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domingo, 26 de maio de 2013

Esse nosso amor antigo

80) Era carioca do bairro de São Cristóvão o homem que se tornaria um dos mais famosos sambistas do país. Na vida de anonimato,.José Bispo Clementino dos Santos (1913/2008), investigador de polícia em Niterói. Na vida artística, Jamelão, um expoente da Mangueira, Estação Primeira.
81) À essa figura, original cantor de músicas do “meio de ano”, o “Botequim da Globo”, com Loureiro Neto, dedicou a edição de quinta-feira, 16. Jamelão aniversariava no dia 12, data que marcou este mês, o seu centenário de nascimento.Numa carreira pontilhada de sucessos, ele era presença obrigatória nos musicais da Tupi, ao som das orquestras dos maestros Cipó, Carioca e, principalmente Severino Araújo, da Tabajara, com quem participou de diversas gravações.
82) Loureiro centralizou o especial numa entrevista com Neguinho da Beija-Flor, discípulo do sambista, que lançava um novo disco, utilizando os recursos da internet. Entre as personalidades do ramo que prestaram depoimentos ao programa, o jornalista e escritor Sérgio Cabral, e Nelson Sargento, legendário compositor.
83) Ainda jovem e desconhecido, Jamelão mostrava suas habilidades no tamborim. Passaria depois para o cavaquinho, quando começava suas experiências de cantor nas rádios e boates. A exemplo de muitos artistas de sua época, ele integrou o elenco da Nacional, o maior cast que se formara em toda a história do veículo.

84) Também este mês registra-se o centenário de nascimento de outro cantor de sucesso no rádio – Ciro Monteiro (1913/1973). Descoberto por Sílvio Caldas (“O seresteiro do Brasil”), ele foi levado para a Rádio Phillips, onde substituiu, no “Programa Casé”, Luiz Barbosa, que se acompanhava usando um chapéu de palha como percussão.
85) No carnaval de 1936 Ciro gravaria seu primeiro disco, ainda atuando naquela emissora. Depois, na Mayrink, seria colega de Francisco Alves e Carmem Miranda tendo, inclusive, gravado em dupla com a “Pequena notável”.
86) Além do centenário, em comum aos cantores, duas músicas entre os principais sucessos, obras de Lupicínio Rodrigues e Ary Barroso. Do Ciro, “Se acaso você chegasse e “Os quindins de Yayá”. De Jamelão, “Ela disse-me, assim” e “Folha morta”, respectivamente daqueles autores.
87) Ciro,“Formigão” nos bastidores, era sobrinho do pianista Romualdo Peixoto, que nasceu e viveu em Niterói. “Nonô”, como o tratavam nas rodas boêmias, pertencia a uma família de artistas, também tio de Araken e Moacir, irmãos do Cauby Peixoto, criados na “Cidade sorriso”.

88) Natural de Belém do Pará, Collid Filho (1930/2004) trabalhou na Rádio Tupi durante toda a sua carreira. Ficaria conhecido como “ o dono da noite”. Dos quase 50 anos em que esteve na emissora dos Diários associados, nada menos que 44 foram no horário da madrugada.
89) Antes de ganhar um programa próprio – o “Collid discos”, lançado como vespertino – ele foi apresentador, em etapas distintas, do “Grande jornal falado Tupi” e “Rádio sequência G-3”. Também comandou, por anos sucessivos, as coberturas de carnaval.
90) Paralelamente ao seu programa diário, ele apresentava, nos domingos à noite, o “Salão grená”, um desfile de tangos, boleros e poesia. Collid declamava obras de autores diversos, e outras de sua lavra – algumas, versos de composições musicais.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Os 25 do Clóvis Monteiro

Um dos melhores comunicadores do Rio, Clóvis Monteiro está celebrando este mês 25 anos de Rádio Tupi, 17 deles com o “Show da manhã”. Sua atuação na rádio se desenvolveu em duas etapas, a primeira em horário vespertino. Antes do “Show da manhã” (de 6h às 9h), estivera dois anos na Globo fazendo o “Parada popular” (de 3h às 6h) de segunda a sexta, e “A grande parada “, aos sábados. Substituíra o Sílvio Samper, mais tarde seu colega na emissora.
No tempo precedente ao seu ingresso na Tupi, onde começou como locutor de notícias, ele foi apresentador da Rádio Capital, posteriormente arrendada por uma seita religiosa.Também estavam naquele prefixo na ocasião,o Cirilo Reis – já integrando os quadros da Nacional, e o Silvio Samper – que depois se transferira para a Globo. Clóvis já tem 35 anos de carreira, iniciada em Alegrete, RS. Conterrâneo do saudoso João Saldanha, igualmente torcedor do Botafogo.
O programa que comanda sofreu, durante sua existência, diversas modificações. Nos últimos três anos, dedica a primeira hora às notícias do trânsito,com a interatividade dos ouvintes, participando de “viva voz”. A mesa de analistas, que reúne Maurício Menezes e Jorge Nunes, teve numa fase, quatro componentes. São destaques Washington Rodrigues, com “Geraldinos & arquibaldos”, Glória Britto (“Horóscopo positivo”) e o humorista Mauricio Manfrini.



