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quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Direto das Ondas

APOLINHO XX E OS EX-GLOBAIS
WASHINGTON Rodrigues, apresentador e comentarista esportivo, celebra agora em fevereiro, 20 anos na Super Rádio Tupi, emissora em que trabalhara na década de 70, quando antecedera Collid Filho, na madrugada.

Apolinho teve passagens pela Globo e Nacional. Iniciou-se no rádio em 1962 na antiga Guanabara como auxiliar de Dolar Tanus, e rápida experiência na extinta Continental, onde conheceu Hilton Abi-Rihan, de quem se tornaria parceiro.

Após a segunda temporada na estação dos Marinho (atuou também duas vezes na Rádio Nacional), é que o Velho Apolo mudou-se para a Super Tupi. O programa feito naquele endereço mistura coisas do esporte e variedades.

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MARCUS Vinícius – Recrutado pelo veterano profissional, foi encarregado da feitura do Show do Apolinho, da nova grade da emissora. Coube a ele a criação do ‘Robetão -- Robô-ET-Anão’. Mister Bean produzira o Show da Madrugada para Washington e Abi-Rihan, na Globo, entre 1993 e 1995.

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HELENO Rotai -- Um dos fundadores da Eldopop, embrião que resultaria no surgimento da FM 98, foi dos primeiros do SGR a migrar para a outrora líder dos Associados. A sua transferência se deu em maio de 1998. Ele comandava na ocasião, o Alô, alô Rio, das 9h às 13h, um recordista em audiência.

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FRANCISCO Barbosa -- Depois de quinze anos seguidos na rádio dos Marinho recebera bilhete azul. Ao trocar um matinal programa por um vespertino, perdia para o Romeiro de Aparecida. Aterrissou na Tupi em outubro de 2006, passando a apresentar o Super Debates, que era das 9h ao meio-dia.

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JOSÉ CARLOS Araújo – No rádio desde a juventude, somou 42 anos na Globo. Fez plantões na Eldorado e na matriz, sendo o 4° narrador no grupo do Waldir Amaral. Liderança, conquistou na Rádio Nacional em 1977. Em 2012, o desafio Bradesco, e logo a Transamérica. ‘Ponte’ para a Tupi, em 2015.

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GILSON Ricardo -- Em Petrópolis, sua terra natal, foi titular de um programa diário na Difusora, pelas manhãs. Paralelamente se dedicava às transmissões esportivas, descoberto por Waldir narrando um jogo de futsal. Custou a acreditar que o telefonema convidando-o a mudar-se pro Rio, não era trote.

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GÉRSON Canhotinha – Ao ‘pendurar as chuteiras’ no futebol, o ‘canhotinha de ouro’ virou comentarista, por ordem e graça de Doalcei Camargo. Era o terceira revelação do inesquecível narrador -- os outros foram Telê Santana e Raul Plasman. Da Tupi passou para a Globo, firme na fidelidade ao Garotinho.

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ALEXANDRE Ferreira – Estagiário na Tupi nos anos 60. Plantonista de esportes na Rádio Nacional.Formou, posteriormente, na equipe da Federal, em Niterói, e marchou com ela que se tornara Manchete. Através da FM 98 ganhava espaço no SGR com atuações regulamentares em horas do amanhecer.

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ANTÔNIO Carlos – (Re)estreava na Tupi no mesmo dia em que o Alexandre fazia sua primeira aparição. Na emissora dos Associados começara o programa a que empresta o nome e, depois de trinta anos, acompanhado de fiéis colaboradores, exatamente há um mês do seu desligamento da Rua do Russel.

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ALDENORA Santos – Produtora (e diretora do programa, a mais antiga colaboradora), criou a personagem Pudica, que transmite conselhos de caráter popular ao público. São as chamadas ‘simpatias’, que servem para resolver os mais inusitados problemas. ‘Fazer com fé, dá pé’, assegura ela no bordão.

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JUÇARA Carioca -- Repórter com passagens pela Tupi, Globo e Manchete (fez Patrulha e Cidade Contra o Crime), apareceu na Receita do Dia, do AC. Substituíra o João Vita, um dos ‘Amarelinhos’. Incursionou pelo colunismo de celebridade e, já teve horários próprios nas duas principais emissoras.

