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quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Rádiomania, o Livro/57

PELAS MADRUGADAS
“Washington Rodrigues Show”, cuja estreia ocorrera em 17 de março de 1997, marcava a volta do Apolinho às madrugadas da Globo. Era apresentado aos domingos, de meia-noite às 3h. Até maio de 1995, no período de dois anos, o Velho Apolo dividia com Hilton Abi-Rihan, o “Show da Madrugada”, de segunda a sexta.

O alto índice de audiência do programa tinha o dobro do alcançado por todas as emissoras do Rio juntas. Na mesma data era lançado o “Parada das Paradas”, com Francisco Carioca (1934-2009), em lugar do “Toca-Tudo”, do Antônio Luiz (1947-2001). A ele destinavam-se as audições noturnas do “Sábado...” e “Domingo na Globo”.

Há muito que o Apolinho era íntimo das madrugadas. A experiência se dera no início dos anos 70 na antiga Continental, por apenas seis meses. Posteriormente na Tupi, entre 1973 e 1977, fez um programa de grande apelo popular, que atraía ao estúdio uma plateia. Collid Filho (1930-2004), assumira a vaga eternizando-se no horário.

Simultaneamente às atividades de repórter esportivo, Apolinho também foi apresentador, dois anos depois, de um programa da Nacional nas madrugadas. Embora curto, superior ao da Continental. Nas manhãs do ano seguinte, às 8h, “Nacional 80” com o Abi-Rihan.

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Os bastidores do rádio fervilhavam nas duas primeiras semanas de agosto de 1998. Na segunda-feira 10, o comentarista Washington Rodrigues licenciava-se da Globo para ser diretor-técnico do Flamengo, um desafio. O amor pelo clube falava mais alto. Também nesse dia, por coincidência (nada agradável) Hilton Abi-Rihan recebia bilhete azul da emissora, onde se encontrava há dois anos, levado pelo velho companheiro, pois, fora dispensado da Nacional em 1991.

Naquele mês, chamava-se “Show da Globo” o programa com o Abi. A solução da rádio foi escalar o Francisco Barbosa, com uma reprise do programa que ele apresentada às tardes. Como estratégia nas chamadas, a afirmativa de ‘o ouvinte pediu’. Tratava-se de uma medida transitória, mas emplacaria, surpreendendo pela receptividade.

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Em sua segunda passagem pela Tupi iniciada em fevereiro de 1999, Washington Rodrigues viria repetir o sucesso de seu primeiro programa na Globo. A partir de 2005 o “Show do Apolinho” embalava na preferência dos ouvintes em sete temporadas consecutivas, culminando com os seus 50 anos de rádio, em fevereiro de 2012.

O percurso alcançado faz parte de uma história começada com o “Beque Parado”, de Dolar Tanus (hoje, nome de rua no Rio), de quem Washington era auxiliar na Guanabara. Celeiro de valores, a emissora (rebatizada Bandeirantes) revelaria nomes da importância do Sílvio Santos, Fernanda Montenegro,Alfredo Raimundo, Maurício Sherman, Chico Anísio (1931-2012), e outros.

M E M Ó R I A
A Globo mudava sua freqüência em FM de 89,3 para 89,5 em fevereiro de 2011. A unificação com o AM 1220 vinha acontecendo desde maio, pouco mais de um ano depois que a Super Tupi adotara a inovação, isto é, AM 1280/FM 96,5.





quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Os Nove Mais do Rádiomania

3) BELISÁRIO DE VOLTA À TUPI
Mário Belisário, dos mais apreciados comunicadores do rádio contemporâneo, está de volta à Tupi. Substituiu Sílvio Samper.*

A estreia, na quarta-feira 14, ocorreu em banho-maria, embora a “pesquisa do dia” explorasse um tema “quente” – o adultério.

Concitando a‘turma do sereno’ e insones que garantem a audiência na madrugada (de 3h a 6h), o apresentador indagava:

“O que você faria ao saber que um amigo seu, ou amiga, estivesse ‘levando bola nas costas’? Contaria pra ele? Contaria pra ela?”
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É a terceira vez que Mário Belisário fecha com a empresa. Na primeira, o ingresso foi no final de 1990, ficando até 1995. Fazia, no começo, o horário há algum tempo ocupado pelo Clóvis Monteiro.

