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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Trivial com guarnições (4)

O “Manhã da Globo” com o Roberto Canázio já fez o público esquecer do titular anterior, ultrapassada a marca de nove meses. Embora a temperatura em algumas ocasiões se eleve, dando à conversa um tom discursivo, o quadro de debates atende plenamente aos objetivos da emissora.
No contexto geral, o programa ficou mais solto, redondo, um encaixe perfeito de todas as peças. Sob a condução do Canázio e textos da produtora Heloisa Paladino, são destaques a Ana Paula Portuguesa e o Ney Freitas, assistente de produção, personificando o caricato “Senhor Sílvio”.
E, o ‘boa gente’ Loureiro Neto conseguiu sobrevivência de oito anos no horário, sem ter o jogo de cintura de um Francisco Barbosa ou Mário Esteves. No período, próximo do aniversário da casa, esses entraram e saíram duas vezes. Num daqueles fins de ano, também o João Ferreira “dançaria”.

/o/ Apresentador do “Show da manhã” na Tupi, Clóvis Monteiro é o mais novo “Cidadão Honorário do Rio”. O título lhe foi concedido pela Câmara dos Vereadores, na terça-feira 20, por serviços prestados à comunidade carioca. Enaltecido duplamente nesse dia, pois a Assembleia Legislativa também lhe prestou homenagens, por seus 25 anos de rádio, recentemente completados.

/o/ Na mesma data, Maurício Valadares, da Oi FM comemorava trezentas audições do “Ronca, ronca”, aproximando-se de seis anos no prefixo. O especial ‘ao vivo’, teve três horas de duração. Nos dias normais, às terças, vai ao ar entre 10h e meia-noite. Valadares, mais de 20 anos de carreira, brilhou na lendária Fluminense FM (“A maldita”) e, em outras do segmento.

/o/ A partir das 5h da tarde, às sextas-feiras, a Nacional relembra os bons tempos dos programas de auditório. São estrelas do horário os integrantes do grupo musical “Época de Ouro”, denominação dada às audições, reprisadas nas segundas, à noite. O show, muito bem conduzido por Cristiano Menezes, se constitui numa das melhores coisas do rádio contemporâneo.

/o/ Seria o Rafael de França um prodígio? Um dia, talvez, ele vai se libertar da influência do avô. Por enquanto, nenhuma tendência. O culto ao ídolo paterno, é forte. Até as vinhetas de seu programa na Manchete, em sequência ao do veterano radialista, são iguais. Além de comunicador, ele é sonoplasta e diretor de programação da rádio. (Não confundir as palavras ‘genes’ e ‘gênio’).

domingo, 11 de dezembro de 2011

Derrapagens, e saudades

Maurício Menezes, hoje na Tupi, trabalhou na Globo pouco mais de 20 anos. Produziu diversos programas, entre os quais, o de Waldir Vieira, falecido tragicamente em novembro de 1985. Maurição – assim chamado nos bastidores, para diferenciá-lo do seu homônimo, o “Danadinho” do esporte --, ganharia programa próprio em 2000, aos sábados de manhã, quando a Globo resolveu dar folga ao Haroldo de Andrade e ampliar em uma hora o “Show do Antônio Carlos”.
O matinal não emplacou, mas ele foi compensado com outro, o “Agito geral” em 2001, feito em parceria com o Hélio Júnior, edições nas noites de sábados e domingos. Era um programa altamente criativo, onde os dois esbanjavam inteligência e humor e, difícil para o ouvinte, indicar qual dos quadros o melhor. Num deles, Mauríção reproduzia histórias pitorescas, “causos” que reunira ao longo de sua vida de jornalista relatando, inclusive, curiosidades publicadas na imprensa.
Em outro, colocava no ar suas próprias “gaffes” (dele e do Helinho) e a dos colegas. “Rádio-cassetadas, o nome da atração, era aceita apenas pelos detentores de espírito democrático. Os convencidos de que, “errare humanum est, conforme os mestres do latin ensinavam na escola de antigamente, a língua dos padres nas missas. Todo esse palavreado aí (no jornalismo de tempos longínquos cognominado “nariz de cera”), para chegarmos à Globo dos dias atuais, ano da graça de 2011.
Dia 7 deste mês, próximo do horário em que o saudoso Waldir Vieira ocupava a gloriosa estação do Russel. No ar... “Boa tarde Globo”, ainda com vinheta do “Tarde legal”. Determinada música descia em BG, Alexandre Ferreira concita seus ouvintes a participarem da seção “Desafio”. Diz ele: “Atenção – de quem é essa voz? É uma dupla...” (Que é isso, professor? O que não pensaram seus alunos da faculdade, sintonizados na rádio? Tanta rodagem, e derrapando na concordância!)
Pouco depois, no “...Girando com a notícia” de 2h e meia, Gustavo Henrique, o mais novo integrante do esporte manda ver: “O goleiro Jefferson, escolhido o melhor goleiro do Campeonato Brasileiro, deixou claro que não quer deixar o Botafogo”. (Oh, Gustavinho, sabemos do seu talento, pois acompanhamos sua carreira desde os tempos da “outra”. Nem os estagiários nos corredores da Nacional, mais verdes que folhas de palmeiras, produzem texto tão primário, tão bisonho.)
Que saudades do “Agito geral” com o Maurício Menezes e Hélio Júnior. A Globo tirou-o da grade em outubro de 2001, voltara a editá-lo em 2005 com David Rangel, que em 2009 sairia. O desligamento deste favoreceu o produtor Daniel Pennafirme, que não esquentou a cadeira, cedendo lugar ao Luiz Torquato em 2010. Com o atual titular, que não compromete, o “Agito” é bem inferior ao da ‘fase David’ e, mais ainda, ao que o Mauríção e Helinho apresentavam.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

De "Musishow" e outras

Quatro meses foram suficientes para os executivos da Nacional voltarem atrás em relação ao “Musishow” do Cirilo Reis, semanal durante a maior parte do seu tempo. O cartaz tinha ficado fora do ar enquanto o processo de revitalização se concretizava, tornando-se diário em 2004. Tirar da grade um programa com 30 anos de existência, não é normal em rádio nenhuma.
Com a adoção da medida em julho, a finalidade era abrir espaço para um grupo de funk, que nada tem a ver com as tradições da velha estação. Os executivos surpreendiam os sintonizadores cativos da emissora, de perfil plenamente conservador. De volta agora em novembro, o programa passou a ser apresentado no horário e dia da fase inicial – aos sábados, à noite.

/o/ A velocidade do rádio com o seu imediatismo pressupõe que, as notícias são levadas ao público pouco depois que elas acontecem – ou na hora, em casos específicos. O tema faz parte das reuniões de pauta nas redações desse mundo globalizado, das conversas entre profissionais e interessados no assunto. E, não é de hoje que se debate regras básicas sobre jornalismo e comunicação.
Em algumas emissoras, no entanto, ignora-se tais preceitos, numa época de informática, tecnologia avançada, recursos da internet, redes sociais e aplicativos. Um exemplo disso tem ocorrido em “No mundo da bola”, esportivo da Nacional divulgando com atraso de 24 horas resultado de jogos transmitidos pela própria emissora. (Sem adição de fatos novos, “seu” Waldir Luiz, é dose elefantina...)

/o/ Quando se ouve um locutor dizer “rádio de verdade”, fica-se literalmente com a pulga atrás da orelha. Então, nos vem à ideia uma batida expressão: a pergunta que não quer calar. E, as outras, são de mentira? Numa emissora que assim se autodenomina, não tem como justificar a inconstância verificada na composição de sua equipe de “apaixonados por futebol”.
Mês passado, a Manchete contratou o Batista Júnior, que há pouco estava na Tamoio. Narrador apenas regular, chegou para cobrir o desligamento do João Guilherme, um dos fundadores do grupo em 2006, diminuído em seu número de remanescentes. Isso, sem contar as mudanças em outros setores, um interminável “entra-e-sai” no período de cinco anos.

/o/ Gustavo Henrique é o mais novo componente da equipe esportiva da Globo. Estreou no começo deste mês na partida do Botafogo e Figueirense, participando mais cedo de “A liga dos trepidantes”. Também compositor, trabalhava na Tupi até o final de 2010, deixando a emissora ao vencer um concurso de sambas-enredo em São Paulo. No pré-carnavalesco do ano, integrou na Manchete, série especial comandada pelo David Rangel.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Trivial com guarnições (3)

Todo país republicano tem um ministro de defesa. No Brasil – corrupção desenfreada à parte -- não poderia ser diferente. Agora, temos também um ministro de defesa no futebol. A curiosa invenção é do Edson Mauro, da Globo, que promoveu o zagueiro Dedé ao cargo -- ministro de defesa do...Vasco.
Conceituado profissional do entretenimento nesse mercado da mídia eletrônica, o Edson, naturalmente, inspirou-se no bordão que apregoa sempre nas competições: “A defesa bloqueooou! A defesa bloqueooou!”
Um jeito de ampliá-lo, por que não? Homem criativo (seu repertório é variado), não precisava, porém, invadir a seara alheia. “O bom de bola” anda, ultimamente, concitando a audiência a “aumentar o volume”.
Ora, caro alagoano. Há muito tempo o Jota Santiago, concorrente nas mesmas partidas, proclama lá na outra: “Torcedor, aumente o volume do seu rádio!” Segundo na hierarquia da Tupi, ao Jota sobra “o que resta dessa festa”, pois, a estrela é o chefe. Seu colega de posição semelhante, dispõe de mais oportunidades.

/o/ “Esporte é vida. Não violência” – dispara o Marcelo Figueiredo na Brasil, acrescentando que a cobertura da emissora é “a jornada esportiva mais elevada do rádio”. (Em matéria de som, por exemplo, não há a menor dúvida. Os 940 Khz da extinta JB ainda mantém boa qualidade).
Âncora da casa, Marcelo é páreo duro ao antigo locutor Ernane Pires Ferreira, que transmitia corridas do Hipódromo da Gávea. Espantosa a velocidade dele. Na quarta-feira 16, terminado o primeiro tempo de Fluminense e Grêmio, Marcelo falava de ‘um intervalo dinâmico’, sob o seu comando.
E, nós aqui, do outro lado, certos de que o tal intervalo era o da Manchete. Pelo menos, tem sido assim que o Sérgio “My brother” Guimarães o anuncia, a cada vez que o narrador escalado lhe passa o bastão, ou melhor, microfone.

/o/ Já se foram bem mais de vinte anos da morte do Velho Guerreiro Chacrinha. Vivíssima, porém, nos dias presentes a máxima que ele sacramentou: “nada se cria; tudo se copia”. No rádio, principalmente.

