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sábado, 30 de junho de 2018

Rádiomania, o Livro/47

UMA APARENTE SUBIDA
Chamava-se Federal e funcionava em Niterói a rádio comprada pelo Grupo Bloch Editores que, a exemplo da principal revista, ganharia nome de Manchete. A concessão estava em poder de Antenógenes Silva, músico e compositor e, entre outras coisas, autor de “Saudades do Matão”, um clássico do cancioneiro nacional. Foi em 1981 que a emissora passou para o controle dos Bloch.

Cinco anos depois, quando começava a transmitir 24 horas por dia, ela deixava para os ouvintes a impressão de crescimento. (Emissoras bem mais antigas – casos da Roquette Pinto e Jornal do Brasil, só entrariam nesse esquema, respectivamente, em 1988 e 1990). Pelo transcurso de seu decênio, em março de 1991, a Manchete investia na contratação de profissionais de renome e ampliava o setor de jornalismo, apesar da crise político-econômica que o país enfrentava.

O início da nova fase se daria com Cidinha Campos, que estreava no dia 4 daquele mês. Eleita deputada pelo Estado do Rio no ano que terminara, a comunicadora desligava-se da Tupi depois de onze anos ininterruptos. Levaria para o novo endereço parte da equipe, inclusive sonoplasta Márcio Castorino.

No mesmo dia em que a Manchete lançava o “Cidinha Livre”, o comunicador Ênio Barbosa também estreava no prefixo. Ênio, que alcançara grande sucesso na Tupi substituindo Paulo Lopes a partir de 1987, não renovaria seu contrato, encerrado antes de completar dois anos no horário. Queria remuneração considerada incompatível. Sua estrela se apagaria na Capital, enquanto ‘plantava’ nos colunistas de jornais populares o interesse da Globo pelo seu concurso.

Ele fizera uma parada na Rádio Nacional, quando problemas de ordem política provocaram o afastamento de Daysi Lúcidi, integrada à emissora desde os tempos das novelas. Na Manchete, abandonaria o projeto de reformulação logo no primeiro mês de atividade. Em princípio, alegara motivo de saúde, licenciando-se e, depois, para surpresa de todos, rescindia o contrato. Voltaria à Capital e, mais tarde, realizaria o seu grande sonho: trabalhar no Sistema Globo. Morria no primeiro semestre de 1995, em pouco tempo de atuação na Globo paulista.

Jorge Luiz e Luciano Alves, também originários da Tupi, reforçariam a programação da Manchete. Em meados do ano, porém, o panorama da rádio estava muito diferente, reflexo ds crise que, localizada no canal de televisão da empresa, abalaria os alicerces da casa. Cidinha saía aproveitando a desincompatibilização, em 1992, para concorrer à Prefeitura do Rio. Em seguida Luciano Alves, que se aposentara pela Rádio MEC. Ao Jorge Luiz,(o último, no 'crescimento', caberia a desconfortável missão de apagar as luzes.

MEMÓRIA—2011
Em abril, o locutor Edilson Silva e o comentarista Ronaldo Castro ingressavam na equipe da Tamoio,em seu núcleo no Rio, e em maio, Ivan Borghi era contratado pela Manchete, entrando na vaga de Paulo Vasconcellos.

Perdendo todas as cobranças de pênaltis, o Brasil foi eliminado em 17 de julho nas quartas de final da Copa América, em La Plata, Argentina. Eraldo Leite, Wagner Menezes e Wellington Campos testemunharam.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

ERA O BRASIL O PAÍS DO FUTEBOL? (7)


Momentos/SEM PERDER A ESPORTIVA

Muito magro quando criança, compleição conservada na juventude, Affonso Soares (1924-2007) tinha no imaginário um grande sonho: ser locutor esportivo. Seu ídolo era Ary Barroso – narrador de futebol na Rádio Tupi, conhecido dos ouvintes como “o homem da gaitinha”. Affonso não conseguiu o que desejava, mas chegou próximo, quando decidira procurá-lo para fazer um teste.

Reprovado, não desistiu de lutar por seu objetivo. Os primeiros passos foram na Rádio Mauá, auxiliando o animador Hélio Ricardo, maior cartaz daquela emissora. Com o decorrer dos anos, ei-lo integrado aos “Comandos Continental” do Carlos Pallut. Destacara-se na equipe onde atuavam Ary Vizeu, Hilton Abi-Rihan Hélio Lopes, Dalvan Lima, Mário Garófalo, Celso Garcia, Luiz Otávio, entre outros.