Belisário despontara na FM 105, quando comandava de 4h às 7h, o “Desperta Rio”. Antes de atuar naquela emissora, trabalhou (em início de carreira) na Cidade FM, em São Paulo -- hoje a Bandnews.

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Na sua trajetória figuram duas passagens pela Manchete AM e uma pela FM de igual nome, incluindo a FM O Dia no período de implantação e, ainda, a Roquette Pinto. Afastado desde 2011, o último endereço de Belisário foi a Sucesso (ex- Carioca), onde manteve programa a partir de 2009.

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*Recém-desligado, Sílvio Samper estava na Tupi há 18 anos. Integrava um grupo de profissionais que a Globo descartara na década. Entre outros, mudaram de lado em circunstâncias parecidas, Washington Rodrigues, Francisco Barbosa, Luizinho Campos, Ricardo Alexandre e Pedro Costa.


S I N T O N I A
/o/ “A voz da periferia”, com MV Bill. Roquette Pinto 94,1 FM. – De segunda a sexta, às 13h.

/o/ “CBN total”, com Carolina Moran. CBN 860 AM/92.5 FM. – De segunda a sexta, às 14h.

/o/ “Yesterday”, com Robson Castro. SulAmérica Paradiso 95,7 FM. – De segunda a sexta, às 22h.

AMOR ANTIGO
Os grandes nomes da televisão tiveram, em maioria, o rádio como sua origem. Sérgio Chapelin é um dos que fazem parte dessa listagem.

Apresentador de “Globo repórter” da Rede Globo desde o seu surgimento, em 1973, ainda jovem iniciou na Rádio MEC.

As primeiras experiências foram na difusora de Valença, RJ, cidade onde nascera há 72 anos.

A melhor fase do Chapelin no rádio foi como locutor da Jornal do Brasil AM. (Um dos marcos na história do veículo, a RJB fecharia as portas em abril de 1993).

Chapelin esteve, por pouco tempo, na Rádio Nacional, antes de migrar para a televisão.

(Reprodução de 16 de agosto de 2013)







sábado, 24 de novembro de 2018

Direto das Ondas

ZUMBI SEM CORTES
O historiador Milton Teixeira participou na terça (20), Dia Nacional da Consciência Negra, do programa do Antônio Carlos, na Super Rádio Tupi. Foi entrevistado no “Vamos Acordar”, que encerra o cartaz, falando sobre Zumbi dos Palmares, líder do movimento dos quilombolas, um dos pioneiros da resistência contra a escravidão no país.

À vontade, e sem os atropelos comuns que acontece com os convidados, ele destacou a tradição de se comemorar a morte de Zumbi, ocorrida há mais de trezentos anos. O “Vamos Acordar” é mantido desde que o apresentador trocara a Tupi pela Globo, em 1987. Na época, o programa era das 5h às 7h, e o quadro abria a audição.
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‘ESTE CHÃO É MEU’
Milton Teixeira é figura bastante conhecida dos ouvintes de rádio. Especializado em curiosidades sobre o Rio, desfrutava de lugar cativo nas atrações da ‘velha’ Globo, extensivo às colunas de notas do homônimo jornal do grupo, requisitado com freqüência.

Faz tempo que Teixeira se mudou da emissora dos Marinho – nem se cogitava de radicalizarem a programação. Foi para a Bandnews Fluminense, onde descreve diuturnamente pontos turísticos da (outrora) maravilhosa. E... ‘sumiu’ das folhas do influente veículo.

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AINDA O RACISMO
Gestor de rádio durante doze anos, Marcus Aurélio disse na quinta (22), que ainda existe racismo no Brasil. Se dois candidatos concorrem a uma vaga de emprego, observou, o branco é escolhido, mesmo que o negro tenha mostrado mais qualidades.

Ele co-produz com o Marcos Leite e apresenta o "Todas as Vozes", há três anos na MEC, de 7h às 9h. Exultante, assegura que o programa transformou-se no de maior audiência na emissora estatal, ‘mexendo com os cabecinhas conformadas das outras’.
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R a r e f e i t a s
/o Depois de ficarem operando no piloto automático em duas semanas, a Nacional e a MEC normalizaram a programação noturna.

