Total de visualizações de página

Confira a hora certa!

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Rádiomania, o Livro/30

AS FASES DO HAROLDO (D-2)
Durante muito tempo as chamadas promocionais da Globo afirmavam que Haroldo de Andrade era o ‘número 1 do rádio brasileiro’. O comunicador, um autêntico líder de audiência, posição sustentada por nada menos que 35 anos – 42 dos quais a serviço da emissora – batera de frente com os executivos da empresa, a partir do momento em que se opusera ao projeto “Globo Brasil”.

E, porque Haroldo não aceitava essa ideia, cuja finalidade era transmitir programas em rede nacional, a rádio não renovaria o seu contrato, encerrado em julho de 2002. No último programa dele na Globo, sexta-feira 12 daquele mês, não lhe permitiram sequer, o direito de se despedir dos seus ouvintes.

Na segunda, 17, os diretores da emissora tentavam reparar a frieza do gesto, --o xeque-mate no profissional, avisado do seu afastamento por telegrama. Prestavam uma homenagem a Haroldo no “Manhã da Globo”, com novo ocupante no horário, o apresentador Loureiro Neto. O “Bom Dia”, da atração extinta, dava espaço a uma mensagem lida por Elói De Carlo, com o Concerto n° 1 de Tchaikovsky em fundo. Entre outras coisas, dizia que ‘a história da rádio se confunde com a do radialista, nascido para ser um comunicador de sucesso’.

O diretor regional Marcos Libreti justificava: “A emissora decidiu encerrar o programa do Haroldo de Andrade que tinha um público de 400 mil ouvintes por minuto, por estar reformulando sua programação. O objetivo, disse ele, é ter um conteúdo de caráter nacional, enquanto o antigo era de cunho local. Com a reformulação a rádio espera ampliar seu público e mais anunciantes.”

Notícia ruim para o Rio – rebatia no dia seguinte o cronista Artur da Távola, um profissional do ramo e estudioso do assunto, emendando: "Perda gravíssima para a qualidade do veículo e a perda de mais uma oportunidade de termos um rádio ao mesmo tempo popular e cidadão”. As razões de Haroldo, por não concordar com o projeto “Globo Brasil”, tem argumentos convincentes – frisava da Távola.

Em primeiro plano, considerava que o rádio AM falado, local, ou regional, necessita estar em íntima conexão com a comunidade onde atua. Há, características especificamente cariocas e fluminenses que não serão atendidas num modelo nacional, que inclua São Paulo e outros estados. Compreendendo-se que tal mercado é mais forte, o rádio não é TV – acentuava o cronista.

Haroldo de Andrade assegurava na ocasião: “Se o rádio se tornar nacional acabará por esmagar as emissoras do interior e, principalmente, as pequenas, reduzindo cada vez mais o mercado de trabalho para locutores, noticiaristas, comunicadores, técnicos. A afirmativa dele tinha como fundamento a invasão das evangélicas, que restringia o campo de atuação dos radialistas verdadeiros.

MEMÓRIA-2006
A Bandeirantes AM, no Rio, trocava o prédio (antigo) da Rua Alcindo Guanabara, na Cinelândia, por modernas instalações na Rua Álvaro Ramos, em Botafogo. Juntava-se a outras do grupo paulista, Bandnews FM e canal de televisão.

O jornalista Luiz Antônio Bap, do “Boca Livre”, dez anos na Band, com horário alugado, deixava a emissora. Mudava-se para a Tropical Solimões, de Nova Iguaçu (estúdios no centro do Rio), estreando em 1° de junho, uma 5ª feira.

Ficava em poder de Jaguar, o recorde negativo de permanência de um programa em emissoras cariocas. Ele estreava (também no 1° de junho), de 11h às 13h, no lugar do Bap. Na semana seguinte,porém, seu programa era retirado da grade.

Márcia Peltier ganhava um cartaz dominical na Tupi, das 7h às 9h das manhãs. O lançamento ocorria no dia 11 de junho. Jornalista e apresentadora de TV, vinha mantendo coluna diária no Jornal do Commercio, depois de passagem pelo JB.


quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Ouvindo as ondas

DE MUDANÇAS NOS MINUTOS
Das emissoras do Rio dedicadas exclusivamente a notícias nossa referência recai, há alguns anos, na Bandnews – onde pontificam o Ricardo Boechat, Mário Dias Ferreira, Carla Brigato. Valioso na CBN, o beneplácito do pioneirismo.