/o/ Durante pouco tempo Hugo Lago atuou como plantonista da Tupi. Em 2008, mudou-se para a Brasil, onde foi lançado na função de narrador. Figura na lista dos influenciados pelo Luiz Penido, seu ex-chefe. Apostamos mais nele, do que no Fernando Bonan, cópia do Garotinho em carbono desgastado.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

De mudanças e...futebol

O comentarista esportivo e comunicador da Tupi, Washington Rodrigues costuma dizer: “A vida muda de minuto a minuto.” Essa frase do Apolinho nos veio à mente, depois de resgatarmos anotações sobre as equipes das emissoras que cobriram, dia 19 de janeiro de 2008, a 1ª rodada do Campeonato Carioca. Em três anos, quantas mudanças, tratando-se de figuras que lidam com o futebol?
No Maracanã, às 4 da tarde, o Fluminense vencera o Cardoso Moreira de 2 a 0. Faziam parte dos escalados na ocasião: Tupi – André Ribeiro (1), Manchete -- Daniel Pereira (2), Ronaldo Castro (3) e Rogério Ribeiro (4). Entre os componentes da Brasil, o Antônio Jorge (5), integrando o time da Bandeirantes, Jorge Ramos (6), Marcos Almeida (7), Bruno Giácomo (8) e Sérgio Guimarães (9).
(1) Hoje na (instável) Tamoio, André passou pela Manchete, onde esteve por pouco tempo, transferindo-se para a Bandeirantes;
(2) Daniel fundou com o João Guilherme a equipe da Manchete. Desligou-se do grupo em 2009, optando pela televisão;
(3) Depois de seis anos na Globo, Ronaldo foi outro recrutado pela Manchete, ali ficando apenas seis meses. A Bandeirantes, seu endereço posterior, desmontava a equipe no meio do campeonato, em setembro;
(4) Rogério tinha rodado por outras emissoras, antes de ingressar na Mundial – “a rádio que você vê”. Em seguida, teve uma passagem pela Carioca, já denominada Sucesso;
(5) Jorjão seguiu igual destino do Ronaldo e, posteriormente foi para a Tamoio. Está na equipe “dos apaixonados por futebol” -- até quando, não se sabe;
(6) Originário do grupo do Luiz Carlos Silva na Roquette (onde o futebol acabou), Ramos é, nos dias atuais, terceiro comentarista da Nacional, mas conservou o emprego de locutor na emissora do Estado;
(7) Marcos optou pelo sobrenome Martins em sua transferência para a Tupi. Passou pela Brasil e, ainda, pela natimorta Rádio Haroldo de Andrade;
(8) Também novato na Tupi, Bruno mudou a identidade, assinando Vieira. Esteve na Livre/ 1440, das mais inexpressivas emissoras do Rio;
(9) O ‘My Brother’ atuou em vários prefixos, inclusive de outras cidades. Está na Manchete há menos de um ano.
N. do R. Eugênio Leal estreava como comentarista da Tupi, em jogo narrado por Jota Santiago. Ex-Globo e ex-Bandeirantes, Ruy Fernando começava ancorar na Manchete, “A bola não para”, um intervalo diferente, segundo ele, hoje narrador da Nacional.

domingo, 30 de outubro de 2011

Últimas do Luiz Mendes

O Fluminense vencera o Atlético Goianiense por 3 a 2, depois de estar perdendo de 2 a 0, no Estádio da Cidadania em Volta Redonda, dia 3 de setembro. Esse jogo, narrado pelo Fernando Bonan, foi a última participação de Luiz Mendes nas jornadas esportivas da Globo. O repórter Rafael Marques, ancorando o intervalo, ao se referir a determinados lances, provocava o “da palavra fácil”, que declarava estar certo da presença do Sobrenatural de Almeida, personagem do cronista Nelson Rodrigues, histórico torcedor do time das Laranjeiras.
Poucos dias antes de ser internado no Hospital São Lucas, ele concedera uma entrevista ao Hilton Abi-Rihan, do programa “Alô Rio”, na Rádio Nacional. Era a propósito dos 75 anos de fundação da emissora. Mendes, que durante um bom par de tempo trabalhara no prefixo, destacou a importância da velha estação, classificando-a “como a universidade da radiofonia no país”. E, nesse período, esteve presente no Salão Nobre do Botafogo, para autografar o “Minha gente”, livro de Ana Luiza Pires, que traça um panorama de sua carreira.
Um dos fundadores da Rádio Globo, Luiz Mendes morreu na manhã desta quinta-feira 27, após complicações decorrentes de leucemia. Nos 71 anos de atuação no rádio, participou dos principais eventos esportivos e 16 copas do mundo, 13 delas nos locais. Foi narrador da Globo no Mundial de 50 no Maracanã, quando o Brasil perdeu de 2 a 1 para a seleção do Uruguai. Incrédulo no que via, descrevera o gol de Gighia com nove entonações diferentes. A Globo homenageou-o durante todo o dia, e a Nacional numa parte da programação.
Luiz Mendes começou oficialmente na Farroupilha, de Porto Alegre. Ali ficou o pouco mais de três anos. Além da Globo e Nacional, trabalhou na Continental e Tupi. Durante um tempo que estivera afastado do rádio, atuou na TV Rio, comandando aos domingos, a “Grande resenha Facit”, tendo como companheiros, entre outros, Armando Nogueira, José Maria Scassa, Nelson Rodrigues e João Saldanha. No mesmo canal, foi apresentador de um programa de boxe, o “TV Rio Ring”, integrando posteriormente, uma mesa de debates da TV Educativa. Deixou viúva a atriz e radialista Daysi Lúcidi, com quem era casado há 63 anos.

De tudo que se ouviu nas rádios sobre a morte de Luiz Mendes (uma unanimidade em todas as classes), bastante inspirada a crônica de Luizinho Campos, no encerramento do “Programa Francisco Barbosa”, poucas horas depois de o corpo baixar sepultura no São João Batista. Sensibilizou quem sintonizava. Hoje diretor de programação da Tupi, um dos craques na comunicação do rádio moderno, Luizinho – que assinava Luiz Campos Lima – produziu muita coisa boa na Globo, onde trabalhou nas décadas de 80/90.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Prestadores de serviços

Um dos fortes do rádio moderno tem sido a prestação de serviços, e a de repórter aéreo, uma delas. Genilson Araújo, 51 anos de idade, já exerce tal função há 23 anos, 17 dos quais no Sistema Globo de Rádio. Pelas manhãs e à tarde, na hora do rush, ele “voa” pela cidade transmitindo boletins para a Globo, CBN e Beat 98. A experiência conquistada por todo esse tempo e um cuidadoso estudo das regiões por que trafega diariamente, proporcionou-lhe condições de conhecer do alto, em qualquer bairro, as ruas e avenidas do Rio.
A origem do que se convencionou chamar prestação de serviços, vem das extintas Continental e Jornal do Brasil AM – a primeira fechada no segundo semestre de 1970, a outra, em abril de 1993, poucos meses depois que o Sistema Globo encerrava as atividades da Mundial. A Continental, do slogan “a que está em todas” valorizava sua equipe de repórteres, movimentando-a nos trabalhos de rua através dos “Comandos”, dirigidos por Carlos Pallut.
Os profissionais da JB, além de revelarem os lugares em que se encontravam, tinham como preceito, anunciarem a hora no momento em que passavam a informação. Foi nessa emissora da Condessa Pereira Carneiro, dona também do jornal do mesmo nome, que surgiu o serviço de utilidade pública, uma ideia do radialista e poeta Reinaldo Jardim, que morreu este ano. No começo, era “achados e perdidos”, seção homônima do jornal.
A JB foi pioneira na utilização de helicóptero, para orientar motoristas no trânsito urbano, naquele tempo longe dos engarrafamentos atuais. Genilson é originário dela, onde se revezava com o Nicolau Marahini. Além do SGR, só a JB e Paradiso FMs fazem esse tipo de cobertura, com os repórteres Eduardo Cardoso e Andrea Paiva. Hoje, Globo e Tupi dimensionam a prestação de serviços nos bairros, atuando com suas unidades móveis.

/o/ Na segunda-feira, 7 de outubro de 2002, surgia o “Quintal da Globo”, com o Marcus Aurélio, então âncora da CBN. “O Quintal...” comemorou nove anos. Aos domingos, depois da jornada esportiva, é um dos melhores programas da atualidade .

/o/ Batista Júnior, que se desligou recentemente da Tamoio, é o novo locutor esportivo da Manchete. Chega no momento em que “os apaixonados por futebol” completam cinco anos. Do grupo formado em 2006, são poucos os remanescentes.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Trivial com garnições (2)

Dia 25 último a Tupi festejava 76 anos de fundação. Por ela passaram inúmeros profissionais que contribuíram com a sua história. Exemplos de Ary Barroso, com o sempre lembrado “Calouros em desfile”; Almirante, do “Incrível, fantástico, extraordinário”; Carlos Frias, com o “Caleidoscópio”; Paulo Gracindo, e o “Rádio-sequência G-3”; Olavo de Barros, com o “Falando de cadeira” -- entre tantos outros. Em audições especiais citados os nomes do Affonso Soares, criador de “Patrulha da cidade”, (ainda em cartaz), do locutor esportivo Doalcei Camargo, falecido em agosto de 2009, e uma dezena deles, em fases distintas da emissora.

/o/ Primeira rádio do Rio a ter programação inteiramente jornalística, a CBN completava 20 anos dia 1º deste mês. A festa ocorria na segunda-feira 3, com um talk show no Teatro Oi Casa Grande, pilotado pelos jornalistas Carlos Alberto Sardenberg e Miriam Leitão, que nela atuam desde o seu surgimento.

/o/ Depois de passagens pelas FMs 98 e O Dia e Rádio Haroldo de Andrade AM, Zeca Marques ingressava na equipe de esportes da Globo. Ao fim de dois anos, silenciava os que não acreditaram que se daria bem na mudança. Zeca provou sua versatilidade, correspondendo à expectativa dos que nele apostaram. Âncora dos intervalos, é titular de “Globo na rede” e “A liga dos trepidantes”, atuando ainda como repórter. Ele trocou o bordão “joga o sapato” pelo “cruza que tô na área”.

/o/ Chefe de reportagem, Ana Rodrigues responde pelos boletins de notícias da cidade nas manhãs da Tupi. Aos sábados, em sua tarefa, alguns momentos de amenidades. Apresenta no programa do Clóvis Monteiro, um quadro em que recomenda o melhor dos cinemas do Rio. Ana é estudiosa do assunto.

/o/ Ele era “o repórter que fareja a notícia”, entre outras atividades na Mundial, de saudosa memória. Hoje, comanda o “Arte revista” na MEC AM, nos finais de tarde. Jota Carlos é seu nome, e o programa um dos melhores do rádio na atualidade. Figura na lista dos que fogem da mesmice, comum em algumas emissoras.

