Nas Ondas do Rádio
REMINISCÊNCIAS (Parte II, 2)
Durante o governo Getúlio Vargas, em 1940, todas as empresas
do grupo A Noite seriam encampadas. Nomeado superintendente da Nacional,
Gilberto de Andrade desfrutava de enorme conceito, fazia uma administração
muito aberta. Contratava os maiores profissionais e dotava o rádio das melhores
condições, pois conhecia bem o pessoal e sabia o que o governo queria. Edmo do
Vale, chefe do Departamento de Contra Regras da emissora por longo tempo,
fora testemunha dessa história. Segundo
ele, o rádio-teatro sob a direção de Vítor Costa chegou a ter 120 profissionais
e o departamento que lhe dava sustentação,
estúdio próprio.
AS RADIONOVELAS
A Rádio Nacional era um clássico em radionovelas no Rio, e na
terra dos bandeirantes a Rádio São Paulo. No dizer de Mário Brasini, novelista
na fase áurea da emissora, impossível traçar um perfil do veículo sem se falar
no gênero. A década de 30 representaria um marco decisivo no rádio. Ele
cresceria com a publicidade paga, permitindo a formação de quadros. Começaria,
então, a surgir os profissionais. A Nacional, que revolucionaria todos os conceitos
do veículo, foi inaugurada em setembro de 1936, emitindo seu sinal,
oficialmente, às 9 horas da noite do dia 12. Foram seus fundadores Aurélio de
Andrade, Oduvaldo Cozzi e Celso
Guimarães, que se reuniam numa sala do
4º andar do edifício da Praça Mauá 7, onde cuidavam dos preparativos. Celso
seria o responsável pela estrutura de programação.
Nove dias antes entrava no ar a Inconfidência de Belo
Horizonte, emissora criada para atender à Secretaria de
Agricultura de Minas Gerais, que tinha como titular Israel Pinheiro, mais tarde
eleito governador do estado. O objetivo da rádio era orientar o homem do campo
e, para tanto, contratou-se o agrônomo João Anatólio Lima, dono de um programa
específico, inicialmente com meia hora, depois com uma de duração. A Hora do
Fazendeiro foi o primeiro programa a divulgar músicas sertanejas no Brasil.
UNINDO AS FORÇAS
Empresa jornalísticas visualizaram no rádio a maneira de
unificar suas forças. O caso dos Diários Associados com a Tupi, A Noite com a
Nacional, e Jornal do Brasil com a emissora homônima. Do patrimônio de A Noite
participavam Noite Ilustrada, Vamos Ler, e A Carioca, entre outras revistas. Em
1940 o rádio já era um grande veículo de comunicação. Com a encampação da
Nacional pelo governo aumentaram os recursos financeiros, técnicos e de
material humano.
‘A Nacional era ouvida em todo o Brasil por uma massa enorme
de público’, revelaria Paulo Tapajós, diretor e produtor musical da emissora
por muitos anos. ‘Isso aguçava o interesse dos anunciantes, que formavam fila à
espera de uma vaga na programação. Aos poucos foram suprimidos os quartos de
hora, onde se focalizava um determinado artista e, criou-se os programas de
talentos, de inteligência’.
ALÉM DO HORIZONTE
Em 1942 a Rádio Nacional ganharia novo estúdio com palco e
plateia. E também passaria a operar em onda curta com antena dirigida para a
Europa, revelaria ainda Paulo Tapajós. Numa determinada época, segundo ele, a
Nacional era considerada a quinta emissora do hemisfério, competindo com a BBC
(Inglaterra), NBC (Estados Unidos), Europa 1 (França) e RAI (Itália).
‘É fundamental se reconhecer o impacto da onda curta (...)
Através dela o rádio mostrava o que o Brasil tinha a oferecer, dentro de uma
política de integração’. A observação é de Sônia Virgínia Moreira, então
professora de jornalismo da UERJ, que durante algum tempo trabalhou na RJB e
publicou vários livros sobre o tema.
MAIOR RENOVAÇÃO
Almirante, Radamés Gnatalli e José Mauro formavam o tripé de
maior renovação da Nacional. A eles se juntariam Haroldo Barbosa e Paulo
Tapajós, segundo o especialista e estudioso da história da emissora, Luiz
Carlos Saroldi, acrescentando: ‘Chegava o tempo da radionovela, com Em Busca da
Felicidade, e também o jornalismo se projetava com o modelo do Repórter Esso’’.
Num depoimento ao Especial da RJB em outubro de 1997, Radamés
Gnatalli dissera que só fazia Um Milhão de Melodias, programa de lançamentos,
para o qual escrevia arranjos e orquestrações. Os maestros Lírio Panicalli e
Léo Perachi, seus companheiros na emissora, também desfrutavam de funções
privilegiadas. Panicalli tratava dos programas românticos, Perachi dos
sinfônicos. Festivais GE era feito com a única finalidade de atender a esse
último caso.
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Ondulantes.Com
Ana Paula, a Portuguesa com dupla missão na Super Tupi. Além
de atuações no ‘Clóvis Monteiro’, aparecendo no antecedente ‘Antônio Carlos’,
falando dos últimos bochichos das celebridades. /o Carlos Andreazza, que
participava há pouco mais de um ano da BandNews Rio, muda de prefixo agora no
início de 2021. Vai ancorar um horário na CBN, familiar para ele, pois, já
integrava o quadro de colunistas de O Globo.
/o Alex Oliveira é, no
transcorrer deste mês, o responsável pela Redação Paradiso, das 6h às 9h, na SulAmérica
Seguro Paradiso FM. Sérgio Gianotti, de férias, retorna em fevereiro.
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