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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Os nossos comunicadores

Nos programas de entretenimento voltados para a música em anos remotos, eles eram animadores de estúdio, ou de auditório – os primeiros também denominados disc-jockeys. Em anos contemporâneos, sob as bênçãos do “Papa” Marshall Mc Luhan, batizados de comunicadores, bem de acordo com a filosofia do escritor canadense, cujo viés tinha “os meios de comunicação como extensões do homem”.
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A popularidade deles no país foi disseminada com o crescimento do FM, nas décadas de 1970/80. O modelo ditava as regras com a linguagem coloquial de seus locutores, ao contrário das vozes empostadas no tradicional AM. Passada a “coqueluche”, não se podia mais distinguir entre os que atuavam num e noutro segmento. Por certo, uma antevisão do “junto e misturado”, acentuando as diferenças.

No AM – mais falado -- o predomínio do jornalismo, prestação de serviços, debates. Já no FM (excetuando poucos casos), a concentração nas paradas de sucessos musicais, incluindo algumas inserções de notícias e serviços. Os mais conhecidos comunicadores do rádio contemporâneo formam quadros na Tupi e Globo (freqüências unificadas em 2009/10), Nacional e Manchete, emissoras populares.
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Para você, inveterado amante do rádio, quais os cinco melhores comunicadores das listas que seguem? Queira relacionar, também, os cinco que nunca fariam parte da emissora de que você (já teria imaginado) fosse o diretor. No dia a dia, estão no ar a partir de zero hora, esses profissionais:

Fernando Sérgio, Mário Belisário, Clóvis Monteiro, Francisco Barbosa, Coelho Lima, Pedro Augusto. Heleno Rotay, Washington Rodrigues e Luiz Ribeiro (Tupi); Beto Britto, Jorge Luiz, Antônio Carlos, Roberto Canázio, Alexandre Ferreira, Tino Júnior e Robson Aldir (Globo).
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Adelzon Alves, Geraldo do Norte, Marco Antônio Monteiro, Neise Marçal, Daysi Lúcidi, Luiz Augusto Gollo, Dorina, Glaucia Araújo e Cirilo Reis (Nacional); Kleber Sayão, Jorge Bacarin, Luiz Vieira, Anthony Garotinho,Rodrigo Machado, Ronaldo Gomlevsky, Mário Esteves, Luiz de França, Juninho Tititi e Miro Ribeiro. (Manchete).

Complementam a lista, os que fazem programas semanais, ou atuam como curingas: Na Tupi -- Haroldo de Andrade (Junior), Luizinho Campos, Jimmy Raw, Garcia Duarte e Cristiano Santos; na Globo -- David Rangel, Maurício Menezes, Soares Júnior; Nacional -- Gerdal dos Santos, Jair Lemos, Cristiano Menezes, Luciana Vale; Manchete -- Robson Alencar, Rafael de França, Cláudia Ferreira,Vilma Guimarães.

Do histórico FM em plena atividade, Fernando Mansur (MPB), Robson Castro (SulAmérica Paradiso) e Alexandre Tavares (JB). Esperamos suas indicações até o fim de janeiro. Feliz 2014.


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

De produtores e balanços

Oito de dezembro,domingo, registrado há menos de duas semanas, é dia do produtor de rádio. Jimmy Raw, da Tupi, que apresentava o programa do Haroldo de Andrade (Júnior), nas férias do titular, rememorou a data, em que se reverenciam outras categorias -- o cronista esportivo e o colunista social. A edição era assinada por Jorge Pereira, pela qual o Nonato Viegas habitualmente responde.

Por trabalharem na retaguarda, os produtores são pouco conhecidos do grande público. Eles dão suporte aos comunicadores, preparando textos e roteiros, pautando os temas a serem focalizados, assim como fazem “pontes” para entrevistas por telefone e, a interação do apresentador com os ouvintes. De modo geral, o produtor é um repórter no anonimato, mesmo nas emissoras que creditam seus nomes.

Eis alguns, entre outros produtores nas emissoras populares do Rio: Ricardo Alexandre, Marcus Vinícius, Rita de Souza, Jacqueline Nascimento e Paula Ranieri (Tupi); Carla de Luca, Heloísa Paladino, Sheila Trindade, Cynthia Abrantes e Paulinho Coruja (Globo); Flávio Kede e Adriana de França (Manchete); Carlos Alberto Silva e Fátima Bonfim (Nacional). Aqui, o predomínio das mulheres.
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ELES VOLTARAM
O 2013 no fim. Em março, David Rangel voltava à Globo, depois de quatro anos na Manchete.Ganhava programa dominical, nas manhãs e um diário, de madrugada. Exerceria, ainda, a função de curinga.

Também voltavam à casa Maurício Menezes e Gilsse Campos, ele em agosto, ela um pouco antes. Maurício esteve afastado 12 anos, com atuações nas rádios Haroldo de Andrade e Tupi. Agora coordenador artístico, reeditou o “Plantão de notícias” (não emplacara na concorrente), o conhecido “Agito geral”.

Gilsse, a mais longeva das mulheres a participarem do “Debates populares”, reintegrou-se àquele quadro. Estava fora da Globo desde a saída do Haroldão, em 2002. Fazia, ultimamente, programa semanal na Manchete.

Na Tupi, Mário Belisário voltou em agosto. Ficou no lugar do Sílvio Samper, dispensado depois de 18 anos no prefixo. Belisário já trabalhara duas vezes na emissora. Passou por outras e, pela Sucesso, entre 2009 e 2011.
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SOLUÇÃO DIFÍCIL
Muito mais que no futebol, a cobertura do trânsito continuou sendo a perfeita tradução do imediatismo do rádio. No que se convencionou chamar prestação de serviços em tempos modernos,emissoras inteiramente dedicadas ao jornalismo levam vantagem sobre as de programação variada.

Mas, a informação é sempre a mesma, reportando-se às ruas e avenidas idem. O linguajar dos setoristas, uma toada só. Não muda. Como não mudam as condições nas principais vias, problema crônico sem solução à vista. Uma prática tipo ‘enxuga gelo’ sobre o dia a dia do Rio e cidades próximas.

“O trânsito está complicado na reta do cais da Ponte (...) Está complicado na Avenida Brasil, altura da (...);na Presidente Vargas, sentido da (...);na Epitácio Pessoa...” O rádio orienta os motoristas, cumpre o seu papel; as autoridades... escamoteiam. “O estreitamento das ruas deve-se à redução do IPI, que facilitou os de menor poder aquisitivo na compra do carro”.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O horizonte com desafios

Artistas e funcionários da Globo assistiram no dia 2, a 1h da tarde, missa no Outeiro da Glória celebrando os 69 anos de fundação da rádio. Na ocasião, os comunicadores mais aplaudidos pelo público foram o Antônio Carlos -- 26 anos de casa -- e Roberto Canázio -- 7, completados na véspera.

No horizonte que se descortina, o maior desafio para os novos diretores será a reconquista da audiência no horário vespertino. Essa inferiorizada condição diante da Tupi, a principal concorrente, se verifica há uma década e meia, período em que, importantes valores migraram para o outro lado.
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Antenado com o cenário atual um observador acredita que não é difícil vencer a estação da Saúde naquele horário. Bastaria, segundo ele, que os cardeais reeditassem “A cidade contra o crime”(*) e remanejassem o padre Marcelo para às 13h, em que atuava no início. No primeiro caso, um confronto para a “Patrulha...”, no outro, como antídoto contra “o romeiro de Aparecida”.

No espaço subseqüente, de 2h às 5h -- argumenta – entraria o David Rangel, ou o Mário Esteves (que também voltaria). A grande sacada, fechando o pacote, seria a recontratação de Washington Rodrigues, o Apolinho. Ele formaria dupla com o Luiz Penido no programa do fim de tarde, que ganharia um formato novo, e passaria a se chamar “Globo variedades” – conclui o observador.
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POBREZA
Paixão de muitos -- profissionais, estudiosos, ouvintes -- o rádio é, nos dias atuais, “o primo pobre da mídia eletrônica”.

Em sintonia ao longo dos tempos, não temos lembrança de coisa mais cabotina do que esse concurso de marchinhas que o Antônio Carlos promove anualmente na Globo. Sofrível, a qualidade das músicas.

Apesar de tudo, “o despertador do Brasil” mantém boa posição no Ibope, prestigiado por uma audiência cativa, fiel.
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REJEIÇÃO
Não é o que acontece, por exemplo, com os programas da Nacional. Há uns três anos, também por lá, se faz concurso (qualificado) de marchinhas. A baixa repercussão obtida, um retrato do tradicional prefixo.

Sob o estigma da rejeição, vivem Nacional e MEC -- as chamadas rádios públicas. De quase nada adiantou, na primeira, a obra de revitalização em 2004 no prédio da Praça Mauá, ao custo de 2,5 milhões. Hoje, estranhamente, a emissora está instalada na Avenida Gomes Freire, Lapa.
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AMOR ANTIGO
(*) “A cidade contra o crime” foi um programa que Affonso Soares lançou na Globo na década de 80, similar ao que ele criara em 1950 na então líder dos Diários associados. Durante o tempo que ficou em cartaz, dividiu as atenções do público com o original. Seguiram o Affonso (1925/2007), em sua nova empreitada, o apresentador Samuel Corrêa e um grupo de rádio-atores.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Globo, a volta por cima

Três meses após a mudança de coordenação na Rádio Globo, já se percebem melhorias em alguns programas da grade. Em termos de dinamismo, por exemplo. Com isso, justificam-se os slogans “manhã pra cima” e “tarde mais feliz”, englobando no primeiro caso (sem trocadilho), atrações comandadas por Jorge Luiz, Antônio Carlos e Roberto Canázio. (O do padre, mera estratégia.)

A vinheta nova para o horário vespertino, talvez não tenha sido devidamente pensada. Quando entra no ar o programa do Alexandre Ferreira, verifica-se na montagem da abertura, o confronto desnecessário de uma só expressão. Ao tema antigo do “Tarde legal” e do “Boa tarde...”, junta-se o de “tarde mais feliz”. Overdose para recuperar índices? A coisa estava muito mais feia...

Depois de inúmeras providências visando reverter o quadro, porém, os objetivos da emissora estão sendo alcançados. O último boletim do Ibope revela essa modificação, embora os programas apresentados nas tardes continuem como o “calcanhar de Aquiles”. A vantagem somada pelas atrações da principal concorrente ainda é maior, constituindo-se um desafio a ser vencido. Evidente que isso será possível, com a eliminação dos pontos vulneráveis.
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HOMENAGEM
O poeta e sambista Luiz Carlos da Vila (1949/2008) está sendo homenageado pela cantora Dorina. Ela gravou um CD com músicas dele. O lançamento ocorreu no dia 21, quinta-feira, no Teatro Rival, na Cinelândia.

Dorina (também radialista), foi entrevistada no “Botequim da Globo”, terça, para a divulgação de seu novo trabalho. E, o Robson Aldir, com aquela espontaneidade peculiar, disse: “Já pude saborear (sic) o seu disco”.

Qualquer pessoa teria dito, em se tratando de música e, principalmente de novidade, que gostou, apreciou, encantou-se, -- palavras similares com o mesmo sentido, significado. Robson é uma figura singular.


AMOR ANTIGO
No horário em que hoje está o “Botequim...”, a Globo manteve durante boa temporada, o “Show da noite”. Gilberto Lima (1942/1983), foi o seu primeiro apresentador, em seguida o Antônio Luiz (1947/2001).
Outro titular: Luiz de França e, por último, o Mário Esteves. Ouvintes que os acompanhavam, ao sintonizarem o de agora,(e outros), têm a convicção de que não foi só o “Projeto Brasil” que derrubou a audiência no Rio.
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LINHA DIRETA
/o/ Primeira etapa da implosão da Perimetral realizada com sucesso. Entre os repórteres de rádio na cobertura do fato histórico, Evelyn Moraes, pela Globo, e Mariana Moraes, pela Tupi.

/o/ Alexandre Chalita, da Transamérica, informa que foi ele quem criou o bordão “faz a festa da galera”. A frase adotada pelo Rodrigo Campos, esclarece, em comum acordo entre os dois.

/o/ Analisando a partida do Botafogo com o São Paulo (1 a 1), Rodolfo Motta, da Manchete, “o comentarista perfeito”, descobriu a pólvora. Afirmou que “gol é o mais importante de um jogo.”

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Quadrinhos, joias raras

Nos pequenos frascos, a essência do produto – alguém escreveu referindo-se a uma linha de perfumes. A definição pode servir para os quadrinhos nos programas de rádio, com duração semelhante aos noticiários de hora marcada, exemplos de “O Globo no ar”,“Sentinelas da Tupi” e “Nacional informa”.