/o/ Nas madrugadas de sábados para domingos, são de muita qualidade as audições do “Baú da Tupi”. A apresentação é do Jimmy Raw, bem amparado por textos primorosos e uma seleção musical de apurado bom gosto.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

“Quintal” além dos limites

Em crônica anterior falamos dos 75 anos da Rádio Nacional. Um dos grandes nomes de sua gloriosa história foi Paulo Tapajós (cantor, compositor, produtor, apresentador e, inclusive, diretor-artístico durante longo período). Nos seus últimos anos de vida, Tapajós se queixava da mesmice reinante no rádio de então. Esse quadro, porém, perdura até os dias presentes. A respeito, já escrevemos que o “Quintal da Globo”, com o Marcus Aurélio nos tempos atuais, é uma das honrosas exceções. O programa deixou de ser diário em maio do ano passado.
No domingo 18 deste mês, o radialista superou os seus próprios limites na condução do programa. Radicado há três anos em São Paulo, ele comandou o “Quintal...” dos estúdios do Rio (Rua do Russel, Glória). Ágil, dinâmico (e, como diriam os críticos de antigamente), irrepreensível, escorreito. A interatividade, seu forte, uma engrenagem para as intervenções dos que não se escravizam à televisão. Via internet ou telefone, eles esquentam o debate, numa troca de ideias. No plantão, a repórter Viviane da Costa (ex-Tupi), contratada recente.
As notícias do futebol (“Panorama esportivo do Quintal...”, conforme ressalta o Marcus), um show completo para nenhum torcedor botar defeito, particularmente os do Flamengo, há nove jogos sem vencer. E, repercutiram de forma bastante negativa, as declarações do Vanderlei Luxemburgo em seu desabafo por mais um fracasso. Depois de reclamar que os juízes têm prejudicado o time, disse que um diretor deveria se pronunciar e, não ele. O técnico – observava o radialista – estava repetindo as mesmas desculpas, quando estivera à frente do Atlético mineiro.
Entre os diversos temas abordados, Marcus discorreu sobre as pessoas que, em termos de futebol se prendem ao bairrismo, classificando essa posição como fascista, ultrapassada. Argumentava não ser de hoje, que muitos moradores de uma cidade torcem por clubes de outra. E, no fechamento, apresentou o quadro “Viva o rádio”, em que reproduziu trechos de programas antigos da aniversariante Nacional (“Piadas do Manduca”, abertura do “Cesar de Alencar”, etc.). Baseava-se nos CDs do livro “Histórias que o rádio não contou”, de Reinaldo Tavares.

/o/ Robson Aldir comunicador, foi promoção aceita com restrições pelos ouvintes da Globo. Ele é, sem dúvida, um dos melhores repórteres do rádio. Para ser bom na nova função, vai precisar de muita quilometragem.

/o/ Qual a próxima estação do Mário Belizário? Na Manchete há alguns anos, formava com Roberto Canázio e Alexandre Ferreira um trio respeitável. Desligou-se este mês da Sucesso (ex-Carioca), onde estava desde 2009.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Os 75 anos da Nacional

A Nacional do Rio fez 75 anos dia 12 deste mês. Como nunca antes, houve um show de variedades ao vivo na Praça da República, juntando-se a MEC AM, com o mesmo tempo de existência. Três dias depois o aniversário da tradicional rádio, referência dos anos dourados, foi tema de “Caminhos da reportagem”, na TV Brasil, uma das integrantes da EBC-Empresa Brasil de Comunicação, que congrega as hoje classificadas de emissoras públicas.
Quem aniversariava era a Nacional do Rio, mas a metade do bolo ficou para a Nacional da Amazônia, criada em anos posteriores, já na época da extinta Radiobras. O programa apresentado por Neise Marçal* e dividido em seis blocos, concentrou-se no “Viva Maria”, de Mara Régia, 30 anos no ar, que trata, segundo ela, da “geografia feminina”. O “Viva Maria”, um defensor dos diretos da mulher e dos preceitos da educação doméstica, é um fenômeno de audiência na região, mais especialmente nas cidades periféricas do Estado do Pará.
Da aniversariante propriamente, “Caminhos da reportagem” pincelou um mosaico sobre as novelas, programas de auditório, os 27 anos do “Repórter Esso” e a cobertura da Copa do Mundo de 50, no Maracanã, em narração do Antônio Cordeiro. Sobre as atrações dos dias atuais, mostrou os bastidores de “Dorina ponto samba” (Dorina e Rubem Confete), “Rádio maluca”, infantil (Zé Zuca) e “Época de ouro” (o conjunto e Cristiano Menezes, apresentador.)
O programa mostrou, ainda, os remanescentes dos áureos tempos, Gerdal dos Santos (46 anos em atividades) e Daysi Lúcidi (“Alô Daysi”, 40 anos em cartaz, pioneiro em prestação de serviços). Foram também focalizados, em depoimentos, o principal narrador de esportes da emissora, Carlos Borges, o diretor superintendente da EBC, Orlando Guilhon, além dos jornalistas e pesquisadores Sônia Virgínia Moreira e Ruy Godinho, entre outros estudiosos do assunto.


/o/ Locutora, produtora e atriz, Aldenora Santos, a “Pudica”, completou na quarta-feira 14 deste mês, 60 anos de rádio. A Globo, através do “Show do Antônio Carlos”, do qual ela é componente, prestou-lhe homenagem pela data. Aldenora recebeu do diretor executivo Giovanni Faria uma placa comemorativa, sendo cumprimentada por colegas e funcionários da empresa.
O comunicador Antônio Carlos, seu companheiro desde os tempos em que atuaram na Tupi (eles trocaram de prefixo em janeiro de 1987) enalteceu as qualidades da pessoa e profissional, afirmando que “ela é um exemplo para todos, em quem os jovens devem se espelhar”. As participações de Carlos Bianchini e Cidinha Campos emocionaram a veterana radialista.
* Neise Marçal foi repórter da Rádio Tupi na década de 80 e, apresentadora da Nacional em curto período, após a revitalização em 2004.

domingo, 4 de setembro de 2011

"Alguma coisa está fora..."

Na Manchete, de 3h às 5h, de segunda a sexta, está em cartaz desde maio de 2007, o “Show do Luiz de França”. Integra na grade da emissora direto de Barbacena,Minas Gerais, a “Tarde total”, intermediando os programas do Mário Esteves e Rafael de França. “Ele acabou de chegar/Luiz de França está no ar...” --, a vinheta de abertura anuncia. A ela, são sobrepostas as assinaturas: “o alto astral do rádio”, “a tarde mais alegre do Rio”, “o verdadeiro programa da família brasileira” e, complementando: “É França, é França, é França... primeiro lugar no coração do povão”.
Embora conserve alguns quadros do tempo na Globo (e rápida passagem pela Tupi), o programa em nada se parece com o anterior. Descaracterizou-se, apesar de manter as mesmas musiquinhas nas ilustrações. França mudou a conduta, primando pela improvisação. Com isso, transformou as três horas que lhe cabem num longo e arrastado discurso. Querendo se mostrar engraçado, em certos momentos ele se iguala ao Sílvio Santos (só lhe faltando o auditório) e, em outros, assemelha-se ao Roberval Taylor, caricato personagem do Chico Anysio.
Imaginemos estes cenários: A – Boa estrada, pista livre. Motorista em marcha acelerada rumo ao destino cogitado. B – Atalho, estradinha de chão batido, cheia de buracos. Motorista com todo cuidado, para não danificar o carro. O programa que o Luiz de França fazia na Globo, representa o primeiro caso. Obviamente que, o da atualidade, é o outro. França ainda figura entre os melhores profissionais na era moderna do rádio – a dos comunicadores. Porém, “alguma coisa está fora de ordem”, mal comparando o que diz Caetano Veloso numa de suas músicas.

/O/ O músico e compositor João Roberto Kelly foi entrevistado no “Boa tarde Globo”, do Alexandre Ferreira, sábado 3. Criado numa família de pianistas, revelou ter aprendido tocar o instrumento “de ouvido”. Na conversa com o radialista, lembrou do seu primeiro sucesso – “Boato”, gravado por Elza Soares e numerosos artistas, entre os quais Elizeth Cardoso e Miltinho. Kelly falou das marchinhas de carnaval com a Emilinha Borba e Jorge Goulart, da parceria com o Chacrinha e, especialmente de sua passagem pela televisão, onde trabalhou com Maurício Sherman e Chico Anysio. Ele foi diretor musical do “Times square”, na Excélsior, e “Rio boa Praça”, na TV Rio.

/O/ Washington Rodrigues, o Apolinho comemorou dia 1º mais um aniversário, com abraços e presentes dos amigos. Na véspera, o Flamengo lhe “deu” um presente de grego ao perder a invencibilidade de 16 jogos na casa do adversário, sendo fragorosamente derrotado pelo Avaí.

/O/ Um variado programa no dia 12 a partir de 1h da tarde na Praça da República, vai festejar os 75 anos da Nacional e MEC AM. São, segundo as chamadas, “as mais queridas do Brasil”. (Propaganda enganosa). Na semana antecedente, apresentação de especiais pelo evento.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Cirilo à frente do "Edifício..."

Depois de perder o “Musishow”, que a Nacional tirou da grade no mês passado, Cirilo Reis ganhou o “Edifício A Noite”, assumindo o seu comando na segunda-feira 15. Ele substituiu Jair Lemos. O programa passou a ter um dia a mais, pois era de terça a sexta, entre 9h e 11h e meia, na semana sem futebol no Rio. A fórmula do musical foi um pouco alterada, privilegiando-se o noticiário, com a reprodução do material divulgado durante o dia.
O “Musishow”, que Cirilo fazia há 30 anos era no início, uma atração noturna aos sábados e, a partir do segundo semestre de 2004, um diário apresentado nos fins de tarde. A Nacional tirou-o de cartaz para acomodar um programa de funk, com o MC Leonardo. A novidade (rejeitada por tradicionais ouvintes da rádio), provocou a mudança de horário do “Painel...”, com a Gláucia Araújo -- o funk vai ao ar às 3h, direto do auditório, “ao vivo”.
Além do “Edifício...”, cabe ao Cirilo a apresentação do “Talento Nacional”, nas noites de sábados. Responsável pela leitura do “Jornal do Rio”, ao anoitecer dos dias comuns, Jair comanda o “Alvorada...” nas manhãs de sábados e o “...Samba show” nas noites de domingos. Os dois dividem as gravações das chamadas e vinhetas da rádio. Veteranos na tradicional emissora, só perdem em tempo de casa para o Gerdal dos Santos e a Daysi Lúcidi.

/O/ A concorrência entre as emissoras populares é o principal motivo da existência de programas (e quadros) semelhantes. Daí a mesmice presente. Parecem muito, mas são da melhor qualidade, “Lição de vida” na Tupi, com Clóvis Monteiro, e “Moral da história” na Globo, com o Roberto Canázio.

/O/ O “Papo de botequim” na Globo, com o Loureiro Neto, não é um bom programa. Está na linha do “arroz-com-feijão”. Mais rotineiro, impossível. O comunicador, pelo tempo de estrada, é bastante limitado. Alguns convidados “seguram” a audiência, caso dos Golden Boys, na segunda-feira 22.

/O/ A exemplo das cariocas Tupi, Globo e CBN, a Bandeirantes de São Paulo unificou sua programação em AM e FM. Em determinados horários, utiliza a Band-Rio como repetidora. Essa, que sobrevive de espaços alugados, registra um dos piores índices de audiência dentre as emissoras nas duas cidades.