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KARLA de Lucas – Produtora n° 2 do Antônio Carlos, as experiências iniciais foram de auxiliar do Haroldo Júnior, na Globo, em Um Novo Dia, entre os anos de 1989 e 1991. Responde pelas chamadas notícias de utilidade pública, ou prestação de serviços. Uma autoridade no cuidado de animais domésticos.

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RICARDO Campello – Antes do AC, com quem está pela segunda vez, produziu os programas de Cidinha Campos na Tupi (e numa referência popular de rádio no Rio) a Manchete. É – pouca gente sabe – especialista em músicas do Roberto Carlos (e Erasmo). Lembra-se delas, mais que a dupla de artistas.

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ZORA Yonara – Batizada Creusa Gramacho Carosella e nascida em Vitória, Espírito Santo, começou como atriz na rádio local. Adotou o nome artístico por orientação de Mário Luiz, diretor da Globo falecido em 2009. Já se apresentou na TV e, em 2018, completou nada menos que 60 anos de carreira.

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MAURÍCIO Menezes – Houve tempo em que circulava na Globo uma dupla com esse nome. O de que falamos ficou sendo ‘Maurição’, o outro, ‘Danadinho’. Depois de 28 anos no SGR,uma estadia na Haroldo de Andrade AM, foram sete anos na Tupi. Executivo em sua volta às origens, acabou demitido.

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MARCO Antônio de Jesus – Trabalha como repórter de polícia desde o início da década de 80. Também foi incluído no ‘pacote de abril’ do SGR em 2016. Mais um ‘oriundi’ a migrar para a emissora hoje sediada no bairro imperial de São Cristóvão. Seu ingresso na casa ocorreu no segundo semestre do ano passado.

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R a r e f e i t a s
/o ‘Caía a tarde feito viaduto/E um bêbado trajando luto, me lembrou Carlitos/A lua, tal qual a dona de um bordel/Pedia a cada estrela fria, um brilho de aluguel...’

/o Com as modificações na segunda da EBC no Rio, caiu o Fim de Tarde, que Felipe Rangel apresentava. No lugar, Sidnei Pereira comanda o Antena MEC.

/o Também com denominação igual, era um programa na Manchete 760, com o Rafael de França. Desativada mais uma vez, desta, em 2 de novembro de 2015.










quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Direto das Ondas

LUGAR-COMUM DE CADA DIA
Falar bem a linguagem do seu país não é favor. Poderia ser, talvez, uma obrigação, fosse melhor o nível cultural do Brasil, e os formadores de opinião nos veículos da mídia eletrônica, interessados em contribuir.

Mas, não custa nada praticar. Enquanto não avançarmos nesse propósito, ficamos a ‘digerir’ o que as ondas hertzianas despejam. (Bem-feito pra nós por gostarmos da ‘latinha’ que se leva de um para outro lado.)

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DE MANEIRA(S)
No rádio, lugar-comum tem a sua vez assegurada. Os apreciadores ouvem com freqüência, de qualquer maneira. Por uma questão de hábito, ou mania.

(Repórter) – O motorista baleado em assalto na Avenida Brasil, morreu. Chegou a ser socorrido, mas não resistiu.

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NO AGUARDO
(Apresentador 1) – De maneira que, depois do acontecido, só nos resta aguardar as providências a serem tomadas pelas autoridades.

(Apresentador 2) – O ouvinte pediu e vamos ‘ouvir’ essa linda canção do ‘Rei’ Roberto Carlos. “Detalhes”, dele e do seu amigo Erasmo, marcou a vida do casal que nos mandou emocionante emeil

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SÓ COMPLICA
Repórteres que cobrem trânsito, um assunto de alto interesse, não se cansam de pronunciar a palavra ‘complicado’. Até parece que na ‘estrada’ do idioma não existem os atalhos, as variantes.

‘Confuso’, ‘enrolado’, ‘arrastado’, entre outros, estão disponíveis para evitar as ‘amarras’. Setoristas esportivos ‘navegam na mesma água’. Parafraseando Pessoa: “Melhorar é preciso”.