/o Por coincidência, esse problema técnico ocorreu após a eleição do novo governo, que anunciara o seu propósito de privatizar a EBC.


quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Rádiomania, o Livro/56

LIVRE PARA BRIGAR
Janeiro de 1997, dia 20. Data do padroeiro da cidade, São Sebastião. Seis anos depois de se desligar da Tupi e, cerca de cinco do seu afastamento do veículo – estava na Manchete – a deputada e jornalista Cidinha Campos retomava seu espaço naquela rádio, de onde saíra brigada com Alfredo Raimundo, diretor. Amigos, colegas e grupos de admiradores compareceram aos estúdios da emissora para recepcioná-la, enquanto outros o faziam por telefonemas ou fax.

Uma pesquisa que a rádio encomendara ao Ibope determinaria o retorno da comunicadora, pois os diretores cansaram de perder o sono. Com Fernando Sérgio, Marne Barcelos, Jorge Luiz e Haroldo Júnior (substitutos), os índices de audiência estiveram abaixo das expectativas. A não ser algumas vinhetas novas, o “Cidinha Livre” não trouxera nada diferente daquele que permanecera onze anos consecutivos na rádio. Ela comparecia com seu estilo polêmico, “livre, para o que der e vier”, disposta a brigar pelos interesses da comunidade.

O destaque continuava a ser o “Cidinha na Jogada”, de críticas aos programas da TV, Rede Globo seu alvo principal. Em abril, o formato do programa sofria ligeira alteração com o quadro reduzido em trinta minutos. O de debates, com os assuntos mais importantes do dia, ampliava-se e começava mais cedo, estratégia para enfrentar o concorrente direto – Haroldo de Andrade, na Globo.

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“O rádio sem Cidinha é povo sem voz” – afirmava o prefeito César Maia em 20 de janeiro de 2002 nos estúdios da ‘nova’ Rádio Manchete, dia da estreia da comunicadora. (O programa “Cidinha Livre” ficara fora do dial desde outubro de 1999, quando a Tupi a demitira). Também estiveram na emissora para as boas-vindas, o cantor Agnaldo Timóteo, o deputado Chico Alencar, o superintendente da Nacional-Rio Osmar Frazão, e companheiros dela em outras jornadas – jornalista e escritor Antônio Carlos Lobo, o advogado Celso Soares e o produtor musical Guto Graça Mello, a exemplo dela, brizolistas de primeira hora.

‘ Remanescente da Bloch Editores, que se desfizera de quase todo o seu patrimônio de comunicação, a rádio dava mais um suspiro de vida, em regime de arrendamento outra vez. Nessa empreitada, em que Cidinha se constituía na principal atração, outros profissionais demitidos também eram aproveitados -- casos dos ex-Globo Mário Esteves, Francisco de Assis e Sérgio Ricardo.

O Wagner Montes que nos anos 70 era repórter e produtor da Tupi, de onde seguira uma carreira na televisão, voltava às origens. Maria Joana, que também atuara durante muito tempo em ambos os veículos, e se ausentara longamente devido a um problema de saúde, era mais uma entre os que acreditavam no projeto. Seria a primeira a desistir, percebendo que as coisas não iam bem.

O ator global Francisco Cuoco entrava na vaga. A Manchete tentava, ainda, uma experiência inédita: dar cobertura a um time de futebol – o Flamengo – transmitindo os seus jogos. E, criava um programa específico, “A Voz da Nação”, onde Zico entrevistava, duas vezes por semana, ídolos do passado. Luiz Carlos Monteiro (narrador), Marcus Vinícius, Antônio Carlos Duarte e Francisco Aiello (repórteres), formavam a equipe. A rádio até conseguira boa audiência, mas em termos de anunciantes, total fiasco. Dispensava todos ao fim de quatro meses.

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A rádio do Haroldo de Andrade, inaugurada em novembro de 2005, que tivera curta duração, foi a última em que Cidinha Campos trabalhou. Contratada como segunda estrela da casa, ela encabeçou o elenco dos primeiros a abandonarem o veículo. Saíra elogiando o comportamento elegante de Haroldinho e Wilson, filhos do renomado radialista, mas lamentando o amadorismo deles, no que tange aos equipamentos utilizados na estação, registrando falhas constantes.

