Esse Nosso Amor Antigo
APARENTE SUBIDA
Chamava-se Federal e funcionava em Niterói a rádio comprada
pelo Grupo Bloch Editores que, a exemplo da principal revista, ganharia o nome
de Manchete. A concessão esteve em poder de Antenógenes Silva, músico e
compositor e, entre outras coisas, autor de Saudades do Matão, um clássico do
cancioneiro nacional. Foi em 1981 que a emissora passou para o controle dos
Bloch.
Cinco anos depois, quando começava a transmitir 24 horas por
dia, ela deixava para os ouvintes a impressão de crescimento. (Emissoras mais
antigas – casos da Roquette Pinto e Jornal do Brasil, só entrariam nesse ritmo
respectivamente, em 1988 e 1990.) Pelo transcurso de seu decênio, em março de
1991, a Manchete investia na contratação de profissionais de renome e ampliava
o setor de jornalismo, apesar da crise político-econômica que o país
enfrentava.
O início da nova fase se daria com Cidinha Campos, que
estreava no dia 4 daquele mês. Eleita deputada pelo Estado do Rio, a
comunicadora desligava-se da Tupi em janeiro, na qual trabalhara onze anos
ininterruptos. Cidinha levaria para o novo endereço parte de sua equipe –
inclusive o sonoplasta Márcio Castorino.
No mesmo dia em que a Manchete lançava o Cidinha Livre, o
comunicador Enio Barbosa também estreava no prefixo. Enio, que alcançava grande
sucesso na Tupi substituindo Paulo Lopes a partir de 1987, não renovaria seu
contrato, encerrado antes de completar dois anos no horário. Queria remuneração
considerada incompatível. Sua estrela se apagaria na Capital, enquanto
‘plantava’ nos colunistas de jornais populares o interesse da Globo pelo seu
concurso.
Ele fizera uma parada na Rádio Nacional, quando problemas de
ordem política provocaram o afastamento de Daysi Lúcidi, integrada à emissora
desde os tempos das novelas. Na Manchete, abandonaria o projeto de reformulação
logo no primeiro mês de atividade. Em princípio, alegara motivo de saúde,
licenciando-se e, depois, para surpresa de todos, rescindia o contrato.
Voltaria à Capital e, mais tarde, realizaria o seu grande sonho: trabalhar no
Sistema Globo de Rádio. Morria no primeiro semestre de 1995, em pouco tempo de
atuação na Globo paulista.
Jorge Luiz e Luciano Alves, também originários da Tupi,
reforçariam a programação da Manchete. Em meados do ano, porém, o panorama da
rádio estava muito diferente, reflexo de uma crise que, localizada no canal de
televisão da empresa, abalaria os alicerces da casa. Cidinha seria a primeira a
sair, aproveitando a desincompatibilização, em 1992, para concorrer à
Prefeitura do Rio. Luciano Alves, que se aposentava pela Rádio MEC, era o
próximo. Ficaria com Jorge Luiz (o último, no ‘crescimento’) a missão de apagar
as luzes.
_______
Ondas&Ondas.Com
/o Roberto Nonato está de férias no CNN Manhã, na Transamérica.
/o Fernando Molica é um dos trunfos do BandNews Rio,1ª
Edição.
/o Máquina do Tempo, do Apolinho, com espaço no Clóvis
Monteiro.
/o Se liga na brasilidade, novo slogan, neste domingo (24) na NovaBrasil.