O ‘em vinte minutos tudo pode mudar’, da Bandnews é, sem qualquer dúvida, uma sacada criativa, inteligente. (Lembra frase atribuída a um mito do rádio esportivo que, em diversos momentos repetia: ‘A vida muda de minuto a minuto’.)

Ora, pois pois – como dizia saudosa amiga, dona de um restaurante em Niterói. É isso. Baseado naquela assertiva (da Bandnews, claro) reservamos vinte minutos triplicados, para analisarmos o que apresentam Mania, O Dia e a Fanática.

Na quarta (20), entre 13h50 e 14h55, nos entregamos a essa tarefa. O playlist musical delas é parecido, com o predomínio do pagodinho (também chamado de samba romântico), visceralmente o oposto do cultuado samba de raiz.

Não faltam na seleção, o funk e o sertanejo universitário. O primeiro, no entender de agentes culturais interessados, uma manifestação marcadamente popular, isto é, ‘a música do povo’. O outro, não menos, com diferentes defensores.

GIRO DOS PONTEIROS...
o. Bordões, bem feitos ou não, ‘grudam’ na mente de quem sintoniza uma rádio. Naquele período, a Mania rodou três músicas, intermediadas por comerciais para a distribuição de ingressos de shows e brindes para festejos natalinos.

o. A equipe de promoções estava postada numa rua de Madureira. No estúdio, Jairo Roberto, com passagens por FMs melhores abonadas. Refrão de um samba tocado na playlist: “Não quero nem saber/Quero amar você...” (Quanta poesia!)

PONTEIROS II...
o. Na O Dia, o horário era de um comunicador com simplória denominação... Orelinha. Ele recebia um cantor (e compositor) com nome de um pássaro – Tiê. Saudação do locutor ao apresentar o moço: “Você tem composições incríveis”.

o. Criado em São João de Meriti, na Baixada, segundo o próprio, o jovem revelou que deve à mãe, a adoção do nome artístico, pelo fato de viver sempre cantando. Ela o apelidou. Nos intervalos da entrevista, tocadas duas produções dele.

PONTEIROS III
o. Mais jovem estação carioca, Fanática foi inaugurada em junho do ano passado. Sediada em São Gonçalo, tem estúdios na Barra da Tijuca. “Amanhã já é verão. Faltam cinco dias para o Natal” -- advertia André Ricardo, o apresentador.

o. Rodou três pagodinhos e um funk e, ao anunciar o prefixo afirmou sem o menor constrangimento, caprichando na entonação que, ‘a Fanática é a melhor rádio do planeta’ (ops!) Não é à toa, certamente, que utiliza o bordão “Louca por Você”.

COMPANHIA DOS INSONES
Um dos ex-globais que aterrissaram na Tupi este ano, Alexandre Ferreira faz a madrugada, de meia-noite às 2h. Dá nome ao horário, que pertenceu por mais de uma década, ao Fernando Sérgio, dispensado no começo da temporada.

Dentre as atrações do programa -- o n° 1 da grade-- segundo as chamadas, estão “A Música de Sua Vida” e “Passarela do Amor”. Contam, apesar do avançado da hora, com muita interatividade, seguidores insones, naturais fãs do radialista.

A sexóloga Sandra Batista, figura onipresente em programas da rádio, participa desse cartaz. Na terça (19), ao iniciar a audição, Alexandre disse que a presença dela ocorreria no final, ‘quando as crianças estiverem dormindo’. Um brincalhão.

O quadro em que o ouvinte escolhe músicas de suas melhores lembranças, existe aos montes nas populares, de grande ou pequeno investimento. Unir pessoas que vivem solitárias, a função do outro. Collid Filho, antecessor, era mestre no tema.
_______
HORAFINAL.COM
Levantamento do penúltimo trimestre do ano (julho/agosto/setembro) sobre as FMs indica O Dia na 2ª posição em audiência no Rio, Mania na 7ª, sendo a 9ª colocada a novata Fanática, na frente da Bandnews, 10a. Fonte:Site Tudo Rádio.




sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Rádiomania, o Livro/29

AS FASES DO HAROLDO (D-1)
Perto de começar os anos 70, surgia a grande chance de um paranaense de Curitiba impulsionar uma carreira no rádio do Rio de Janeiro. Haroldo de Andrade ficaria conhecido em todo o país, consolidando seu nome entre os mais importantes do veículo. Depois de uma experiência na Rádio Nacional, Haroldo alcançara sucesso na modesta Mauá, onde lançara, ao entardecer, o “Musifone – Sua Preferência Musical Pelo Telefone”. Dali para a Globo, não demorou. Fez, em parceria com Roberto Muniz, de 5h às 9h, o “Alvorada Carioca”.

