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sábado, 31 de agosto de 2019

Rádiomania, o Livro/ 79 (Parte II)

ELES FIZERAM HISTÓRIA
‘Saúde, paz e amor.’ Era com esta saudação que LUIZ DE CARVALHO (1919-2008) se dirigia a seus ouvintes nas manhãs da Rádio Globo por nada menos que três décadas. LUIZ DE CARVALHO e seu programa, de 9h ao meio-dia, entre segunda e sábado, liderou a audiência no horário durante anos seguidos.Foi um grande incentivador dos movimentos musicais ocorridos no país – do Bolero ao Samba-Canção; da Pilantragem a Bossa Nova; da Tropicália ao Rock and Roll.

.o. O da Jovem Guarda foi o que mais provocava rebuliços, atraindo adolescentes às cercanias da emissora. Seus estúdios, em frente ao Café Nice, na Avenida Rio Branco, eram constantemente visitados pelos artistas em evidência – Erasmo e Roberto Carlos, Wanderlea, Jerry Adriani, Wanderley Cardoso, Leno & Lilian, Renato e Seus Blue Cap´s, e outros.

.o. Bem próximo ao tratamento que LUIZ DE CARVALHO dispensava à turma da Jovem Guarda, havia o do JOSÉ MESSIAS (1928-2015) na Guanabara, emprestando seu nome a um programa. Embora atuasse numa rádio de menor projeção, este representava forte influência no movimento e, como fizera com o rock, era considerado um valioso aliado.

.o. LUIZ DE CARVALHO foi um dos fundadores da Globo. Antes do programa que o colocaria no pedestal dos grandes profissionais do rádio, dividira com Luiz Mendes e Daysi Lúcidi, o Chá das Três, que cairia em poder de Jonas Garret, permanecendo ali até sua transferência para a Nacional.

.o. No auge, LUIZ CARVALHO foi para a Tupi, mas não alcançaria êxito. Trabalharia ainda na Clube do Brasil, Imprensa FM, Federal de Niterói e, a partir de 1982, na Bandeirantes. Longe da consagração de que um dia fora alvo, incluindo-se uma passagem pela televisão. Ele foi apresentador do Tevefone, na TV Globo, dos pioneiros de auditório ‘ao vivo’.

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.o. Na mesma emissora do MESSIAS atuava CARLOS IMPERIAL (1935-1992). Seu programa, Alô Brotos, com os ritmos da moda, dedicava-se também aos astros da Jovem Guarda. Depois longa peregrinação pelas gravadoras, ele conseguiria que Roberto Carlos, conterrâneo e pupilo (natural de Cachoeiro do Itapemerim) tivesse o lançamento do seu primeiro álbum.

.o. Nos embalos do movimento muita gente ‘se arrumou’. Exemplos do FAUSTO GUIMARÃES, da Rádio Mauá, que morreu prematuramente; e da produtora e relações públicas da Rádio Carioca, Magda Fonseca, filha de Alceu Nunes Fonseca, dono da emissora e também da Cachoeiro, onde Roberto Carlos se iniciara. (Magda seria uma das musas do ‘Rei’ da JG.)

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M E M Ó R I A
.o. A um mês de completar 40 anos de rádio, 29 dos quais a serviço da Nacional, José Messias reestreava na Metropolitana, interessada em diversificar sua programação, que na década de 80 estava mais dedicada aos temas evangélicos. Fala Povo, a nova criação do apresentador, era lançada no dia 12 de julho de 1993, e transmitida de segunda a sexta, das 8h às 10h.

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Nas Ondas
/o Em Buenos Aires tudo funciona. Crivella precisava ir lá – disse Roberto Canázio ao reassumir seu programa na SulAmérica Paradiso, quinta-feira(29), após uma breve ausência.

/o Na emissora desde abril, (ficou na Argentina quatro dias), ele tinha acertado a viagem antes de fechar com a direção da casa, administrada por Alexandre Amorim, ex-locutor.

/o As rádios CBN e BandNews são destaques na cobertura da Bienal do Livro no Rio. Aberta na sexta-feira (30) a festa vai até domingo (8), sendo a quarta maior movimentação na cidade.