A escolha é sua
-/- “ Bom dia Globo”, com Jorge Luiz. Globo AM/FM *
-/- Silvio Samper show”. Tupi AM/FM *
-/- “No tabuleiro do Brasil”, com Geraldo do Norte. Nacional *
* De segunda a sábado, às 3h.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Onde o futebol não emplacou

Dois anos depois de se tornar nova alternativa em futebol no Rio, a equipe da Tamoio começava a se desmantelar. O núcleo fora criado em maio de 2009, dele fazendo parte os bem rodados Antônio Jorge, André Ribeiro e Wellington Campos, os novatos Fábio Moraes e Cláudio Afonso, entre outros. Na ocasião, a Globo e a CBN unificavam suas transmissões esportivas, sistema abandonado tão logo terminara a Copa do Mundo de 2010.
A rádio, pertencente à cadeia Verdes Mares de Fortaleza, no Ceará, também investira numa programação diversificada, tendo contratado para tocar o projeto, profissionais em disponibilidade, exemplos do Ruy Santos e Mário Lúcio. Adotara a fórmula, ao se livrar de um longo período de arredamento a uma congregação religiosa. Voltava, porém, à situação semelhante no mês passado, dispensando a maioria dos requisitados.
O locutor Edilson Silva e o comentarista Ronaldo Castro foram convocados na tentativa de melhorias nos índices de audiência. Desligaram-se ao fim de um mês. A dupla e alguns que migraram para a Tamoio estavam na Bandeirantes, que acabara com futebol em abril de 2008. Antes da carruagem virar abóbora, a rádio abriu espaço para o Garcia Júnior. O folclórico narrador estreava no sábado, 30 de julho, com o jogo Botafogo 1 x 0 Cruzeiro, em Sete Lagoas.
Não é fácil a vida de profissionais de rádio nas chamadas emissoras alternativas. Verbas magras de patrocínios, salários baixos – um lugar-comum. Os atuantes de uma Tropical, RDC e outras, que o digam. Uma rara (e honrosa exceção) tem sido a Rádio Brasil AM, bem-sucedida no segmento, uma referência para a classe. A emissora ocupante dos 940 Khz da extinta Rádio Jornal do Brasil, mantém equipe esportiva há mais de dez anos.

/O/ Maurício Menezes, doublé de jornalista e humorista, completava na dia 5 deste mês, cinco anos no “Show da manhã”, da Tupi. Ganhava comemoração do Clóvis Monteiro, uma semana de interatividade com o público.

/O/ O repórter Tiago Matias, que estava há quase dez anos na Tupi, é o mais novo componente do jornalismo da Globo. Fizeram a mesma troca recentemente, as repórteres Juliana Duarte, Vanessa Mazari e Viviane da Costa.

/O/ Esquecido pela mídia, o cantor e compositor Sílvio César, aniversariou nesta sexta-feira. Autor, entre outras, de “Velho moço” que Roberto Carlos gravou, foi lembrado por Luiz Vieira no “Gente que brilha”, na Sucesso.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O funk e algumas questões

De bumbum de neném e, de cabeça de juiz, só se pode esperar surpresas – diz um ditado popular. De cabeça de diretores de rádio, também, caso da Nacional do Rio. Eles decidiram em consenso, enfrentar o desafio ao abrir espaço para o funk na grade da emissora, revelava o coordenador de programação, Marcos Gomes. “Sabemos que vamos levar muita pancada. Mas, estamos preparados” – admitia ao recepcionar MC Leonardo no auditório dia 25 deste mês, na estreia da novidade.
Enquanto apreciadores do movimento se rejubilam, antigos ouvintes, veteranos profissionais e funcionários da casa protestam contra a inusitada iniciativa. Com a entrada do MC e equipe, de segunda a sexta às 3h da tarde, o “Painel...” da Gláucia Araújo avançou em uma hora, começando às 4h. O “Musishow” (comemorou 30 anos em outubro passado) fica temporariamente cancelado, cabendo ao Cirilo Reis a leitura de noticiários locais, gravações de chamadas e vinhetas.

/O/ A Nacional, que cobre futebol não transmitiu o jogo entre o Santos e Flamengo, uma atração em qualquer circunstância. Será que seus diretores são contra o “sistema tubão”? O Garotinho José Carlos Araújo foi à Vila famosa, pois o clássico assim o exigia. Pontos para ele. Nenhum exercício de imaginação para se saber como os outros fizeram a cobertura. Fla 5, Santos 4 foi uma partida pra ninguém botar defeito. E, mais um cochilo dos executivos da tradicional emissora.

/O/ Três meses depois de renovada a programação da Globo, ainda está em cartaz o “Giro de notícias”, no espaço destinado ao Alexandre Ferreira. Abrangendo o horário, tem o boletim “Girando com a notícia”, aos 30 minutos. Uma incoerência. Onde andam as cabeças pensantes da rádio que “é a marca de prestígio”?

/O/ A propósito da principal emissora do SGR. Que fim teria levado Andrea Maciel, a trepidante “Maria Chuteira”, que nos intervalos das transmissões esportivas “zoava” torcedores e jogadores de futebol? Adoeceu, pediu demissão, foi demitida, ou tomou Doril? Quem souber, nos avise... florylemond@bol.com.br

/O/ O repórter e comentarista Antônio Jorge, que recentemente deixou a Tamoio, é novo componente do esporte na Manchete. Até quando? De 2006 para cá, ocorreram muitas mudanças na equipe, sendo únicos remanescentes o narrador João Guilherme, os repórteres Cassiano Carvalho e Márcio Nogueira.

A escolha é sua
-/- “Programa Luiz Ribeiro”. Tupi AM/FM*
-/- “Papo de botequim”, com Loureiro Neto. Globo AM/FM*
* De segunda a sexta, às 20h, nas noites sem futebol

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Um trivial com guarnições

O “Rádio maluca”, destinado ao público infantil e comandado por Zezuca semanalmente no auditório da Nacional, teve audição especial no último sábado. Foi transmitido de uma tenda na bucólica Paraty, onde se realizava a 9ª Flip. O radialista contou com a participação dos jovens que freqüentavam a badalada feira literária, anualmente promovida naquela cidade. Apresentado às 11h da manhã, “Rádio maluca” vai ao ar em cadeia com a Rádio MEC.

--oOo-- Em maio de 2009, a Radio Carioca passava a se chamar Sucesso, depois de comprada por um empresário de Goiás. De sucesso, ela só tem o nome. “Minha terra, nossa gente”, com Luiz Vieira, nas manhãs de segunda a sexta (de 6h às 8h), é um bom programa. O cantador faz um trabalho meritório pela preservação dos valores culturais do país. São focalizados cantores, compositores e instrumentistas sem espaço na mídia, além artistas do passado.

--oOo-- O jornalista Osmar Frazão, veterano homem de rádio e estudioso de MPB foi agraciado com a Medalha Tiradentes, concedida pela Assembleia Legislativa. Em crônica recente n’O Globo, Aldir Blanc classificou como excelente o programa “Histórias do Frazão”. Gosto não se discute. Fora de série a obra do compositor Aldir, principalmente com o João Bosco. Excepcional pesquisador, o radialista Frazão está que nem a “Carolina”, do Chico Buarque.

--oOo-- David Rangel voltava ao seu programa na Manchete, depois das férias. No segundo dia indaga ao Marcos Marcondes sobre a Copa América. “Está um pouco chocha demais...” -- foi a resposta do principal comentarista esportivo da emissora.

--oOo—A dinastia Marques está presente no esporte da Globo. Rafael, talentoso repórter, foi o primeiro a chegar. Depois, pela ordem, o André e o Zeca. Tem ele, uma estranha maneira de pronunciar as palavras. Fala como se estivesse dando pulos.

A escolha é sua
-/- “Planeta rei, nas ondas da Globo”, com Beto Britto. Globo AM/FM, de segunda a sábado, a zero hora. -/- “Super madrugada”, com Fernando Sérgio. Tupi AM/FM, de segunda a sábado, a zero hora. -/- “O amigo da madrugada”, com Adelzon Alves. Nacional AM, de segunda a sexta, a zero hora.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Do bom Mário e de outros

O título não tem nenhuma originalidade, mas o programa é bom no seu contexto – dentro do classificado como rádio popular. Referimo-nos ao “Show do Mário Esteves", de segunda a sexta, entre 1h e 3h da tarde, na Manchete. Nele, o apresentador faz desfilar os quadros “Esse nome é bom lembrar”, “Dois tempos”, “Tirando onda”, “Secretária eletrônica”, o “Guru Mário” e, uma miniparada de sucessos, onde o ouvinte aponta a melhor música numa lista de três opções.
A parada, com a função de “amarrar” uma certa camada de sintonizadores, se constitui num dos senões. Alguns programas em cartaz já fizeram (ou fazem) o mesmo, o “Musishow”, com o Cirilo Reis, na Rádio Nacional, e o “Agito geral”, na Globo aos sábados, com o Luiz Torquato. O “Guru Mário” não tem a estatura do comunicador, que interage com uma pessoa disposta a uma espécie de “advinha-o-que-estou-pensando”. Soa infantil.
“Show do Mário Esteves”, que tem a produção do Flávio Guedes, não conta com os recursos dos concorrentes próximos, no que tange ao jornalismo. Ganha, porém, em termos qualitativos, pois está longe da pieguice de um Pedro Augusto, interessado em agradar a cativa audiência de beatas, e distante da locução chapada e linear do Alexandre Ferreira, que consegue fazer um programa de duas horas, sem mudar, por um minuto sequer, a entonação de voz. Para ele, notas de serviço, de humor ou um drama da cidade, não tem a menor diferença.

---oOo-- Na Roquette Pinto FM, que atravessa uma das melhores fases de sua história, há sempre um programa para o público de bom gosto curtir. “Choros, chorinhos e chorões”, de segunda a sexta às 9h da noite, é um deles. Ivan Bala produz, Márcia Nogueira seleciona e Clarissa Azevedo apresenta, com muito capricho. Merece reconhecimento a gestão da Eliana Caruso.

--oOo-- A Globo deve ter suas razões para reeditar uma vinheta do tempo do Waldir Amaral – aquela em que o Edmo Zarife afirma: “Sai da frente. Futebol é com a gente”. Isso está acontecendo depois que a Tupi começou a superá-la em audiência, no Rio. Em tempos remotos, tal situação era praticamente impossível. No confronto Waldir x Doalcei, o primeiro liderava com folgas.

