Total de visualizações de página

Confira a hora certa!

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Rádiomania, o Livro/27

ASCENSÃO E OSTRACISMO (C-4)
A sua irreverência se refletia nas letras de algumas dessas músicas, compostas especialmente para ele. Foram, por exemplos, “Há Sinceridade Nisso?”, de Manezinho Araújo, “Namoro no Portão”, de Luís Bittencourt, e “O que é Isto?”, de Abelardo (Chacrinha) Barbosa e Nestor de Holanda. Num dos carnavais de que participava, gravou “As Mal-Amadas”, de Luiz Antônio, que retratava as mulheres excessivamente sonhadoras, na iminência de ficarem ‘pra titias’.

As Mal-Amadas
São as grandes mulheres
Posso provar
Se tu quiseres
As Mal-Amadas (bis, bis...)

Carinho, amor e ternura
A mal-amada não conheceu
Mas tem confiança na jura
Daquele que o peito elegeu...

A dupla Haroldo Lobo-Milton de Oliveira escreveu para ele, num desses carnavais, “No Japão é Assim”, uma sátira à semelhança física entre as mulheres daquele país, também gravada por Jorge Veiga. Dizia:

No Japão é que é bom
Japonês não passa mal
Não há mulher bonita
Nem feia, é tudo igual
No Japão (bis, bis...)

Não há lourinha
Não há, não há, não há
Morena nem pretinha
Ou mulata sarará

Lá não se briga
Por causa de mulher
Quem perde a sua
Apanha a que quiser...

Em outro carnaval a dupla dava ainda, para o César gravar, “Coitado do Abdalla”, satirizando a peregrinação de vendedores-ambulantes de bugigangas:

Rala, rala, rala
Coitado do Abdalla
Rala, rala, rala (bis, bis...)

Sobe e desce morro
Carregando a sua mala
Chega o fim do mês
Ninguém paga o Abdalla...

Pra comprar fiado
Todo mundo quer comprar
Mas no fim do mês
Como é duro de cobrar...


E, tinha uma do Carvalinho – “Cossaco”. A primeira parte afirmava:

Se o cossaco, enche o saco
Que buraco, que buraco
Afinal é muito feio
Ter mais um cossaco cheio

Mas, irreverência não fora tudo na vida do artista. Ele reservara momentos para as músicas sérias, dois clássicos pelo menos: “Dorinha, Meu Amor”, de José Francisco de Freitas, criação de Mário Reis nos anos 30 e, também desse mesmo tempo, “Os Quindins de Yayá”, de Ary Barroso (gravou com Emilinha Borba), originalmente lançada por Carmem Miranda e Almirante.

Pelo programa do César desfilavam os grandes nomes da música popular, cartazes que disputavam o espaço, uma vez que o longo show dos vesperais dos sábados tinha o valor de um passaporte para a fama. Artistas formados em outras praças deixavam suas cidades para apresentações ali.

Isso acontecia com Luiz Bandeira (que saíra do Recife) e Luiz Cláudio (Belo Horizonte), um com nome feito na Rádio Jornal do Commercio, o outro com carreira luminosa na Inconfidência. Isaurinha Garcia, famosa em São Paulo, foi a primeira estrela da Paulicéia a se exibir no mesmo programa.

Até então, quem se destacava na ‘terra da garoa’ não tinha vez no Rio de Janeiro. Esther de Abreu, cantora portuguesa que nos anos 50 desembarcara na Cidade Maravilhosa para cumprir temporada no Copacabana Palace, resolvera fixar residência na Zona Sul do Rio, depois de muito sucesso naquelas audições comandadas pelo animador, que era proclamado o ‘Rei dos Auditórios’.

MEMÓRIA-2005
O “Novelas na Tarde”, que David Rangel lançara em maio na Globo, com Domício Costa, Aldenora Santos, Selma Lopes, Duda Spinoza e Vânia Rocha, não emplacara. Saía do ar na volta das férias do apresentador, no fim do ano.

Ainda naquela emissora, mas em julho, o “Enquanto a Bola não Rola” mudava de comando. Eraldo Leite substituía o Ronaldo Castro, que ficara entre os debatedores e, mais requisitado como terceira opção de comentarista.

A máxima do Chacrinha -- 'na TV e no rádio (...) tudo se copia’-- continuava persistindo. O “Encontro com a Notícia”, do Marcos Gomes, na Roquette Pinto, era reedição do “Encontro com a Imprensa”, do Sidney Rezende, na JB AM.

O jornalista Tárcio Santos também ingressava na Roquette, participando de um esportivo nos fins de tarde. Demitido da Nacional depois da revitalização, fora, entre outras coisas, editor do lendário “Repórter Esso”, fase derradeira.



Nenhum comentário:

Postar um comentário