O maior cartaz da época era o “Programa Luiz de Carvalho”, uma espécie de coqueluche na Rádio Globo. ‘Saúde, paz e amor’, o slogan do radialista, fazia eco em todos os lares, admirado (e cultuado) por uma enorme legião de ouvintes. Luiz de Carvalho (*), um dos fundadores da Globo, viveu na emissora os seus melhores dias – uma fase de glórias. Ao lado de Luiz Mendes e Daysi Lúcidi, animara inicialmente, o “Chá das Três”, memorável show de variedades. Luiz de Carvalho dominaria as manhãs da emissora por muitos anos.

Mas, resolvera deixar o prefixo. Segundo depoimento do Hélio Thys numa série sobre o rádio no Brasil veiculada pela TV Educativa, Luiz trocara a Globo pela Tupi por causa de uma irrisória vantagem salarial. Com a saída dele, Haroldo de Andrade passou a ocupar o espaço, para quem Thys criaria o “Bom Dia”, crônica de costumes, na qual o apresentador nortearia o seu conceito.

Muito tempo depois, Luiz e Haroldo, companheiros na rádio dos Marinho, voltariam a se encontrar num mesmo prefixo. Isso acontecera na Bandeirantes, originalmente Guanabara. Era 1982, e aquela rádio se transformaria num suposto eldorado, escorada no slogan de estar 'um passo à frente da comunicação’. Com isso, acabara atraindo profissionais consagrados para as suas fileiras. Paulo Lopes, que estava na Tupi, e Carlos Bianchini, na Globo,foram pra lá.

Em poucos meses, debandada geral e, todos retornaram a seus endereços anteriores. O som da Bandeirantes era ruim, os equipamentos prometidos não chegavam, e nem sequer de viaturas decentes necessárias para os serviços externos a emissora dispunha. Mesmo assim, Luiz de Carvalho ficou, sendo o único dos famosos que não reagira.Depois que saíra da Tupi, envolvido num caso rumoroso, passaria pela Clube do Brasil, Imprensa FM e Federal, de Niterói.

Haroldo de Andrade retomara seu lugar na Globo, robustecido pelo alerta que lhe fizera o compenetrado Hélio Thys, de que a transferência para a outra emissora mais lhe parecia uma aventura. Thys havia sido convidado para também mudar-se para a Bandeirantes, o que educadamente recusara. Nos quatro meses em que Haroldo estivera fora, Roberto Figueiredo assumira o tradicional horário.

(*) Luiz de Carvalho morreu de pneumonia, no ostracismo, dia 9 de junho de 2008, com 89 anos.Aposentado, até 2004 ainda permanecera em atividades.

MEMÓRIA-2006
Âncora do principal noticioso da Nacional, a partir de sua revitalização, a jornalista Neise Marçal se desligava da emissora em janeiro. E o músico Henrique Cazes, apresentador novato parava com um programa de choro nos fins de semana.

Adriana França e Rui Fernando, com mais de vinte anos de casa, lideravam a lista de cortes no SGR no começo do ano. Também saíam os locutores Ulisses Costa e Osvaldo Maciel e o repórter Márcio Spípolo, do esporte em SP.

Em março, “Planeta Rei” com Beto Brito passava a ser uma raridade musical na Globo. Ocupava o horário de meia-noite às 2h, de segunda a sábado, antecedendo o “Madrugada Globo Brasil”, pilotado pelo Francisco Carioca.

Seis meses depois de inaugurada, s Rádio Haroldo de Andrade registrava a primeira dissidência -- Ivo Meirelles, sambista e compositor, que fazia um programa à tarde. A rádio ganhava, porém, um produtor de peso, Roulien Silva.





quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Ouvindo as ondas

MINISTRO: ATRASADOS ATÉ DIA 20
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deu entrevista ao Antônio Carlos da Rádio Tupi nesta quarta-feira (13). Assegurou que até o próximo dia 20, os funcionários estaduais do Rio estarão recebendo os salários devidos.