O Clóvis Monteiro, que se autodenomina “motivador do Brasil”, apresenta no seu programa uma dessas joias do rádio moderno. É o quadrinho “Lição de vida”, cuja importância apenas o ouvinte distraído não percebe. Na mesma Tupi, desfilam no programa do Francisco Barbosa, o “Seu Manuel Tamancas”, personificado por Luizinho Campos, e “A luz da psicologia”, com Luiz Ainbinder.
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No mesmo estilo do “Lição de vida” e, no entanto, com mais quilometragem (é do tempo em que ele trabalhava na Manchete), tem o “Moral da história”, com o Roberto Canázio, no “Manhã da Globo”.Fruto do velho rádio e, originalmente conhecidos como interprogramas, hoje se renovam, elaborados. São bons momentos num veículo onde a mesmice virou substantivo comum.

Admiráveis também, o “Dois tempos”do Mário Esteves, na Manchete abordando trilhas sonoras de novelas e cantores de sucesso, e “Globo natureza” da Rosana Jatobá, com ideias e sugestões para a preservação do meio ambiente. A ressaltar, o desempenho do Ricardo Villa no “Disco do dia”, na MEC.
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AMOR ANTIGO
Dono do mais famoso programa de auditório na história do rádio, César de Alencar era muito mais que animador. Foi também cantor, compositor e, no inicio da carreira, ator. César (1917/1990) era, inclusive, uma figura criativa. As entrevistas por telefone, tão utilizadas no rádio de hoje, foi uma invenção dele.

Criava os quadros de seu programa e,intercalando aos de formato normal (25 minutos), idealizou os interprogramas, que o jornalista Borelli Filho, da “Revista do Rádio”, chamava de quadrinhos. Na fase do ostracismo, marcado pelo episódio da Revolução de 64, ele foi parar na Rádio Federal, de Niterói. Ali, apresentava um dos tais -- “As virgens do César” – isto é, lançamentos de gravações.
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LEMBRANÇAS
A cantora e atriz Vanja Orico aniversaria no dia da Proclamação da República. Fez 84 anos. Estrela do filme “O cangaceiro” e uma das intérpretes de “Muié rendeira”, entre outros sucessos, foi lembrada por alguns programas de rádio.

SEM QUEIXAS
Fãs do Agnaldo Timóteo (77 anos) não podem se queixar da falta de espaço, no rádio, para artistas de sua geração. Às sextas-feiras, invariavelmente – com direito a entrevista --, ele aparece no programa do Luiz Vieira, na Manchete.

O QUE É ISSO?
Em novembro de 1985 morria, no Rio, o comunicador da Globo Waldir Vieira. Algumas pessoas ainda hoje confundem o nome dele com o do autor de “Menino de Braçanã”. Caso de uma admiradora do Timóteo, residente em Itaboraí.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Um trivial mal passado

Cinco horas da tarde. Sábado, 9 de novembro. Na Tupi, ancorando a jornada esportiva, André Ribeiro anuncia: “Daqui a pouco, Flamengo e Goiás!”
O jogo estava programado para as 9 horas da noite... Seria um disparate se ele dissesse “daqui a pouquinho”, tão preferida por outros comunicadores.

E, bem feito para um distinto cidadão, ainda em sintonia. Morador num país tropical, que não é Flamengo, e não tem uma nega chamada Teresa...
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O BALÃOZINHO
Aquela partida terminaria em 1 a 1. Descrevendo o movimento de um jogador, Freitas Neto, da Bradesco afirmava: “Deu um balãozinho pro alto...”

No futebol, por acaso, haverá outra forma do apreciado lance?
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A RIMA FALSA
A Globo acertara em cheio na contratação de Dé Aranha para o seu quadro de comentaristas -- observamos aqui, numa postagem anterior.
Bem articulado, Dé sabe das coisas, fala a linguagem de determinada classe. Não precisava, porém, ser objeto de slogan rimado. Soa falso.
“O de papo legal”, cairia bem. Aranhas – nenhuma novidade – não vivem em palpos, que as pessoas de poucas letras pronunciam “papo?”...
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SOS SLOGAN
A propósito do tema. Um slogan urgente para o narrador Odilon Júnior, antes que bebês dos últimos anos sejam matriculados na maternal.

Essa história de revelação PJ, francamente, não dá mais.
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VIVA A MEC!
Num jornal em que raramente saem notícias sobre as emissoras de rádio da própria empresa, o Arthur Dapieve publicou um brilhante trabalho focalizando a situação das rádios MEC AM e FM. Mostrou uma coisa que outros não têm: independência. Veículo de maior credibilidade para alguns, o rádio nos dias atuais é “o primo pobre” da mídia eletrônica. Efusivos parabéns, professor.

A repórter do jornal “O Dia” que entrevistou o Xico Teixeira se confundiu ao informar como declaração do gerente regional da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), “que a rádio MEC AM hoje, toca música clássica”. Não confere. O forte da freqüência é música popular brasileira, ficando a clássica, por conta exclusiva da MEC FM, única no Rio a se dedicar ao gênero.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A sinfonia dos bordões

Nunca como este ano esteve tão acirrada a briga pelo Ibope nas emissoras de rádio que transmitem futebol. Globo e Tupi já detinham nas duas últimas décadas as preferências, porém, com a troca de comando entre elas ano passado, e o ingresso da Bradesco no circuito (uma proposta nova), as chamadas alternativas despertaram. Mobilizaram-se no sentido de melhorar suas equipes, ou pelo menos, tentaram buscar um meio de reduzir perdas iminentes.
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“Carro parado não arruma frete” – já dizia um ditado popular. Nessa arena futebolística montada pelos prefixos “digladiam-se” atualmente, Luiz Penido na Globo, Jota Santiago na Tupi, e José Carlos Araújo na Bradesco. Correm por fora, para pegar as fatias do “bolo-audiência”, Edilson Silva pela Transamérica (também uma nova opção), Evaldo José (CBN), Maurício Moreira (Brasil), Rodrigo Campos (Manchete) e Carlos Borges (Nacional).
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Em termos de qualidade e recursos, Globo e Tupi se igualam, posicionando-se em preciosas vantagens. Bradesco e Transamérica, por sua vez, valem-se de alguns nomes de reconhecido prestígio para atrair público, formar plateia, No pouco tempo que operam, todavia, já vencem as situadas num plano inferior às principais. Observa-se, independente do calibre de cada uma, que os bordões (mais do que antes), funcionam como trunfo para “segurar” o ouvinte.
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Nos intervalos de bola rolando uma programada sinfonia de apelos modula o ambiente, no tom de “quem é mais”, “quem é a tal”. E, com isso, frenética toada de sinos, guinchos e apitos. De um lado, “futebol clube”; de outro, “futebol é muito mais emoção”. De lá, “futebol-show”; dacolá, “o melhor do futebol”. Na rádio y a jura: “fazendo você mais feliz com o futebol”. Promessa na x: “muito mais bola na rede” e, na z: “emoção no futebol tem três letras...”

BOLA MAIOR
Detentora de um dos mais baixos índices de audiência no esporte, nem por isso a Nacional desanima. Depois de dispensar alguns profissionais e, contratar outros, está ampliando o setor a partir desta segunda-feira, 4. O “Bate-bola” dobra seu tempo de duração, começando agora às 12h30.

UMA OUTRA
Quem pensava que a astrologia no rádio estava com os dias contados, enganou-se. Na Globo, os executivos não compartilham desse pensamento. O “Boa tarde...”, comandado pelo Alexandre Ferreira abre espaço para Leiloca Neves, que atua no mesmo ramo da Zora Yonara e Glória Britto. Ela foi integrante do grupo musical As Frenéticas, um sucesso nos anos 70.

OS NOVATOS
Universitários interessados em futebol têm nas rádios Bradesco, Manchete e Nacional oportunidades para estágios. Em certos casos, sequer o ENEM daria jeito. Como o auxiliar do Ricardo Mazella no Vasco e Goiás, ao perceber um jogador ferido. O moço disse que “a camisa sangrava”.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A ousadia de um narrador

Incontável o número de vezes que o Evaldo José, da CBN, diz numa partida de futebol que o jogador y chutou pro gol para, em seguida se corrigir: “Pra fora, pra fora!” Seria peculiar estilo de narração? Controvérsias existem.
No jogo do Botafogo com o Vitória, perdido pelo time carioca, Evaldo extrapolou. O ouvinte primário na sua audiência poderia até pensar que ele não estava bem ou, no máximo, se tratasse de um mero principiante.
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Ari Barroso, locutor esportivo de tempos remotos ensinava (segundo Sérgio Cabral, pai, numa excelente biografia) que são três as formas de se narrar futebol -- atrás, junto, ou na frente do lance da bola. Ari adotava a primeira; (Waldir Amaral também, mas muito recuado); Oduvaldo Cozzi, Doalcei Camargo e Jorge Curi, a segunda; e, pelo visto – melhor ouvido, – o Evaldo a última, a mais difícil, com as maiores possibilidades de se cometerem erros, equívocos.
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Ressalve-se que, há tantos anos passados pouca coisa mudou nesse terreno. A linguagem dos locutores e os recursos da tecnologia estão, notoriamente, na linha das exceções. O certo é que, transmitindo dos estádios ou via-‘tubão’, à frente do lance é a maneira mais arriscada para o desempenho da atividade. Ousadia de uns poucos, Evaldo entre eles.“Emoção no futebol tem três letras: CBN”
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AMOR ANTIGO
Nas suas crônicas em “O Jornal” e na “Última Hora”, Stanislaw Ponte Preta -- o radialista Sérgio Porto (1923/1968), satirizava personalidades do cotidiano, não poupando as do rádio, meio em que convivia na Mayrink.

A cantora (e atriz) Vanja Orico era uma de suas “vítimas”. Depois de estrelar “O Cangaceiro”, filme de sucesso internacional, a artista passou a ser muito requisitada para shows no exterior, com saídas e voltas freqüentes ao Rio. Então, quando a ela se referia, ele ironizava escrevendo “Vanja vai, Vanja vem...”

Outra das suas expressões dentro do contexto: “O que seria de mim, se não fosse você, fulano (ou fulana). Sérgio Porto – o Stanislaw --, foi apresentador de “Miss campeonato”, às segundas-feiras, à noite, com a vedete Rose Rondelli. Fazia também, um bem cuidado programa de jazz, de manhã naquela rádio.
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BAÚ REMEXIDO
Locutor e repórter da Manchete, Jorge Ferreira resolveu “mostrar” sua veia humorística. Contou no programa do Luiz Vieira piadas do repertório do Áureo Ameno do tempo em que este trabalhava com o Antônio Carlos.

Com todo respeito, não tem o menor futuro, numa área em que atuam Luizinho Campos, Ricardo Alexandre, Maurício Menezes e outros.
Aquela do homem que ameaçava se jogar de um prédio por problemas conjugais, “moço”, é mais velha do que andar pra frente.
(À moda do Ponte Preta: “Que seria de nós se...”)

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Eraldo, uma bola na trave

Sintonizando a Globo na partida em que o Botafogo quebrou a escrita de 13 anos ao vencer o Flamengo por 2 a 1 (de virada), foi bom ouvir o desempenho do Eraldo Leite. Ele vai muito bem na função de comentarista, que exerce desde maio do ano passado, após o retorno do Luiz Penido à emissora.
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Promoção à parte, Eraldo continua sendo um dos melhores repórteres esportivos do país e, normalmente indicado para a cobertura dos jogos da seleção. Participou de oito Copas do Mundo, estando a caminho de mais uma.

Esse slogan que lhe deram na projeção de sua carreira é como bola que só bate na trave. Espanto para a torcida. Na função nova, quantos jogos ele cobriu no exterior? Brunos, Marcos, Thiagos, jovens curtidores do futebol na “caixinha” estão convencidos de que, internacional é o repórter, não o comentarista.
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Com igual rodagem do Eraldo em sua nova atribuição, vêm se destacando nas rádios do Rio dois versáteis profissionais.O veterano Wellington Campos, na Bradesco, e o Eugênio Leal, (de uma recente geração), na Tupi.
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R O L A N D O
/o/ E,por falar do futebol nesta última. Não tem mais sentido ficarem anunciando Odilon Júnior como revelação. Fábio Moraes é do mesmo tempo, o Freitas Neto, idem. Como seria, se as outras também os proclamassem?

/o/ Narrador durante três décadas, Aírton Rebelo relembrou dia 12, no “Plantão de notícias”, sua passagem pela Globo e Nacional. Atuou também na Tupi, aposentou-se em 1997, e hoje com 78 anos vive em Teresópolis.

/o/ O Flamengo ia estrear uniforme novo no jogo com o Bahia, predomínio do preto. De manhã na Manchete, Jorge Ferreira explicava:“Toda vez que estreia o terceiro (?!) uniforme, o Flamengo perde”. Escrita apagou-se.