SEM EFEITO
Há um ano a Globo trocava o José Carlos Araújo por Luiz Penido. Passava a direcionar seus programas esportivos para os clubes do Rio, com o lema “a rádio da torcida carioca”. A Tupi já seguia essa linha, aproveitando a brecha que a concorrente abrira ao mirar o mercado nacional. Com isso, uma hegemonia de 40 anos se perdeu. Para o desespero de alguns executivos. As alterações feitas em 2012 ainda não deram os frutos que os novos cardeais esperavam.
Na “outra”, a indiscutível liderança do Penido era regional. Ele não a repete na Globo, superado pelo J. Santiago, que então, só ficava com as sobras. Conclui-se que, não era “o mais querido” quem garantia a audiência da rival. Hoje, a soma de ouvintes das emissoras do Rio que cobrem futebol não alcança a conquistada pela Tupi, segundo o Ibope.No confronto, o time da Saúde continua em vantagem sobre o da Glória. Motivo de regozijo para os contratados de lá.

LINHA DIRETA
/o/ O “Programa Haroldo de Andrade” com Jimmy Raw na Tupi distribuiu, no Dia das Mães, kit-churrasco para os ouvintes.
/o/ Uma réplica evidente ao “Jogo das famílias” do David Rangel na Globo, que oferece almoço para os seus participantes.
/o/ A Tupi tem ‘pés de barro’ – disse um leitor. Segundo ele,a Globo perde em horários diversos por bobeira de sua direção.
/o/ Reversão do quadro vai depender, com certeza, dos novos ocupantes dos cargos. Saberiam eles,onde derrotar a adversária?

S I N T O N I A
“Tarde Nacional”, com Hilton Abi-Rihan e Gláucia Araújo. Nacional 1130 AM – de 16h às 19h, de segunda a sexta. /o/ “Bossa moderna”, com Tárik de Souza. MEC 800 AM – de 22h às 23h, às terças-feiras.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Rio, capital do futebol

Comentarista esportivo em tempos remotos, Benjamim Wright costumava dizer que “o futebol é uma caixinha de surpresas”. Tal afirmativa nos dias atuais não teria o menor sentido em se tratando de Campeonato Carioca, pelo que se observa no modelo ultimamente adotado. Apesar disso, a cobertura das rádios aumentou. A lista das que transmitem os jogos no Rio e arredores foi engrossada este ano pela Transamérica, Bradesco e Mania.
Já prestavam o serviço (em AM/FM), a Tupi, Globo e CBN e, na freqüência padrão, Brasil, Manchete, Nacional, Fluminense (Niterói),Tropical Solimões (Nova Iguaçu) e RDC-Rádio Duque de Caxias. O proclamado anúncio de que o campeonato “é o mais charmoso”, não passa de puro marketing. Um contraste às criticas dirigidas aos cartolas por suas administrações ruins, calendários mal elaborados e, inclusive,a carência de craques.
Paixão de nove em cada grupo de dez apreciadores, o futebol não perde sua magia. Ela impulsiona uma parcela do público e vozes dominantes, convencidas de que todo gol “é um golaço”, qualquer que seja a qualidade dos jogos. Por diversos fatores, no entanto, os estádios ficam mais vazios ao passar dos anos. A televisão afasta o torcedor, mas banca os clubes do Rio, (seriamente endividados). Uma garantia para a sobrevivência deles.

ELA,SOBERANA
A bola, muito mais que o campo, está presente nos títulos de programas de rádio – seja na capital ou cidades interioranas, onde os holofotes não alcançam o futebol. De “No mundo da bola”, na velha Nacional, a “Comendo a bola”, o mais recente na Bradesco, ela reina soberana, absoluta. A bola é onipresente (pudera)! Os jogadores correm atrás dela (ou com ela), que “ilustra” vinhetas de aberturas e de intervalos, bordões e chamadas.
Diuturnamente se ouve um “Bate bola”, um “Show de bola”, “Rolando a bola”, “A bola não para”, “Enquanto a bola não rola”, “Bola em jogo”, “Bola na rede”, “Pisada na bola” e, ainda, “Pop bola” e “Papo de bola”. Diante da enxurrada, só ironizando uma passagem: “A bola está com a Globo”. (Também está com as outras, ora bolas!) Em matéria de programas, a TV não registra coisa parecida. Essa forma obsessiva dos nomes.

LINHA DIRETA
/o/ “Campeonato é que nem viaduto. Num dia se está por cima, no outro se está por baixo”. Definição do Marcus Vinícius, o “Mr Bean”, na Tupi referindo-se a Rafael Marques, autor do gol que deu ao Botafogo o título da Taça Rio.
/o/ Ex-jogador, agora técnico, Marcão foi entrevistado por Diego Magalhães da Rádio Brasil sobre a partida decisiva do campeonato. Disse que “o estadual tem sido de alto nível”. Não viu, certamente, os jogos da Liga dos Campeões.
/o/ O locutor Ricardo Moreira -- "Tigrão" para os mais próximos --, acaba de fechar com a Tupi, sua grande chance no rádio. Ano passado ele ingressara na Transamérica, depois de atuar nas chamadas emissoras alternativas.

S I N T O N I A
“Show do Apolinho”, com Washington Rodrigues. Tupi 1280 AM/96,5 FM – de segunda a sexta, às 17h. /o/ “Globo esportivo”, com Luiz Penido. Globo 1220 AM/89,5 FM – de segunda a sexta, às 17h.