REMINISCÊNCIAS
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Com o
afastamento de Adelzon Alves em 1993 e do Collid Filho em 2004, os programas intimistas da madrugada
ficaram zerados. O rádio nesse horário perdia o modelo de que o Collid era um pioneiro,
mantendo-se no ar por quase cinco décadas ininterruptas. Os veículos impressos,
hoje, ignoram a importância do rádio – lembrava o cronista Artur da Távola num
texto de homenagem ao radialista da Tupi. Apenas o Jornal do Commercio da mesma
empresa do Collid noticiara o seu
falecimento no tempo normal. No obituário de O Globo (matéria paga,
evidentemente), o assunto seria tratado dez dias depois.
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CHEIRANDO A TINTA
Cercada de muita expectativa, a Rádio Nacional do Rio foi
reinaugurada na sexta-feira 2 de julho de 2004. Da solenidade, com as presenças
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros José Dirceu, Gilberto
Gil, Luiz Gushiken e Dilma Roussef, participaram também os presidentes da
Radiobrás, Eugênio Bucci, e da Petrobrás, José Eduardo Dutra, a governadora Rosinha Matheus e vários
políticos. Artistas que fizeram a alegria dos ouvintes nos anos dourados
compareceram à festa. No restaurado auditório com capacidade para 150 lugares, houve um show comandado por Neise Marçal e Gracindo Júnior, que recordava o pai, Paulo Gracindo, um dos grandes nomes da
história do rádio e, principalmente, da Nacional.
DAVID, O VERSÁTIL
O novo contratado da Rádio Globo, David Rangel, estreava na
segunda-feira 13 de dezembro de 2004 no comando de Tarde Legal, de 3h às 5h, no
lugar do Mário Esteves. Integrante da
mais recente geração de valores, destacava-se como um versátil criador de
personagens em programas da Tupi. Em 2002, ele ganhava um espaço à noite, com o David dá Show. O programa passaria a ser atração das madrugadas de maio, e nove
meses depois, o comunicador recebia proposta para mudar de prefixo. A dispensa
do Mário Esteves, que se repetia, não era por uma questão de audiência, segundo
dois diretores presentes no estúdio do Tarde Legal, na quarta-feira, 8, daquele
mês.
MUSISHOW VOLTA
Decorridos seis meses da reinauguração da Nacional,
anunciava-se modificações na grade de programas, o que acontecia na
segunda-feira, 10 de janeiro de 2005. A principal novidade era a volta do
Musishow, do Cirilo Reis. Somando 25 anos de existência, o cartaz havia sido
arquivado ao fim das reformas pelas quais a emissora passava. Dono da maior
audiência na casa, Cirilo se transformava em personalidade onipresente. Seria
recordista em permanência no AM no Rio, começando em abril. Ele acumulava funções,
atuando, além da Nacional, como
noticiarista e apresentador das
noites e madrugadas na Rádio Tupi, fazendo um similar do Musishow, também aos sábados.
BANDNEWS CHEGA
Nos anos 70, quando houve a explosão do FM no Rio, a
Fluminense era uma das que mais prendia a atenção do público jovem. Três
décadas depois, com o nome de Bandeirantes, ela voltava a se destacar, primando
por um novo estilo no segmento – o jornalismo. Incorporada ao Grupo
Bandeirantes de Comunicação, resumidamente chamada de BandNews, começava a operar
em maio de 2005, parte de uma rede que também se dedicava ao filão. Foram os
primeiros âncoras a integrar sua equipe, Carlos Nascimento (Jornal da Band),
Ricardo Boechat (Jornal do Brasil) e Dora Kramer (O Estado de S. Paulo). A
iniciativa provocava grande rebuliço na CBN (AM), que dominava.
AMIGAS DA MARLENE
Com a entrada do Amigas Invisíveis a Globo promovia
alterações (novas) em sua programação. Idealizado por Marlene Mattos, o Amigas
Invisíveis abria um ciclo na emissora, tratando-se de uma produção
independente, e trazia de volta a comunicadora Ana Flores. Coparticipavam as
atrizes Luciana Fregolente e Dedina Bernadelli. A jornalista Bety Orsini,
responsável pelo consultório sentimental do programa anterior era mantida. A
nova atração estreava no dia 22 de agosto de 2005, levada ao ar de segunda a
sábado de 1h às 3h (da tarde), para 19 cidades. Marlene iniciara como
programadora musical da Roquette Pinto. Tinha mais propostas para a Globo, que se tornaram inviáveris.