/o/ A Transamérica está promovendo o seu esporte na mídia impressa. Na cola de popular comercial de rádio e TV (quem não se lembra?), “vem pra Caixa você também”. (Originalidade difícil, com a globalização.)
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S I N T O N I A
/o/ “Toque de letra”, com Leandro Lacerda e Álvaro Oliveira Filho. CBN 860 AM/92,5 FM, às 11h45.
/o/ “Momento esportivo”, com Maurício Moreira e Marcelo Figueiredo. Brasil 940 AM, às 12h.
/o/ “Bate bola Nacional”, com Ricardo Mazella e Jorge Ramos. Nacional 1130 AM, às 12h20.
-- De segunda a sexta.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Um novo amigo do Aldir

No processo de renovação de sua grade, em busca de melhor audiência, a Globo estreou, uma semana depois do “Plantão de notícias”, do Maurício Menezes, o “Samba amigo”, com Robson Aldir. O programa, agora em horário fixo e com novos quadros, ficou no lugar de “Boa tarde...”, que passa a ser de segunda a sexta. Lançado há pouco mais de um ano, era mensal, e Jorge Luiz foi o seu primeiro apresentador.
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Repórter da rádio há mais de 30 anos, comunicador há pouco mais de dois, Robson Aldir é titular do “Madrugada na Globo”, de sábado para domingo. Curinga (ou folguista) em algumas oportunidades, responde atualmente pelo “Botequim da Globo”, no impedimento do Loureiro Neto.Com sua espontaneidade lembra o ator e apresentador Gerdal dos Santos, uma figura histórica da Rádio Nacional.

A fala, porém, destoa, talvez por não ser devidamente trabalhada. Agora com espaço maior na casa, conduzindo dois programas semanais, Aldir pode se considerar um vitorioso. Ele forma no grupo que transgride qualidades defendidas pelos mais conceituados profissionais do ramo, ou seja, boa voz e semelhante dicção.
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O novo programa do Aldir focalizou, no “Papo de bamba”, quadro principal, a obra de José Flores de Jesus, o Zé Kéti (1921/1999), autor de, entre outros sambas, “A voz do morro” , “Leviana”, “Opinião”. Na estreia, a presença do maestro, compositor e produtor de discos Rildo Hora, convidado especial, participações dos músicos Alceu Maia, Anderson Leonardo, Pretinho da Serrinha e Luiz Felipe de Lima.
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FAROFA MELHOR
Via e-mail uma ouvinte do David Rangel disse, no domingo 6, que o “Farofa da Globo” é ‘o melhor programa de rádio do Brasil’.
(Lembremos Cazuza, revivido naquele mesmo dia num musical no Rio. Uma exagerada, a senhorinha.)
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OU ELE, OU ELA
Primeiro tempo de Vasco e Fluminense, no Ressacada, em Floripa. ‘Vendendo’ um produto da casa, o Rodrigo Campos anuncia:
“Manchete on-line. Conectado com o mundo, conectado com você” -- assim, no masculino. (Trata-se do rádio, ou da rádio na internet?)
E, mais adiante, na descrição de um lance, “... dá um tapa na bola”. (Desconhecíamos que, já se joga futebol com a mão...)
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CRAQUE E CRAQUE
Na Bradesco, volta do intervalo, Gilson Ricardo estranha que o Vanderlei Luxemburgo tenha substituído três jogadores. Consulta o Gerson.
-- Se um jogador se machucar, o Fluminense vai ficar com dez – observou o comentarista, acrescentando: “Acho temerante” (sic).
(Que é isso, Canhota!)

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O “Plantão” do Maurição



Em sua volta à Globo, agora como coordenador artístico, Maurício Menezes – o Maurição – estreou com o “Plantão de notícias”, no sábado 5. Homônimo do show de teatro, com alguma incursão na TV, o programa consta de quadros que eram a base do “Agito geral”, que ele apresentava com Hélio Júnior, e fora retirado da grade em outubro de 2001, quando a emissora demitiu os dois. O “Agito...” voltaria mais tarde, com outros apresentadores.

Maurício Menezes estava afastado da Globo nada menos que 12 anos, período em que atuou na extinta Rádio Haroldo de Andrade (pouquíssimo tempo, com a Cidinha) e na Tupi (“Show da manhã”, do Clóvis Monteiro). “Impossibilitado” de contar com a presença de Barack Obama, ou a Rainha Elizabeth na estreia do seu programa, Maurício escolheu o Edson Mauro, utilizando-o como fio condutor do roteiro. A prosa com o locutor esportivo, que falou de sua carreira iniciada em Alagoas, rendeu saborosas histórias envolvendo nomes estelares que fizeram a grandeza da rádio. Auspiciosa estreia.

Foram reeditados os quadros “Prova de fogo” e “Carta charada” (de interatividade) e o “Rádio-derrapagem”, focalizando o entrevistado. (Nesse, Maurício e seu ex-parceiro reproduziam gaffes de colegas da emissora). Faltou a reintegração do Helinho, com o hilariante “Mãe-dinada” e o “Cantor desafinado”. Com Maurição no ar (22h, nos dias sem futebol), ficou ruim para o Luizinho Campos, na Tupi. Nos embalos dos sábados à noite, o seu “Companhia do riso” vinha sendo absoluto... “campeão de audiência”,um termo estrategicamente abandonado pelos cardeais da rua do Russel.(Aqui, uma posição a que nos referimos na postagem anterior, que nem a Glória Britto poderia prever.)


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GOL DE LETRA
O repórter Antônio Carlos Duarte, da CBN, marcou um gol de letra na entrevista com o jogador Deco, que recentemente abandonou o futebol. Foi no “Almanaque esportivo”, domingo 29. Deco afirmou que ainda pretende fazer um jogo de despedida, disse que nunca teve problemas com técnicos, citando Murici Ramalho e Abel Braga, com os quais trabalhou no Fluminense, seu último clube.

Num concurso para a escolha dos melhores desempenhos no rádio, Antônio Carlos Duarte seria indicação certa, forte candidato pela qualidade da matéria apresentada. Frente ao costumeiro (e árido) produto que se ouve nos finais de jogos, foi um oásis naquele dia nublado. A Globo reproduziu a entrevista no “Panorama esportivo”, repercutindo o trabalho do repórter de sua afiliada.
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T R I V I A I S
/o/ Ricardo Mazzela, da Nacional, não se cansa de repetir o bordão do José Carlos Araújo, o Garotinho – “se manda, vai embora”. (Um excelente narrador, mas, onde está a personalidade?)
/o/ Na Transamérica, o Alexandre Chalita ecoa o “botou lá no caldeirão”, do Edson Mauro, e o “... faz a festa da galera”, do Rodrigo Campos. (Dupla influência, do medalhão e do medalinha).
/o/ Domésticas em dúvidas com o preparo do almoço, ou jantar, ouvintes da Globo não se apertam.Têm sugestões nos shows do Antônio Carlos, do Roberto Canázio e Alexandre Ferreira.
/o/ Giovana Toledo, ex-Tupi, acertou seu ingresso na Manchete. Um bom reforço para a autoproclamada “rádio de verdade”, onde o jornalismo ainda é muito fraco no seu quadro de repórteres.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Tupi, na era da virada

Uma das mais importantes emissoras do rádio brasileiro, a Tupi comemorou em 25 último,78 anos de existência, dia em que o meio celebra o nascimento de Edgard Roquette Pinto, fundador do veículo no país.
Há uma década no Rio a Tupi atingiu marca expressiva – a preferência maciça do público, antes só parcialmente alcançada.

Ao contrário da Mayrink Veiga e Nacional em períodos distintos, nunca liderou de ponta a ponta. A sua posição de vanguarda restringiu-se aos Diários Associados, do jornalista e empresário Assis Chateaubriand, -- “o grande capitão” --,tal como era enaltecido pelas chamadas classes dominantes.
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Liderança absoluta, porém, a emissora viveria em meados dos anos 40. A façanha coubera ao Ari Barroso, uma antevisão do que no mundo moderno classificam de multimídia. Ele ganhava folgadamente das adversárias em seus horários, tanto nas transmissões esportivas quanto nas atrações diversas, incluindo o “Calouros em desfile”, dos mais famosos programas do gênero.
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O autor de “Aquarela do Brasil”, “Na baixa do sapateiro”, “Terra seca” e outras tantas músicas, já conhecido internacionalmente na época, desfrutava, pelo seu prestígio, da melhor remuneração na emissora.
Num plano abaixo ao dele, a Tupi teria a representá-la, a figura do repórter Affonso Soares, o criador da “Patrulha da cidade”, um policial que atravessou o tempo, sendo a maior permanência em cartaz no rádio.

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O programa, idealizado por Oduvaldo Cozzi, diretor artístico da estação, foi lançado em 1960, conservando-se na dianteira das concorrentes desde o seu aparecimento. E, no meio daquela década, com a Nacional em declínio pela interferência dos militares, a Globo começava a subir no conceito do público. O avanço deveu-se aos irmãos Luiz e Raul Brunini.
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O modelo de que se valera os dois seria aprimorado por Mário Luiz Barbatto. Ao assumir a direção da rádio, depois de ser apresentador de uma parada de sucesso e chefe da equipe de locutores, Mário Luiz lançava o tripé “música, esporte e notícia”. A fórmula adotada fez a audiência da Globo disparar.
Essa condição, uma hegemonia de 40 anos, caira em decréscimo a partir de 2001, com o “Projeto Brasil”. A abertura, aproveitada pela “outra” levou-a ao ponto em que se encontra. Até quando, nem a Glória Britto sabe.
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Dos que brilhavam na emissora da Glória (Rua do Russel) no passado remoto, estão na do bairro da Saúde (Rua do Livramento), profissionais suficientes para preencher uma programação de 12 horas. São campeões Washington Rodrigues, Heleno Rotay(ex-98) e Luizinho Campos, destacando-se Francisco Barbosa, Haroldo de Andrade (Júnior), Ricardo Alexandre e o Pedro Costa.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A notícia é das mulheres

Num desses dias em que apresentava o “Show do Antônio Carlos” (cobria as férias dele), David Rangel afirmou, ao convocar a repórter Ermelinda Rita, que ela é “a maior apuradora do Brasil”. Estivesse na Tupi fazendo o horário de um companheiro teria, naturalmente, dito a mesma coisa a respeito da Ana Rodrigues. Corporativismo à parte, David tem toda a razão, está certíssimo.

A portuguesinha Ermelinda é sinônimo de competência, profissionalismo.Mas suas colegas de emissora Silvana Maciel e Andrea Ferreira não deixam por menos. São do primeiro time do rádio, a que pertencem a citada Ana e Márcia Lima, na Tupi, Alana Granda (Nacional), e Dáurea Gramático (MEC).

Cresce cada vez mais o número de mulheres repórteres no rádio, a exemplo do verificado há alguns anos nos jornais e televisão. Os marmanjos estão perdendo a concorrência. Quem se liga nas coisas da ‘caixinha’ percebe a qualidade do trabalho delas, entre as quais, uma Bianca Santos, Valéria Chagas e Marina Heizer, na Globo; Renata Ximenes e Camila Esteves, na Tupi; Mariana Procópio, na Bandnews, além de outras representantes da nova geração de valores.
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Donas de casa e empregadas domésticas são, inegavelmente, o alvo principal das emissoras populares, em maioria, um público avesso à leitura de jornais. Mantê-las “bem-informadas”,ou “muito bem-informadas”, o lema das rádios, -- ou seja --, as concorrentes Globo eTupi. Nesse universo, poucas pessoas sabem os nomes dos agentes da notícia (locutores, repórteres, comentaristas.)
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ESTICADO
Cinco meses depois do seu ingresso na Bradesco Esportes FM, a turma de debatedores do “Pop bola” teve seu espaço esticado na grade. O programa, que antes começava às 6h da tarde, agora inicia-se às 5h30.
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UM ACERTO
A contratação de Dé Aranha, que estivera na Globo durante a Copa das Confederações, foi um acerto da emissora. Ele se destacara no quarteto de ex-jogadores, que atuou na reedição do “Bola de fogo”.
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MUDANÇA
Garcia Duarte deixou o “Domingo show”,(3h às 6h) na Tupi, ficando a vaga com o repórter Cristiano Santos. Agora, Garcia é apresentador da “Patrulha da cidade” aos sábados, do qual já participava nos demais dias.
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AMOR ANTIGO
O conjunto “Os Cariocas” foi tema do “Gente que brilha” no programa do Luiz Vieira na Manchete no começo deste mês. Vieira discorreu sobre as diversas fases do grupo, destacando as figuras de Ismael Neto, fundador,prematuramente falecido, e seu irmão Severino Filho, único remanescente. O conjunto “Os Cariocas”, da época de ouro do rádio, continua em atividades, assim como os paulistanos “Os Demônios da Garoa” e “Os Titulares do Ritmo”.