/o A EBC, que reúne emissoras de rádio e TV do governo tem um novo presidente, o segundo este ano. O general Luiz Carlos Pereira substituiu Alexandre Henrique Graziani.

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Direto das Ondas

...PALMA DA MÃO COM ERNANI
Pilotado por Ernani Alves, Rio na Palma da Mão estreou nesta segunda-feira (26) na SulAmérica Pardiso. A audição inaugural em ritmo de festa, teve a precípua finalidade de ‘mostrar’ o que seria o programa, seus quadros, seu formato. (Aliado a Hora do Blush e Manhã Paradiso é parcial mudança no perfil da emissora.)
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QUEM É O CANTOR?
Depois das saudações naturais que acontecem durante um lançamento, a prévia da atração terminou com o titular exibindo um lado que o público não conhecia – Ernani cantor. Em dueto com Hildon, um dos convidados, ele interpretou (e bem afinado) um dos principais sucessos do artista – Ninguém Viverá Nosso Sonho.
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EM NOVOS CAMINHOS
Já trilhando os caminhos da normalidade, em marcha moderada, Rio na Palma da Mão deixou no ar, terça-feira, que se trata de espécie de antídoto contra o reinante show de mesmice da atualidade, um recheio novo para o repartido bolo pela audiência.Sem alguma dúvida, coisa diferente do que se ouve por aí.
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COISAS DOS ANTIGOS
(Alvíssaras, alvíssaras -- diriam os cronistas dos jornais e revistas antigos, inclusive o Alvaro Moreyra, de saudosa memória, com suas imortais As Amargas, Não). No desfecho, Ernani entrevistou o cantor e compositor Gilson, autor, entre outras músicas, de Casinha Branca, que não é mero fruto da imaginação.
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A VERDADE, O JUÍZO
Gravado por estelares intérpretes da MPB, ele relembrou, acompanhando-se ao violão, dois sambas de sucesso, lançados por Emílio Santiago (1946-2013) -- o Verdade Chinesa, em parceria com Carlos Colla, e Cadê Juízo, feito com Joran. (Só na voz do Emílio, Gilson e seus parceiros tiveram uma dezena de gravações.)
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VOZES NO SILÊNCIO
Um dos melhores programas do rádio nos dias presentes, Todas as Vozes, com Marcus Aurélio, saiu do ar na quinta-feira (22). Agora, é passado remoto. Marcus, um deficiente visual e defensor das causas pertinentes às pessoas com problemas semelhantes ao dele é um apaixonado do veículo desde a juventude.
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ÍNDICES LEVANTADOS
O Todas as Vozes conseguiu se transformar no mais importante programa da MEC AM nos quatro anos e meio que foi parte da composição da casa. Estava em cartaz entre 7h e 9h das manhãs de segunda a sexta, com quadros originais. O Rádio Faz História, Essa Letra, Essa Música, Visão de Jogo e Atitude Inclusão.
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UM MESTRE NA MÍDIA
Há um ano Marcus se diplomou em mestre de comunicação pela UFF (Universidade Federal Fluminense) e, há dois meses, funcionário da Faculdade Nove de Julho. Coordenador da UNIRR, que atende os excepcionais, colabora com a Rádio (online) da ONCB -- Organização Nacional dos Cegos do Brasil.
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O REPÓRTER, O ÂNCORA
O seu começo foi na Rádio Roquette Pinto. Depois, repórter (setorista) na Super Tupi, comandaria o Giro Esportivo e Bola na Mesa. Mudando para a CBN, ancorou o Notícias da Manhã e, posteriormente, CBN, Tarde Total. Apresentador e coordenador executivo do SGR lançaria o Quintal da Globo, sendo mais tarde, gerente geral da Rádio Globo em São Paulo, onde esteve radicado.
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R a r e f e i t a s
/o Fábio Antônio, que produz Rio na Palma da Mão, e Gélcio Cunha, componente já foram companheiros na Globo. Gélcio ainda ‘amarelinho’, Fábio estagiário no ‘Haroldo de Andrade’.