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CARIMBO, OU?...
Não é raro ‘toparmos’ no dia a dia do rádio nosso, com determinados apresentadores que, terminada a intervenção de um repórter, fazem o inevitável agradecimento. E, mandam aquela surrada: “Falou, Sicrano de Tal... Obrigado pelas informações...”

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SEMPRE DIFÍCIL
(Comentarista 1) – Não tenha dúvida, meu caro e prezado amigo. O Botafogo e Flamengo deste fim de semana vai ser ‘um jogo difícil’.

(Comentarista 2) – É verdade. Tem todos os ‘ingredientes’ para agradar a grande torcida que certamente vai ao Nilton Santos.

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‘COM CARINHO’
(Locutor) -- Falta na grande área do Resende. É perigo à vista. Os jogadores se aglomeram. O juiz pede que eles se afastem.

(Repórter) – Vai bater Gabigol. ‘Ajeita com carinho’. Atenção!...

(Locutor) -- Ele toma distância. Caminha para a bola... Chutou, na traaaave, à direita! Como é que perde uma chance dessas.


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QUEM NÃO SABE...
Nenhum profissional que se preze Ignora que a norma do jornalismo é utilizar palavras simples que facilitam a comunicação.
Seja no veículo impresso ou eletrônico. No rádio, é claro, simplicidade conta (e muito), como os itens exatidão e clareza.

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‘Ô CARA –, ‘EU VI’
Para encerrar as elocubrações dessa gratuita cantilena (desculpe-nos a má palavra ali) – a maior ‘pérola’ que ainda ouvimos no rádio atual é narrador (renomado) de futebol dizer, a plenos pulmões, num estádio repleto: “Eu vi essa bola lá dentro, ô cara”.

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R a r e f e i t a s
/o O que há em comum entre o Luiz Ribeiro, Marcelo Barreto e Mário Márcio? São titulares de programas à noite, a partir das 19h, com a flexibilização de A Voz do Brasil.

/o As atrações, respectivamente, o Radar Tupi, Globo Esportivo e Sem Escalas – variedades para atender às diferentes preferências dos aficionados desse veículo.
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/o O Painel da Manhã, na Roquette (94,1), antes conduzido por Jorge Ramos, ganhou a parceria de Lúcia Araújo, repórter de entretenimento. Apresentação das 6h às 10h.

/o Tárik de Souza, jornalista e crítico, veterano contratado da MEC AM, com novo horário na antiga estação. O seu Bossa Moderna é agora das 8h às 9h aos sábados.

/o A Aliança FM (98,7) evangélica de São Gonçalo apregoa: “Jesus, em 1° lugar”. Direção do bispo João Batista e pastora Simone Silva. Entre os louvores, a comunidade.


quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Rádiomania, o Livro/63

PATRIMÔNIO SALVO
Com a reinauguração de seus estúdios, palco-auditório e departamento de rádio-teatro, o patrimônio da Nacional do Rio estava salvo. A cerimônia, que marcara o início da revitalização, aconteceu em julho de 2004, na sexta-feira (2), com as presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros mais próximos, políticos e artistas.

Nas obras de revitalização da emissora foram investidos dois e meio milhões de reais (R$ 2,5 mil), utilizados na compra de equipamentos de última geração e transmissores de 50 Kw (kilowats). A situação precária em que se encontrava a tradicional rádio, deixara alarmado o jornalista Eugênio Bucci em sua primeira visita à casa, logo depois de nomeado para assumir a superintendência.

No restaurado auditório, com capacidade para 150 lugares, houve um show comandado por Gracindo Júnior, que lembrara a figura do pai, Paulo Gracindo, um dos grandes nomes da história da Nacional. Ele destacara seu início na rádio, aos 14 anos, discorreu sobre a democracia restabelecida no país, e lamentou os ‘anos de chumbo’, quando 36 funcionários (lista da qual fazia parte com o ‘velho’), foram demitidos.