sábado, 14 de setembro de 2013

Era uma vez na Globo III

A irreverência do Maurício Menezes e o talento do Hélio Júnior fizeram do “Agito geral” um dos melhores programas da Globo nas últimas décadas. Apesar de ser apresentado de 8h à meia-noite, em que as atenções do público se concentram na televisão, o nível de audiência correspondia.
Numa etapa seguinte, em 2004, com o David Rangel, não era a mesma coisa, embora seu titular não comprometesse. Acentuada perda de qualidade se daria a partir de março de 2009, com nova mudança de comando – saía o David e entrava o Daniel Pennafirme, um dos produtores da atração.
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Com o Thiago Matheus, atualmente, depois de ter passado pelo controle do Luiz Torquato, de São Paulo, o “Agito geral” é nada mais que uma pálida sombra daquele outrora apresentado por Maurição e Helinho.
(Será que na volta à Globo, onde trabalhou durante 29 anos, o agora coordenador artístico pretende restaurar a produção? E, o seu companheiro, que foi parar na “Patrulha da cidade”, na Tupi, onde ele esteve desde 2006, faria parte dos planos para a recuperação dos índices de audiência da rádio?)
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Quando a Globo mandou o Adelzon Alves embora, a alternativa foi o Kleber Sayão. Categorizado locutor de notícias, comunicador notoriamente influenciado por Luiz de Carvalho¹, Sayão não emplacaria.
Os índices alcançados por ele estiveram muito longe da marca que vinha obtendo o seu antecessor. A solução para o impasse viria a ser a dupla formada por Washington Rodrigues e Hilton Abi-Rihan.
“Show da madrugada”, o programa criado, constituiu-se num extraordinário sucesso² entre os anos de 1993 e 1995. Fez muita gente esquecer do Adelzon e, daquela movimentação de sambistas e compositores.
Apolinho reeditava com o Abi, um modelo que apresentara na Rádio Nacional no começo dos anos 80, pela manhã. Uma espécie de ampliação de breve experiência que os dois tiveram na antiga Continental.
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¹Luiz de Carvalho, que adotava o slogan “Saúde, paz e amor” foi um condutor de programa muito popular na Rádio Globo. Antecedeu o saudoso Haroldo de Andrade no tradicional horário da emissora.
²O motivo que determinou o fim do ”Show da madrugada”, só o Apolinho, o Abi e poucos empregados da emissora na ocasião, sabem. Em 1997, o Velho Apolo voltava a fazer aquele horário. O programa se chamava “Washington Rodrigues Show”, e era apresentado de 0h às 3h de domingo.
Em agosto de 1998, ele licenciava-se da rádio. Atendia ao apelo do Kléber Leite, assumindo a função de diretor técnico do Flamengo. Naquele mês, o parceiro Abi, que permanecera na madrugada com o “Show da Globo”, era ‘premiado’ com xeque-mate. Uma reprise do programa do Francisco Barbosa, com os personagens do Maurição e Helinho, preenchia a vaga.


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Era uma vez na Globo II

O que acontecera com Áureo era uma repetição dos casos do Roberto Figueiredo e Alberto Brizola, eleitos deputados. A Globo não admite, até os dias atuais, que seus contratados sejam políticos. Diretrizes da empresa. Com o afastamento do Áureo, a emissora batia seu próprio recorde. Em 1992, dispensava Adelzon Alves, “o amigo da madrugada”, 26 anos na casa.
No meio, raramente um profissional sai por conta própria. Fatores a provocarem a saída: Ibope ruim, questão salarial e indisciplina. De um modo geral, o ouvinte nunca sabe o motivo. Observadores em particular, sabem alguma coisa depois de patinarem pelo terreno das especulações.
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Washington Rodrigues e Luiz de França não chegaram a um acordo sobre a renovação de contratos em dezembro de 1998. Mudavam para a Tupi. França estreava no limiar de fevereiro de 1999 e, o Apolinho um pouco mais tarde. No domingo anterior, porém, ele fazia sua primeira apresentação no esporte ao lado de Luiz Penido. Com isso, era interrompida uma longa e bem-sucedida parceria, que iniciara com o Garotinho, na Rádio Nacional.
Em 2007, Luiz de França se transferia para a Manchete, que montava um estúdio exclusivo na Mantiqueira, para ele fazer direto de Barbacena (bucólica e decantada terra natal), o seu programa diário.O reencontro com o público, ocorreria em 1° de maio, festa dos trabalhadores.
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Francisco Barbosa começara na Globo através de sua FM. Efetivara-se na manhãs no AM, após a saída do Paulo Giovanni, com quem atuara algumas vezes. Ele já estava há quinze anos na empresa, quando a emissora decidira dispensá-lo. Era dezembro de 1999, aniversário da emissora e, em contraste, mês fatídico, propenso a demissões de empregados.
Num remanejamento da programação, Barbosa ficara em horário vespertino e, perdia feio para o Pedro Augusto, da Tupi, auto-proclamado “o romeiro de Aparecida”. Ana Flores, sua colaboradora no quadro de arte culinária, era convocada para o lugar dele. Nascia ali o programa “Tarde legal”, anteriormente uma vinheta, que sinalizava as participações de Ana.
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Em dezembro de 2001(*) a Globo chamava e Barbosa aceitava. Em agosto de 2005, caía outra vez. Marlene Mattos do “Amigas invisíveis” – coisa inédita no SGR -- arrendava o espaço, com Ana Flores de volta, na companhia das atrizes Lúcia Fregolente e Dedina Bernardelli.
Barbosa fechava com a Tupi em outubro de 2006, depois de cumprir jornada dupla na MEC AM e Tropical Solimões.
(*) Maurício Menezes e Hélio Júnior que atuavam com ele na incursão vespertina, recebiam bilhete azul. Até outubro apresentavam, aos sábados e domingos à noite, a 2ª edição do “Agito geral”.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Era uma vez na Globo I

Durante vinte anos – período de 1985 a 2005 – a Globo deixou escapar de seus quadros nomes de reconhecida importância na radiofonia. Com isso, deixaria também, no decorrer do tempo, de sublinhar o encerramento de programas usando a afirmativa de que, “este foi mais um campeão de audiência”, habitual naquela fase.
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Em dezembro de 1984 a emissora da Glória contratava José Carlos Araújo e Washington Rodrigues. Eles tinham ido para a Nacional sete anos antes. Locutor de esportes em início de carreira, o primeiro foi liderar equipe. Já destacado repórter no grupo do Waldir Amaral, o segundo lançava-se na condição de comentarista. A dupla revolucionara as transmissões esportivas no veículo. O sucesso foi tão grande, que superara o que a tradicional emissora alcançava na “época de ouro”.
Um desentendimento do Waldir com o Roberto Marinho estabelecera o fim da lua-de-mel do narrador com a casa. Facilitara as negociações para a volta dos dois -- 'Apolinho', como o Waldir cognominava Washington e, Zé Carlos, a partir de então 'Garotinho', impulsionado com a explosão começada em 1977.
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Seis meses depois de trocar a Tupi pelo Sistema Globo, Clóvis Monteiro, coringa até então, era efetivado em dezembro de 1994 no "Parada popular" (diário), e no "A grande parada" (aos sábados). Entrava no lugar do Sílvio Samper, que sibstituíra, de 3h às 6h a “Um novo dia”, em que Haroldo Júnior se revelara comunicador. Haroldinho era, até ali, produtor do programa do pai. Sua dedicação impressionara o diretor Paulo César Ferreira, que lhe dera a oportunidade de comandar um horário.
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Cria da Globo, onde aportara aos 19 de idade, Luiz Penido ocupava, quatro anos depois da volta de José Carlos Araújo e Washington Rodrigues, terceira posição na hierarquia. Em outubro de 1988 foi cooptado por Péricles Leal, diretor da Tupi, a uma guinada em sua vida profissional. Insatisfeito com o Ibope de Doalcei Camargo, até então uma figura intocável, Péricles oferecera ao jovem narrador o cargo de chefe. (Doalcei comandava o esporte da emissora há 23 anos.)
Penido levou cinco de seus colegas da Globo para a concorrente. Depois de rápidas passagens pela Nacional e Tropical FM dividiria, entre 1997 e 1998, a liderança com o veterano locutor. Isolaria-se como titular daí pra frente, retornando às origens em maio de 2012. Por ordem e graças dos cardeais oponentes ao Garotinho, viria sucedê-lo no posto. Hoje, com a audiência em baixa, há quem ironize na ‘outra’ com uma frase dele a situação: “É o que resta dessa festa”.
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Ao eleger-se vereador do Rio em outubro de 1996, Áureo Ameno assinava uma sentença contra a sua continuidade na emissora dos Marinho. Ele trabalhava na Globo há 42 anos. Ingressara como repórter cobrindo o suicídio de Getúlio Vargas e, se destacaria como produtor dos principais programas da casa.
No ano seguinte à sua eleição, Alfredo Raimundo dera-lhe abrigo na Tupi. Áureo ganhou espaço na “Patrulha da cidade”, com um quadro em defesa do consumidor e voltava a fazer comentários esportivos. Desligara-se em 2005, para participar do projeto de rádio própria do Haroldo de Andrade.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Belisário de volta à Tupi

Mário Belisário, dos mais apreciados comunicadores do rádio contemporâneo, está de volta à Tupi. Substituiu Sílvio Samper.*
A estreia, na quarta-feira 14, ocorreu em banho-maria, embora a “pesquisa do dia” explorasse um tema “quente” – o adultério.
Concitando a‘turma do sereno’ e insones que garantem a audiência na madrugada (de 3h a 6h), o apresentador indagava:
“O que você faria ao saber que um amigo seu, ou amiga, estivesse ‘levando bola nas costas’? Contaria pra ele? Contaria pra ela?”
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É a terceira vez que Mário Belisário fecha com a empresa. Na primeira, o ingresso foi no final de 1990, ficando até 1995. Fazia, no começo, o horário há algum tempo ocupado pelo Clóvis Monteiro.
Belisário despontara na FM 105, quando comandava de 4h às 7h, o “Desperta Rio”. Antes de atuar naquela emissora, trabalhou (em início de carreira) na Cidade FM, em São Paulo -- hoje a Bandnews.
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Na sua trajetória figuram duas passagens pela Manchete AM e uma pela FM de igual nome, incluindo a FM O Dia no período de implantação e, ainda, a Roquette Pinto. Afastado desde 2011, o último endereço de Belisário foi a Sucesso (ex- Carioca), onde manteve programa a partir de 2009.
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*Recém-desligado, Sílvio Samper estava na Tupi há 18 anos. Integrava um grupo de profissionais que a Globo descartara na década. Entre outros, mudaram de lado em circunstâncias parecidas, Washington Rodrigues, Francisco Barbosa, Luizinho Campos, Ricardo Alexandre e Pedro Costa.


S I N T O N I A
/o/ “A voz da periferia”, com MV Bill. Roquette Pinto 94,1 FM. – De segunda a sexta, às 13h. /o/ “CBN total”, com Carolina Moran. CBN 860 AM/92.5 FM. – De segunda a sexta, às 14h. /o/ “Yesterday”, com Robson Castro. SulAmérica Paradiso 95,7 FM. – De segunda a sexta, às 22h.

AMOR ANTIGO
Os grandes nomes da televisão tiveram, em maioria, o rádio como sua origem. Sérgio Chapelin é um dos que fazem parte dessa listagem. Apresentador de “Globo repórter” da Rede Globo desde o seu surgimento, em 1973, ainda jovem iniciou na Rádio MEC.
As primeiras experiências foram na difusora de Valença, RJ, cidade onde nascera há 72 anos. A melhor fase do Chapelin no rádio foi como locutor da Jornal do Brasil AM. (Um dos marcos na história do veículo, a RJB fecharia as portas em abril de 1993). Chapelin esteve, por pouco tempo, na Rádio Nacional, antes de migrar para a televisão.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Um Rio de ideias comuns

“Acorda Rio”, que a Globo acaba de lançar com o Jorge Luiz, é homônimo de um programa recente da Manchete.
Com outro Jorge – o Bacarin. Retirado da grade em junho de 2012, o espaço ficou para Luiz Vieira, ‘poeta-cantador’.

Embora trabalhasse numa emissora musical entre 1989 e 1990, Mário Belisário já fazia um programa de temática semelhante.
“Desperta Rio”, na FM 105, atual Aleluia.

No campo da tecnologia, ultimamente, o rádio avançou de forma espantosa. No das ideias, criatividade, muito pouco.
Procuram-se os cabeças pensantes do contemporâneo veículo.
É possível que tenham ido fazer reciclagem no Canadá...
Aonde Luiza foi, tempos atrás.

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“CBN Rio”, hoje com Octávio Guedes e Lilian Ribeiro, é titulo rodado. Existe desde a fundação da emissora, em outubro de 1991.
Na Rádio MEC, há uns dois meses, a direção remanejou o Amauri Santos para o horário da manhã, entregando-lhe o “Sintonia Rio”.
E, o competente radialista pegou o cacoete do Antônio Carlos – “o despertador do Brasil”. A todo repórter que termina a matéria ele “manda” um: “Obrigado pelas informações!” Sem qualquer constrangimento.


LINHA DIRETA
/o/ Fernando Bonan e Hugo Lago, terceiro e quarto no esporte da Globo, passaram a ter um melhor aproveitamento na equipe.
/o/ Uma “colcha de retalhos”, o programa diário que o David Rangel ganhou, após quatro meses do seu retorno à emissora da Glória.


S I N T O N I A
/o/ “JB do Brasil”, com Sérgio Gianotti. JB FM 99,9 – domingos, às 9h. /o/ “Samba social clube”, com Valéria Marques. MPB FM 90,3 – sábados e domingos, às 12h. /o/ “Tempo de jazz”, com Ana Lúcia Bissinover. Roquette Pinto FM 94,1 – domingos, às 18h.