Na Tupi, Affonso encontrara sua melhor oportunidade. Passara a cobrir futebol e, em 1950, ganharia prestígio ao participar da Copa do Mundo realizada no Brasil. O espírito de repórter, porém, levou-o a propor (e a direção da casa aceitar) uma série semanal revelando os bastidores dos presídios cariocas. “Do Outro Lado da Vida”, em que os presos contavam suas histórias, fez grande sucesso.

Em 1960, mais um salto em sua carreira. Orientado pelo diretor artístico Oduvaldo Cozzi, virava produtor e apresentador do “Patrulha da Cidade”, pioneiro dos policiais. O surgimento deste provocaria a criação de similares, sendo exemplos, um na Rádio Nacional, com o Raul Longras, outro na Tamoio,(dos Diários Associados) com o Canajé Cota.

Na década de 70, a “Patrulha” reunia Affonso Soares e Samuel Corrêa como seus apresentadores e, contava com o ator Nelson Batinga personificando um motorista de lotação. Suas tiradas de humor e vocabulário arrevesado,cheio de gírias, incrementavam o programa.

A Globo também resolveu investir no gênero, ‘roubando’ o trio para os seus domínios. Lançara, a partir de então, “A Cidade Contra o Crime”, no mesmo horário – meio-dia. Durante certo tempo dividiu a preferência do público. Uma briga do Samuel com o Affonso, no entanto, resultara no retorno daquele para a Tupi. Batinga acompanhara o Samuca e, em período curto, “A Cidade” acabava.

Affonso ainda criara na rádio que lhe dera projeção, o “Não Perca a Esportiva”. Apresentava-o somente aos domingos antes das jornadas. O quadro passou a ser diário no “Paulo Giovanni Show”, na Globo, e incluído posteriormente no “Show da Manhã”, com Francisco Barbosa, sucessor do Giovanni. Em setembro de 1995, Affonso voltaria à Tupi. Saúde fragilizada, não ia mais aos campos.

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DE OLHO NA TV
BRASIL AVANÇA E JOGA COM O MÉXICO

A seleção do Brasil venceu a da Sérvia por 2 a 0 no estádio do Spartack, em Moscou nesta quarta (27). Classificou-se para as oitavas em 1° lugar com sete pontos e vai enfrentar, na segunda, o México, que perdeu por 3 a 0 para a Suécia.

Paulinho aos 35’ do 1° tempo encobriu o goleiro, recebendo um lançamento de Phillippe Coutinho, e Thiago Silva aos 23’ do 2°, de cabeça, escorando um centro de Neymar, os autores dos gols. Foi a melhor participação do Brasil na Copa.

Marcelo, o lateral esquerdo, sentiu a lombar nos minutos iniciais e foi substituído por Felipe Luís. O técnico Tite fez outras substituições – Fernandinho no lugar de Paulinho, promovendo a entrada de Renato Augusto no de Philippe Coutinho.

As rádios do Rio acompanharam. Tupi e Nacional, lideradas por José Carlos Araújo e Washington Rodrigues, Ricardo Mazella e Waldir Luiz, respectivamente. Globo-CBN em serviço especial, do Instituto Benjamin Constant, com Luiz Penido.

ALEMANHA SURPREENDE
Tetracampeã em 2014 no Brasil, quando detonou o 7 a 1 fatídico, a Alemanha despediu-se da Copa mais cedo, derrotada por 2 a 0 pela Coreia do Sul.

Surpreendeu os futebolistas de países sul-americanos e europeus. Edson Mauro narrou na Globo, com as participações de Francisco Aielo e Renan Moura.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

ERA O BRASIL O PAÍS DO FUTEBOL? (6)


Momentos/ASTRO DE UMA DINASTIA

Voz do tipo arrasa-quarteirão, ele não precisaria de microfone para se fazer ouvir. Em linguagem de gastronomia, rádio dispensando a ‘latinha’ teria o mesmo sentido que macarronada sem queijo parmesão. Em outras palavras, baixo sabor, nada agradável para os paladares exigentes. A interlocução do homem como ficaria diante do seu potencial?