Cidinha iniciara carreira na Jovem Pan em São Paulo, como repórter. Já apresentadora, atuou simultaneamente na TV Record participando do humorístico “Família Trapo”, em que contracenava com o Jô Soares e o Renato Corte Real, entre outros astros. Na transferência para o Rio, fez uma passagem pela Nacional, então dirigida por J. Silvestre, que foi novelista da Tupi, e notabilizara-se como apresentador de “O Céu é o Limite” na TV de igual nome, o canal 6.

Logo depois ingressaria na TV Globo sendo, em pouco tempo, designada correspondente na Europa. Um forte desentendimento com o diretor de jornalismo Armando Nogueira, que não aceitara a um pedido dela para a troca de determinada matéria, acabaria resultando no seu desligamento. Intermediando atuações no rádio, Cidinha trabalhou em outros canais de televisão.

M E M Ó R I A
Um dos mais importantes comunicadores do Rio, Mário Belisário aterrissava, em abril de 2009, numa das mais modestas emissoras do dial – a Sucesso, ex-Carioca, dela se afastando em setembro de 2011. Em sua trajetória, entre outras, a FM 105 – depois batizada de Aleluia --, Manchete, Tupi e FM O Dia.

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Os Nove Mais do Rádiomania

4) TUPI, ASCENSÃO E QUEDA
Três meses depois de comandar as manhãs da Tupi na ausência de Francisco Barbosa, que se candidatara a uma vaga na Câmara dos Deputados, Haroldo de Andrade Jr. foi efetivado no horário de 9 ao meio-dia, de 2ª a sábado. Dupla perda para o titular. Não se elegeu e ficou sem o espaço diário na emissora.
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A promoção do Haroldinho, até aquele momento um curinga de luxo, deveu-se aos bons índices conquistados como substituto do seu companheiro. Barbosa foi transferido para o domingo, lugar em que Haroldo Jr. tinha programa próprio. Reassumiu atividades no Dia da Criança e de Nossa Senhora Aparecida.

Originários da Globo, eles trabalham pela segunda vez na mesma emissora. A primeira passagem de Haroldinho ocorreu em 1995, levado por Mário Luiz, idealizador da vitoriosa programação da concorrente. Fora convocado para fazer o “Super manhã”, no mesmo horário do pai, de quem era assistente de produção.

Quinze anos depois de atuar na emissora dos Marinho, Barbosa foi parar na Tupi em 2001. Cumpriria curta temporada, desligando-se em setembro. Voltava em outubro de 2006 para o posto do Roberto Canázio, contratado pela emissora em que estivera. Haroldinho, que saíra em 1996, retornava em agosto de 2008.
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O dominical com Barbosa tem como novidades “Papos da manhã” e “Em família”, além de uma edição extra do “Super debates”, principal do programa diário. Na estreia, participação da atriz e bailarina Nina Rosa, esposa do comunicador. Novos componentes, o economista Fábio Guimarães e publicitária Suzana Leal.
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VOZES DAS NOTÍCIAS
Último das grandes vozes de noticiaristas da Globo, Luiz Nascimento deixava a emissora no final do mês passado. Na rádio da Glória ele já completara dez anos, sendo sua segunda convivência na casa, igual número da Tupi, proveniente do FM. Antes, trabalhara na antiga JB AM. Como locutor de notícias, iniciara-se cobrindo férias do Alberto Curi, de quem era admirador.

Do nível dele em épocas distintas, foram destaques na Globo, Guilherme de Souza, José Mangia, Isaac Zaltman e Carlos Bianchini. Da mesma linhagem em tempos remotos, Eliakim Araújo e Glauco Fassheber (também na JB), além do Kléber Moura (Nacional),entre outros. Grandes vozes a serviço das notícias na era contemporânea, são o Divaldo Silva e Jair Chevalier (Tupi), Paulo Vasconcellos (MEC FM), Ênio Paes (Manchete) e o Laerte Vieira (CBN).
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LINHA DIRETA
// ‘Boa, boa, boa’ – como diria o Edson Mauro, a atuação do Renan Moura, ex-Tupi, recém-contratado para o esporte da Globo.