A entrevista, por telefone, ocorreu no quadro “Vamos Acordar”. Sobre a necessidade de se fazer a reforma da Previdência, mencionou o caso da Grécia, na Europa, que foi obrigada a cortar os vencimentos da aposentadoria.

“Conseguimos tirar o Brasil da maior recessão da sua história”, afirmou, acentuando: “O Brasil já voltou a crescer”. Indagado pelo radialista se sairá mesmo candidato a presidente, revelou que vai decidir em março, ou em abril.

DEVAGAR, NA COLA
Muita marola em maré rasa. Foi assim que ‘vimos’ a estreia de Isabele Benito na Tupi, na segunda-feira (11). Num programa com duração de uma hora as informações e o ‘divertimento’ perderam disparado para os comerciais.

o. Foram nada menos que dezesseis, sem contar as duas entradas do “Sentinelas Aéreo” (patrocinado), com a repórter Marina Heizer. Pelo que se observa, a Tupi entra, como não quer nada, na onda em que ‘surfa’ a sua antiga concorrente.

o. Isabele declarou na abertura que ‘minha marca é a verdade, jornalismo na veia’ e, que começara no rádio há 17 anos, em São Paulo. Dos quadros que anunciara, o de mais apelo (“Dedo na Cara”) é coisa tipicamente para a televisão.

o. Depois dos agradecimentos aos diretores que a contrataram, ela saudou o filho, e recebeu cumprimentos da mãe e do marido. De acordo com a música de uma vinheta (‘O rádio família é coisa nossa...’), mais família impossível.

o. Nada contra, de nossa parte, que emissora popular requisite uma profissional com o mesmo viés – polêmica, inclusive. Isabele, todavia, é bem limitada locutora, engessada em expressões batidas, como aquela ‘daqui a pouquinho".

o. Voltemos, por ora, à tese recorrente. Da cabeça de juízes, diretores de rádio e bumbuns de nenéns, só se pode esperar surpresas. Seria, além de coerente e muito prático, a direção da Tupi duplicar o horário do Francisco Barbosa.

REVIVENDO CLARA
Iniciada em 22 de novembro, encerrou nesta quarta a série de entrevistas com a cantora Clara Nunes (1942-1983) à antiga Rádio Jornal do Brasil, reproduzida no “Rádio Faz História”, etapa do “Todas as Vozes”, do Marcus Aurélio, na MEC.

A montagem reúne trechos do “Noturno” e “Especial JB”, apresentados por Simon Khoury, Ney Hamilton e Luiz Carlos Saroldi na extinta emissora. Trabalho do goiano Paulo Francisco, colecionador de áudios e colaborador do Marcus.

Descoberta pelo radialista Adelzon Alves, Clara, uma intérprete de boleros nexicanos vertidos para o português, virou sambista. Ao exaltar a Portela num carnaval, se tornaria estrela da agremiação e, particularmente, da MPB.
_________
HORAFINAL.COM
Num Maracanã lotado o Flamengo ficou na vice-liderança da Copa Sul-Americana ao empatar em 1 a 1 com o Independiente da Argentina, embora tivesse jogado melhor. Resultado frustrante para a torcida, segundo afirmou Bruno Azevedo.

HORAFINAL DOIS
O comentarista da Transamérica frisou que o time repetiu os erros de outras competições – a Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão. Assinalou, ainda, que Éverton, aposta de Rueda, decepcionou, não acertando uma jogada.



sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Rádiomania, o Livro/28

ASCENÇÃO E OSTRACISMO (C-5)
Era tanta a repercussão do programa, que conseguia atrair nomes internacionais em visita ao Brasil.Ives Montand, Josephine Baker, Gregório Barrios, Lucho Gatica, Pedro Vargas e Trio Los Panchos, entre outros. Mito, lenda, fenômeno. Os adjetivos não faltavam para as pessoas definirem as qualidades do radialista. Seu poder de comunicação contagiava e, ao comemorar dez anos do programa, em 1955, reuniria cerca de 25 mil espectadores no Ginásio do Maracanãzinho.