TEMPOS DO DIGITAL
Um dia depois de completar 70 anos, a Rádio Tupi entrava
oficialmente na era digital, inaugurando seu novo transmissor. Os festejos
iniciados em janeiro, culminaram com uma edição especial do Show do Luiz de
França em 25 de setembro, aniversário da emissora. No show, valendo-se de
material de arquivo, o França rememorava os melhores momentos da rádio e, teve
dificuldade para encerrar o programa, por forte emoção. Relembrados pelo
apresentador: Calouros em Desfile; Incrível, Fantástico, Extraordinário; Rádio
sequência G-3; Caleidoscópio; Marmelândia, Falando de Cadeira e outros.
QUE CARA AQUELA?
A anunciada ida do Francisco Barbosa para a televisão (Rede
Record) não se confirmava. Ele permanecia no rádio. Em vez de Globo, MEC.
Passava a ocupar o horário de 11h ao meio-dia, com o Atualidades, de debates,
prosseguindo até às 14h, pilotando o Boa Tarde MEC, de variedades. (Tão
parecidos com algumas coisas, hein?) E, o sucessor do Barbosa na grade era nada
menos que Hilton Abi-Rihan, com Alô Rio. Dizia-se, na oportunidade, para
espanto de uns, que era aquela ‘a nova cara da Rádio MEC’.
MAIS QUE POPULAR
Cria da Manchete, onde atuou por aproximadamente 20 anos,
tornando-se o mais importante nome da Bloch Editores, Roberto Canazio ampliava
sua popularidade a partir de outubro de 2001, ao ingressar na Rádio
Tupi. No término de 2006, ele surpreendia o público e a classe de radialistas,
deixando para trás a marca de porta-voz
de Anthony e Rosinha Garotinho.
Rendia-se à uma proposta da Globo, na qual estreava em 1º de dezembro, véspera
do 62º aniversário da rádio. Família e solidariedade alavancavam os índices de
audiência do Canazio na Tupi. Impulsionava-o no seu novo
endereço a performance do Pe. Marcelo Rossi.
UMA TERCEIRA VIA
A rádio que pertencera à família Bloch lançava, sete meses depois do terceiro ressurgimento, o slogan ‘2007, o Ano da Manchete’. Em processo de falência, a emissora vivera duas etapas de arrendamento, até que caíra em poder do empresário Miguel Nasseh. A formação de sua equipe era de profissionais que, desempregados, foram trabalhar na Roquette ou na Tupi, sob as benesses dos governos estaduais. Nela, no dia 12 de março, o doublé de radialista {Garotinho-2} reiniciava suas atividades.
DE SONHO E VERÕES
Há exatos 15 anos completados no sábado último(7) era inaugurada no Rio a Rádio Haroldo de Andrade AM 1060, de um dos mais respeitados profissionais da história do veículo. Foi o grande sonho do idealista Haroldão, como os mais próximos o tratavam. Durou, todavia, um pouco além de dois verões. Fechava as portas quatro meses depois da morte dele, ocorrida em 1° de março de 2008.Trabalharam na rádio Áureo Ameno, Carlos Bianchini, Cidinha Campos, Mário Esteves, Maurício Menezes, Hélio Júnior, Sidney Marinho, Ivo Meirelles, Wilson Silva, Wilson de Andrade e Haroldo Júnior, entre outros.
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OndasAtuais.Com
Um reparo na postagem anterior (Especial), nota sobre A Turma
do Rádio. Luiz Santoro não deixou o programa. Dizemos isso a propósito de erros
na edição de sábado (7). A-Coelho Lima
falando do respeito às leis de trânsito aqui e no exterior, item faixas. B-
Nicolas Baccarin levantando questão sobre o que doí no bolso, multas.
Os blocos foram repetidos, incluindo a música Dinheiro é
Vendaval, com Paulinho da Viola. Não invalidam a excelência do programa, dos
melhores do momento. Oportuna a presença do ótimo Cadu Freitas, embora não
possamos compará-lo ao Amaury Santos, um dos mais acreditados profissionais do
veículo. Pena que tenha saído.
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