/o Com a saída do Marcus Aurélio, a MEC AM retirou do arquivo o Rádio Sociedade, programa que ocupava o espaço antes de o Todas as Vozes se integrar à grade da estação.

/o O Rádio Sociedade, nome antigo da MEC, tinha Denise Viola como apresentadora e, na reedição, a diretoria indicou para seu comando, o jornalista e comunicador Dylan Araújo.

/o A troca de programas manteve apenas um quadro – o Viva Maria, da Mara Régia, transmitido de Brasília. O destaque passou a ser o Trilha da História, com Isabel Azevedo à frente.

/o O produtor (e apresentador) Marcos Leite, ex-colaborador do Todas as Vozes ficou responsável pelo esporte. No empate da Chapecoense e Vasco ele soltou um ‘famoso zero a zero’.



sábado, 24 de agosto de 2019

Rádiomania, o Livro/78 (Parte II)

ELES FIZERAM HISTÓRIA
Dono de invejável cultura e amante do rádio, HÉLIO THYS foi um dos mais completos produtores do veículo em toda a sua existência. THYS (1920-2002) era filho de imigrantes judeus, nascido no bairro do Estácio, berço boêmio de Ismael Silva, quanto o era a Vila Isabel de Noel Rosa – e do Martinho em nossos dias. Como carioca que se preza, gostava de futebol e era torcedor do Fluminense. Formado em Direito, ele nunca exerceria a profissão.

.o. A carreira de radialista teve início na Mayrink Veiga, época em que transitavam por seus corredores um Haroldo Barbosa, Luiz Jatobá, Chico Anísio, Nanci Wanderlei, Estelita Bell,e outros nomes -- alguns apagados com a poeira dos tempos. A Rádio Jornal do Brasil em seu endereço na Avenida Rio Branco foi outra casa por onde ele passou. Depois esteve na Tupi e, por último, na Globo.

.o. Era um redator anônimo na Tupi e, dentre seus trabalhos,a série de crônicas Boa Noite Para Você, às 8 horas, narrada por Carlos Frias, apresentador de Caleidoscópio, memorável programa nos fins de tarde de domingos. A Vida é Assim, peças completas de rádio-teatro, também levavam sua assinatura. Um sucesso. A Globo resgatou para sua programação.

.o. Emérito contador de histórias,THYS produzia muito. Coisas de que o grande público não tomava conhecimento, algumas delas preenchendo horários da madrugada. Durante longa temporada um dos ases da equipe do Haroldo de Andrade. No Bom Dia, ele mostrava sua verve, historiando com talento invulgar os dramas do cotidiano, inspirando-se em mensagens dos ouvintes.

.o. Leitor contumaz, HÉLIO THYS deixou volumosa biblioteca, estimada em mais de vinte mil exemplares. Estudioso do escritor Honoré de Balzac (A Comédia Humana, A Mulher de Trinta, etc.) lia as obras no original. Dominaria o francês, falando fluentemente. Uma das melhores etapas de sua vida profissional, foi a convivência com Wilson Silva, Ricardo Alexandre e Áureo Ameno, formando o afinado quarteto de produtores do Programa Haroldo de Andrade.

.o THYS ainda trabalhou na televisão. Adaptou roteiros para o Grande Teatro Tupi, escreveu Algemas de Ouro, primeira novela da Rede Globo, e foi criador da série infantil Capitão Furacão, transmitida pela mesma emissora. Participaria de O Povo na TV no canal do Sílvio Santos (TV Stúdios), tendo por companheiros naquele programa Wilton Franco, José Cunha e o Roberto Jeferson.

.o. Roteirista de cinema, compositor e professor universitário – foram outras atribuições de HÉLIO THYS. Não recebeu por parte dos patrões o reconhecimento pelos anos de dedicação à Rádio Globo a que dava mais atenção que seu próprio lar. Sairia de cena melancolicamente. Demitiram-no, idoso e com problemas de saúde, o que se repetiria com o Haroldão, um dileto amigo dele.