Mineiro de Caxambu, Jorge Curi (1920-1985) era o mais velho de quatro irmãos que se dedicaram às atividades na cultura popular – Alberto locutor, Miguel jornalista e produtor, Ivon (o caçula, mais famoso) cantor e compositor. Curi iniciou-se no rádio de sua terra em 1942. Descoberta do Ary Barroso, que o aconselhou tentar a sorte no Rio.

O autor de “Aquarela do Brasil”, apresentador e locutor esportivo o recomendara a procurar diretores da Nacional. E, nela Curi conseguira uma vaga depois de aprovado num teste. A rádio o indicaria para o recém-criado Serviço Brasileiro da BBC em Londres, que fora jeitosamente recusado, por uma questão sentimental. Estava noivo, e prestes a casar-se.

Uma solução para o impasse foi encontrada. Encarregaram-no das apresentações de a “Hora do Pato”,programa de calouros, destinando-se a Aurélio de Andrade a missão de trabalhar na capital britânica. Jorge Curi se deu muito bem no comando daquela atração. Ele se tornaria, ainda, o mais famoso locutor esportivo da tradicional emissora.

Até então, quem se destacava no prefixo era o Antônio Cordeiro, que deixara o jornalismo impresso para atuar na Tupi. A trajetória de Jorge Curi na estação da Praça Mauá foi sedimentada entre 1943 e 1972. Daí até meados de 1984 formaria, na Globo, uma dobradinha com o Waldir Amaral. Alternavam-se nos tempos de transmissão dos jogos.

Waldir se indispusera com o Roberto Marinho naquele ano, desligando-se da emissora. O dono da rádio recontratava José Carlos Araújo, que passava a ser o novo líder da equipe. Sem êxito na negociação para continuar na casa, Curi foi para a Tupi. Saiu logo. Em dezembro de 1985 a caminho de Caxambu para o Natal, morreu em acidente de carro.

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DE OLHO NA TV
URUGUAI DERROTA SELEÇÃO ANFITRIÃ

O Uruguai derrotou a Rússia, anfitriã da Copa, por 3 a 0 nesta 2ª feira (25) em Samara pelo Grupo A. No fechamento da rodada da 1ª fase a Arábia Saudita ganhou do Egito por 2 a 1,em Volgogrado, despedindo-se do torneio. Os quatro jogos registraram um fato em comum, as trapalhadas dos árbitros de vídeo.

Jogando em Saransk pelo Grupo B a seleção de Portugal esbarrou na do Irã, empatando por 1 a 1. O astro da equipe, Cristiano Ronaldo perdeu um pênalti defendido pelo goleiro. Em Kaliningrado ainda nesse grupo, a Espanha também passou por sufoco semelhante. Foi dureza o empate de 2 a 2 com Marrocos.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

ERA O BRASIL O PAÍS DO FUTEBOL? (5)

Momentos/ TORCEDORES DO 2° TIME

No tempo em que o América participava efetivamente do Campeonato Carioca de Futebol, algumas pessoas o consideravam como o 2° time de sua preferência. Raras aquelas que se revelavam ser torcedor da agremiação rubra. O locutor Doalcei Camargo, que chegara ao Rio de Janeiro em 1947 bastante jovem, estava entre os simpatizantes do clube. Assim como o são o apresentador Antônio Carlos e o locutor oficial do Carnaval, Jorge (Nota Dez) Perlingeiro.

Doalcei (1930-2009), nascido em Itápolis, interior de São Paulo, fez suas experiências iniciais na Rádio Clube de Marília. Começou oficialmente, na Tupi do Rio, onde atuaria durante o primeiro quadrimestre de 1959.

Em julho daquele ano estreava no comando da equipe esportiva da Globo, formada pelo comentarista Benjamin Wright, o repórter Otávio Name e o juiz de futebol Mário Vianna, comentando arbitragens, todos recém-contratados.

Eles se juntavam aos que já estavam na casa -- Áureo Ameno, Dalton Ferreira, Isaac Cherman e Roberto Feijó. Vasco e Flamengo no Maracanã, terminado em 2 a 2, foi o jogo da estreia de Doalcei com os novos companheiros.

Trabalharia na Tupi diversas vezes. A ela voltaria em 1965, também chefiando equipe. (No intervalo, a Continental, com Wright e Name). Na segunda passagem, quando firmava seu nome, emendava 23 anos consecutivos, até 1988.

As outras ocorreriam entre 1993 e 1996 e, posteriormente, nos anos de 1997 e 1998, dividindo espaço com Luiz Penido. Nessas idas e vindas,teve atuações nas rádios Nacional, Globo (durante a Copa do Mundo de 1990) e Tamoio.

