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quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Rádiomania, o Livro/30

AS FASES DO HAROLDO (D-2)
Durante muito tempo as chamadas promocionais da Globo afirmavam que Haroldo de Andrade era o ‘número 1 do rádio brasileiro’. O comunicador, um autêntico líder de audiência, posição sustentada por nada menos que 35 anos – 42 dos quais a serviço da emissora – batera de frente com os executivos da empresa, a partir do momento em que se opusera ao projeto “Globo Brasil”.

E, porque Haroldo não aceitava essa ideia, cuja finalidade era transmitir programas em rede nacional, a rádio não renovaria o seu contrato, encerrado em julho de 2002. No último programa dele na Globo, sexta-feira 12 daquele mês, não lhe permitiram sequer, o direito de se despedir dos seus ouvintes.

Na segunda, 17, os diretores da emissora tentavam reparar a frieza do gesto, --o xeque-mate no profissional, avisado do seu afastamento por telegrama. Prestavam uma homenagem a Haroldo no “Manhã da Globo”, com novo ocupante no horário, o apresentador Loureiro Neto. O “Bom Dia”, da atração extinta, dava espaço a uma mensagem lida por Elói De Carlo, com o Concerto n° 1 de Tchaikovsky em fundo. Entre outras coisas, dizia que ‘a história da rádio se confunde com a do radialista, nascido para ser um comunicador de sucesso’.

O diretor regional Marcos Libreti justificava: “A emissora decidiu encerrar o programa do Haroldo de Andrade que tinha um público de 400 mil ouvintes por minuto, por estar reformulando sua programação. O objetivo, disse ele, é ter um conteúdo de caráter nacional, enquanto o antigo era de cunho local. Com a reformulação a rádio espera ampliar seu público e mais anunciantes.”

Notícia ruim para o Rio – rebatia no dia seguinte o cronista Artur da Távola, um profissional do ramo e estudioso do assunto, emendando: "Perda gravíssima para a qualidade do veículo e a perda de mais uma oportunidade de termos um rádio ao mesmo tempo popular e cidadão”. As razões de Haroldo, por não concordar com o projeto “Globo Brasil”, tem argumentos convincentes – frisava da Távola.

Em primeiro plano, considerava que o rádio AM falado, local, ou regional, necessita estar em íntima conexão com a comunidade onde atua. Há, características especificamente cariocas e fluminenses que não serão atendidas num modelo nacional, que inclua São Paulo e outros estados. Compreendendo-se que tal mercado é mais forte, o rádio não é TV – acentuava o cronista.

Haroldo de Andrade assegurava na ocasião: “Se o rádio se tornar nacional acabará por esmagar as emissoras do interior e, principalmente, as pequenas, reduzindo cada vez mais o mercado de trabalho para locutores, noticiaristas, comunicadores, técnicos. A afirmativa dele tinha como fundamento a invasão das evangélicas, que restringia o campo de atuação dos radialistas verdadeiros.

MEMÓRIA-2006
A Bandeirantes AM, no Rio, trocava o prédio (antigo) da Rua Alcindo Guanabara, na Cinelândia, por modernas instalações na Rua Álvaro Ramos, em Botafogo. Juntava-se a outras do grupo paulista, Bandnews FM e canal de televisão.

O jornalista Luiz Antônio Bap, do “Boca Livre”, dez anos na Band, com horário alugado, deixava a emissora. Mudava-se para a Tropical Solimões, de Nova Iguaçu (estúdios no centro do Rio), estreando em 1° de junho, uma 5ª feira.

Ficava em poder de Jaguar, o recorde negativo de permanência de um programa em emissoras cariocas. Ele estreava (também no 1° de junho), de 11h às 13h, no lugar do Bap. Na semana seguinte,porém, seu programa era retirado da grade.

Márcia Peltier ganhava um cartaz dominical na Tupi, das 7h às 9h das manhãs. O lançamento ocorria no dia 11 de junho. Jornalista e apresentadora de TV, vinha mantendo coluna diária no Jornal do Commercio, depois de passagem pelo JB.


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