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M E M Ó R I A
.o. Componente da equipe esportiva da Super Tupi, onde atuava como segundo comentarista, Luiz Ribeiro era promovido a apresentador de um programa próprio, das 8h às 10h da noite. Entrava no lugar do Roberto Figueiredo, que comandava o Show do Rio. A estreia ocorria em 3 de abril de 2001. Ribeiro, um repórter em tempo integral, já conduzia o Bola em Jogo aos domingos, antes denominado Bola na Mesa, com o Marcus Aurélio.

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Nas Ondas
/o Coincidências nas chamadas adulto-contemporâneas. Todas têm, em determinados períodos, uma hora de músicas sem intervalos. E, obras de mesmos autores, não citados.

/o Sérgio Gianotti faz de sexta (23) a quarta (28) jornada dupla na SulAmérica Paradiso. Avança além de seus horários normais, que são, Todas as Telas, às 5h, e Redação Online, às 6h.

/o Ele estará apresentando até às 10h o programa do Roberto Canázio que o sucede na grade. Canázio foi a Buenos Aires para atender a compromissos previamente agendados.

/o Ao contratar o Ernani Alves para a condução de um jornalismo na metade do dia, a SulAmérica modifica, em parte, o perfil de sua programação, que era, até recentemente, 90% musical.

.o. Antes de migrar para a TV, onde assumiu um programa policial, Ernani trabalhava como repórter de rádio, com passagens pela Super Tupi e pela Manchete, extinta em 2015.



quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Direto das Ondas

RECOMEÇO DE UM REPÓRTER
Um dos mais conhecidos ‘amarelinhos’ da Globo nos anos 80 e 90, *Gélcio Cunha vai recomeçar suas atividades no rádio. O repórter, que virou analista na bancada do Antônio Carlos na emissora da Glória, e sobrou depois da ‘tsunami’ de abril de 2016 (ele saiu no ano seguinte), fechou com a SulAmérica Paradiso.

A informação foi antecipada há duas semanas pelo site Audiência Carioca. Gélcio Cunha vai participar da equipe do Rio na Palma da Mão, jornalístico liderado por Ernani Alves – terceira novidade na rádio do Bossa Nova Mall no ano. A estreia será na segunda-feira (26), e o programa apresentado do meio-dia às 2h.

• O pioneiro dos ‘amarelinhos’ foi João Vita, há alguns anos falecido. Homenageado postumamente, tornou-se nome de uma praça em Campo Grande, onde viveu. Além da Globo, trabalhou na Continental e, nos impressos O Jornal e A Notícia. Entre outros que se mobilizaram naquela viatura, são componentes da lista Alberto Brandão, Pedro Costa, Armando Anache e José Alberto Vicente.
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EXCLUSIVIDADE
Falar em repórter. Esses profissionais no veículo-rádio estão rareando. Os recursos da internet e a interatividade do público interessado figuram entre os motivos da redução. É notório o que salva a existência deles -- as emissoras exclusivamente dedicadas ao jornalismo. No caso, a BandNews e CBN.
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INCERTEZAS.COM
Apesar das incertezas, a Nacional (AM) que aderiu ao gênero no início do ano, contribui a seu modo. Mas, quem ainda ouve a estatal? Provavelmente, os habitantes das cidades interioranas, pois, nesse ponto sua freqüência funciona. Ela tem a favor, preciosa atenção do homem do campo e do agronegócio.
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DE SETORISTAS
O esporte -- particularmente o futebol --, emprega hoje repórteres na ‘conta do chá’, valendo-se mais de setoristas. Por ordem da crise na economia, segundo os responsáveis pelos RHs. No trânsito, a ação deles é diuturna, estendendo-se a temas gerais. Em casos distintos, atuam simultaneamente em duas estações.
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FIXO NO ESTÚDIO
Matéria prima no campo da prestação de serviços no rádio moderno, ocorrências do trânsito não conta com o trabalho de um repórter em todos os prefixos. As chamadas emissoras públicas e as de menor investimento utilizam o apresentador para a tarefa. Sem sair do estúdio, basta-lhe os monitores da CET.
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R a r e f e i t a s
/o Crise à parte, FM que privilegia a função do repórter no Rio é a Roquette Pinto, equivocadamente anunciada como 94,1 – sua freqüência. Incrível desrespeito à memória do homem que fundou o rádio.

