REMINISCÊNCIAS
(Parte II, 1)
As experiências iniciais foram através de duas unidades
trazidas dos Estados Unidos, uma pela Westinghouse, instalada no Corcovado,
outra pela Western Electric, montada na Praia Vermelha, para as solenidades do
centenário. O presidente Epitácio Pessoa lá estivera, sendo o primeiro
governante a ocupar o microfone de uma estação de radiotelefonia.
O IDEAL DE ROQUETTE
Entre os presentes estava o professor Edgard Roquette Pinto.
Maravilhado com tudo que assistira, ele fundaria em 20 de abril de 1923 a Rádio
Sociedade do Rio de Janeiro – Rádio Ministério de Educação e Cultura, MEC, a
partir de 1936.
Homem de muita visão e, sobretudo idealista, Roquette Pinto
(físico, antropólogo e com outras formações) fora o primeiro a colocar uma
ópera no ar – O Rigoleto, de Verdi. No dia 4 de julho, alguns meses depois de
inaugurar a estação. Nessa linha de pioneirismo, ele fora responsável pela
transmissão de pronunciamentos de sábios e intelectuais que visitavam o Brasil,
entre os quais Albert Einstein e Alfred
Agaché.
Antes dos ensaios do Centenário da República, que reunira uma
multidão de curiosos num recinto acanhado, onde o som estridente era a tônica,
pouca gente se interessara. Em 1893, entretanto, o padre gaúcho Roberto Landel
de Moura, um inventor nato, assustava os paroquianos com suas experiências. Ele
estudara na Escola Politécnica do Rio de Janeiro e se formara em ciências
físicas e químicas em Roma.
Landel de Moura representou para o rádio o mesmo que Alberto
Santos Dumont para a aviação brasileira. Terminaram seus dias sem o
reconhecimento que mereciam.
UMA VIDA PELA ARTE
Paulo Tapajós, que dedicara a maior parte de sua vida ao
rádio, onde começara na juventude, morreu no final de dezembro de 1990, aos 77
anos de idade. Segundo um depoimento dele à Jornal do Brasil, o rádio era muito
precário nos primórdios. Em seu conceito, o veículo surgia para valer em
outubro de 1923, graças ao trabalho dos irmãos Moreira, do Recife. Locutor era
chamado de speaker e, no fim dos programas fazia a relação nominal das firmas
que contribuíam com a sociedade, sistema em que as emissoras operavam.
O rádio funcionava todos os dias da semana, exceção dos
domingos, contava certa vez Henrique Fóreis, o Almirante, também entrevistado
pela JB. A Rádio Sociedade e a Clube do Brasil se alternavam, uma transmitindo
às segundas, quartas e sextas, a outra às terças, quintas e sábados. Enquanto
alguns historiadores atribuem à Sociedade do Rio a primazia, outros entendem
que que essa iniciativa ficou por conta da Clube de Recife. A segunda estação
do país fora a Clube do Brasil, e a terceira a Pelotense, no Rio Grande do Sul.
A REVOLUÇÃO NO AR
Em 1931 era inaugurada a Rádio Record de São Paulo, fundada
por Paulo Machado de Carvalho. No ano seguinte, em 9 de julho, estourava a
Revolução Constitucionalista. A Record se posicionava na vanguarda dos
acontecimentos políticos, destacando-se os locutores César Ladeira, Nicolau
Tuma e Renato Macedo. O slogan da rádio passaria a ser ‘A voz de São Paulo’, o
de César, ‘A voz da Revolução’.
No começo dos anos 30, quando o governo Getúlio Vargas
legalizaria o processo de comercialização no veículo, o primeiro programa do
gênero aparecia na Rádio Mayrink Veiga. O apresentador era Valdo de Abreu, de
manhã à noite.
ERA OUTRA A MÍDIA
Depois viria o Programa Casé, na Rádio Phillips, que estreava
em 1932. Ademar Casé, o produtor daquelas audições (os apresentadores variavam,
entre eles Alziro Zarur e Paulo Roberto), inspirara-se na BBC de Londres. Ele era vendedor da
Phillips, que mantinha uma gravadora e fabricava equipamentos elétricos. Sem o
saber, Casé já praticava naquele tempo o que muitos anos mais tarde a mídia
definiria como lobby.
Foi no Programa Casé
que Almirante, ‘a maior patente do rádio’, se revelou. Os reclames – nomes
dados aos comerciais – eram em forma de versinhos. Entre os produtores do
gênero, estavam Henrique Pongetti, Luiz Peixoto a Antônio Nássara, cabendo a este a criação dos primeiros textos cantados – os
jingles.
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Ondulantes.Com
/o Leiloca Neves é a nova astróloga do Show do Antônio Carlos
na Super Rádio Tupi. Substitui Zora Yonara falecida em dezembro. Ex-integrante
do grupo musical As Frenéticas, já exerceu o ofício no meio. Participava do Boa
Tarde, Globo do Alexandre Ferreira na emissora da Glória alguns anos antes da Operação
Desmonte, que resultou na dispensa de muitos, os próprios AF e AC incluídos. O
SGR contratara campeoníssimos em visualizações nas redes sociais, mas não
alcançou o que esperava.
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