--oOo-- E, a Nacional, hein? Foi a última das importantes a aderir à transmissão de futebol pela internet. Até a Manchete antecipou-se nesse tipo de cobertura à tradicional emissora. Por falar nisso. Como se expressa mal o Rodolfo Motta, comentarista esportivo dessa rádio. No Flamengo e América-MG, na quarta 29, (“geladão”), o moço estava numa de horrores.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Longevidade de "Os Cariocas"

Único remanescente da primeira formação de “Os Cariocas” surgido nos anos 40, Severino Filho foi entrevistado no “Maestro MPB”, na Rádio MEC AM, sábado 4 deste mês, entre 2h e 3h da tarde. Ele contou para Jaime Além, apresentador do programa, algumas coisas da trajetória do grupo -- que só perde em longevidade para o paulistano “Demônios da Garoa.
Criado por Ismael Neto, irmão de Severino, o vocal-instrumental “Os Cariocas” era um quinteto no início de carreira, sendo os demais participantes Jorge Quartarone (o Quartera), Emanoel Furtado (o Badeco) e Waldir Viviani. Em 1956, com a morte prematura de Ismael Neto, a vaga passou a ser ocupada por uma voz feminina – Hortência Silva, irmã do líder.
O grupo cantava em vozes superpostas, ao contrário do “Bando da Lua”, “Anjos do Inferno” e “Quatro ases e um curinga”, os mais importantes da época, que adotavam uma vocalização em uníssono, só em primeira. O estilo de “Os Cariocas” baseava-se no dos conjuntos norte-americanos, de jazz, blues, e seus componentes não sabiam ler uma nota sequer.
Aos clássicos dos “States”, o grupo interpretava autores brasileiros de então, incluindo principalmente, músicas da parceria Ismael Neto-Antônio Maria, Dolores Duran e Billy Branco. Um dos precursores da bossa nova, o conjunto se tornaria um dos maiores divulgadores do movimento, desfilando o que produziam Tom Jobim e Vinícius de Moraes, Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, Carlos Lira, Marcos e Paulo Sérgio Valle, Jonnhy Alf e outros.
O estilo do grupo encantava os maestros da Rádio Nacional. Radamés Gnattali foi o que mais se impressionou sugerindo, quando soube que vocalizavam apenas por intuição, que estudassem música. Severino Filho, por exemplo, estudou piano com Aída Gnatalli, irmã do maestro, orquestração e arranjo com o alemão Kollreuter. Passaria a escrever para o conjunto, acostumado a se apresentar e gravar seus discos acompanhado de orquestra.
A escolha é sua
-/- “Giro esportivo”, com Wagner Menezes. Tupi AM/FM, de domingo a sexta, 22h.*
-/- “Panorama esportivo”, com Gilson Ricardo. Globo AM/FM, de segunda a sexta, 22h.*
-/- “Vai dar samba”, com Miro Ribeiro. Manchete, de segunda a sexta, 22h.*
*Nas noites sem futebol.

domingo, 22 de maio de 2011

De retorno ao "...botequim"

Cantor, compositor (um astro do samba) escritor atuante, Martinho da Vila foi o convidado especial do “Papo de botequim”, segunda-feira 16 deste mês, na volta do Loureiro Neto à Rádio Globo. Chegou aos estúdios da Rua do Russel 45 minutos atrasado. Torcedor do Vasco que nem o radialista, relembrou historias de sua infância em Duas Barras, e falou do novo disco em que divide atuações com os filhos. Recuperada a saúde – três meses afastado, férias emendadas com uma licença médica –, Loureiro, 38 anos de profissão, estava tenso no retorno.
O “papo de botequim”, às 8h da noite nos dias sem futebol, foi o programa que o lançara em novembro de 1998 na função de comunicador. Repórter esportivo durante a maior parte de sua carreira, Loureiro Neto comandou por oito anos e meio o “Manhã da Globo”, que substituíra em julho de 2002 o programa do Haroldo de Andrade, dispensado na gestão do diretor regional Marcos Libretti. Transmitido em rede para o Rio e São Paulo, o “Papo...” conta com um quadro de debates em tempo menor do que o por ele apresentado no horário anterior.
Trata-se de recurso para enfrentar a concorrência (“Programa Luiz Ribeiro”), onde os debates, conduzidos de forma inteligente, são o forte do adversário. Há também a participação de um garçon português chamado Manuel, com quem o Loureiro dialoga. Simplesmente uma cópia mal-feita do “Seu Manuel Tamancas”, personagem do Luizinho Campos no programa do Francisco Barbosa, nas manhãs da Tupi. Com a reedição do “Papo...”, a Globo consola o radialista, depois de tê-lo tirado do “Manhã”, transferido ao comando de Roberto Canázio.
Comparando-se o trabalho de um e outro, fica evidenciado que houve demora na troca. O Canázio, pelo que a audiência atenta observa, tem melhor poder de mobilização, sendo muito mais afinado com a massa esclarecida, desfrutando ainda, de bom conceito junto às pensionistas e aposentados. Os “Debates populares” que o Loureiro herdara do Haroldo de Andrade, desgastaram-se com ele, principalmente a partir da adoção de uma fórmula fixa de participantes. Nem a interatividade que fora tentada, injetara componentes de qualidade na atração.
// “Estamos gravando ao vivo”. A pérola foi dita, em bom som, por Osvaldo Sargentelli Filho no sábado 14, a 1h e meia da tarde na Rádio Nacional. O programa dele tem o estranho nome de “O negócio é o seguinte”, em que conversa com cantores e sambistas. Poderia, perfeitamente, se chamar “O negócio é samba”, mas, como diriam nossos avós, “em cada cabeça, uma sentença”. Sargentelli Filho anunciava sua ausência nas próximas semanas, revelando que o programa não ficaria fora da grade. Seria apresentado em gravação durante um mês.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Nova tentativa em radioteatro

“O homem que falava javanês”, original de Lima Barreto abriu na segunda-feira 25 e quinta 28 passados, respectivamente pela MEC e Nacional, a série “Contos do Rádio”. A parceria das emissoras da Empresa Brasil de Comunicação é mais uma tentativa de se restabelecer o radioteatro em emissoras do Rio, que alcançava altos índices na época de ouro da velha estação, cartaz também na Tupi e Tamoio, dos “Diários Associados” e, Mayrink Veiga.
Remanescentes das novelas, Gerdal dos Santos e Daysi Lúcidi – ele o contratado mais antigo da Nacional – fazem parte do pequeno grupo de novatos. No espetáculo de estreia Gerdal interpretou o Barão de Jacuecanga, papel-título da história. Seus companheiros nesse trabalho, Luiz Otávio de Moraes, Felipe Peixoto e Laio Filho, o narrador Cristiano Menezes (gerente regional da MEC), a produtora Nely Coelho e a diretora Marília Martins.
O pessoal envolvido na iniciativa está cheio de otimismo. A série, compreendendo dez apresentações, vai até o final de junho. As de segundas, pelas ondas da MEC, às 8h da noite e, as de quintas, através da Nacional, às 10h da manhã. Além do texto de Lima Barreto, são focalizadas obras de João do Rio, Raul Pompeia, Mário de Andrade, Machado de Assis e Alberto Moravia.
A cada mudança de diretores nos últimos 20 anos, a Nacional adotara medida semelhante, optando pelo reaproveitamento do rico acervo da casa. Na Globo, o gênero também não dera certo, com o David Rangel, que lançara o “Novelas na tarde”, em 2005. Um sucesso no prefixo é “Você faz o final da história”, no programa do Antônio Carlos. O outro, a “Patrulha da cidade” na Tupi, que dramatiza de forma jocosa fatos policiais ocorridos no Grande Rio.
// Francisco Barbosa e sua equipe trocaram os estúdios da Rua do Livramento no sábado 30 de abril, pela Praça do Pacificador, em Caxias. Programa especial para festejar o Dia da Baixada, com a presença de alguns destaques da rádio.
// E, nesse mesmo dia, Roberto Canázio e colaboradores apresentavam-se na Tijuca, comemorando o centenário da Praça Sans Peña. Uma das audições do “Globomóvel”, utilizadas desde 2010 visando a aproximação com o público.
A escolha é sua
-/- “Ouvindo música”, com Marcelo Guima. MEC AM 800. De segunda a sexta, 21h
-/- “Sangue novo”, com Humberto Effe. Roquette Pinto FM 94,1. Às sextas, 21h.

domingo, 24 de abril de 2011

Os 40 anos do "Alô Daysi"

Uma audição especial no auditório na terça-feira 19 deste mês marcou os 40 anos do programa de Daysi Lúcidi (“Alô Daysi”), na Rádio Nacional. Companheiros, amigos e admiradores homenagearam a comunicadora e atriz. -- Daysi é “a dama do rádio” -- afirmou Hilton Abi-Rian, ao enaltecer suas qualidades. Traçava um paralelo com Hebe Camargo, denominada “a dama da televisão”.
Em mensagem gravada, Luiz Mendes fez um breve histórico sobre a vida dos dois no rádio. Casados há sessenta e três anos, eles se conheceram nos bastidores da Globo. A dupla e o falecido Luiz de Carvalho apresentavam um programa de variedades. Locutor que ainda não se dedicava ao esporte, Mendes anunciava, entre outras coisas, o rádioteatro de que Daysi participava.
Atriz das novelas da Nacional, onde se consagrou, ela atuara também no “Seu criado, obrigado”, com César Ladeira, uma das vozes mais apreciadas no ramo. O “Alô Daysi” foi pioneiro no item prestação de serviços, e possibilitou o ingresso da radialista na política. Daysi se elegeu vereadora e deputada durante o período que estivera ausente da televisão, veículo para o qual migrara.
Em junho de 2002, ao liderar um movimento contra a ameaça de a Nacional se tornar uma repetidora da matriz em Brasília, ela foi punida pela direção da emissora, suspensa por uma semana. Com a revitalização da Nacional em 2004, algumas coisas mudaram e, o “Alô Daysi” passou a semanal, aos sábados. Voltaria a ser diário (estágio atual, 11h da manhã), em fevereiro de 2009.
// Desde os anos 70 quando desativou o radioteatro a Nacional reprisa “A Vida de Nosso Senhor Jesus Cristo”, de Giusseppe Ghiaroni. Clássico no gênero, tem a participação de grande elenco dirigido por Floriano Faissal. Narração de César Ladeira e locução de Reinaldo Costa. Em anos anteriores nas Sextas-Feiras Santa, módulos ao longo do dia. Neste, um só, com três horas de duração.
A escolha é sua
-/- “Show do Luiz de França”. Manchete 760, de segunda a sexta, 15h.
-/- “Show do Apolinho”, com Washington Rodrigues. Tupi AM/FM, de segunda a sexta, 17h.
-/- “Musishow”, com Cirilo Reis. Nacional 1130, de segunda a quinta, às 17h e, aos sábados, depois do futebol.
-o- O rádio é a sua praia? “Radiomania, um cronista de plantão” – o livro para Você. Receba o exemplar em casa, bastando nos informar dados essenciais, endereço e CEP. Valor: 25 reais, SEDEX a cobrar. Nosso e-mail: florylemond@bol.com.br

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Em busca da audiência perdida

Amantes do rádio asseguram que recentes boletins do Ibope deixaram os cardeais da Globo em polvorosa. Na engenharia do tráfego-audiência os sinais estacionaram no amarelo. Até os índices do José Carlos Araújo registraram queda. Tirante os programas do Antônio Carlos e do padre Marcelo Rossi, no Rio a situação ficou pra lá de Marrakeschi, daí resultando as modificações feitas no limiar da segunda quinzena de março.
As medidas adotadas nas semanas posteriores constataram que, modificar a programação não foi o bastante. Segundo os amantes observadores, para reconquistar ouvintes o melhor caminho é ir ao encontro deles nas ruas, praças públicas, proximidades de supermercados. Alternativas que, eventualmente, também poderão ser colocadas em prática: apresentações de programas em clubes, churrascarias e shoppings centers.
Antes da nova programação, uma repórter visitava os bairros levantando os problemas da comunidade. E, periodicamente, um comunicador fazia shows externos. Agora são três, em espaço menor de rodízio. Enquanto os executivos da Rua do Russel revisam as engrenagens do veículo, na Rua da Assembleia a voz potente do Cláudio Ferreira ecoa: ”A nova programação da Manchete está dando o que falar!” E, enumera as atrações.
Seria um fato real, ou simples estratégia de marketing? A emissora alardeia coisas que não possui. Embora reúna em seus quadros valores do nível de um Luiz de França, Mário Esteves e David Rangel, é inferior no conjunto, comparado-se ao da Globo e da Tupi. Inferiorizada inclusive no jornalismo – base do moderno rádio de verdade. Seu objetivo é chamar a atenção, como o empresário novato, que busca agradar ao mercado.
// Grávida, Ana Paula Arósio ganhou capa de publicação semanal. “O pai é o cara que ela casou” (sic) -- assim alguém falava com o Tino Júnior (“Vale tudo...”), quarta-feira 6 deste mês. Esse tipo de enfoque aumentou nas rádios populares com a proliferação de revistas de celebridades. Antes, era só a Juçara Carioca. Depois, apareceu Ana Paula Portuguesa. Hoje, um time explora o filão. “No ar, ‘Show de fofocas’. Oferecimento: Tri-co-li-ne.”
A escolha é sua
-/- “Viva música”, com Heloísa Fischer (crônicas). MEC FM 98,9 -- de segunda a domingo, 13h. -/- “A voz das periferias”, com MV Bill. Roquette Pinto FM 94,1 -- de segunda a sexta, 13h. -/- “CBN total, variedades”, com Adalberto Pioto. CBN AM/FM, de segunda a sexta, 14h. -/- “Almanaque carioca”, com Amauri Santos. MEC AM, de segunda a sexta, 14.