AMOR ANTIGO
Quadrante”, uma série de crônicas, era cartaz da Rádio MEC nas décadas de 50 e 60, com interpretação de Paulo Autran (1922/2007).
Entre outros autores, focalizava obras dos poetas Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira e Cecília Meirelles, escritores Fernando Sabino e Dinah Silveira de Queiroz. Em horários flexíveis, as edições.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

A valorização da culinária

Tema de programas antigos, a culinária está em alta conta. No rádio (e na TV), nunca como antes. No espaço que as emissoras reservam, cabem às donas de casa a iniciativa das receitas.
A interatividade – fruto moderno – as distanciam de uma Sagramor de Scuvero, Helena Sangirardi e Lea Silva, que no passado respondiam pela tarefa na Mayrink, Nacional e Tamoio.
O pacote inclui variedades do tipo “Farofa da Globo”, uma recente criação. A família de melhores conhecimentos, vencedora da competição, recebe da rádio um almoço como prêmio.
Com a valorização do tema, o futebol pegou o seu quinhão. No “Comendo a bola”, na Bradesco, os participantes discutem, aparentemente de boca cheia, jogos e bastidores dos clubes


SAÍDAS DO TÚNEL
Na Copa das Confederações a Globo tirou do arquivo o “Bola de fogo”, que encerrava as jornadas. Na volta do Brasileirão, resgatou o “Tiriri-tiriri”, uma vinheta. Ambas da época do Waldir Amaral, a segunda anunciava, com o Jairo de Souza, os jogos da Loteria esportiva.
As ‘novidades’ provocaram, de uma raposa felpuda e super antenada nos segmentos do rádio, a exclamação: “Direto do túnel do tempo!” – comum nos indefectíveis flashs back...

DERRAPAGEM I
Alessandra Ekstine, do “Estação cultura”, ao meio-dia na Rádio MEC,saiu de férias. Na sua ausência, Elisa de Magalhães (boa entrevistadora, por sinal) apresentou o programa, na quarta-feira, 24.
Ao ler o “MEC notícias” das 14 horas, vacilou diversas vezes. (Teria sido emoção pela visita do Papa?)

DERRAPAGEM II
Felipe Cardoso apresentava na Globo dia 20 último, “A liga dos trepidantes”, que antecede os jogos dos sábados. Logo na abertura, ele disse que o programa “já é tradicional”. (Fala sério!)
A “Liga...” foi lançado em setembro de 20ll. Nada em lugar nenhum é tradicional em curto período.
O que se pode dizer do “Enquanto a bola não rola” ou “Panorama esportivo”, há quase trinta anos nos ar?

AMOR ANTIGO
Criador de “Discos na vitrine”(lançamentos) e “Discos de ouro”(destaques das paradas),Jair Amorim trabalhou na Tamoio, fase do “música, exclusivamente música”, onde era um dos ‘bachareis’— denominação dos programadores da emissora. Letrista de sucesso, Jair (1915/1993), formou diversas parcerias, as principais delas, com José Maria de Abreu e Evaldo Gouveia.
Suas músicas mais conhecidas foram gravadas por, entre outros, Dick Farney, Cauby Peixoto, Altemar Dutra e Anísio Silva. Natural de Leopoldina, ES, colaborador de jornais, iniciou carreira na Rádio Clube do Brasil, atuou em outras rádios do Rio e foi locutor da Agência Nacional.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O reacender de uma chama

O imediatismo do rádio ainda citado por alguns profissionais concentra-se, hoje, nas transmissões esportivas e coberturas de trânsito. Abrange, com regularidade, os problemas comuns de bairros, que emissoras populares focalizam em atendimento às reivindicações de moradores – seus ouvintes fiéis.
Nos grandes eventos, porém, o rádio se revigora. A chegada do Papa Francisco ao Rio, um exemplo disso, como as realizações da Expo-90 e Rock in Rio em outras oportunidades, além da eternamente esperada visita do cantor Frank Sinatra (“The Voice”) a outrora decantada Cidade Maravilhosa.
A Tupi, Globo, Bandnews e CBN se destacaram na mobilização de seus repórteres pelas ruas e postos centrais do Rio. Desenvolveram em qualidade, trabalho comparativo ao de uma Continental e Jornal do Brasil AM em época remota, com a vantagem de se utilizarem de melhores recursos.


UM LUXO
Houve um tempo em que o curinga de rádio era um profissional novato. Atuava na esperança de um dia ser titular. Esse procedimento mudou, agora é luxo só. Que o diga o Haroldo de Andrade (Júnior)¹, há cinco anos na Tupi, em sua segunda passagem pela casa. Ele tem programa aos domingos, mas se firmou como regra três, cobrindo férias de colegas e eventuais faltas.
Fato semelhante está acontecendo com o David Rangel². No começo deste ano, depois de quatro temporadas na Manchete, voltou para a Globo -- igualmente ao Haroldinho, sua segunda passagem pelo endereço. David (outra coincidência) foi escalado para fazer um programa dominical e,também passou a substituir aqueles que se ausentam nas mesmas condições.
¹ “Bom dia, pai”, livro em que HA(J) homenageia o falecido Haroldão, não tem fins lucrativos. A renda é revertida para uma instituição de caridade – disse o radialista no programa do Clóvis Monteiro.
² Em dezembro de 2004 a Globo lançava o “Tarde legal”, com David Rangel. A vinheta do programa foi reaproveitada no “Boa tarde”, com Alexandre Ferreira, que o atual benjamim reviveu há pouco.


S I N T O N I A
/o/ “Painel JB 1ª edição”, com Alexandre Tavares. JB FM 99,9 – de segunda a sexta, às 7h.
/o/ “Hora do blush”, com Juliana Nasciutti. SulAmérica Paradiso FM 95,7 -- de segunda a sexta, às 17h.
/o/ “Choros, chorinhos e chorões”, com Clarice Azevedo. Roquette Pinto FM 94,1 – de segunda a quarta, às 21h, sábados, às 19h.

AMOR ANTIGO
Mais famoso locutor de telejornais de todos os tempos, Cid Moreira (86 anos), que começou no rádio em Taubaté, interior de São Paulo, pertenceu ao elenco da Mayrink Veiga. Foi, entre outras atribuições, narrador de “Noites cariocas”, programa estrelado pelo regional de Canhoto, aos sábados. Nele se projetaria nacionalmente, Jacob Bittencourt – o Jacob do Bandolin.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Esse nosso amor antigo

91)Uma das raras cantoras de rádio de São Paulo a se projetar no Brasil, Isaurinha Garcia (1919/1993) tinha uma coisa em comum com o locutor da Tupi, Collid Filho: a longevidade na mesma empresa. Isaurinha --“A Personalíssima” – trabalhou apenas na Rádio Record, ali permanecendo por nada menos que 40 anos.
92) O cognome que a acompanhou em sua longa carreira lhe foi arranjado pelo apresentador Blota Júnior, da linha de frente na radiofonia brasileira. A rádio, criada pelo empresário Paulo Machado de Carvalho, desfrutava na capital paulista, de prestígio semelhante ao da Nacional, no Rio. “Rádio Record, a maior”, seu slogan -- era apregoado pelo Randal Juliano, voz oficial da emissora em certo período.
93) Paulista do Brás, no início Isaurinha se espelhava no estilo da carioca Araci de Almeida. Nos áureos tempos da Nacional com seus programas de auditório, vinha constantemente ao Rio, convidada para apresentações no “César de Alencar”.

94)Das vozes mais expressivas do rádio em todos os tempos, César Ladeira tornou-se conhecido do grande público na Revolução Constitucionalista de 1932. Ele trabalhava na Record e, destacou-se na transmissão do movimento que eclodira em São Paulo.
95) Também participaram da cobertura em 9 de julho os locutores Renato Macedo e Nicolau Tuma. (Este formaria, com Armando Pamplona, da Rádio Cultura, a dupla de pioneiros em narrar futebol no veículo).
96) César Ladeira ficaria marcado como “a voz da revolução”, transferindo-se anos depois para o Rio. Contratado pela Mayrink Veiga, foi diretor-artístico e apresentador dos principais programas. Especializara-se em criar slogans para os artistas da antiga emissora. 97)A Nacional foi outra rádio em que o Cesar Ladeira brilhou, comandando diversas atrações. Na lista os diários “A crônica da cidade”, de Genolino Amado e “Seu criado, obrigado”, com assessoria da atriz Daysi Lúcidi, uma produção de Lourival Marques.

98)No começo de carreira, na Mayrink Veiga, “Garota Grau Dez”. Na maior parte dela, na Rádio Nacional, “Favorita da Marinha”. Em síntese, foi assim a trajetória de Emilinha Borba (1923/2005), a cantora mais popular na história do rádio. Batizada Emília Savanna de Sousa Costa da Silva Borba, ela ganhou seu primeiro prêmio na “Hora Infantil”, da Rádio Cruzeiro do Sul, onde alguns nomes surgiram.
99)Emilinha foi crooner do Cassino da Urca, ingressando na lendária casa de espetáculos, com o apoio de Carmem Miranda, sua madrinha artística. No limiar de década de 40, aportava na rádio que viria a ser uma das mais importantes da América Latina – a Nacional. Maior estrela da emissora já no final daquele período seria, sobretudo, uma recordista em sucessos de carnaval, destacando-se com outros gêneros.
100)De “Chiquita bacana” a “Mulata iê-iê-iê”, uma infinidade deles – sem se contar os boleros e sambas-canções. E, paralelamente ao rádio, discos e shows pelo país, Emilinha brilhou no cinema. Era sempre requisitada para os musicais da Atlãntida -- as chanchadas – que povoaram o imaginário de uma de geração de admiradores.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Trivial com guarnições (13)

Cancelado durante a Copa das Confederações, o “Debates populares” do “Manhã da Globo” com o Roberto Canázio, foi reintegrado no dia 1°, segunda-feira. No dia seguinte ao da volta, Mário Belisário, do primeiro time de comunicadores do rádio, participava do quadro.
Ele atuou em vários prefixos. Numa fase da Manchete, formou com Roberto Canázio e Alexandre Ferreira, o trio de melhor audiência. Foi o único por quem a Globo não se interessou.(Belisário se tornou sócio da Rádio Sucesso. Nela, manteve programa entre 2009 e 2011.)


POPULARES
A astróloga Zora Yonara, 50 anos de rádio é, sem dúvida, a mais popular do país. Em permanência no veículo, ela só perde para Aldenora Santos – a Pudica -- sua companheira no “Show do Antônio Carlos”, que alcançou em setembro de 2011, a marca dos 60 anos.
Produtora do programa, Aldenora também atua como atriz. Zora somente exerceu a função no começo da carreira, numa emissora do Espírito Santo. As duas, e Juçara Carioca (Juju), dividem as preferências do público fiel ao radialista -- “o despertador do Brasil”.

ENCONTROS
Ricardo Brito conduz “Encontros – a música brasileira em bate-papo”, na Roquette FM, às quartas, de 10h às 11h da noite. Entrevistado na primeira semana, o quinteto Mulheres de Hollanda, (Laura, Marcela, Ana, Fernanda e Carla) intérprete das obras de Chico Buarque.

CONCORRIDO
O horário do almoço nos domingos é bastante concorrido em matéria de programas esportivos. Bem mais prolongado que nos dias normais. Uma dessas opções é o “Nacional esporte show”, no comando de Gláucia Araújo, freqüência diária num vespertino da emissora.


LINHA DIRETA
/o/ A um ano do Mundial de 2014, a Globo lançou com Maurício Bastos e Roberta Barroso, o “Jornal da Copa”.
/o/ Narrando um amistoso do Flamengo com o São Paulo, Ricardo Moreira oficializou o seu ingresso na Tupi.
/o/ “Rio de Janeiro em um minuto”, nas meias horas a partir das 10h, substituiu o “Globo, girando com a notícia”.

S I N T O N I A
/o/ “Toque de letra”, com Leandro Lacerda e Alvaro Oliveira Filho. CBN 860 AM/92,5 FM -- de segunda a sexta, às 11h45.
/o/ “Ao vivo, entre amigos”, com Marina Barreto. MEC AM 800 -- quartas, de 17h às 18h
/o/ “Vamos ouvir a banda”, com Zair Cançado. Bandeirantes AM 1360 -- quintas, de 22h às 23h.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Luiz Vieira, primeiro ano

O poeta Luiz Vieira, eterno "Menino passarinho", fez um ano na Manchete no dia 4 do mês passado. “Minha terra, nossa gente”, com três décadas de existência, que havia deixado a Sucesso (ex-Carioca), era antes transmitido pelas rádios Rio de Janeiro e Nacional – a maior parte na tradicional emissora da Praça Mauá. No novo endereço, sua denominação passou a ser “Eu show Luiz Vieira”, apresentado de segunda a sexta, de 6h às 8h da manhã.
“Gente que brilha”, em que o apresentador cultua a figura de Paulo Roberto, um dos grandes nomes da ‘época de ouro’ do rádio, é o quadro mais importante. A sua finalidade é destacar cantores e compositores que a mídia esqueceu e, apenas nele, o batismo atual não é utilizado, prevalecendo o original, anunciado pela voz de Kleber Moura, que ao abandonar o veículo (integrava o cast da Nacional) virou pastor evangélico em São Gonçalo.
Uma particularidade observada no programa do Luiz Vieira. Ele não mais se restringe a reviver sucessos de cantores antigos, seu alvo principal. Tem partilhado as audições, com base no calendário (data de nascimento), a valores da música moderna. Destinado à geração que ultrapassou a faixa dos 40 anos, o programa ainda apresenta dois quadros reconhecidamente interessantes: “Histórias que o rádio conta, a gente
toca” e “Quem é o cantor?” -- a sua interatividade com os ouvintes, que concorrem a modestos prêmios semanais.