Do show, participaram entre outros, Carmélia Alves, Carmem Costa, Adelaide Chiozzo, Cauby Peixoto, Marlene, Emilinha Borba, Jamelão e Helen de Lima. Na abertura, comandada por Lucinha Lins, reviveu-se o prefixo oficial da rádio, “Luar do Sertão”, de Catulo de Paula, e trechos de programas famosos. Marco Antônio Monteiro e Neise Marçal entrevistaram os convidados. Luiz Carlos Saroldi exaltava a iniciativa, assegurando tratar-se ‘um reestímulo à radiodifusão no país’.

A gerente de jornalismo Márcia Giffoni, uma das primeiras a falar, dissera que o compromisso da Radiobrás era devolver ao público um rádio sério, promovendo o resgate do patrimônio histórico. Exercer, sobretudo, um jornalismo democrático, aberto a todas as tendências, afirmava. Durante os últimos dez anos ela atuava na BBC de Londres.

Em maio de 2002, funcionários saíram às ruas em protesto, abraçando simbolicamente o lendário Edifício A Noite, prédio da Praça Mauá. O grupo temia que, devido ao lastimável estado da rádio, ela deixaria de existir, transformando-se em mera repetidora de Brasília. Daysi Lúcidi, antiga funcionária da empresa, que liderara o movimento, fora punida, ficando dez dias sem apresentar o seu programa. Na reforma, com a programação alterada, o “Alô Daysi”, um diário então há 33 anos no ar, era reduzido a uma semanal apresentação.

M E M Ó R I A
Em agosto de 1988, Paulo Cesar Ferreira – ‘uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa’ – comprava a concessão da Nacional FM (100,5), que rebatizava como RPC. Ficaria com a emissora por pouco tempo, negociando com Ary de Carvalho, dono de popularíssimo jornal. É ela a FM O Dia, que anteriormente operava em 90,3 (da extinta Opus 90, depois Nova e. posteriormente, MPB). Um locutor que se tornou empresário de comunicação, PC foi diretor da Nacional e do SGR e, inclusive, um dos executivos da televisão da família Marinho.






quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Direto das Ondas

REINVENÇÃO FRACASSADA
A ideia dos cardeais do SGR de abandonar o esquema de prestação de serviços para investir no que batizaram de ‘reinvenção do rádio’, não deu certo. O alicerce baseado em muita música, bate-papos e entrevistas com entretenimento cultural, mirando os jovens, está se esfarelando.¹

A Nova Rádio Globo foi oficialmente lançada na segunda quinzena de maio de 2016, um mês depois do abril cinzento, cujos tons se espalharam pela empresa, com a demissão de renomados profissionais. No lugar deles, astros da TV e campeões das redes sociais em seguidores.
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INÍCIO DA QUEDA
Detentora da maior audiência por nada menos de quatro décadas no pós-advento da televisão, a rádio AM 1220 veio perder a hegemonia quando ingressou no negócio denominado Globo Brasil, sendo o objetivo aumentar a receita publicitária. Projeto do então diretor regional.

Para quem a memória anda falha, não custa lembrar. Era ele o Marcos Libretti e, suas ideias foram analisadas e aprovadas pelo diretor-geral Rubem Campos, o Rubão. Corria – mera coincidência – o mês de abril – ocasião em que se resolveu adotar uma programação em rede.

Consistia isso na divisão da grade das emissoras do Rio e São Paulo, uma parte de programas transmitidos daqui, outros de lá. Aproveitando a brecha criada, os executivos proclamaram a Tupi como estação da antiga capital. Seu slogan até hoje ainda ecoa: “Quem ‘tá’ no Rio, ‘tá’ na Tupi’.

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A CONSOLIDAÇÃO
O projeto Globo Brasil idealizado por Libretti foi colocado em prática em 2001. A Tupi (depois acrescida de um ‘Super’), temida rival da rádio dos Marinho, subia de audiência dentro de dois anos, isto é, em 2003. Estabilizava-se na posição, inclusive no esporte, último reduto.