Devido ao timbre de voz, a classe o qualificava como “o mais vibrante”. Doalcei, o ‘Dodô’, assim tratado pelos colegas (e o Luiz Mendes) foram os pioneiros em registrar o tempo de jogo. “No meu cronômetro, decorridos...” – a forma usada.

Na Tupi, que representou fases distintas de sua carreira, ele se integraria, por fim, ao dominical “Bola em Jogo”, do Luiz Ribeiro. No curso da semana, no programa deste, era presença no “Toque de Mestre”, em que comentava as notícias do dia-a-dia. Doalcei parou de narrar futebol em 1999, na Rádio Tropical FM.
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DE OLHO NA TV
DIFÍCIL A VITÓRIA DO BRASIL

Em sua segunda partida (Grupo E), a seleção brasileira venceu a Costa Rica nos acréscimos, por 2 a 0, gols de Philippe Coutinho e Neymar, que ainda em recuperação da cirurgia, chorou de emoção. O Brasil só ameaçou o adversário em dois ataques no primeiro tempo.

A Costa Rica se plantou no meio de campo, em que o Brasil construíra, insistentemente, suas jogadas. Foi muito difícil para os comandados de Tite furar o bloqueio armado pela equipe costarriquenha. Nos minutos iniciais do 2° tempo, a seleção voltou melhor.

No retorno do intervalo, o treinador fez uma troca, escalando Douglas Costa no lugar de Willian e, mais tarde, tirou Gabriel de Jesus, para a entrada de Paulinho. A seleção subiu no aproveitamento, mas as dificuldades de superar a defesa da Costa Rica persistiram.

Nenhum treinador substitui protagonista – faz parte da cultura do futebol. Pelo que apresentou, Neymar não voltaria – afirmara José Luiz Datena, em São Paulo, comentando na Bandeirantes-Bandenews. José Silvério, radialista brasileiro, dos poucos em São Petersburgo.

Perto de José Carlos Araújo, na Tupi, Washington Rodrigues disse numa de suas intervenções: “É vulnerável o lado direito da defesa da Costa Rica”. Pela Nacional, junto (*) ao André Luiz Mendes, Waldir Luiz classificava que a Costa Rica “é um time muito limitado”.
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(*) No caso, força de expressão, pois, o narrador é baseado em Brasília.




quarta-feira, 20 de junho de 2018

ERA O BRASIL O PAÍS DO FUTEBOL? (4)

Momentos/UM CLÁSSICO NARRADOR

Já algum tempo ele é nome de viaduto no bairro de São Cristóvão, no Rio. Em setembro de 1936 foi um dos responsáveis pelo surgimento da Rádio Nacional. O gaúcho Oduvaldo Cozzi (1918-1995) era um dos melhores locutores de sua época, bom redator de programas e textos comerciais. Fundou com Celso Guimarães e Aurélio de Andrade a que chamavam de “mais querida”.

Muita coisa que se produziu nos primórdios da rádio e, mesmo durante os anos posteriores, originou-se de longas reuniões dos três, na busca do melhor para a programação. Ao se desligar da lendária emissora da Praça Mauá, Cozzi mudou-se para a Rádio Mayrink Veiga, bastante conceituada na história.

Através desse prefixo ele transmitiu os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1950, que marcaria a inauguração do Estádio do Maracanã. O comentarista Ruy Porto, os repórteres Otávio Name e José Jorge foram seus companheiros. Dela também participaria Jaime Moreira Filho, o 2º narrador.

Mais tarde, ainda como titular do esporte, Cozzi ingressava na Continental, especializada em jornalismo e prestação de serviços. Em 1960, diretor artístico da Tupi foi o mentor do primeiro programa policial do rádio, “Patrulha da Cidade”, que viria a ter existência duradoura, pois, faz parte da grade até os dias presentes.

Delegaria a execução do projeto a um de seus subordinados, o repórter Affonso Soares, que num período anterior ao dele, trabalhara nos “Comandos Continental”, do Carlos Pallut. Na Ipanema (há muitos anos extinta) Cozzi iniciara sua carreira. Depois, atuaria na Transmissora que, ao fechar, tornou-se Globo.