FILHOS DE PEIXE
Com apenas cinco anos, os gêmeos Luiz José e Jorge Eduardo ilustram as vinhetas do programa do pai. Um ‘barato’, as participações deles. Representam o futuro do veículo – hoje nos primórdios – quando será comum ouvir rádio pela internet, celular, smartphone e outros recursos. Não é à toa que as emissoras mais importantes vêm badalando essas alternativas. A nova era que se descortina está há poucos passos dos bem mais “idosos”, estagiários que circulam pelas emissoras. Filhos de peixe, os que têm exemplos em casa

LINHA DIRETA
/o/ Raridades no rádio, atuantes com mais de 80 anos. Luiz Vieira, Daysi Lúcidi, Gerdal dos Santos e Zair Cançado, uns baluartes da profissão.
/o/ Roteirista do “Alô Daysi” (Nacional), Fátima Bonfim também produz o ‘Repórter Rio’. De 6h às 8h, com o Marco Antônio Monteiro.
/o/ Caiu acentuadamente o número de domicílios com aparelhos de rádio entre os anos 2000 e 2010. Revelou o último levantamento do Ibope.
/o/ Briga boa nas manhãs de notícias. Ricardo Boechat, no “Jornal Bandenews Rio 1ª edição”, Octávio Guedes no renovado “CBN Rio”
/o/ “Bola em jogo”, programa que o Luiz Ribeiro comanda na Rádio Tupi aos domingos, está com nova produtora. A repórter Camila Esteves.
/o A Rádio MEC trocou, no “Almanaque carioca”, o Amauri Santos por Kadu de Freitas, do “Atualidades”. E retardou o programa em uma hora.

.S I N T O N I A
“Show do Heleno Rotay”. Tupi AM 1280/FM 96,5. – De segunda a sexta, de 15h às 17h. /o/ “Nossa área 2ª edição”, com Gilson Ricardo. Bradesco Esportes FM 91,1. – Nas noites sem competições, de 20h às 22h /o/ “Palco MPB”, com Fernando Mansur. MPB FM 90,3. -- Às terças, 21h.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

“Bola de fogo”, o retorno

Ao ensejo da Copa das Confederações, a Rádio Globo tirou do arquivo o”Bola de fogo”, um quadro de debates que encerrava as jornadas da emissora na década de 70, no tempo que Waldir Amaral liderava a equipe.
No retorno, para comentarem as partidas da seleção brasileira foram convocados os ex-jogadores Dé (o Aranha), Donizette (o Pantera), Gil (Búfalo Bil) e Júlio César (Uri Geller) -- o chamado “Quarteto fantástico”.
Estrelavam a atração na época, os comentaristas Áureo Ameno, Francisco Horta, Affonso Soares e Celso Garcia – os dois últimos já falecidos. Idealização do Kléber Leite, "Bola de fogo" foi um grande sucesso.




‘BOM DIA, PAI’
O quadro de maior audiência do “Programa Haroldo de Andrade” na Rádio Globo foi o “Bom dia”. E, não o “Debates populares”, segundo revelação do Haroldo de Andrade (Júnior), na Tupi, domingo último.
Desde agosto de 2008, o filho do saudoso radialista mantém um cartaz homônimo na emissora concorrente. No início de julho, ele lança o livro “Bom dia, pai”, inspirado em crônicas do antigo programa.
Haroldo de Andrade (Júnior) lembrava ter sido ele o redator da primeira pauta do “Debates populares”, que surgiu em 1984, em plena ditadura militar. Muitos copiaram seu pai, inclusive a Cidinha(*) – disse.
Em tempos gloriosos, a crônica de abertura era produzida por Helio Thys e,em sua versão na Tupi, por Nonato Viegas, um dos responsáveis pelo roteiro, cabendo alguns textos ao próprio apresentador.
(*) Cidinha Campos, que rivalizava com o Haroldo atuando na Tupi, trabalhou na emissora que ele fundou em 2005. Ficou apenas um ano. Ao sair, enaltecera a cavalheirismo do Haroldinho e Wilson, diretores. Queixara-se, porém: “Queriam fazer uma rádio de primeira, com antena de segunda”.
Cidinha está afastada desde então. A possibilidade dela ingressar na Globo, levantada recentemente, não existe. “Mais fácil ocorrer um abalo sísmico no país”, conforme professor de geografia nosso conhecido.

LINHA DIRETA
/o/ Coordenador de produção dos programas da Nacional, Marcos Gomes está ancorando as jornadas durante a Copa das Confederações.
/o/ A Globo montou uma Central para cobrir as últimas manifestações,escalando o David Rangel, comunicador, na função de plantonista.
/o/ Em crise, a Manchete fez mais ajustes na sua grade, mexendo dessa vez no “Fim de tarde” do Juninho Ti-ti-ti, reduzido em uma hora.

S I N T O N I A
/o/ “Planeta Rei”, com Beto Britto. Globo 1220 AM/89,5 FM. -- De segunda a sábado, de zero hora às 3h.
/o/ “Ouvindo música”, com Marcelo Guima. MEC 800 AM. – De segunda a sexta, de 21h30 às 22h.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Na imaginação, a diferença


Repórter da TV que migrara do rádio, Sandro Gama ganhou, recentemente, um programa na Bradesco Esportes FM. “Comendo a bola” é o titulo da atração, apresentada de segunda a sexta, às 12h. O Sandro não cansa de afirmar que se trata de “um programa diferente”, tendo acrescentado numa das edições, que seu colaborador, Bruno Mesquita, só faz “matérias diferentes”. Será? Onde ele descobriu essa genialidade, num gênero que se repete em todos os prefixos?
A hora do almoço no rádio é bem abastecida de programas em que se fala de futebol e, raramente, de outras modalidades. O mais acreditado deles, “Momento esportivo”, conduzido pelo Maurício Moreira, na Brasil AM, uma referência para a classe. Concorrem na faixa de horário, o "Toque de letra", com Leandro Lacerda e Alvaro Oliveira Filho, na CBN (11h45) e o “Bate bola”(12h20), com o Ruy Fernando, na Rádio Nacional. As emissoras menores também têm os seus.
O dia a dia dos clubes, isto é -- movimento de técnicos e jogadores, contratações ou dispensas – fatos comuns. Por melhores que sejam as pautas dos coordenadores de equipes, dificilmente se escapa dessa rotina. E, vem o Sandro com essa de “programa diferente”. A menos que, por ser na hora do almoço, tenha incursionado no ramo da gastronomia. “Comendo a bola”, então, seria uma retórica, licença-poética, como eram as crônicas do Armando Nogueira.
Ou será que a “diferença” que ele alardeia é a participação de ouvintes? “Você faz o programa” -- anuncia o apresentador, concitando a audiência a se manifestar. No rádio moderno, porém, interatividade não passa de um recurso mais do que natural. Um bem-sucedido exemplo em programa especializado, é o “Giro esportivo”, na Tupi. O Vagner Menezes e a turma afinada que lhe dá apoio, não precisam explicar a que vieram. Cumprem a sua missão. Com bom humor, sem firulas.
Incrível. Estão copiando até slogan (veja postagem anterior). Bruno Torelli, mais novo comentarista da Bradesco planou rápido, voando para a função. Slogan adotado: “o que não deixa dúvidas”, o mesmo que o Jorge Ramos, da Nacional, usa há uns dez anos, desde que integrava a equipe do Luiz Carlos Silva, na Rádio Roquette Pinto. A partir de maio do ano passado, ao se incorporar à Globo, Valdir Espinosa ficou sendo “o comentarista realmente técnico”, corruptela do “técnico comentarista”, batismo do José Cunha ao Duque Ferreira, na Tamoio, em tempo remoto.


LINHA DIRETA .
/o/ Manchete, “a rádio de verdade”, limitou o número de repórteres em ação. Hoje, não se compara ao que era na volta ao dial, em 2006.
/o/ Jorge Ferreira, que cobre o CET-Rio, está fazendo tempo integral, igualando-se ao noticiarista Enio Paes. E, também é narrador de futebol.
/o/ Coincidências são coisas que não faltam no rádio atual. Uma delas, a oração do “Pai Nosso”, de manhã, por volta das 8h na Globo e Tupi.

S I N T O N I A
“Sílvio Samper show”. Tupi 1280 AM/96,5 FM. – De 3h às 6h, de segunda a sábado.
“Redação Nacional”, com Neise Marçal. Nacional 1130 AM – De 8h às 10h, de segunda a sexta.
“Amigos do sucesso”, com Kaanda Ananda. Manchete 760 AM. – De 21h às 23h, aos domingos.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

As famílias que não criam

Nem Bethânia nem galo cantor de que fala a música do Caetano. Mas é de manhã. Horário de “Domingo na Globo”, que Jorge Luiz garante ser “o programa da família brasileira”. O “Domingo...” nos dias sem corrida de Fórmula-1, é uma espécie de “horas extras” (¹) para o apresentador, que durante a semana comanda, bem cedo (²), o “Bom dia Globo”.
Uma palavra apenas -- “verdadeiro” -- separa o slogan agora empregado por JL do utilizado por Luiz de França desde os tempos em que trabalhava na emissora dos Marinho. Lá, o França era um legítimo “campeão de audiência”. Na Manchete, onde está há seis anos, o bordão ficou adequado ao ibope da rádio, tornando-o “campeão no coração do povão”.

/o/ O presente quadro nos lembra o saudoso Chacrinha: “No rádio e na TV, nada se cria...” Nos últimos dias de maio começaram, no Rio, exposições para celebrar os 25 anos de morte dele -- ocorrida em junho --, um dos ícones da comunicação no país, consagrado pela televisão.
Abelardo Barbosa, o Chacrinha, pernambucano de Surubim, iniciou carreira na Rádio Clube Fluminense, em Niterói. Mais tarde, o prefixo abrigaria a Continental, uma pioneira. Era, segundo o slogan, “a cem por cento esportiva e informativa”, ou ainda, “a que está em todas”, pois, mobilizava portentosa equipe de repórteres – “Os Comandos” do Carlos Pallut.

/o/ Também nos domingos, de primeira qualidade, o “Estúdio F -- momento musical da Funarte”, nas ondas da Nacional, às 23h. Tem apresentação de Paulo César Soares e explora o gênero biografia, focalizando dois artistas a cada edição. O texto de chamada na voz do Jair Lemos faz referência à “nossa música popular brasileira” (sic). (Inadmissível, a derrapagem.)

/o/ Um dos precursores do “Amarelinho’ da Globo, Pedro Costa desempenhou numa outra etapa, relevante papel no esporte da emissora. Há alguns anos integra o time de profissionais que mudaram daquela para a Tupi. Pedro é repórter especial do “Programa Francisco Barbosa”.
Na manhã de sábado 1°, motorista escapa de arrastão na Rodovia Rio-Manilha,
São Gonçalo. Pedro antecipa a notícia, interrompendo o “Super-debates”. E, anuncia para depois, “maiores detalhes”.
(Oh Pedro, você é ‘fera’, não pode “escorregar” assim. Detalhes, que formam o conteúdo de qualquer matéria, “são coisas tão pequenas”... Sabiamente, o ‘Rei’ Roberto Carlos já dizia isso...cantando.)

LINHA DIRETA
/o/ “Moral da história”, no programa do Roberto Canázio, na Globo, tem a assinatura de Heloísa Paladino.Cotidiano em pequena obra-prima.
/o/ Karla de Luca, da equipe do Antônio Carlos, produz e apresenta nas manhãs de domingos, o “Canal animal”. Para os criadores de cães e gatos.
/o/ O locutor Demétrio Costa, “a voz da avenida”, voltou ao rádio, agora na Manchete. Colaborador do Luiz Vieira, estava há um ano afastado.
(¹) De 7h às 10h
(²) De 3h às 6h

domingo, 26 de maio de 2013

Esse nosso amor antigo

80) Era carioca do bairro de São Cristóvão o homem que se tornaria um dos mais famosos sambistas do país. Na vida de anonimato,.José Bispo Clementino dos Santos (1913/2008), investigador de polícia em Niterói. Na vida artística, Jamelão, um expoente da Mangueira, Estação Primeira.
81) À essa figura, original cantor de músicas do “meio de ano”, o “Botequim da Globo”, com Loureiro Neto, dedicou a edição de quinta-feira, 16. Jamelão aniversariava no dia 12, data que marcou este mês, o seu centenário de nascimento.Numa carreira pontilhada de sucessos, ele era presença obrigatória nos musicais da Tupi, ao som das orquestras dos maestros Cipó, Carioca e, principalmente Severino Araújo, da Tabajara, com quem participou de diversas gravações.
82) Loureiro centralizou o especial numa entrevista com Neguinho da Beija-Flor, discípulo do sambista, que lançava um novo disco, utilizando os recursos da internet. Entre as personalidades do ramo que prestaram depoimentos ao programa, o jornalista e escritor Sérgio Cabral, e Nelson Sargento, legendário compositor.
83) Ainda jovem e desconhecido, Jamelão mostrava suas habilidades no tamborim. Passaria depois para o cavaquinho, quando começava suas experiências de cantor nas rádios e boates. A exemplo de muitos artistas de sua época, ele integrou o elenco da Nacional, o maior cast que se formara em toda a história do veículo.