Não nos cabe afirmar que a reinvenção fracassou. O SGR até se desfez do AM². O Kantar Média Ibope divulgou na quarta (9) que ‘a Mix FM dispara no Rio, a Melodia segue líder geral e a JB avança no ranking’. Outras bem situadas, acentua, são Bandnews, Antena 1 e a NovaBrasil.

No recente levantamento do Kantar, a colocação das emissoras cariocas (FMs, diga-se) ficou assim delineada:
1° Melodia (97,5) gospel;
2° Tupi (96,5);
3° O Dia (100,5);
4° JB (99,9);
5° 93 (93,3) gospel;
6° Mix (102,1);
7° Globo (98,1);
8° Bandnews (90,3);
9° Antena 1 (103,7); e
10° SulAmérica Paradiso (95,7).

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R a r e f e i t a s
/o No Verão, o jovem tem maior necessidade de ingerir mais água que o adulto – afirmou o médico Edson de Almeida e Silva, entrevistado no Show do Antônio Carlos, nesta quinta-feira (17).

/o O popular apresentador voltava das férias na Super Tupi, e elogiou o Cristiano Santos que o substituiu no período de três semanas. ‘Já posso me aposentar’, ele garantiu bem-humorado.

/o Aos 82, cinco a menos que o Sílvio Santos, AC demonstra a mesma vitalidade que seu ex-companheiro de TV. Em comum nos idosos, também repete situações, palavras, atitudes, etc.

/o Se você sintoniza numa rádio que registra mais traços que pontos, a MEC AM 800 é inteligente escolha. No Armazém Cultural, com o Thiago Alves, por exemplo. Das 14h às 17h.

/o Curioso. A MEC (nem só os idosos se repetem) mais antiga do país não tem departamento de jornalismo próprio. O pessoal de lá vive ‘chupando’ o noticiário da Nacional, matriz da EBC.
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¹Nas últimas pesquisas do Kantar, em todos os semestres de 2018, a Globo manteve inalterada sua posição, perdendo para a Mix, que visa o mesmo público que a rádio (hoje no Projac) almeja.

²Segunda no Rio a unificar a programação de AM/FM, o SGR se viu obrigado, no ano passado, a desligar o AM 1220, de sua rádio principal e, no bojo, descartou-se também do AM 860, da CBN.



quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Rádiomania, o Livro/62

NEM TANTO ASSIM
Teve mais espuma do que champanhe o brinde prometido pela Globo aos ouvintes para comemorar os 50 anos de sua existência. Com o slogan ‘cem por cento emoção’, a emissora começara no carnaval de 1993 a anunciar as novidades que viriam, a partir de dezembro seguinte, quando completava meio século de fundação. A expectativa acabaria frustrando o seu enorme público.

Esse sentimento ganharia dimensão ao se perceber que Luiz de França (1947-2018), maior Ibope das tardes, tivera seu programa reduzido. Que estratégia teria sido – se perguntariam alguns? Espertamente, porém, o próprio França preparara o espírito dos mais atentos, ao dizer sucessivamente que estava precisando descansar, quando a emissora já anunciava as alterações.

As horas iniciais que ele perdera, ficaram para o Francisco Barbosa, de meio-dia às 2h. Este se livraria dos sábados durante certo tempo, tarefa que cumpria no horário anterior, de manhã. Antônio Carlos e Clovis Monteiro ganhavam, na ocasião, uma hora a mais – o primeiro de 6h às 9h, o outro de 3h às 6h.

Uma semana após as modificações na programação da Globo, a Tupi dava o troco, fiel à máxima do Chacrinha: ‘Eu vim para confundir, não para explicar’. Mudava o horário do Mário Belisário para fazer confronto com o do Clóvis e, reeditava o “Show do Garotinho”, para ‘brigar’ com o do Antônio Carlos.

E, no programa do Belisário, a Tupi lançava uma réplica ao “Toque de Primeira”, boletim esportivo da Globo. Era o “Toque de Bola”, prova evidente, conforme o Velho Guerreiro, de que ‘no rádio (e na TV) nada se cria; tudo se copia’.