Cozzi ainda teve passagem pela Gaúcha de Porto Alegre e Kosmos de São Paulo, por onde também estiveram Ary Barroso e Celso Guimarães, entre outros nomes importantes que migraram para a Cidade Maravilhosa. Em todas as emissoras em que trabalhou, acumulava funções de locutor esportivo e diretor artístico. Tinha um estilo clássico de narrar. Cozzi era avesso às firulas.
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DE OLHO NA TV
ESPANHA TROPEÇA NO IRÃ

Décima no ranking Fifa, campeã de 2010, a Espanha teve dificuldade para vencer o Irã nesta quarta-feira (20) no estádio de Kazan. O placar de 1 a 0, gol de Diego Costa, brasileiro naturalizado, não refletiu o amplo domínio dos espanhóis na partida. Acuado, o Irã só procurou se defender.

No Rio, Globo e CBN AMs transmitiram com Luiz Penido, Carlos Eduardo Éboli e Marcos Vasconcellos. A Tupi AM com Ricardo Moreira, Rubem Leão e Thiago Veras. Em São Paulo, Bandeirantes/Bandnews FMs mobilizaram o Dirceu Marchioli, Bernardo Ramos e Vinícius Bueno.
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Pelo mesmo grupo (B) em Moscou, Portugal ganhou do Marrocos por igual marcador, gol de Cristiano Ronaldo, o 4° dele na competição.


segunda-feira, 18 de junho de 2018

Ouvindo as ondas

DE MILAGRES E SURPRESAS
Maria Bethânia, aniversariante do dia, ganhou substancial perfil no "Manhã na Rio" nesta segunda-feira (18), na Rádio Rio Janeiro 1400 AM. O “Manhã...” com Cláudio Ferreira, das 6h às 9h, é apresentado de 2ª a 6ª. Gerida pela Federação Espírita do Estado a rádio sobrevive de doações, mantendo um Clube da Fraternidade. Apesar de classificada como de pequenos investimentos, dispõe de modernas ferramentas da internet.

Com mais de trinta anos de rodagem, o apresentador, noticiarista e locutor de chamadas Cláudio Ferreira já atuou nas cariocas Tupi, Roquette Pinto e as extintas Manchete e Tropical. Em BH, na Itatiaia e Extra.

ÁGUA E VINHO
Há dois anos passados, final de dezembro, a (Super) Tupi (1280 AM/96,5 FM) paralisava suas atividades por três vezes, operando no piloto automático. A terceira, mais prolongada, inédita no ramo, durou um mês.
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O movimento grevista dos funcionários foi um protesto contra o atraso no pagamento de salários, inclusive o 13°. Rumores indicavam que, devido à crise econômica a emissora fecharia as portas , ou seria vendida.

Um grupo de profissionais foi demitido e outro se afastou movendo ação na justiça trabalhista. Diretores, que acabaram se desligando da casa alegavam não haver dinheiro suficiente, empenhados com o condomínio.

NORMAL PRA UNS
Desfeitos os rumores de uma possível venda ou, até, fechamento, a (Super) Tupi normalizou suas operações. Parte que faltava acertar com os funcionários foi debitada, mas uma corrente ainda permanece na justiça.

O impasse terminou com a chegada do novo diretor-presidente, Josemar Gimenez. Aparentemente, acabou a crise. No FM e, principalmente no esporte, a Tupi estava há uma década à frente de sua rival, a Globo.

Hoje, segundo os últimos boletins do Kantar Ibope Mídia, a rádio do imperial bairro de São Cristóvão ostenta posição privilegiada. Ultrapassou a evangélica Melodia e a popular O Dia, em briga acirrada pelo primeiro lugar.

Onde faltavam recursos (exceção para os agentes publicitários), agora tem, com a mágica do Josemar Gimenez, um Clube de Benefícios, que presta todo tipo de ajuda aos dedicados ouvintes, que reclamam assistência.

ECOS DA RÚSSIA
Estamos em dias de Copa. Que não é para o Brasil semelhante às anteriores. A crise econômica é apontada como a grande vilã. O desânimo... prova evidente. Por isso não se enfeitaram ruas, travessas e avenidas.

Você, honestamente, acredita que a seleção do Tite consiga o hexa? Esperança, diz-se em qualquer tempo, é a última que morre. E, o futebol, “uma caixinha de surpresa”, já afirmava o Benjamin Wright (1925-2009).

De milagres e surpresas não se deve duvidar. A guerreira Argentina não empatou com a inexpressiva (e estreante) Islãndia? O bicho-papão Alemanha, até hoje um pesadelo para torcedores, não fracassou diante do México?