terça-feira, 5 de abril de 2011

A trajetória de um campeão

Colunista famoso de um importante jornal do Rio publicou notinha em meados de março anunciando o aniversário do programa do Antônio Carlos. Ele informou que o radialista está comemorando 35 anos de Rádio Globo. Não procede. Na verdade, o “Show do Antônio Carlos” é apresentado naquela emissora há 24 anos, pois se mudou para lá no distante janeiro de 1987. Nos onze anos antecedentes Antônio Carlos era comunicador da Rádio Tupi, onde lançou o seu programa. Começou carreira na Rádio Nacional nos anos 50 e, depois esteve na extinta TV Tupi.
Da equipe inicial, apenas Aldenora Santos atua com ele até os dias presentes. Locutora, atriz e produtora, ela é responsável por um dos quadros do show matinal, personificando “a Pudica”, veneranda senhora que orienta, com rezas e simpatias, o público aficionado. Outra que acompanha o radialista por muitos anos é Zora Yonara, astróloga. Passa tanta credibilidade que, certas pessoas não saem de casa sem ouví-la. Conselheira sentimental, Zora não só responde às cartas de interessadas domésticas, mas também aos e-mails das internautas.
Juçara Carioca, a “Juju”, destaque da companhia comenta a novela das 9h. E,conta a seu modo, os bochichos envolvendo celebridades ou pseudocelebridades, escorada na garimpagem do material dos jornais e revistas populares. É colaboradora do Antônio Carlos desde 1993. Originária da Tupi (repórter na “Patrulha da cidade”), trocou em maio de 1999, a Globo por sua primeira estação, indo participar da equipe do Clóvis Monteiro. Voltaria em dezembro de 2001, com um programa semanal, direito conquistado na passagem pela outra.
Durante esses anos o programa do Antônio Carlos se mantém entre os líderes do rádio. Na Globo, é dos poucos a justificar antiga vinheta que afirmava ao término deles: “Este foi mais um campeão de audiência”. O público a que se destina não desgarra, apesar do roteiro estático, em que não se muda sequer uma frase. Não fossem as notícias do dia a dia, tudo poderia ser previamente gravado. E, o radialista fazer ao vivo somente o “Vamos acordar?” Com ele, entre outros, os jornalistas Gélcio Cunha, Ricardo Campello e Carla de Luca.

A escolha é sua
-/- “Show do Heleno Rottai”. Tupi AM/FM, de segunda a sexta, 15h.
-/- “Vale tudo...”, com Tino Júnior. Globo AM/FM, de segunda a sexta, 15h.
-/- “Painel Nacional”, com Gláucia Araújo. Nacional, de segunda a sexta, 15h.
-o- O rádio é a sua praia? “Radiomania, um cronista de plantão” – o livro para Você. Receba o exemplar em casa, bastando nos informar dados essenciais, endereço e CEP. Valor: 25 reais SEDEX a cobrar. Nosso e-mail:florylemond@bol.com.br

sábado, 26 de março de 2011

As novas atrações da Globo (II)

Enquanto a Globo tentava diminuir a distância que a separa da Tupi em audiência no Rio, estabelecendo nas manhãs o confronto dos “Debates populares” com o “Super debate” do Francisco Barbosa, a Manchete entrava no circuito recuando o horário do “David dá show”, com o David Rangel. Ao Roberto Canázio foi entregue a missão de recuperar o terreno perdido para a principal concorrente. A hegemonia de 40 anos de liderança começou a ser quebrada nos últimos dez, com o projeto de programas em rede e o desligamento de nomes importantes.
Em cômoda vantagem no Ibope, a Tupi acompanha mais uma remexida nos bastidores da Rua do Russel sem precisar mover uma linha em sua estrutura. (Em time que está ganhando)... A Manchete repetia o mesmo que fizera há dois anos. Pelo ingresso do David Rangel em seus quadros, recriava a “Tarde total”, integrada com os programas do Mário Esteves e Luiz de França, ex-globais. Motivada pela saída dele (David) a Globo arquivara o “Tarde legal”, ocupava o espaço com o “Se liga Rio” e “Globo cidade”, ampliando o “Globo esportivo” em uma hora.
Foi em 5 de abril de 2009 o início das alterações. As chamadas da primeira despertaram a nova concorrente, que pautava sua programação em cima das outras. Agora em 14 de março, a repetição do processo. Curiosas algumas dessas novidades colocadas no ar pela poderosa e, pela que passou, não há muito tempo, por uma fase pré-falimentar. Na Globo, renascer do “Papo de botequim”, com o Loureiro às 8h da noite; na Manchete, “Papo da madrugada” a zero hora, com Kleber Sayão. O “Bom dia Globo”, com Jorge Luiz às 3h; “Acorda Rio”, às 6h com Jorge Bacarin.
Nessas modificações em que a emissora busca, em princípio, se igualar a sua maior rival, o comunicador recém promovido Robson Aldir, mais popular repórter da casa, ganhou horário próprio: o “Madrugada na Globo”, de sábados para domingos. O programa sofreu alguns ajustes e, ressuscitou como quadro o “Toca tudo”, com Gilson Ricardo, retirado do ar em 1996. Numa tabelinha com o sonoplasta João Roberto Barbalo, o apresentador brindava os notívagos com interessantes brincadeiras musicais. Até que uma divergência resultou no fim da dupla.
// “Boa tarde da Globo” com Alexandre Ferreira é nada mais nada menos que seu programa anterior, “Alô bom dia”, com nome e horário modificados. São os mesmos quadros. A comediante Dadá Coelho, única novidade. Alexandre chama de “Giro de notícias” a movimentação dos repórteres. Uma incoerência, pois aos trinta minutos de cada hora, entre as 10 e 17, são apresentados os boletins “Girando com a notícia”. Ou uma coisa, ou outra. Ainda mais que – segundo voz corrente -- “cuidaram com muito carinho de todos os detalhes da nova programação”.

sexta-feira, 18 de março de 2011

As novas atrações da Globo

Roberto Canázio é o novo titular do “Manhã da Globo”. Substituiu Loureiro Neto que comandava o horário há quase nove anos. Na estreia, ele enalteceu a figura do Haroldo de Andrade, atração matinal da rádio por quatro décadas. (Haroldo morreu em 1° de março de 2008). Canázio vinha fazendo o “Se liga Brasil” a 1h da tarde, a partir de sua contratação em dezembro de 2006 e, de abril de 2009, o “Se liga Rio”. Repaginado, o “Manhã...”se constitui na principal modificação na grade.
As modificações, que entraram no ar segunda-feira 14, incluem a madrugada, tarde e noite. Até então apresentador de um semanal e “curinga de luxo”, Jorge Luiz voltou a fazer programa diário, dessa vez o “Bom dia Globo”*¹ às 3h. Oito anos ocupante da faixa (onze no Sistema Globo), Alexandre Ferreira subiu para o lugar em que o Canázio se encontrava. “Boa tarde Globo”*², que lhe coube nesse latifúndio, é formado pelos quadros que ele apresentava no “Alô bom dia”, arquivado.
O “Vale tudo...”, com Tino Júnior, lançado em maio do ano passado, às 8h da noite mudou-se para às 3h da tarde, ficando a vaga para o Loureiro Neto*³, que reativa o “Papo de Botequim”, com que iniciara na função de comunicador. Ele foi convocado, ainda, a participar dos debates do “Globo esportivo”. Em seu novo formato, o programa do José Carlos Araújo reúne Luiz Mendes, Felipe Cardoso e Eraldo Leite -- de quem a casa tirou o “Globo cidade”, reformulado há dois anos.
*¹ Foi criado em abril de 1996 para o Antônio Luiz, falecido em 2001. Jorge Luiz ocupou o espaço, e depois o Alexandre Ferreira, que estava na 98.
*² Era esse o nome do programa que o Francisco Barbosa fazia em sua segunda passagem pela emissora entre dezembro de 2001 e junho de 2005.
*³ A Globo cancelou o retorno do “Papo de botequim”, devido à internação do Loureiro, acometido na véspera de pneumonia hipertensiva.
N. do R. Em time que está ganhando, não se mexe. Comum no futebol, a máxima aplica-se também ao rádio e outras atividades. O projeto de programas em rede, visando o mercado nacional, fez a Globo perder para a Tupi no Rio. A situação se agravou com o ressurgimento da Manchete em 2006, na “cola” das duas. Esta, copiando aquela, mudou a grade em 2009 e agora, nos mesmos dias e meses.
A escolha é sua
-/- “CBN Brasil”, com Carlos Alberto Sardenberg. CBN AM/FM, de segunda a sexta, às 12h. -/- “Estação cultura”, com Alessandra Ekstyne. MEC AM, de segunda a sexta, às 12h. -/- “Dorina ponto samba”, com Dorina e Rubem Confetti. Nacional 1130, de segunda a sexta, às 13h.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Os curingas de luxo e outros

Houve tempo que, curinga no rádio era um profissional novo no meio escalado para substituir os titulares (disc-jockeys ou comunicadores) nas folgas, eventuais ausências daqueles e, principalmente durante as férias. Jorge Luiz,* na Globo, e Haroldo de Andrade, na Tupi são, atualmente no Rio, o que se pode chamar “curingas de luxo”. Jorge, na profissão há mais de 30 anos, Haroldo há pouco mais de 20, comandam programas semanais, o primeiro nas madrugadas de domingos, o outro, nas manhãs do mesmo dia.
Titular na Tupi desde a morte do Collid Filho em 2004, Fernando Sérgio era um profissional de larga experiência (pertenceu aos quadros da antiga – e gloriosa --Mundial) também passou pela fase “curinga de luxo”, na Globo e na própria Tupi. Nessa emissora tem, ainda, o caso do Geraldo Sena, apresentador aos domingos do “Giro esportivo”, narrador de futebol pouco aproveitado no prefixo. Sena foi oficializado nos últimos três anos, curinga do Washington Rodrigues, respondendo pelo horário nas férias dele.
Situação parecida, a de Astrid Nick, da Nacional. Altamente experimentada e dedicando maior tempo ao esporte, ela toma conta do “Alô Daysi”, nos impedimentos da veneranda Daysi Lúcidi. A curinga oficial da casa, no entanto, é Luciana Valle, da nova geração de radialistas. Na Manchete, onde aterrissou há cerca de dois anos, depois de idas e vindas à Tupi e passagens por outras, Cláudio Ferreira se encarrega da missão. Profissional versátil, está no mesmo nível de um Clóvis Monteiro, Cirilo Reis e o citado Jorge Luiz.
Este ano, a Globo decidiu ampliar o número de curingas. Recrutou o jornalista Soares Júnior, novo executivo da SGR no Rio, de volta à empresa depois de atuar por certo período como repórter da CBN e, lançava o Robson Aldir (também repórter) na função, cobrindo em janeiro as férias do Alexandre Ferreira, no “Alô bom dia”, entregando-lhe o especial do “Quintal...”, no sábado 27 de fevereiro. Soares leva queda para ser comandante de programas. O bravo repórter Aldir não convenceu nas primeiras experiências.
* Jorge Luiz volta a ser titular a partir de segunda-feira 14, com as novas modificações na Globo.
-o- o rádio é a sua praia? “Radiomania, um cronista de plantão” – o livro para Você. Receba seu exemplar em casa, bastando nos informar dados essenciais, endereço e CEP. Valor: 25 reais, SEDEX a cobrar. Nosso email: florylemond@bol.com.br

quinta-feira, 3 de março de 2011

O que não custa nada, ou...

