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sábado, 16 de janeiro de 2021

Nas Ondas do Rádio

REMINISCÊNCIAS (Parte II, 2)

Deve-se a Almirante as modificações no rádio. Com o seu Curiosidades Musicais ele inovava em 1938 na Rádio Nacional, dando forma aos programas montados. Esse tipo de programa reunia cantores, orquestras, atores e, naturalmente um narrador no comando das ações. São Paulo e Rio de Janeiro produziam estilos diferentes e eram os maiores centros de radiodifusão. A Nacional dominava nos anos 40 e suas ondas só não chegavam à Pauliceia por causa da Serra da Mantiqueira, entre os dois estados. Essa soberania, porém, pertencera à Mayrink Veiga por alguns anos antes. César Ladeira pontificava como o nome mais importante, em função do prestígio que obtivera com a Revolução Constitucionalista de São Paulo.

Durante o governo Getúlio Vargas, em 1940, todas as empresas do grupo A Noite seriam encampadas. Nomeado superintendente da Nacional, Gilberto de Andrade desfrutava de enorme conceito, fazia uma administração muito aberta. Contratava os maiores profissionais e dotava o rádio das melhores condições, pois conhecia bem o pessoal e sabia o que o governo queria. Edmo do Vale, chefe do Departamento de Contra Regras da emissora por longo tempo, fora   testemunha dessa história. Segundo ele, o rádio-teatro sob a direção de Vítor Costa chegou a ter 120 profissionais e o departamento que lhe dava  sustentação, estúdio  próprio.

 

AS RADIONOVELAS

A Rádio Nacional era um clássico em radionovelas no Rio, e na terra dos bandeirantes a Rádio São Paulo. No dizer de Mário Brasini, novelista na fase áurea da emissora, impossível traçar um perfil do veículo sem se falar no gênero. A década de 30 representaria um marco decisivo no rádio. Ele cresceria com a publicidade paga, permitindo a formação de quadros. Começaria, então, a surgir os profissionais. A Nacional, que revolucionaria todos os conceitos do veículo, foi inaugurada em setembro de 1936, emitindo seu sinal, oficialmente, às 9 horas da noite do dia 12. Foram seus fundadores Aurélio de Andrade, Oduvaldo  Cozzi e Celso Guimarães, que  se reuniam numa sala do 4º andar do edifício da Praça Mauá 7, onde cuidavam dos preparativos. Celso seria o responsável pela estrutura de programação.

Nove dias antes entrava no ar a Inconfidência de Belo Horizonte, emissora   criada para atender à Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, que tinha como titular Israel Pinheiro, mais tarde eleito governador do estado. O objetivo da rádio era orientar o homem do campo e, para tanto, contratou-se o agrônomo João Anatólio Lima, dono de um programa específico, inicialmente com meia hora, depois com uma de duração. A Hora do Fazendeiro foi o primeiro programa a divulgar músicas sertanejas no Brasil.

 

UNINDO AS FORÇAS

Empresa jornalísticas visualizaram no rádio a maneira de unificar suas forças. O caso dos Diários Associados com a Tupi, A Noite com a Nacional, e Jornal do Brasil com a emissora homônima. Do patrimônio de A Noite participavam Noite Ilustrada, Vamos Ler, e A Carioca, entre outras revistas. Em 1940 o rádio já era um grande veículo de comunicação. Com a encampação da Nacional pelo governo aumentaram os recursos financeiros, técnicos e de material humano.

‘A Nacional era ouvida em todo o Brasil por uma massa enorme de público’, revelaria Paulo Tapajós, diretor e produtor musical da emissora por muitos anos. ‘Isso aguçava o interesse dos anunciantes, que formavam fila à espera de uma vaga na programação. Aos poucos foram suprimidos os quartos de hora, onde se focalizava um determinado artista e, criou-se os programas de talentos, de inteligência’.

 

ALÉM DO HORIZONTE

Em 1942 a Rádio Nacional ganharia novo estúdio com palco e plateia. E também passaria a operar em onda curta com antena dirigida para a Europa, revelaria ainda Paulo Tapajós. Numa determinada época, segundo ele, a Nacional era considerada a quinta emissora do hemisfério, competindo com a BBC (Inglaterra), NBC (Estados Unidos), Europa 1 (França) e RAI (Itália).

‘É fundamental se reconhecer o impacto da onda curta (...) Através dela o rádio mostrava o que o Brasil tinha a oferecer, dentro de uma política de integração’. A observação é de Sônia Virgínia Moreira, então professora de jornalismo da UERJ, que durante algum tempo trabalhou na RJB e publicou vários livros sobre o tema.

 

MAIOR RENOVAÇÃO

Almirante, Radamés Gnatalli e José Mauro formavam o tripé de maior renovação da Nacional. A eles se juntariam Haroldo Barbosa e Paulo Tapajós, segundo o especialista e estudioso da história da emissora, Luiz Carlos Saroldi, acrescentando: ‘Chegava o tempo da radionovela, com Em Busca da Felicidade, e também o jornalismo se projetava com o modelo do Repórter Esso’’.

Num depoimento ao Especial da RJB em outubro de 1997, Radamés Gnatalli dissera que só fazia Um Milhão de Melodias, programa de lançamentos, para o qual escrevia arranjos e orquestrações. Os maestros Lírio Panicalli e Léo Perachi, seus companheiros na emissora, também desfrutavam de funções privilegiadas. Panicalli tratava dos programas românticos, Perachi dos sinfônicos. Festivais GE era feito com a única finalidade de atender a esse último caso.

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Ondulantes.Com

Ana Paula, a Portuguesa com dupla missão na Super Tupi. Além de atuações no ‘Clóvis Monteiro’, aparecendo no antecedente ‘Antônio Carlos’, falando dos últimos bochichos das celebridades. /o Carlos Andreazza, que participava há pouco mais de um ano da BandNews Rio, muda de prefixo agora no início de 2021. Vai ancorar um horário na CBN, familiar para ele, pois, já integrava o quadro de colunistas de O Globo.  /o  Alex Oliveira é, no transcorrer deste mês, o responsável pela Redação Paradiso, das 6h às 9h, na SulAmérica Seguro Paradiso FM. Sérgio Gianotti, de férias, retorna em fevereiro.

   

 

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