ao jornalista Samuel Wainer, fundador do “Última Hora”.

Utilizar-se de uma estação de rádio para a difusão religiosa e assistencial fora um pioneirismo do Alziro Zarur. A invasão das seitas , disseminada nos anos 80, seria um fato comum nas pequenas emissoras, sem condições de alçarem voos próprios. Década marcada pela crise político-econômica e social do país. Em decorrência disso, elas passariam a alugar horários para congregações, de um modo geral privilegiadas com mais recursos que alguns anunciantes.

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No Rio de Janeiro até meados dos anos 90, destinavam espaço de suas programações às seitas religiosas as rádios Guanabara, Tamoio, Relógio e Record (ex-Ipanema) privatizada pela Radiobrás no governo Sarney. Do mesmo segmento (AM) e inteiramente religiosas, a Copacabana, Metropolitana, Boas Novas e Brasil – ex-Jornal do Brasil comprada por um pastor com mandato de deputado, repassada a outro em forma de arrendamento e, posteriormente integrada ao grupo da LBV. Por último, a Capital, de uma rede de pentecostais.

A Melodia FM, de propriedade do mesmo controlador da JBAM foi, oficialmente, a pioneira no gênero. Seria seguida pela EL Shaddai, cujo dono também era um pastor-deputado, por muitos anos detentor da velha Metropolitana, que acabaria sendo transferida para o empresário Paulo Masset. A mais desprovida de recursos, Rio de Janeiro, contaria com as contribuições de fiéis para divulgar a doutrina espírita, tendo como gestora a federação estadual. Representando o catolicismo, Catedral FM, da Arquidiocese do Rio, a mais nova até então.

MEMÓRIA-2008
Fantasma depois que o SGR rompera com a Viva Rio, a Mundial ganhava corpo físico em junho. Liderada pelo jornalista Jorge Guilherme, inovava no estilo de apresentar músicas e notícias.'Boa enquanto durou’, segundo um poeta.

Em 1° de julho Haroldo Jr reintegrava-se ao elenco da Tupi, passados doze anos de ter trabalhado na emissora. Era convocado para cobrir as férias e folgas dos titulares da casa, e começaria a assinar o nome do pai, Haroldo de Andrade.

No dia 5 daquele mês, Beto Britto comemorava, com um especial, os dez anos do “Planeta Rei”, que entrara nas ondas da Globo a partir de março de 2007. Lançado em 1998 na Imprensa FM, ficaria pouco tempo na Metropolitana.

O mesmo grupo que arrendara a Manchete, assumia em 4 de novembro o controle da Rádio Livre, uma nova opção em AM. Eram requisitados profissionais em disponibilidade na praça, figurando Carlos Bianchini como o principal.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Rádiomania, o Livro/33

A INVASÃO DAS SEITAS (E-1)
Um fato que desafiara os segmentos da sociedade contemporânea foi a invasão das seitas religiosas nos meios de comunicação. O tema servira nos últimos anos de estudos para cientistas sociais, psicólogos, ensaístas. Eles trabalhariam, dentro de sua ótica, para entender e explicar a anestesiação de pessoas geralmente humildes, assalariadas, baixo nível de escolaridade, moradoras em bairros pobres e vivendo em condições precárias, que eram (ou ainda são) as principais vítimas dos falsos pastores. Na época, alguns desses ‘líderes’ rezavam pela mesma cartilha do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus.

Dono de emissoras de rádio e televisão – a Record de São Paulo fora comprada em 1989 por 45 milhões de dólares – o bispo Macedo ganharia as primeiras páginas dos jornais depois do episódio do Maracanã, em abril de 1990, de onde fugira levando sacolas de dinheiro, ‘espontâneas’ contribuições de abnegados fiéis. Pelo Brasil afora uma minoria deixou de saber que, naquela Sexta-Feira Santa, uma senhora acometida de infarto morrera por omissão de socorro.

Com o incidente, coisas comprometedoras envolvendo a seita viriam a público, robustecendo o grau de fanatismo que os movimentos imprimiam a seus adeptos. As estripolias do religioso foram contadas em matéria de capa da “Veja” e, também no “Globo Repórter”, Nesse programa,, o bispo mostrava a face do cinismo. Não se desfazia dos óculos, mas aconselhava os devotos a se livrarem deles, “pois seriam beneficiados pelo milagre de não precisar usá-los”.

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Vai longe o tempo em que o ouvinte de rádio só conhecia, em termos de manifestação religiosa, a “Oração da Ave-Maria” do Júlio Louzada (*). Era um período romântico em que prevaleciam os ideais de uma escola franca e risonha, época em que a televisão ainda não havia chegado ao Brasil. A Rádio Nacional com suas novelas, programas de auditório e humorístico detinha as atenções em todo o país. O transistor, invenção americana, ainda era um projeto.

Daquele tempo aos anos da década seguinte, as coisas mudaram muito. A televisão, “máquina de fazer doido”, segundo Stanislaw Ponte Preta – o inesquecível Sérgio Porto – evoluiu e, até filhote concebeu, o videocassete (que daria lugar ao DVD). O sistema de comunicação social progrediu, e o rádio, por uma contingência natural, adotou outra concepção. Criou uma linguagem moderna, mais dinâmica, centrada no jornalismo e na prestação de serviços, características observadas no AM -- tecnicamente amplitude modulada.

(*) Júlio Louzada morreu em outubro de 1993, aos 72 anos de idade. A “Oração da Ave-Maria”, tradicional horário na Tupi, formara no Rio, com o “No Mundo da Bola”, da Nacional, a dupla dos mais antigos programas do rádio brasileiro.

MEMÓRIA-2008
A Globo tirava do arquivo na segunda quinzena de março, o boletim “Girando com a Notícia”, que fizera parte de sua programação nos anos de 70 e 80. Nas meias-horas, em formato novo, apresentado a partir das 10h em oito edições diárias.

Luiz Ainbinder reforçava em meados de abril a bancada de debatedores do “Programa Francisco Barbosa”, na Tupi. E reeditava “A Luz da Psicologia”, um quadro muito apreciado, quando colaborava com Haroldo de Andrade na ‘outra’.

Quinze mil pessoas compareceram ao Ginásio do Maracanãzinho no sábado, 17 de maio, na festa do Pedro Augusto. O autodenominado ‘Romeiro de Aparecida’ comemorava 16 anos na Tupi, e 30 de carreira, iniciada na América de São Paulo.

Ainda em maio, um grupo de profissionais deixava a Manchete, totalizando vinte no período de dois anos. Entre os dissidentes, Cirilo Reis, William Travassos e Francisco Carioca. Onze deles estavam na rádio desde seu retorno, em 2006.