M E M Ó R I A
Na década de 50, Sílvio Santos, então vendedor ambulante, venceria diversos concursos de locutores, um deles na Rádio Guanabara, no Rio, cabendo o segundo lugar a Chico Anísio (1931-2012), que iniciaria carreira no prefixo. Sílvio faria sua estreia em junho de 1956 na Rádio Nacional de São Paulo, mais tarde a Globo de lá.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Rádiomania, o Livro/61

AS FRENTES DO MESSIAS
Às vésperas de completar 40 anos de rádio, 29 dos quais a serviço da Nacional, José Messias (1928-2015) reestreava na velha Metropolitana (*). A emissora, que na década de 80 estava mais dedicada aos temas evangélicos, ao mudar de comando interessava-se naquele momento em diversificar sua programação.

E, o carro-chefe desse projeto era o “Fala Povo”. Messias lançava a novidade no dia 12 de julho de 1993, com apresentação de segunda a sexta, das 8h às 10h das manhãs. No quadro principal, “Gente – Frente a Frente”, debates entre convidados e ouvintes, sobre os assuntos mais importantes do dia.

Nada diferente para o leigo, pois no AM contemporâneo o que não faltavam era programas do gênero, sinônimo de competição e carência de criatividade. No caso, entretanto, tratava-se de uma exceção. O perfil do José Messias distanciava-se dos meros copiadores de ideias alheias. Ele, um criativo, adaptara para o rádio o que produzira no “Programa do Flávio Cavalcanti” na TV Tupi.

(Na extinta emissora de televisão o quadro consistia de uma entrevista com alguma personalidade. E, devido ao estilo do apresentador -- 'Senhor Flávio", segundo o jurado Humberto Reis --, os temas analisados viravam polêmica).

(*) Trapezista de circo em Ponte Nova, MG, natural de Bom Jardim de Minas, Messias retornava aquela emissora. Ali projetara a carreira, iniciada na Mayrink Veiga com o apoio do compositor Herivelto Martins. Antes da Nacional estivera na Guanabara e Tupi, além de uma rápida passagem pela Clube do Brasil.

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O “Rio de Toda Gente” teve edição especial na segunda-feira 27 de setembro de 1993, Dia de São Cosme e São Damião. Era também dia de festa para o comunicador Arlênio Lívio (1942-2003), uma unanimidade e dos raros sucessos da Nacional naqueles anos, nada parecido com os ‘dourados’.

Arlênio reassumia as funções depois de três meses ausente, quando passara a integrar o ‘Clube dos Safenados’. A comunidade do samba que o “Rio...” divulgava o ano inteiro, comparecia em peso aos estúdios da rádio no Edifício A Noite, na Praça Mauá, para uma calorosa recepção ao locutor.

M E M Ó R I A
Em outubro de 1988, Fernando Mansur um dos ‘feras’ da comunicação moderna, ex-componente da revolucionária Cidade, comandava na FM 105, o “Bom Dia, Alegria”. O programa, das 8h às 12h, era o segundo em audiência no segmento, registrando mais de 162 mil ouvintes por minuto.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Direto das Ondas

A MESMICE VITORIOSA
Pouco mais de dois anos e meio do seu (re) ingresso, Antônio Carlos tirou férias na Super Rádio Tupi. Cristiano Santos, apresentador e curinga oficial da emissora responde pelo matinal programa, das 6h às 8h, um dos lideres no Rio, conforme boletim do Kantar Média Ibope.

Em sua volta à Tupi, depois de atuar por três décadas na Globo, o Show do Antônio Carlos quase nada mudou, e o titular, menos. Os quadros são mantidos inalteráveis. Lembra premiada cantiga do Chico Buarque: ‘O tempo passou na janela, e só Carolina não viu’.

DESPERTADOR
Dispensado em abril de 2016 pelo SGR, juntamente com um grupo de profissionais, o chamado ‘Despertador do Brasil’ encontrou abrigo na emissora em que em 1977 o seu programa surgiu. Os 41 anos de existência foram celebrados no decorrer de 2018.

A BOA FASE
O ápice – não se pode negar – Antônio Carlos alcançou na rádio dos Marinho. Numa época em que sonora vinheta assinalava ao término de cada programa: ‘Este foi mais um campeão de audiência da sua Rádio Globo’. Claro que os outros desfrutavam de igual prestígio.