84) Também este mês registra-se o centenário de nascimento de outro cantor de sucesso no rádio – Ciro Monteiro (1913/1973). Descoberto por Sílvio Caldas (“O seresteiro do Brasil”), ele foi levado para a Rádio Phillips, onde substituiu, no “Programa Casé”, Luiz Barbosa, que se acompanhava usando um chapéu de palha como percussão.
85) No carnaval de 1936 Ciro gravaria seu primeiro disco, ainda atuando naquela emissora. Depois, na Mayrink, seria colega de Francisco Alves e Carmem Miranda tendo, inclusive, gravado em dupla com a “Pequena notável”.
86) Além do centenário, em comum aos cantores, duas músicas entre os principais sucessos, obras de Lupicínio Rodrigues e Ary Barroso. Do Ciro, “Se acaso você chegasse e “Os quindins de Yayá”. De Jamelão, “Ela disse-me, assim” e “Folha morta”, respectivamente daqueles autores.
87) Ciro,“Formigão” nos bastidores, era sobrinho do pianista Romualdo Peixoto, que nasceu e viveu em Niterói. “Nonô”, como o tratavam nas rodas boêmias, pertencia a uma família de artistas, também tio de Araken e Moacir, irmãos do Cauby Peixoto, criados na “Cidade sorriso”.

88) Natural de Belém do Pará, Collid Filho (1930/2004) trabalhou na Rádio Tupi durante toda a sua carreira. Ficaria conhecido como “ o dono da noite”. Dos quase 50 anos em que esteve na emissora dos Diários associados, nada menos que 44 foram no horário da madrugada.
89) Antes de ganhar um programa próprio – o “Collid discos”, lançado como vespertino – ele foi apresentador, em etapas distintas, do “Grande jornal falado Tupi” e “Rádio sequência G-3”. Também comandou, por anos sucessivos, as coberturas de carnaval.
90) Paralelamente ao seu programa diário, ele apresentava, nos domingos à noite, o “Salão grená”, um desfile de tangos, boleros e poesia. Collid declamava obras de autores diversos, e outras de sua lavra – algumas, versos de composições musicais.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Os 25 do Clóvis Monteiro

Um dos melhores comunicadores do Rio, Clóvis Monteiro está celebrando este mês 25 anos de Rádio Tupi, 17 deles com o “Show da manhã”. Sua atuação na rádio se desenvolveu em duas etapas, a primeira em horário vespertino. Antes do “Show da manhã” (de 6h às 9h), estivera dois anos na Globo fazendo o “Parada popular” (de 3h às 6h) de segunda a sexta, e “A grande parada “, aos sábados. Substituíra o Sílvio Samper, mais tarde seu colega na emissora.
No tempo precedente ao seu ingresso na Tupi, onde começou como locutor de notícias, ele foi apresentador da Rádio Capital, posteriormente arrendada por uma seita religiosa.Também estavam naquele prefixo na ocasião,o Cirilo Reis – já integrando os quadros da Nacional, e o Silvio Samper – que depois se transferira para a Globo. Clóvis já tem 35 anos de carreira, iniciada em Alegrete, RS. Conterrâneo do saudoso João Saldanha, igualmente torcedor do Botafogo.
O programa que comanda sofreu, durante sua existência, diversas modificações. Nos últimos três anos, dedica a primeira hora às notícias do trânsito,com a interatividade dos ouvintes, participando de “viva voz”. A mesa de analistas, que reúne Maurício Menezes e Jorge Nunes, teve numa fase, quatro componentes. São destaques Washington Rodrigues, com “Geraldinos & arquibaldos”, Glória Britto (“Horóscopo positivo”) e o humorista Mauricio Manfrini.



SEM EFEITO
Há um ano a Globo trocava o José Carlos Araújo por Luiz Penido. Passava a direcionar seus programas esportivos para os clubes do Rio, com o lema “a rádio da torcida carioca”. A Tupi já seguia essa linha, aproveitando a brecha que a concorrente abrira ao mirar o mercado nacional. Com isso, uma hegemonia de 40 anos se perdeu. Para o desespero de alguns executivos. As alterações feitas em 2012 ainda não deram os frutos que os novos cardeais esperavam.
Na “outra”, a indiscutível liderança do Penido era regional. Ele não a repete na Globo, superado pelo J. Santiago, que então, só ficava com as sobras. Conclui-se que, não era “o mais querido” quem garantia a audiência da rival. Hoje, a soma de ouvintes das emissoras do Rio que cobrem futebol não alcança a conquistada pela Tupi, segundo o Ibope.No confronto, o time da Saúde continua em vantagem sobre o da Glória. Motivo de regozijo para os contratados de lá.

LINHA DIRETA
/o/ O “Programa Haroldo de Andrade” com Jimmy Raw na Tupi distribuiu, no Dia das Mães, kit-churrasco para os ouvintes.
/o/ Uma réplica evidente ao “Jogo das famílias” do David Rangel na Globo, que oferece almoço para os seus participantes.
/o/ A Tupi tem ‘pés de barro’ – disse um leitor. Segundo ele,a Globo perde em horários diversos por bobeira de sua direção.
/o/ Reversão do quadro vai depender, com certeza, dos novos ocupantes dos cargos. Saberiam eles,onde derrotar a adversária?

S I N T O N I A
“Tarde Nacional”, com Hilton Abi-Rihan e Gláucia Araújo. Nacional 1130 AM – de 16h às 19h, de segunda a sexta. /o/ “Bossa moderna”, com Tárik de Souza. MEC 800 AM – de 22h às 23h, às terças-feiras.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Rio, capital do futebol

Comentarista esportivo em tempos remotos, Benjamim Wright costumava dizer que “o futebol é uma caixinha de surpresas”. Tal afirmativa nos dias atuais não teria o menor sentido em se tratando de Campeonato Carioca, pelo que se observa no modelo ultimamente adotado. Apesar disso, a cobertura das rádios aumentou. A lista das que transmitem os jogos no Rio e arredores foi engrossada este ano pela Transamérica, Bradesco e Mania.
Já prestavam o serviço (em AM/FM), a Tupi, Globo e CBN e, na freqüência padrão, Brasil, Manchete, Nacional, Fluminense (Niterói),Tropical Solimões (Nova Iguaçu) e RDC-Rádio Duque de Caxias. O proclamado anúncio de que o campeonato “é o mais charmoso”, não passa de puro marketing. Um contraste às criticas dirigidas aos cartolas por suas administrações ruins, calendários mal elaborados e, inclusive,a carência de craques.
Paixão de nove em cada grupo de dez apreciadores, o futebol não perde sua magia. Ela impulsiona uma parcela do público e vozes dominantes, convencidas de que todo gol “é um golaço”, qualquer que seja a qualidade dos jogos. Por diversos fatores, no entanto, os estádios ficam mais vazios ao passar dos anos. A televisão afasta o torcedor, mas banca os clubes do Rio, (seriamente endividados). Uma garantia para a sobrevivência deles.

ELA,SOBERANA
A bola, muito mais que o campo, está presente nos títulos de programas de rádio – seja na capital ou cidades interioranas, onde os holofotes não alcançam o futebol. De “No mundo da bola”, na velha Nacional, a “Comendo a bola”, o mais recente na Bradesco, ela reina soberana, absoluta. A bola é onipresente (pudera)! Os jogadores correm atrás dela (ou com ela), que “ilustra” vinhetas de aberturas e de intervalos, bordões e chamadas.
Diuturnamente se ouve um “Bate bola”, um “Show de bola”, “Rolando a bola”, “A bola não para”, “Enquanto a bola não rola”, “Bola em jogo”, “Bola na rede”, “Pisada na bola” e, ainda, “Pop bola” e “Papo de bola”. Diante da enxurrada, só ironizando uma passagem: “A bola está com a Globo”. (Também está com as outras, ora bolas!) Em matéria de programas, a TV não registra coisa parecida. Essa forma obsessiva dos nomes.

LINHA DIRETA
/o/ “Campeonato é que nem viaduto. Num dia se está por cima, no outro se está por baixo”. Definição do Marcus Vinícius, o “Mr Bean”, na Tupi referindo-se a Rafael Marques, autor do gol que deu ao Botafogo o título da Taça Rio.
/o/ Ex-jogador, agora técnico, Marcão foi entrevistado por Diego Magalhães da Rádio Brasil sobre a partida decisiva do campeonato. Disse que “o estadual tem sido de alto nível”. Não viu, certamente, os jogos da Liga dos Campeões.
/o/ O locutor Ricardo Moreira -- "Tigrão" para os mais próximos --, acaba de fechar com a Tupi, sua grande chance no rádio. Ano passado ele ingressara na Transamérica, depois de atuar nas chamadas emissoras alternativas.

S I N T O N I A
“Show do Apolinho”, com Washington Rodrigues. Tupi 1280 AM/96,5 FM – de segunda a sexta, às 17h. /o/ “Globo esportivo”, com Luiz Penido. Globo 1220 AM/89,5 FM – de segunda a sexta, às 17h.

sábado, 27 de abril de 2013

Esse nosso amor antigo

73) O mês de abril que ora está terminando assinala o centenário de nascimento de Carlos Galhardo (1913/1985), cantor da época de ouro do rádio. Na Mayrink Veiga, uma das emissoras por que passou, ele recebeu a denominação de “o cantor que dispensa adjetivos”, dentre os inúmeros que o Cesar Ladeira destinava aos artistas contratados daquela estação.
74) Galhardo, cujo repertório básico se constituía de músicas românticas, era também chamado de “o rei da valsa”. Numa fase de sua carreira, formava respeitável quarteto com Francisco Alves, Sílvio Caldas e Orlando Silva. Filho de italianos, ele nasceu em Buenos Aires, mas veio para o Brasil com apenas dois meses. Seus pais trocaram a capital portenha por São Paulo, radicando-se logo depois no Rio de Janeiro.
75) O cantor -- registrado como Castelo Carlos Gualiardi – tinha, no entender de alguns cronistas, “voz aveludada”. A canção natalina “Boas festas”, de Assis Valente, as valsas “Fascinação” (Marquetti/Armando Louzada) e “Eu sonhei que tu estavas tão linda” (Lamartine Babo/Francisco Mattoso), entre muitas outras por ele interpretadas, encantaram gerações.

76) Nelson Gonçalves (1919/1998), um dos maiores vendedores de discos em toda a história da música no país, morreu em 18 de abril – há 15 anos. Como a maioria dos cantores de seu tempo, apresentou-se em diversos programas de calouros, sendo reprovado, inclusive, no de Ary Barroso.
77) Um fracasso em todas as profissões que tentara, Nelson foi engraxate e até lutador de boxe. Ele não acreditava que o seu defeito na fala (era gago), representasse um empecilho na vida. Na busca do seu ideal acabaria, com persistência e tenacidade vencendo as barreiras.
78) Seus primeiros anos como cantor foram na Mayrink Veiga, décadas de 40/50. O auge, porém, ocorreria na Rádio Nacional, onde figurava entre os mais requisitados para os programas de broadcast, com a participação de orquestras, locutores e atores. Embora tivesse preferência pelo samba-canção, gênero em que obteve os maiores sucessos, Nelson gravou tangos e canções, além de sambas e marchinhas de carnaval.
79) Ironicamente, o seresteiro de “A volta do boêmio”, “Meu vício é você”, “Pensando em ti” e tantas outras paginas, perpetuaria em discos algumas composições do locutor que, depois de acionar o gongo, em anos distantes, o recomendara a seguir uma outra atividade.

sábado, 20 de abril de 2013

Um trivial com dobradinhas

O slogan “dobradinha forte do esporte” veiculado nas transmissões da Bradesco em cadeia com a Bandnews Fluminense remonta ao utilizado na Rádio Nacional entre os meados de 1977 e dezembro de 1984, quando José Carlos Araújo esteve na casa. Formava a rede, na ocasião, a Ipanema (ex-Mauá).
Foi ali que o ícone do futebol no rádio começou a ser chamado de “o garotinho ligeiro, que transmite o jogo inteiro”. Ideia do Washington Rodrigues, o Apolinho. Em maio de 2009, com o “Zé” na liderança, a Globo unia sua equipe à da CBN, reativando o esquema e o slogan, que seriam abandonados em pouco tempo.