“Uma noite eu tive um sonho” (...) Quem ama o rádio se lembra, com certeza, da oração começando com essas palavras, que diz em determinado trecho: “Quando vistes na areia, apenas um par de pegadas, foi aí que eu te carreguei nos braços”(...) A primeira vez que a ouvi foi com o Paulo Giovanni há muitos anos, num tempo que ele nem cogitava trocar o rádio pela publicidade. Em outras ocasiões, com o Francisco Barbosa, sucessor no horário. Ultimamente, o Luiz de França repete-a com regularidade no seu programa.
“Uma noite tivemos um sonho” (...) O nosso, era bem diferente daquele, de religiosa mensagem. Sonhamos ter conseguido a concessão de uma emissora e já estávamos requisitando os profissionais. Para essa rádio (mesmo fictícia) um elenco pouco imaginável dependendo, naturalmente, que as propostas fossem aceitas. Eis os nomes: Carlos Bianchini, Cirilo Reis, Denise Viola, Fernando Mansur, Gláucia Araújo, Íris Agatha, Jorge Luiz, Mário Belizário, Mário Esteves, Robson Alencar, Roberto Canázio e Valéria Marques.
No esporte, reuniríamos os narradores (com oportunidades iguais) Leandro Lacerda, Maurício Moreira e Odilon Júnior; os comentaristas (idem) Eugênio Leal, Francisco Ayello e Jorge Ramos; os âncoras Jorge Eduardo, Marcelo Figueiredo e Wagner Menezes; os repórteres Antônio Carlos Duarte, Cláudio Perrault, Gustavo Adolfo, Mauro Santana e Sérgio Guimarães; o plantonista Vinício Gama, produtores Carla Matera e Rafael Marques; e André Luiz, coordenador e apresentador principal. Os diretores: de jornalismo -- Marco Antônio Monteiro; de esporte -- João Guilherme; geral -- Marco Aurélio Carvalho; e, superintendente -- Luiz Ribeiro.
Portaria I – Parágrafo único.
“Fica proibido aos comunicadores, dizerem a hora para chamar os comerciais. (Dá a impressão de que o ouvinte não tem relógio.) Na falta de melhor idéia, combinarem sinais com o operador. Permitida, porém, variação do recurso antigo do Flávio Cavalcanti na TV Tupi (extinta): “Nossos comerciais por favor!”
N. do R. A rádio seria mais forte que a Globo e Tupi juntas. (Sonhar não custa nada – diz o samba enredo de um carnaval inesquecível. Ou quase nada... para quem a esperança não morre nunca, jamais. E, a propósito, curtamos esse outro carnaval...)
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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Comentaristas e seus slogans

Datam dos anos 60 no rádio esportivo os slogans de locutores e comentaristas, sendo o destes últimos o motivo da crônica que desenvolvemos nas linhas que seguem. Luiz Mendes, “o da palavra fácil”, mais antigo no país passou a utilizá-lo em 1969 durante uma temporada na Continental, há alguns anos extinta. A denominação ele ganhou do Carlos Marcondes que, além de comentarista – “o da prova real” – era gerente de esporte da emissora. Ruy Porto, outro em evidência naquele tempo, se intitulava “o de todas as classes”.
Destaque na Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 70 (participou também da de 66) Gérson migraria para o rádio depois de pendurar as chuteiras em 1973. A função de comentarista ele começou a exercer no ano seguinte na Tupi, convocado pelo Doalcei Camargo, que abriria espaço para outros ex-jogadores – Telê Santana e Raul Plasman. O “canhotinha de ouro”, como era tratado nos campos de futebol (20 anos de carreira), serviria para ser o slogan de Gérson, que se encontra em atividade há seguramente 40 anos.
Washington Rodrigues, o Apolinho, mais próximo do Luiz Mendes em quilometragem profissional e popularidade era “o da palavra mágica” na transição da Nacional para a Globo em 1984, trocando pelo “o mais ouvido do Brasil”. Em 1985 Jorge Nunes integrava a equipe do José Cunha na Rádio Tamoio. Amigo do Apolinho (que voltara à Tupi no início de 1999) caiu de pára-quedas na emissora, onde seria a terceira opção de analistas. Devido à desistência do Luiz Ribeiro (“o da opinião definitiva”) que substituiu Roberto Figueiredo em 2001, “o comentarista do povo” ganhou a vaga e cresceu com sua originalidade.
Antes de se transferir para o esporte da Nacional, onde atua há muito tempo, Mário Silva foi repórter “da geral”. Deixou os campos pelas cabines na mesma época em que o Apolinho fora promovido. Seu slogan: “o comentarista que não esconde o jogo”. Rubem Leão – “uma fera de comentarista” – , hoje na Tupi teve a então batizada 1440 AM (depois Rádio Livre) como seu primeiro endereço. A safra de novos comentaristas no rádio carioca remete a esse período com Waldir Luiz (“o que sabe o que diz”), da Nacional e, o atualmente companheiro dele, Jorge Ramos (“o que não deixa dúvidas”), lançado na Roquette.
Tem ainda o bem rodado Felipe Cardoso, que mudou de função no “Momento esportivo” na Brasil AM, referência para a classe. Cooptado pela Globo há cerca de dois anos com o apoio do Eraldo Leite, Felipe virou “o comentarista do momento”. Menos votados nessa lista, Marcos Marcondes e Rodolfo Motta, ambos na Manchete. Aquele, com uma corruptela do slogan do falecido pai – citado no começo -- “o que tira a prova real”; este, “o comentarista perfeito”, por conservar o hábito de usar tal palavra em suas conversações com os colegas.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A voluntária visão do trânsito

Nas primeiras horas do dia nas grandes cidades o maior problema dos tempos modernos tem sido o trânsito. O número de pessoas a caminho do trabalho ou escola cresceu muito nas últimas décadas, assim como o de proprietários de veículos, paralelamente ao de ônibus, meio mais comum de transporte de massa. (Recente pesquisa revela: duas mil e novecentas mortes ocorrem por mês nas estradas no Brasil). O trânsito é assunto de alto interesse para as emissoras de rádio.
No Rio, atualmente, nenhuma emissora está focalizando o tema conforme o “Show da manhã” da Tupi, com o Clóvis Monteiro. Depois de numerosas modificações no programa ao longo dos anos, Clóvis acertou em cheio na fórmula, uma prestação de serviços com a participação efetiva dos ouvintes. Motorizados ou não, os colaboradores utilizam celulares, fazendo as vezes de repórteres numa atividade voluntária em apoio aos setoristas que acompanham as câmeras da CET-Rio.
Essa inovação se desenvolve na primeira hora do programa. Dele participam os jornalistas Maurício Menezes e Jorge Nunes comentando os destaques do dia; o humorista Maurício Manfrini com seu arsenal de piadas; a astróloga Glória Britto com o “horóscopo positivo”; e Washington Rodrigues com as novidades do futebol. O amigo do “Pai Vivi”, que aparece em duas edições, incorpora a ‘Juju” (fofoqueira da concorrente) em sua visão bem-humorada sobre a novela das nove.
// O “Se liga Rio” do Roberto Canázio teve audição especial na quinta-feira 10 deste mês, direto de São José do Vale do Rio Preto, uma das cidades atingidas pelas chuvas de janeiro na Região Serrana. A recepção ao radialista da Globo foi bastante calorosa. Dinheiro versus felicidade e o amor entre as pessoas -- alguns assuntos debatidos com o público. São José, um exportador de caqui, com diversificada produção agrícola aguarda verbas estaduais para normalizar sua colheita.
A escolha é sua
-/- “Rádio sociedade”, com Denise Viola. MEC AM 800 -- de segunda a sexta, às 8h.
-/- “Show do Mário Belizário”. Sucesso 710 -- de segunda a sexta, às 8h.
-/- “CBN Rio”, com Lúcia Hipólito. CBN AM 860/FM 92,5 – de segunda a sexta, às 9h30.
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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Um oásis em noite de futebol

Quarta-feira, 26 de janeiro. Noite. Verão. Calor (a estação é pródiga). Terceira rodada do Campeonato Carioca. Jogam Flamengo e Americano. “Aqui, o futebol é mais emoção” – afirmam os locutores fazendo o marketing de seus prefixos. Alguns transmitem do local (Macaé), outros através do “geladão” – de olho na telinha no estúdio refrigerado, pois em casos muito comuns é assim que funciona o sistema. Na Globo, “o juventude da serra” Fernando Bonan dá o recado. Na Tupi, Luiz Penido faz o alerta: “a bola não para de rolar”.
Evaldo José na CBN descreve que ”o jogador F chutou pro gol”, para logo em seguida, emendar: “pra fora!” (Voz bonita, dicção perfeita, mas... Já reparou, você que nos acompanha, o número de vezes que ele se corrige durante uma partida?) Hugo Lago (“o artilheiro da emoção”) na Brasil mostra que tem qualidades para competir com as feras do ramo. Nota-se em cada transmissão o seu progresso. Ao lado dele (no estúdio, com certeza) estava o Gustavo Adolfo, no trabalho próprio dos “pontas” nos “campos de jogo”, termo recorrente.
Curioso. Gustavo, Wagner Menezes (da Tupi) e Cláudio Perrault (que participava do jogo seguinte entre Botafogo e Madureira, com o Edson Mauro) são muito chegados ao cacoete verbal “é verdade”. Chamados pelos narradores de suas emissoras, respondem invariavelmente com essa expressão. Por que será que profissionais tão categorizados como eles não se livram de tal recurso? Os três, porém, não estão sozinhos, havendo outros que procedem da mesma forma, como se obedecessem a um código de conduta.
Nenhum preconceito com a Nacional e Manchete que ficaram fora desse nosso giro pelo “dial”. Numa pausa em nova rodada do mais charmoso (segundo os locutores esportivos), fomos parar na MEC AM. Ali pelas 11 da noite deparamos com “Sala de música”, do Jorge Roberto Martins, que apresentava “Clássicos”, especial sobre a MPB. Verdadeiro oásis num horário em que o futebol prevalece. Qualquer estudioso garantiria ser o que há de melhor na programação do AM no Rio – texto, seleção, tudo com muito bom gosto e capricho.
A escolha é sua
-/- “Atualidades”, com Cadu de Freitas. MEC AM 800, de segunda a sexta, às 11h.
-/- “Alô Daysi”, com Daysi Lúcidi. Nacional 1130, de segunda a sexta, às 11h.
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domingo, 30 de janeiro de 2011