E, quanto à saudosa ‘Canarinho’ -- alguém na imprensa ainda a chama assim? O empate com a Suíça ‘furou’ o bolão do colunista Anselmo Gois, de “O Globo”. Nenhuma das dez personalidades que consultara acertou.

HORAFINAL.COM
Estudioso do meio ambiente, o premiado jornalista André Trigueiro teve nesse dia participação especial no programa do Cláudio Ferreira na rádio da Ilha do Governador. Discorreu sobre animais abandonados, que é crime,caso também de crianças e idosos. Devemos combater essa aberração, assinalou. No Brasil, revelou, existem vinte milhões de cachorros abandonados. Gatos nessas condições, segundo ele, são dez milhões. Trigueiro faz aos sábados e domingos programas sobre sustentabilidade na CBN.

sábado, 16 de junho de 2018

ERA O BRASIL O PAÍS DO FUTEBOL? (3)

Momentos/INDIVÍDUO COMPETENTE

A liderança da Rádio Globo, uma hegemonia de 40 anos deveu-se em grande parte aos índices alcançados pelas transmissões esportivas. O comando na ocasião, estava com Waldir Amaral ((1926-1997), que ingressara na emissora em 1961. Muitos torcedores não gostavam de seu jeito de narrar e, os críticos de plantão apontavam como seus defeitos, a voz acentuadamente anasalada e o atraso com que descrevia os lances. Era, no entanto, o estilo dele.

Consciente, disfarçava na consulta aos ‘pontas’ (repórteres atrás das balizas): “Em cima do lance, Fulano”. Ele se equivocava inúmeras vezes ao citar os nomes de jogadores. Nenhum de seus auxiliares, até os mais próximos, corrigiam-no.

Locutor comercial da Rádio Tupi tão logo chegara ao Rio, Waldir se transferia em 1948 para a Continental, onde começava a se dedicar ao esporte. Foi ‘ponta’ de Oduvaldo Cozzi, principal narrador da “cem por cento esportiva”, uma das emissoras do grupo Rubem Berardo. Com a saída de Cozzi (foi ser diretor da Tupi), Waldir passava a chefiar do setor. Criativo e detalhista, dava asas à imaginação inovando no formato de programas esportivos e transmissões.

Primava pela facilidade de inventar bordões e, via como poucos nos candidatos que o procuravam, qualidades de se tornarem profissionais. O recurso das vinhetas, modernizaram-se com ele, que materializou, ainda, as de narradores, comentaristas e repórteres.

“O relógio maaaaarca...” “Você ouvinte, é a nossa meta!” “Indivíduo competente”... “Está deserto e adormecido o gigante do Maracanã” – alguns slogans que ele criou. Goiano, carioca honorário, inesquecível nas jornadas esportivas e organização de equipes.

Por iniciativa de José Carlos Araújo, o Garotinho, que o sucedera e foi um dos valores por ele revelados, a cabine da Globo “no maior estádio do mundo” ganhou de batismo o seu nome. Para atender as exigências da Copa do Mundo de 2014, tudo virou poeira com a derrubada de um monumento histórico.

Em 1982 Waldir saiu da Globo. Ingressou na Jornal do Brasil AM, cuja tradição de esporte era o turfe. Na JB (extinta em abril de 1993) o futebol não vingaria, havendo inteira rejeição de seus ouvintes. Levou seu para a Nacional, o que acontecera em outubro de 1986. Não terminaria o que acertaria com a casa. Em 1991 produzia uma crônica diária (ao anoitecer) na Capital, freqüência que pertencera a Continental. Foi ali que começara a se projetar.
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DE OLHO NA TV
FRANÇA VENCE A AUSTRÁLIA

Em seu 3º dia da Copa na Rússia, a França, campeã de 1998, venceu a Austrália por 2 a 1 (com um gol de pênalti), neste sábado (16) no estádio de Kazan. O jogo foi decidido nos quatro minutos do 2° tempo.
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Uma das favoritas da 21ª Copa, a França já participou de quatro Mundiais, enquanto a Austrália, que estreou em 1974, se apresenta na competição (trinta e duas representações este ano) pela 4ª vez.