UM E OUTRO
Ciro Neves, que deixou de narrar futebol na Manchete, não se desligou da emissora. Há seis meses na rádio estrelada por José Carlos, “o verdadeiro Garotinho”, colabora com o outro – o Anthony, no seu programa.

VERSÁTIL
Um dos mais versáteis profissionais do rádio esportivo, hoje naquele grupo, Wellington Campos está mais concentrado na função de comentarista. Ele também participa, nos fins de tarde, dos boletins da Bandnews.

SEM ESTILO
Ambientado num segundo plano, Batista Júnior não criou estilo próprio. Deixa-se influenciar por colegas. Narrador da Manchete ultimamente, ainda atua na Tropical Solimões (830 AM), apresentando “Papo de bola”, ao meio-dia.

DUPLA AÇÃO
Títulos parecidos em programas não faltam. O “Pop bola”, que estreou dia 1º de abril na Bradesco não saiu da MPB FM, onde surgira há pouco mais de um ano. Ao entardecer no seu endereço novo e, às 9h da noite no anterior.

LINHA DIRETA
/o/ Na Globo, o benjamim David Rangel aproveitado como “coringa de luxo”. Numa ausência do Roberto Canázio e, nas mini-férias do Tino Júnior.
/o/ Em mais um ajuste em sua grade, a Bradesco Esportes fez estrear, na segunda-feira 15, o “Comendo a bola”. A condução é do Sandro Gama.
/o/ Enquanto Enio Paes descansa, Kleber Sayão assume os informativos da Manchete. A rádio cancelou, no começo do mês, o noticiário das 8h.

S I N T O N I A
“Momento esportivo”, com Maurício Moreira. Brasil 940 AM – de 12h às 14h, de segunda a sexta.
“Quatro em campo”, com André Sanches. CBN 860 AM/92,5 FM -- de 20h às 21h, igual período.
“Bola em jogo”, com Luiz Ribeiro. Tupi 1280 AM/96,5 FM – de 12h às 15h, aos domingos.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

O debatedor que vira âncora

O novo ancora do “CBN Rio”, Octávio Guedes participava, não faz muito tempo, do “Debates populares”, quando o “Manhã da Globo” ainda era apresentado por Loureiro Neto. É um dos poucos originários daquela atividade, (debatedor) a ser guindado a titular de um programa. Por mais tarimbado que seja, um profissional não rende tudo que sabe numa estreia.
Com um jornalista que está migrando para o rádio, não poderia ser diferente. Alguns deslizes na apresentação inaugural, terça-feira, 9. Nas entrevistas com o Carlinhos de Jesus (reproduzindo a emoção do dançarino, inteirado da prisão dos assassinos de seu filho) e, com a cantora Vanessa da Matta. Nesta, um cacófato digno de certas domésticas: “Sucesso lá, tá!”
Octávio Guedes forma, agora, dupla com Liliane Ribeiro. Substituiu o Maurício Martins, que respondia pelo horário há cerca de um ano, devido ao afastamento da cientista política Lúcia Hipólito. O “CBN Rio” não só mudou de apresentador. Também ganhou um novo formato, assemelhando-se ao da última fase com o Sidney Rezende, que o comandara desde sua criação.
Presenças marcantes em etapas distintas no “Debates populares” (época do Haroldo de Andrade), Agnaldo Timóteo e Luiz Ainbinder viraram apresentadores. Timóteo emprestou seu nome a um programa na Rádio Capital, nos anos 70. A vez do Ainbinder foi na extinta emissora do saudoso radialista e, depois, na Tupi, num curto período pelas manhãs de domingos.

LINHA DIRETA
/o/ Em menos de um mês de sua volta, David Rangel já teve, na Globo, seus primeiros momentos de “coringa de luxo”, atribuição normalmente reservada ao Jorge Luiz. Comandou o “Manhã...” dias 5 e 6, em lugar do Roberto Canázio, que perdeu a mãe, Dona Nina, 97 anos.
/o/ A MEC AM fez algumas alterações na sua grade matinal. No espaço de 7h às 8h, então com um musical corrido, entrou o “Sintonia Rio”, que vai até às 9h, apresentação de Amauri Santos. “Rádio sociedade”, com Denise Viola, retardado, foi reduzido em uma hora.
/o/ “Isaurinha Garcia estaria fazendo 90 anos e será homenageada pela rádio digital do Instituto Cravo Albin” -- saiu na coluna “Gente boa”, de “O Globo”, dia 4. Isaurinha nasceu em fevereiro de 1919, ou seja, teria feito 94 anos. (“Errare humanum est”, dizia-se naquele tempo.)

S I N T O N I A
“Jornal da Bandnews, 1ª Edição”(*), com Ricardo Boechat. Bandnews Fluminense, 94,9 FM – de 7h às 10h30.
“Palco MPB”, com Fernando Mansur. MPB 90,3 FM – de 20h às 21h, às terças.
“Yesterday”(*), com Robson Castro. SulAmérica Paradiso 95,7 FM – de 22h às 02h.
(*) De segunda a sexta.


quarta-feira, 3 de abril de 2013

Reajustes na FM esportiva

Inaugurada em setembro de 2012 como uma nova proposta do rádio no país, a Bradesco FM começou a reajustar sua programação, reprisando entre meia-noite e 6h da manhã, as principais atrações da grade. Na segunda-feira, 1° deste mês (Dia da Mentira), promoveu a estreia de “Pop bola”, misto de debate esportivo e humorístico, que surgira na MPB FM há pouco mais de um ano.
O programa tem a missão de “brigar” com uma parte dos fortes concorrentes “Show do Apolinho” (na Tupi) e “Globo esportivo” (na outra). O “Nossa área”, do José Carlos Araújo, o Garotinho, foi pro arquivo. Ele se mudou para o horário da manhã (pelas 11), sucedendo o similar com Jorge Eduardo, e ampliou o que vinha fazendo no “Segundo Tempo”, na Bandnews Fluminense.



Enquanto a turma do Toni Platão, Lopes Maravilha etc., dava o recado em sua primeira aparição naquela, ali perto, na MPB, o Maurício Menezes era entrevistado pela Isabella Saes. Ele brindava a apresentadora do “Tá na hora” e os sintonizadores do prefixo, contando uns “causos” hilariantes do seu “Plantão de notícias”, rico acervo que envolve figuras exponenciais do rádio.


A DOMÉSTICA
“O preço da farinha ‘tá’ um absurdo; do óleo de soja, cebola e margarina, também” – reclama doméstica muito atenta. E, observa: “Isso não é nada para a Globo, oferecendo farofa aos ouvintes que se dispõem a medir conhecimentos.” Ela completa: “Querem valorizar o David, ou fritá-lo?”

O RETORNO
Robson Castro, um dos feras na melhor fase do FM, está de volta ao rádio. Estreou nesse 1° de abril na Sulamérica Paradiso, às 10h da noite. Criador do “Good times” na 98, “Yesterday” na Tupi (agora redivivo), conduziu o “Amor sem fim” na 105. Espécie de cigano, acabou optando por uma web.

UM EXEMPLO
O repórter Jorge Ferreira, da Manchete, comandou na quinta, 21, o programa do Luiz Vieira, ausente para atender um compromisso em Brasília. Muito bom o seu desempenho. Robson Aldir, da Globo, precisava ouví-lo. Promovido há cerca de dois anos, ainda não convenceu na função de comunicador.

S I N T O N I A
“Manhã da Globo”, com Roberto Canázio. Globo AM 1220/FM 89,5 – de 10h20 às 13h, de segunda a sábado.
“Alô Daysi”(*), com Daysi Lúcidi. Nacional AM 1130 – de 11h às 12h.
“Ouvindo música”(*), com Marcelo Guima. MEC AM 800 – de 21h30 às 22h.
(*) De segunda a sexta.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Esse nosso amor antigo

64) Papel carbono”, um dos pioneiros programas na revelação de artistas para o rádio, foi tão importante quanto os similares. Seu produtor e apresentador Renato Murce (1900/1987) era, segundo os que o conheceram, “uma usina de ideias”. Saíram de sua lavra, diversas produções. “Papel...”, “Piadas do Manduca” e “Alma do sertão”, as mais populares.
65) O de calouros e o de humor, sucessos na Rádio Nacional, foram lançados na Clube do Brasil. “Alma do sertão”, que se constituía no preferido dele, era o que dava mais trabalho. Para sua feitura, Renato contava com a colaboração de estudiosos do folclore.

66) Na certidão de nascimento estava escrito: José Marques. Idem alguns anos depois, acrescido de um “doutor”, na plaqueta encimando a porta do seu consultório na capital de então.
67) Natural de Montes Claros, Minas Gerais, Paulo Roberto (1903/1973) foi um dos baluartes do rádio na chamada ‘época de ouro’. Participou do estelar elenco da Nacional, muito contribuindo com o sucesso da emissora.
68) Durante uma fase de sua carreira chegou a produzir e apresentar seis programas semanais, conseguindo se dedicar, ainda, ao exercício da medicina (era clínico geral).
69) Os seus programas ocupavam o horário nobre (à noite). “Nada além de dois minutos”, aos domingos, às 8h e “Gente que brilha”, às segundas, 8h e meia. “Honra ao mérito” (às quartas), “Cantando pelos caminhos” (às quintas), “Obrigado doutor” (às sextas) e “A Lira de Xopotó” (aos sábados) eram apresentados às 9h.
70) Para “Obrigado doutor” – histórias reais baseadas em sua experiência de médico (interpretada pelos radioatores), Paulo Roberto escreveu cerca de trezentos contos.
71) Ele também foi um inspirado compositor popular, tendo músicas gravadas por cantores do cast da Nacional.
72) Após sua morte em fevereiro de 1969, a Prefeitura do Rio prometeu dar o seu nome a uma rua de Vargem Grande. Passados esses longos anos, a homenagem não saiu do papel.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Cardápio à moda da casa

“No começo era o verbo” – escreveu um apóstolo. Nos primórdios da televisão no Brasil, produtores de rádio com seus roteiros de boas ideias e bom português inspiravam os donos de programas do novo veículo. Hoje, tantos anos passados, ocorre o inverso. O rádio transporta para suas grades (atrações novas ou não), coisas envelhecidas na telinha mágica.
O “Farofa...”, que marcou a volta do David Rangel à Globo apresenta em seu quadro principal, um modelo espelhado no “Cidade contra cidade”, que o Gugu Liberato comandava no SBT. Num torneio de perguntas e respostas, duas famílias se confrontam, representando bairros de origem. À vencedora é oferecido um almoço, meio prático de justificar o nome do programa.
Na estreia, quando competiam os Menezes e os Silva, a primeira família sagrou-se vitoriosa. No domingo seguinte, registrou-se um empate entre os componentes das dinastias Mattos e Oliveira, defensoras de Bangu e Realengo. Questionavam-se fatos históricos daquelas regiões. (Parodiando o slogan criado por executivo que saiu da rádio: “Bota farofa nisso!”)



PASSO ATRÁS
Comum nas emissoras do interior e fora de moda nas situadas nas grandes cidades, programas do tipo “peça a sua música”, estão retomando espaço nas rádios do Rio. Na popular Globo, o “Agito geral”(¹), que recentemente sofreu outra reforma, aderiu ao gênero. Na elitizada MEC, com alguns exemplares (em AM e FM), “Almanaque carioca” (²) é o caso mais notório.
Lançar mão de tal recurso – argumentam os envolvidos -- é maneira de prestar serviço ao ouvinte que não tem acesso à internet, onde se pode, facilmente, “baixar” temas musicais preferidos. E, atende, também, aqueles que não se habituaram a comprar discos -- embora seja possível, nos dias atuais, encontrar nos vendedores de esquinas, CDs e DVDs a preços bem modestos.

(¹) Editado em São Paulo, é apresentado por Thiago Matheus, da nova geração de valores. Vai ao ar nas noites de sábados.
(²) Tem como apresentador o Amauri Santos, cria da Fluminense, “a maldita”. Às 2h da tarde, entre segunda e sexta-feira.

LINHA DIRETA
/o/ O repórter Rafael Marques retornou às atividades na Globo, no jogo do Botafogo e Quissamã. Estava afastado ano e meio, por problemas de saúde.
/o/ Há duas décadas atuando na madrugada da CBN, o âncora Alves de Mello comemorou 40 anos de rádio. Antes repórter da Tupi, assinava Plácido Mello.
/o/ “Você faz o sucesso” é quadro no “Show do Rafael de França, sábados na Manchete. Remonta ao "Você faz o programa”, Difusora Fluminense, anos 50.

S I N T O N I A
“Planeta Rei”, com Beto Britto. Globo AM 1220/FM 89,5 – de 0h às 3h, de segunda a sábado.
“Show do Heleno Rottai”. Tupi AM 1280/FM 96,5 – de 15h às 17h, de segunda a sexta e, de 6h às 9h, aos domingos.
“Momento do jazz”, com Nelson Tolipan. MEC AM 800 – de 22h às 23h, ás segundas quartas e sextas.