O novo melhor que o titular

Comentarista esportivo há pouco tempo Jorge Ramos assumiu, nas férias do Carlos Borges, o comando de “No mundo da bola”, cartaz da Nacional. Mais antigo do gênero no rádio do Rio, criação do lendário Antônio Cordeiro, o programa surgiu em 1947. Transmitido às 11h e meia da noite perto de uma década, “No mundo...” ganhou melhor ritmo com o novo contratado, embora tenha a participação de setoristas amadores em vez de profissionais experientes.
Ramos, locutor com passagens por diversos prefixos, começou a comentar futebol em 2005 na Roquette Pinto, integrando a equipe do Luiz Carlos Silva, que acumulava funções na inexpressiva Rádio Livre. Carlos Borges é titular de “No mundo...” desde setembro de 1996. Ao longo dos anos, quando o programa ia ao ar nos finais de tardes, passaram por ele Vitorino Vieira, Paulo César Tênius, Júlio César Santana, José Carlos Araújo e Luiz Penido, entre outros.
// Há nove anos fazendo programa noturno na Rádio Tupi -- um dos principais trunfos da emissora --, Luiz Ribeiro consolidou ainda mais sua trajetória profissional. Seu apurado senso de repórter levou-o do estúdio no Rio para um posto avançado em Teresópolis, centro da tragédia na Região Serrana, dia 12 deste mês. O nível do trabalho que desenvolveu no período foi um dos destaques em meio a cobertura da mídia impressa e eletrônica. Rádio com R maiúsculo.
// Comuns na hora do rush nos tempos modernos nas grandes metrópoles, engarrafamentos incomodam a muita gente. Segundo pesquisa recente, 66,6 por cento dos brasileiros sofrem com o problema. É pauta natural nas redações das emissoras, principalmente populares. “O trânsito está complicado...” -- explicam alguns repórteres que cobrem o assunto. Falam todo dia a mesma coisa, como se não existissem outros termos para definir a situação.
A escolha é sua
-/- “Nossa terra, nossa gente”, com Luiz Vieira. Sucesso AM 710 -- de segunda a sexta, às 6h.
-/- “David dá show”, com David Rangel. Manchete AM 760 -- de segunda a sexta, às 7h.
-/- “Alô Rio”, com Hilton Abi-Rihan. Nacional AM 1130 -- de segunda a sexta, às 8h.
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domingo, 23 de janeiro de 2011

Ouvinte de uma só emissora

K, um sapateiro brigou feio com a mulher que foi pegar um dinheiro extra em sua loja. Ela simplesmente girou o botão do dial, depois de resmungar “que coisa horrível isso!” O artesão ouvia a “Patrulha da cidade”. (*1) –o— M, bancário em boa forma física, peladeiro de fins de semana, quase despediu a arrumadeira, por ter tirado da estação o seu rádio-relógio. Não perde por nada as audições do “Panorama esportivo”. (*2) –o-- R, doméstica na faixa de 50 anos de idade, ameaçou de surra um sobrinho que mexera no seu rádio portátil. Sua emissora é aquela em que o Luiz de França trabalha. Acompanha-o sempre. (*3)
Historinhas (e exageros) à parte, impressiona-me as pessoas que, ao longo dos dias, semanas, meses e anos ouvem uma só emissora de rádio. Gente admirável. Fidelidade tamanha pode ser comparada a de escudeiros inarredáveis. Tomemos, por exemplos, as mais populares do Rio -- Globo, Tupi e Manchete. Que o ouvinte escolha uma delas como favorita. Dentro das disponibilidades – lá está ele sintonizado e, conforme o grau de dedicação, sabe quase tudo a respeito de programas, comunicadores. “Na Rádio Globo você fica bem informado!” “Na Rádio Tupi você fica muito bem informado!” (Manchete copia a Globo).
Os promocionais acima lembram o escritor canadense Marshall McLuhan, considerado o “Papa” da moderna comunicação, que ensinava: “A melhor maneira de conquistar o público é se dirigir a ele no singular”. Bem informados, de fato, são alguns profissionais do meio e classes privilegiadas que dispõem de recursos para ler jornais, revistas, livros, freqüentarem cinemas e teatros regularmente, ou até, visitarem os museus das cidades... O noticiário das rádios e das televisões no dia a dia – pela dinâmica dos veículos – é, normalmente, superficial. Na realidade, ficam mais ou menos informados, os que se limitam a essas mídias.
(*1) Criação de Affonso Soares na Tupi, existe há 50 anos. Apresentado por Coelho Lima, tem participações de Garcia Duarte e dos atores Cordélia Santos, Maurício Manfrini, Marcus Veras e Simone Molina.
(*2) Lançado na Globo em janeiro de 1985, o primeiro apresentador foi Eraldo Leite. Com o afastamento dele, que se transferiu para a Tupi em 1988 seguindo um grupo de dissidentes, Gilson Ricardo assumiu o posto.
(*3) Luiz de França mudou-se para a Manchete em maio de 2007. Fez carreira gloriosa na Globo, sua segunda rádio no Rio, até dezembro de 1998. Em fevereiro de 1999 voltava a Tupi, que seria o seu novo endereço.
--o-- O rádio é a sua praia? “Radiomania, um cronista de plantão” atende o seu interesse. Para receber o exemplar em casa, informe-nos pelo e-mail florylemond@bol.com.br seu endereço e CEP. Valor: 25 reais, SEDEX a cobrar.

sábado, 15 de janeiro de 2011

As trilhas sonoras da Montenegro

Nome de ponta entre os principais na lista de preferências do novelista Sílvio de Abreu, a atriz Fernanda Montenegro aproveitou uma folga nas gravações finais de “Passione” e prestou depoimentos na Rádio MEC FM. Foi no “Kinoscope”, programa apresentado às quintas-feiras, dez da noite que fala sobre trilhas sonoras de filmes, onde Fabiana Canosa entrevista uma celebridade. O primeiro da série com a dama do teatro aconteceu no dia 6 deste mês.
Estas as favoritas de Fernanda no programa da 98,9: “Douce France” (Charles Trenet); “O cangaceiro” (Tradicional); “Street scene” (Alfred Newman); “Último tango em Paris” (Gato Barbieri); “...E o vento levou” (Max Steiner); “Rastros de ódio” (Max Steiner); “O homem do braço de ouro” (Elmer Bernstein); “Era uma vez no oeste” (Ennio Moricone); “Lope” (Jorge Drexler); “Ben-Hur” (Miklos Rosza); e “O amor nos tempos do cólera” (Antonio Pinto).
Fernanda iniciou-se como locutora em 1945 na MEC AM – a pioneira no país. Em 1947 na Guanabara (Bandeirantes desde os anos 80), conheceu Chico Anísio, atuando com ele em peças de rádio-teatro. Chico se classificara em segundo lugar num concurso de locutores, de que Sílvio Santos foi o vencedor. O começo do humorista ocorreu no programa “Poemas da madrugada”, em que ele declamava poesias, intermediadas por músicas.
// Brasileiro naturalizado, Fábio Antônio é o novo chefe de jornalismo da Rádio Manchete, em que trabalhara em 2006 na volta da emissora ao “dial”, permanecendo pouco tempo. Passou pela Roquette Pinto, Mundial (cujo projeto de inovação fracassara) e Sucesso, ex-Carioca. Foi produtor do “Programa Haroldo de Andrade” com Wilson Silva e Márcio de Souza, na derradeira equipe do saudoso comunicador, que a Globo dispensara em 2002.
A escolha é sua
-/- “Show do Antônio Carlos”. Globo AM 1220/FM 89,3. De segunda a sábado, às 6h da manhã.
-/- “Show da manhã do Clóvis Monteiro”. Tupi AM 1280/FM 96,5. De segunda a sábado, às 6h.
-/- “Jornal da CBN, 1ª edição”, com Heródoto Barbeiro. CBN AM 860/FM 92,5. De segunda a sexta, às 6h.
-o- O rádio é a sua praia? “Radiomania, um cronista de plantão” atende o seu interesse. Para receber o exemplar em casa, informe-nos pelo e-mail florylemond@bol.com.br seu endereço e CEP. Valor: 25 reais, SEDEX a cobrar.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Uma enciclopédia empoeirada

Veteraníssimo homem de rádio, Osmar Frazão sabe tudo sobre música popular brasileira de mil novecentos e antigamente. É uma verdadeira enciclopédia amparada pelos inúmeros verbetes do cancioneiro do país. Nas manhãs de domingos (reprise às segundas-feiras, à noite), ele mantém na Rádio Nacional, o “Histórias do Frazão”. Ao contrário de colegas de sua época – Daysi Lúcidi e Ricardo Cravo Albin, por exemplos --, Frazão não se modernizou.
O seu comportamento na condução do programa é absurdamente linear. A cada música apresentada, faz as mesmas observações: “E, então, vocês gostaram da música tal, de beltrano e sicrano?” – indaga, arrematando: “Eu tenho absoluta certeza de que vocês gostaram!” Imagina você, leitor que nos acompanha, um programa tocando doze músicas em média e, nos intervalos dentro de uma hora, esse ramerrão martelando nos seus ouvidos...
A audiência, provavelmente, não deve ultrapassar o círculo de familiares e amigos, pouco atentos. E, dizer que o Frazão foi, durante certo período, diretor-superintendente da velha emissora. Algumas coisas mudaram na rádio depois do processo de revitalização inaugurado em julho de 2004. Mas, ainda existem por lá, empoeirados escaninhos. Explicam-se daí, as dificuldades encontradas pelo Marcos Gomes, o mais novo executivo.
// O rádio se renova com o passar dos anos. (Renovar é preciso). Nesse prisma tem gente qualificada atuando. Na própria Nacional, uma Dorina (“Ponto samba”) e um Geraldo do Norte (“No tabuleiro do Brasil”).
// Versátil, Maurício Bastos, da Globo, é dos bons valores da última geração. Eugênio Leal, do esporte na Tupi, de uma safra anterior, outro valor muito bom em suas múltiplas tarefas.
// Ouço falarem maravilhas do Rafael de França, comunicador da Manchete -- operador de áudio no começo da carreira. Não percebo nada de especial no moço , que vive imitando o avô famoso, de quem foi auxiliar.
// Rafael de França – um comunicador à procura de sua identidade -- e o Julinho Ti-ti-ti da mesma rádio são, (com licença do Washington Rodrigues, o Velho Apolo) “doses pra mamute”...
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