/o Não sendo uma emissora especializada (faz mistura de musical com jornalismo), a Roquette iguala-se à Tupi em números de repórteres.
Nesta, predominam programas de variedades.
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/o A MEC AM, uma rádio da EBC não dispõe de equipe própria para seus noticiários. Trabalha como dependente da Nacional. Já a CBN, operava como abastecedora da Globo nos últimos dois anos.

/o Muito bom o desempenho dos repórteres de rádio na cobertura do seqüestro do ônibus de São Gonçalo na Ponte Rio-Niterói. Lamentável, porém,o modo de o governador comemorar o desfecho do episódio.


sábado, 17 de agosto de 2019

Rádiomania, o Livro/77 (Parte II)

ELES FIZERAM HISTÓRIA
Paranaense da capital, onde muito jovem iniciara carreira, HAROLDO DE ANDRADE (1934-2008) resolvera conhecer o Rio. No começo dos anos 50, depois de uma experiência na Rádio Nacional ingressara na Mauá, ‘a emissora do trabalhador’. Com o Musifone,(‘sua preferência musical pelo telefone’),ele daria passos decisivos para consolidar-se entre os profissionais de projeção na radiofonia do país. Tal viria acontecer a partir de sua mudança para a Globo em 1960, com o programa Alvorada Carioca, em parceria com Roberto Muniz.

.o. O maior cartaz da época na emissora dos Marinho era o Luiz de Carvalho. Uma proposta da Tupi tirou-o de lá. HAROLDO passaria, então, a ocupar o horário (de 9h ao meio-dia). Foram 42 anos. Ele foi, na melhor acepção da palavra, um formador de opinião. Debates Populares e a Pesquisa do Dia, suas criações, ganharam inúmeros seguidores que militam no ramo..

.o. A crônica de Hélio Thys, abertura do programa, um trunfo para cativar o público. Nos impedimentos deste, Áureo Ameno, um dos produtores, se encarregava da missão. Em 1982 um desentendimento que tivera com o patrão Roberto Marinho (tratava-o de ‘Doutor Roberto’), obrigou HAROLDO trocar a Globo pela Bandeirantes. O afastamento não duraria mais que quatro meses. Retomara seu lugar que ficara com o Roberto Figueiredo.

.o. Em 2002, o diretor regional do Sistema Globo, Marcos Libretti, decidira colocar em prática uma nova orientação na empresa. Consistia nos programas em rede, e provocaria a saída de HAROLDO DE ANDRADE, contrário a ideia. Desligaram-no em 12 de julho, uma sexta-feira, sem direito a despedir-se de uma plateia fiel. Líder durante 35 anos, seu programa registrava 400 mil ouvintes por minuto.

.o. Valendo-se de economias, HAROLDO investira numa rádio própria. A emissora, que levaria o seu nome (AM 1060), foi inaugurada em 7 de novembro de 2005. Nela, que resistiria apenas dois anos e meio, trabalhavam alguns de seus amigos, também dispensados da rádio da Glória. Após a morte dele, em 1° de março de 2008, a concessão acabaria sendo negociada com os mentores da Canção Nova, uma entidade religiosa sediada em São Paulo.
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M E M Ó R I A
.o. Principal referência da 98 FM na década de 90, Heleno Rotai era dono da maior audiência no segmento apresentando o Alô, Alô Rio, das 9h às 13h. Aterrissara na emissora da Rua do Russel quando ela ainda se chamava Eldopop. Em maio de 1998 transferia-se para a Tupi (e depois Nativa) onde, na estreia, declarava-se estar de amor novo e, por isso, muito feliz. Rotai, natural de Friburgo iniciou na rádio local, a Caledônia.
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Nas Ondas
/o Há muito que se ouve nas adulto-contemporâneo, com raras exceções, a mesmice do pop nacional e internacional. Não tem a citação dos autores. Samba perdeu espaço.