Fora também pioneiro nesse tipo de promoção. Seguiram-se numerosos shows em estádios de futebol em diversos pontos do país. A crise institucional que resultaria na Revolução de Março de 1964 deixaria César de Alencar numa posição insustentável. O destino colocava à sua frente uma escada reversiva, diferente da que o havia conduzido pelos degraus do sucesso. Dos dias gloriosos vividos, ele iniciava (sem volta aparente) um mergulho no ostracismo.

Emissora controlada pelo governo federal, a Nacional sofreria intervenção dos militares e o animador seria acusado de ‘dedurar’ colegas como integrantes da esquerda festiva. Segundo o jornalista Borelli Filho, “os caçadores de comunistas” davam uma taça de ouro a quem denunciasse “os comedores de criancinhas”. Houve uma “caça às bruxas” e os punidos jamais perdoariam o César, embora nenhuma prova real fosse apresentada no decorrer das investigações.

Borelli, que dirigiu a “Revista do Rádio” nos anos dourados revelaria, em artigo no jornal “Última Hora “, dias depois da morte dele:
— Pessoalmente, acho que tem uma imensa dose de folclore nessa história. César poderia ser diretor da emissora, pelo muito que fazia por lá. E, se nomeado, certamente iria realizar coisas fabulosas, porque era competente e possuía as melhores condições para manter a PRE-8 na fase áurea de Vítor Costa. Houve, por certo, um jogo político e ele acabou herdando as sobras.

Enquanto baixava a poeira pela suspeita do seu envolvimento com os militares, César se afastou do rádio. Nesse intervalo fez uma viagem ao exterior, e em 1970 lançava-se na televisão. Trabalhou na Excelsior, que trocaria pela Rio, apresentava-se simultaneamente na Record, em São Paulo e na Itapoã, em Salvador. Reapareceria no rádio em 1975, através da modesta Federal, de Niterói, do sanfoneiro e compositor Antenógenes Silva. Ali, daria dimensão a um dos quadrinhos que classificava de inter-programas – “As Virgens do César”.

O passo seguinte seria em 1976 na Rádio Tupi, onde assinaria um contrato relâmpago -- um programa semanal de apenas uma hora. E, chegou o dia em que retornaria ao prefixo tradicional, em 1978. Fazia o programa do estúdio nas manhãs de sábado, no esquema ‘vitrolão’, que tanto condenava. Mudaria para o domingo, quando criaria a “Turma da Comunicação”, cuja finalidade era estabelecer um elo entre antigos ouvintes, que se reuniam em festas de confraternização (casamentos, aniversários, batizados, trocas de informações por telefone.) O “Domingolão” ia das 8h da manhã a 1h da tarde.Terminaria em 1986.

Ele voltaria para os sábados, depois de uma breve ausência, por enfermidade. (Desta vez, o programa era gravado na véspera.) Em 1985 tivera enfisema pulmonar, mais tarde crise de gastroenterite e, nos últimos anos sofria de osteoporose, que o obrigava a consumir remédios caríssimos, importados da Suíça.Criaria o “Rádio Céu”, materializado por Márcio de Souza, um dos produtores que atuaria com ele na fase crítica. O “Rádio Céu”, editado periodicamente, só apresentava gravações de artistas falecidos. O outro produtor nessa etapa foi o jornalista Jonas Vieira, que se tornaria biógrafo do animador.

Entre mudanças distintas, César de Alencar ainda seria assistente de direção do Sistema Radiobrás e, por fim, promovido a gerente de programação da Nacional FM, que ele transformaria num reduto de boa música brasileira. A venda da concessão para a iniciativa particular em 1988(que passaria a chamar-se RPC) o deixaria bastante magoado,segundo os que privavam de sua companhia.

MEMÓRIA-2005
O multimídia Nelson Motta (jornalista, compositor, produtor e escritor) estreava em outubro na Paradiso FM. “Sintonia Fina”, programa que ele apresentava semanalmente na Globo FM (foi para a Sky), passou a diário na nova casa.

Cinco anos afastado do rádio depois de desligar-se da El Shadai, Alberto Brizola retornava através da Roquette Pinto FM. Comandava o “Programa da Tarde”, a partir da uma hora, ocorrendo o registro da novidade também em outubro.

E, ainda naquele mês, a Tupi modificava a sua grade aos domingos. Esticava os horários do Garcia Duarte e do Heleno Rotai – aquele das 4 às 8h, este das 8 ao meio-dia, dando folga ao Pedro Augusto e ao Luiz de França (1946-2017).




quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Ouvindo as ondas

O MELHOR DE CADA UM
Elogio em boca própria é vitupério, segundo os mais vividos. Você quer saber? Está no Caldas Aulete, Larousse, Aurélio e outros. Na 102,9 proclamam diariamente ser a “Rádio Mania, a melhor do Brasil”, insinuante afirmativa.