OS SIMPLES...
Tido como uma das mesmices do rádio contemporâneo, o programa ainda tem um público fiel. Pessoas simples, horizonte curto, apreciadoras do que dizem uma Zora Yonara (a do Horóscopo), Aldenora Santos (a Pudica) e Juçara Carioca (fofocas de celebridades).

... E O PIEGAS
Uma certa dose de pieguismo escorre pelo História de Cada Um, sendo tema as canções de Roberto Carlos. (Nas rádios do interior não faltam coisas do tipo). O texto, de fazer rir e chorar o último dos românticos, e ruborizar o menos aplicado estudante de comunicação.

VALES-COMPRAS
Na interatividade, destacam-se também a Receita do Dia, que justifica a distribuição de vales-compras numa rede popular de supermercados para as donas de casa. E, no fechamento, o Vamos Acordar?, entrevista com uma autoridade sobre um fato em evidência.

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VOZES MUDADAS
Mudanças no governo, modificações na EBC, conjunto de emissoras de rádio (e TVs) estatais. No Rio, operam a Nacional e MEC AM/FM -- aquela, de acordo com as chamadas, ‘a 1ª do Brasil’.

Lá, encontra-se hoje, um dos principais programas do rádio carioca, o Todas as Vozes, com o Marcus Aurélio. Também na MEC AM, está atualmente, o melhor da música popular brasileira.

A partir de segunda (7) o Todas as Vozes sofreu radicais alterações em sua estrutura. Foram preservados O Rádio Faz História, Essa Letra, Essa Música, Visão de Jogo e o ‘Atitude, Inclusão’.

INTOLERÂNCIA CAI
O slogan ‘Aqui, intolerância é zero’, caiu, como caíram as entrevistas. Notícias no programa, agora, só às meias-horas. Marcus fez criticas ao blá/blá/blá das noticiosas que manipulam o ouvinte.

Após ironias às concorrentes, citou o poeta baiano autor da balada “Alegria, Alegria”, ditando alguns versos: “O sol nas bancas de revista/Me enche de alegria e pregiuiça/Quem lê tanta notícia?...”

Você que esperava as novidades prometidas pelo entusiasta profissional e professor, pode se conformar. O “Todas as Vozes” – ótima opção nas ondas – virou basicamente um cartaz musical.

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R a r e f e i t a s
/o ‘Ouço funk e pagode na FM O Dia toda tarde e toda noite – se saio de carro (e saio sempre)’ – afirma Caetano Veloso, em artigo no ‘Ilustríssima’, da “Folha de S, Paulo”, domingo (30) em dezembro findo.

/o Prossegue ele: ‘Para além de Ludmila e Anitta (e do maravilhoso clipe de Nego do Borel (...) – o que me lembra das primeiras aparições de Mick Jagger em Londres, há miríades de ideias (...) Tem muita coisa boa’.

/o Bianca Santos retornou das férias neste início de ano. Forma com Frederico Goulart a dupla de âncoras do CBN Rio. O informativo que começava às 9h e meia encurtou sua duração. Agora, é das 10h às 12h.

/o Há cerca de dois anos afastado, Luiz Ainbinder aceitou proposta da Super Tupi. Reintegrou-se aos debates do Francisco Barbosa, do qual participava desde que também saíra da Globo para a então concorrente.

/o Enquanto Roberto Canázio, terminada as férias, reassumia a revista global no domingo (6), Heleno Rotai perdia espaço na Tupi. ‘Cedia’ parte do horário ao Garotinho2, com nova chance em São Cristóvão.

/o O jornalista e escritor Rui Castro está apresentando na MEC (AM 800) e na Cultura (FM 103,3) Saudades do Século 20, do livro homônimo reeditado em novembro. É uma série dividida em oito episódios.

/o A atração teve início na emissora do Rio em dezembro, domingo (2), às 21h. Na de São Paulo, às 14h, a partir do 1° domingo do Ano Novo (6). Adaptação das também escritoras Heloísa Seixas e Júlia Romeu.