/o Quinze dias depois de mudar sua grade, arquivando a apelidada de ‘nova’, a Globo está (imagine só) tocando samba. Daqueles românticos, fato comum na FM O Dia e na Mania.

/o Então, foi bom pra você? Mais que isso, poderiam responder Fernando Ceylão e Carol Barreto, condutores recentes de Hora do Blush, das 17h às 19h na SulAmérica Paradiso.

/o O comunicador Antônio Carlos está voltando das férias na Tupi nesta segunda-feira (19). Cristiano Santos, coringa oficial que o substituiu, reassume seu programa noturno.

/o Zé Costa (e Patrícia Cunha) são os apresentadores de Nova Manhã, na NovaBrasil (89,5), das 6h às 7h. Bastante rodado, ele já foi locutor de chamadas de várias emissoras.



sábado, 10 de agosto de 2019

Rádiomania, o Livro/76 (Parte II)

ELES FIZERAM HISTÓRIA
Poucos profissionais operantes do rádio ficaram tanto tempo num mesmo prefixo quanto o COLLID FILHO. Natural de Belém, no Pará, COLLID (1930-2004) trabalhou a vida toda na Rádio Tupi, classificada na época como o carro-chefe dos Diários Associados, do jornalista e empresário Assis Chateaubriand. Denominava-se Clube do Guri, era apresentado aos domingos antes do futebol, e teve duração de vinte anos, o primeiro programa que ele comandou.

.o. Durante certo período foi um dos locutores do Grande Jornal Falado Tupi, das 10h às 11h da noite. Eram três os noticiaristas em ação. Numa outra etapa, COLLID ficaria responsável pelo Rádio Sequência G-3, por volta do meio-dia. Substituíra Paulo Gracindo que tinha se mudado para a Rádio Nacional, onde se consagraria como animador de auditório e ator mais requisitado das novelas.

.o. Em sua carreira, COLLID também faria cobertura de carnavais, conduzindo equipes de repórteres. ‘A noite é uma criança’ – costumava dizer o Antônio Maria, diretor da Tupi e cronista de O Jornal. COLLID FILHO seria chamado ‘O Dono da Noite’, transformando o horário no seu cotidiano durante nada menos que quatro décadas. Depois de se afastar do Rádio Sequência G-3 (entregue ao Aérton Perlingeiro) criara o Collid Discos, inicialmente nos fins de tarde.

.o. Foi com esse programa que ele se transferiu, em meados dos anos 60, para o horário da madrugada, ou seja, indo de meia-noite às 3h. E, dele só se ausentava nas férias ou numa eventualidade, -- o que raramente ocorria. COLLID exercera estilo bem original de fazer rádio. Era a perfeita tradução do ‘homem cordial’ a que se referia o escritor Sérgio Buarque de Holanda no livro Raízes do Brasil. Tratava os seus ouvintes como se fossem familiares ou amigos próximos.

.o. Falando ao telefone, deixava a impressão de que as pessoas estavam na sala de visitas de sua casa. Respondia cartas, dava conselhos, contava coisas engraçadas e, entre uma e outra conversa, apresentava uma seleção de músicas de boa qualidade. Aos domingos à noite, por duas horas, ‘instalava-se’ no Salão Grená (na Tamoio, do grupo) de onde ‘coordenava’ desfile de tangos e boleros.

.o. COLLID intercalava o repertório musical com poesia própria e de outros -- trovas, sonetos, poemas. O material veiculado no programa e reunido no decorrer dos anos compõe uma dezena e meia de discos que deixou gravados. Foi recolhido ao acervo do Museu da Imagem e do Som, no Rio. COLLID era torcedor do Flamengo. Sem fanatismo, ao contrário de Ary Barroso, companheiro na taba.

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M E M Ó R I A
.o. Nos anos 70, com a explosão do FM no Rio, a Fluminense era das mais badaladas emissoras. Três décadas depois, com o nome de BandNews, ela voltava a se destacar. Incorporada pela Bandeirantes, na faixa dos 94,9 começava a operar em maio de 2005, parte da rede a explorar o filão.