Só se for para o público da classe D, consumidor das canções que fazem parte do repertório de um Pique Novo, ImaginaSamba, Thiaguinho e congêneres. Convencer é uma das finalidades do marketing, no caso, do ‘efeito-camarão’.

A malandragem no linguajar do sambista é sinônimo de vivacidade. Na história recente, uma página cantada por Zeca Pagodinho dá o alerta: "Camarão que dorme, a onda leva". Os marqueteiros aproveitam as brechas do discernimento.

BEM POPULAR
Há seis meses (e depois de três décadas) Antônio Carlos voltava às suas origens, a Tupi. A tiracolo, Aldenora Santos, que formara dupla com Carlos Hamilton na primeira versão do programa e, além dela, fiéis colaboradores dos últimos anos.

Campello (o ouvidor), Zora (astróloga), Juçara (colunista de celebridades), Karla (destaques do dia) e, ainda, Mário Aguiar, sonoplasta, todos ‘oriundis’ da Glória. Conforme expressão de um narrador esportivo, ‘tem que respeitar’ o vigor do AC.

A pontuação no Ibope ‘segura’ o venerando. Por isso mesmo, ele repete nas manhãs que "vamos fazer um excelente programa de rádio”. Um dos trunfos, distribuir ‘vale no valor’ de 200 reais do supermercado G para as contempladas.

Manter um programa diário por tanto tempo em cartaz representa, inegavelmente, uma heróica façanha. O feito se torna mais impactante, pelo sucesso que AC desfruta junto ao público, que não ‘tá’ nem aí’ pela inexistência de renovação.

DESIGUALDADE
Na Transamérica-Rio,emissora dedicada à música pop, há espaço (pequeno, diga-se) para o esporte. A equipe, atualmente na ‘conta do chá’, reúne jovens profissionais de reconhecidas qualidades, uma geração de batalhadores.

Um quarteto – locutor, comentarista, repórter e plantonista – integra o grupo. Idealizado pela matriz em São Paulo, o bordão apregoa: “Transamérica, a melhor do futebol”. Pela estrutura da paulista, se justifica. Na do Rio, é som de piada.

Quando os bravos subalternos do Eder Luiz utilizam-se das palavras-chaves que o mestre determina, nem os adolescentes na sintonia, acreditam. Entre a vibração de um gol ou lance emocionante, a pergunta:“Enganando a quem, cara pálida?”

A RODA, A VIDA
o. No impedimento do Garotinho 2, a Tupi ampliou em 30 minutos o programa do Clóvis Monteiro, agora das 8h às 10h. Luiz Felipe de Mello, produtor do radialista-político (sob custódia da Justiça) é o novo integrante da bancada do Clóvis.

o. Durou de 10 ao dia 24 último a greve dos funcionários da EBC. Reclamavam do congelamento dos salários e da ameaça de perder benefícios. No período, programas ao vivo utilizaram o Plano B, gravados. Os demais, piloto automático.

o. Com a lembrança de um clássico de Chico Buarque, em background, ilustramos as notas acima. “Roda vida, roda gigante/Roda moinho, roda pião/A vida virou num instante/Na roda do meu coração”. Mundo gira, a fila anda.

_______
HORAFINAL.COM
Isabela Benito, do SBT, será a partir de segunda-feira (11), apresentadora da Tupi. Vai ocupar o horário do provisório “Super Manhã’, das 10h às 11h. Anunciada pelo Cristiano Santos, que a classificou como “presente de Natal”.

HORAFINAL DOIS
A Mania FM comemorou aniversário no domingo (3). Duplamente festejado. No Espaço Cultural Porto da Pedra, em São Gonçalo, e na Estação Primeira de Mangueira, Rio. Artistas populares presentes. Informes do site Tudo Rádio.

HORAFINAL TRÊS
E, a gloriosa emissora da Rua do Russel, hein? Na pré-mudança de endereço ‘esqueceu’ de uma tradicional comemoração. O 73° aniversário passou em ‘brancas nuvens’. Culpada foi a crise. Data quebrada não tem mais sentido.