A Nacional-Rio transmitiu com André Luiz Mendes, Mário Silva, (comentarista) e Rodrigo Ricardo (repórter).Edson Mauro pela Globo/CBN, Francisco Aielo nos comentários, Renan Moura nas reportagens.



quinta-feira, 14 de junho de 2018

ERA O BRASIL O PAÍS DO FUTEBOL? (2)

Momentos/ BEM PERTO, E DISTANTE

Quinze emissoras de rádios brasileiras compraram os direitos de transmissão dos jogos da Copa do Mundo da Rússia que começa hoje, informou Eduardo Geraque, da “Folha de S. Paulo”, na quarta-feira (13). A Transamérica, de São Paulo deverá ter uma das maiores equipes, 12 pessoas. O número de rádios assemelha-se ao da Copa do Japão e da Coreia do Sul, quando o Brasil conquistou o pentacampeonato.

A hegemonia do rádio no país em transmissão de Mundial caiu em 1966 – lembrou o repórter. Na competição posterior (1970) o rádio passou a sofrer concorrência da televisão, agravando-se com a entrada da internet, reduzindo ainda mais o seu campo. No Rio de Janeiro, Globo, CBN e Tupi vão dividir as atenções dos ouvintes.

A lista deste ano da Copa tem cadeias nacionais e regionais. Bandeirantes e Globo, de um lado, de outro Gaúcha, de Porto Alegre, e Itatiaia, de Belo Horizonte. Verdes Mares, de Fortaleza, e Jornal do Commercio, de Recife, representam o Nordeste. O Centro-Oeste será representado pela Sagres 730, a antiga Clube de Goiânia.

O alto custo de transmitir um campeonato tão distante e os preços cobrados pela Fifa – assinala Geraque – inviabilizaram o trabalho de diversas emissoras. A compra de uma posição no estádio para três profissionais, fica por RS$ 37, 8 mil, ou seja, US$ 10 mil.

A maioria das rádios não mandou equipe ao país do Klemilin. No máximo, dois correspondentes para acompanharem os jogos e bastidores da seleção. As emissoras estão acostumadas a utilizar, em algumas partidas, o recurso do off the tube, prática que se enraizou nos campeonatos internacionais, interestaduais e, inclusive, locais.

Consiste (para quem ainda não despertou -- e a crise contribui para que isso aconteça) nas atuações de narradores, comentaristas e repórteres em estúdios diante da televisão.
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A Fifa divulgou esta semana, alguns jornais e sites publicaram as rádios brasileiras que estarão presentes na Copa da Rússia. De São Paulo -- Jovem Pan, Globo, CBN, Bandeirantes e Transamérica; Em rede nacional – Globo e EBC; Rio -- Globo, CBN e Tupi; Belo Horizonte – Itatiaia; Porto Alegre -- Gaúcha; Fortaleza – Verdes Mares; Goiânia – Sagres 730 (que já foi Clube de Goiânia); e Recife – Jornal do Commercio.
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DE OLHO NA TV
GOLEADA NA ESTREIA

A Rússia goleou a Arábia Saudita por 5 a 0 na abertura da Copa 2018 nesta quinta-feira (14). O resultado, segundo dados oficiais, é inédito em estreias desde 1954. A partida levou 78 mil torcedores ao estádio de Lujnik, em Moscou.

José Carlos Araújo, no Rio, narrou pela Tupi, com os comentários de Washington Rodrigues, reportagens de Wagner Menezes e André Marques. Do local, participação de Wellington Campos, também correspondente da Itatiaia, MG.

Em São Paulo, Ulisses Costa transmitiu para a Bandeirantes (cadeia com a Bandnews). Seus companheiros na jornada, o comentarista Ricardo Capriotti, os repórteres Claudio Zaidan e Artur Covre -- este na arena da competição.






terça-feira, 12 de junho de 2018

ERA O BRASIL O PAÍS DO FUTEBOL? (1)

Momentos/DA PELADA AO AFONSINHO

Manhã de terça-feira cinzenta num inverno remoto. Não sabemos, até agora, o que deu na cabeça do programador daquela FM. No rádio do carro, Milton Nascimento cantava o estribilho de um tema dele e Fernando Brandt: “Brasil está vazio nas tardes de domingo, ‘né’/Olha o sambão, aqui é o país do futebol...”

Ao anoitecer daquele dia, Luiz Mendes, no “Globo Esportivo”, reeditava crônicas da série “Da Pelada ao Pelé”, que lançara em sua passagem pela Rádio Nacional nos finais dos anos 70. Ao título, incluíamos uma paráfrase com o “Meio Campo” do Gilberto Gil, homenagem ao Afonsinho, até maio de 2011, um craque em atividade no time de veteranos da Ilha do Governador.