.o. A iniciativa provocava um rebuliço no SGR, que através da CBN (AM) adotara, há dez anos, o jornalismo em tempo integral. Em 4 de julho, esta lançava uma estratégia para deter o avanço da concorrente. Desativava a Globo FM (92,5), conectando sua frequência à da CBN. (A FM saía do dial, mas não acabava. Poderia, a partir de então, ser sintonizada no canal na Sky, ou internet).

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Nas Ondas
/o FM da linha adulto-contemporâneo – tal qual a JB, SulAmérica Paradiso e Antena 1 -- a NovaBrasil (89,5) está, de mansinho, formando seu público no Rio. Integra um dos grupos que têm sede em São Paulo.

/o O promocional é alternado por dois slogans: ‘100% brasileira’ e ‘moderna e brasileira’. Em comum com as do segmento ‘trafega’ basicamente com músicas que animaram os bailes e festas dos anos 60 aos 90.

sábado, 3 de agosto de 2019

Rádiomania, o Livro/75 (Parte II)

ELES FIZERAM HISTÓRIA
Defensores ferrenhos do cancioneiro nacional torciam o nariz ante a invasão de músicas alienígenas nas rádios brasileiras. Nas décadas de 60 e 70, isso era muito comum. Acontecia nos programas de auditório ou estúdios e, nos disc-jockeys. Nessa época no Rio, surgia através da Mundial AM, um rapazola de voz estridente, fala rápida, atropelando as palavras.

.o. BIG BOY (1943-1977) foi o precursor na divulgação do rock no Brasil, sendo o seu maior mérito o lançamento do elepê Sgt. Pepers Lonely Hearts Club Band, simultaneamente com emissoras de todo o mundo.Tratava-se do Disco Perfeito dos Beatles, um grupo de rapazes ingleses de Liverpool que revolucionariam, em escala continental, a chamada música jovem.

.o. O moço (Newton Duarte na certidão de batismo) chegava para balançar estruturas e conceitos. Seu estilo de apresentação, um alto contraste ao da maioria dos locutores em atividade, vozes empostadas. ‘Hello crazy people’, um de seus bordões, sublinhava o programa a partir de 5h das tardes, recheado de rocks, funks, blues e souls, exclusivos trazidos dos States.

.o. Atuava também como programador da Eldopop, de que se originaria a 98 FM. A turma de meia idade não curtia nem um pouquinho as estripulias sonoras dele. Os programas de jazz do Paulo Santos, na Rádio MEC e,do Arlindo Coutinho na Globo FM, sua melhor diversão. BIG BOY morreu cedo. Com sua linha alternativa Influenciou uma geração de radialistas.

.o. Teria sido uma reedição do Chacrinha, pelo inusitado comportamento. Contraponto ao linguajar coloquial dos locutores de FM – Eládio Sandoval, Fernando Mansur e Romilson Luís, da Cidade, a mais revolucionária. (Fluminense, em Niterói, era a outra, predomínio de vozes femininas). Ali despontariam Milena Ciribeli, Lilianne Yussin, Mônica Venerábile e etc.

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M E M Ó R I A
.o. Os anos dois mil marcaram uns dados curiosos na existência da Rádio Globo. Aniversariante de dezembro aproveitava os festejos do mês para contratar um novo cartaz e, evidentemente, dispensar outro. Na segunda-feira (13) em 2004, David Rangel, ex-Nativa,ex-Tupi chegava à casa pela primeira vez. Entrava no lugar do Mário Esteves, que comandava o Tarde Legal, das 3h às 5h.
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Nas Ondas
/o Rodolfo Schneider e Tahis Dias, titulares do Jornal da BandNews, 1ª Edição ganham um novo colaborador neste primeiro dia útil da semana (5). É o humorista Marcelo Madureira, do extinto grupo Casseta (Rede Globo), recentemente ‘tirado’ da Jovem Pan.

/o A Super Tupi, uma das líderes no Rio, está desligando seu transmissor do AM nas madrugadas, seguindo a programação em FM. Isso há um mês. No período, a MEC AM reprisa, agora em agosto, Armazém Cultural, que vai das 2h às 5h,com Tiago Alves.