Na letra curta, tal qual um tiro direto, o compositor assinalava: “Prezado amigo Afonsinho/eu continuo aqui mesmo/Aperfeiçoando o imperfeito/Dando um tempo/dando um jeito/Desprezando a perfeição/que a perfeição é uma meta/Defendida pelo goleiro/que joga na seleção/E eu não sou Pelé nem nada/se muito for, eu sou Tostão/Fazer gol nessa partida/não é fácil meu irmão”.

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Em 25 de setembro de 2012, o rádio no Brasil completava 90 anos de existência, muito distante de ser a escola franca e risonha conforme apregoava um poeta. No país do futebol era uma expressão recorrente, em que muitos se apoiavam numa espécie de fuga de seus problemas. Diversão barata para os freqüentadores dos estádios e, também, para os inúmeros peladeiros nos campos de várzea.

Misturados a tantos pernas de paus que nessas competições apareciam (e ainda aparecem), embora os campos deram, em geral, lugares para os conjuntos habitacionais, modernos (e modestos) condomínios, alguns gênios foram descobertos. Tão importantes que jamais criam raízes no país em que surgem.

Olhando no retrovisor de anos recentes, minorias de jogadores que atuam no país, são chamados para a Seleção. Nas Copas do Mundo,os escolhidos, inevitavelmente, brilham na Espanha, França, Inglaterra, Itália e etc.

terça-feira, 5 de junho de 2018

Ouvindo as ondas

SURPRENDENTE RECORDISTA
Classificado como ‘o despertador do Brasil’, Antônio Carlos(*), que viveu maior tempo de sua carreira na Rádio Globo, celebrou há uma semana, terça-feira (29), o primeiro aniversário na (Super) Rádio Tupi. Último dos apresentadores a ser anunciado ‘mais um campeão de audiência’, Antônio Carlos surpreendeu. O espanto coube àqueles que pregam a reinvenção do rádio. No retorno à Tupi, o seu Ibope triplicou.

DESCOBERTA
Os trinta anos na emissora dos Marinho foram precedidos por dez na dos Diários Associados. E, foi no teatro amador, que descobrira sua real profissão. “Eu era um péssimo ator”, reconheceu numa entrevista.

PERSISTÊNCIA
Apesar disso (um diretor da arte cênica lhe mostrou o caminho), Antônio Carlos participaria de diversos concursos de locutores. Lembrou, no mesmo depoimento, que só na Rádio Nacional, inscrevera-se em nove.

A PROPOSTA
O ingresso no rádio oficialmente, ocorreu na Metropolitana, das Organizações Rubem Berardo. Fã do jazz, propôs ao Dermival Costa Lima , um programa do gênero. À noite, nos anos 50, surgia “Jazz & Bossa Nova”.

NÃO AO IBOPE
Ele queria fazer alguma coisa que atendia a seu gosto, sem se preocupar com esse negócio de audiência. Jazz – advertira o coordenador de programação da rádio – não tem a menor possibilidade de sucesso.
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IMPORTÂNCIA
Um dos mais importantes programas da atualidade no rádio, o “Todas as Vozes”, do Marcus Aurélio, na MEC AM completou, no sábado (26), quatro anos no ar. A comemoração foi antecipada para a sexta-feira.

PRAIA, OUTONO
Também naquele sábado, o Clóvis Monteiro apresentava um show direto da Praia de Copacabana, na Avenida Atlântica, confluência da Rua Figueiredo Magalhães. Com o apoio do Cristiano Santos, nos estúdios.

SEM BUROCRACIA
A “Revista Brasil”, da Nacional, normalmente de segunda a sexta, pelas manhãs, promovia edição especial na cobertura da greve dos caminhoneiros. Valter Lima, de Brasília, comandava âncoras e repórteres.
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(*)HORAFINAL.COM
Nas décadas de 70/80, a cada final de programa da Globo, sonora vinheta repetia: “Este foi mais um campeão de audiência. Vem aí uma nova atração”. Lá estavam, entre outros notáveis radialistas, nomes da expressão de um Haroldo de Andrade (1934-2008), Luiz de França (1946-2017) e Paulo Giovanni, que se tornaria um bem-sucedido publicitário, há algum tempo radicado em São Paulo, o centro financeiro do país.