// Antes dele, este ano, integrou-se à equipe do Luiz Penido, o Marcos Vasconcellos, de uma nova geração de valores.

// Em contraponto, as dispensas do Fábio Azevedo e André Marques. Qual será o próximo ‘da outra’ a incorporar-se ao grupo?

Reprodução de 21 de outubro de 2014




sábado, 17 de novembro de 2018

Direto das Ondas

UM NOVO RECOMEÇO
Maurício Menezes está de volta à Tupi. É um novo recomeço em sua carreira, reintegrando-se ao “Show do Clóvis Monteiro”, do qual participava entre 2007 e 2014. Agora, também se apresenta no “Super Debates” do Francisco Barbosa e, no “Bola em Jogo”, dominical comandado por Gilson Ricardo.

Demitido há dois anos do SGR, foi parte de um grupo de profissionais de que a empresa se descartou para mudar sua plástica, visando o público jovem. A Nova Globo foi criada ‘pra quem é bom de orelha’. O desembarque dos ‘feras’ se deu em abril de 2016. A reinvenção dos cardeais a partir do mês seguinte.
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JUVENTUDE SURDA
‘Os jovens estão perdendo a audição cedo devido ao uso de fones de ouvido’. Foi afirmação da fonoaudióloga Isabela Tavera ao Cláudio Ferreira, no “Manhã na Rio”, quarta (14), na Rádio Rio de Janeiro AM 1400. Falou sobre prevenções contra a surdez provocada pelo barulho urbano e má utilização dos eletrônicos.

Cartaz de uma modestíssima estação da cidade -- sobrevive de doações -- o “Manhã na Rio” é diversificado programa. Seu condutor forma no time dos melhores da praça, em cuja trajetória figuram importantes emissoras.Destacam-se entre os quadros, com a interatividade dos ouvintes, o “Clube da Fraternidade” e o “Melhor de Três” -- aquele atendendo os carentes, este preferências musicais.
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R a r e f e i t a s
No filme sobre o Velho Guerreiro Chacrinha recentemente lançado, erros palmares da produção quando se refere às emissoras de rádio por que ele passou, vindo de Surubim, bairro do Recife, em Pernambuco.

1. A Fluminense, de Niterói, a primeira citada e onde ele começou, na verdade se chamava Clube Fluminense.

2. Em lugar de ‘programa’ que o locutor apresentava de madrugada na Tamoio, a denominação era “cassino”.

3. A Tamoio não possuía auditório, como foi mostrado. O tal “Maracanã dos Auditórios” pertencia à Tupi.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Rádiomania, o Livro/55

A TERRA DA GENTE
Em 1º de março de 1993, uma segunda-feira, o cantor, poeta e compositor Luiz Vieira voltava à Rádio Nacional, com “Minha Terra, Nossa Gente”, apresentado das 5h às 7h das manhãs. Contar fatos pitorescos sobre a vida de antigos artistas da música brasileira – principalmente os esquecidos pela mídia – foi sempre o seu forte. Ele aproveitara-se do nome “Gente que Brilha”, de um velho programa do Paulo Roberto, de quem era admirador, para aquele fim. A base do roteiro, o aniversário de nascimento (ou morte) dos focalizados.

O poeta-cantador (conforme era anunciado) retornava a Nacional pela terceira vez. A primeira fora na gestão do Figueiredo, estendendo-se até o governo Sarney, que sucedera o do militar. Com a política adotada pelo novo mandatário da estatal, o mercado de trabalho da classe diminuíra, vários profissionais foram dispensados, e Luiz Vieira também integrava a lista. Como num samba do Paulo Vanzolini, ele dava a volta por cima e ressurgia com a ascensão de Collor.

(Em áureos tempos a Rádiobras formava uma cadeia de 38 emissoras de rádio, atendendo especialmente à região da Amazônia e o setor internacional. A Nacional de Brasília, por exemplo, mantinha um noticiário para o exterior sobre o Brasil, transmitindo em espanhol, inglês, alemão, francês e português. A política de privatização do Sarney pôs quase tudo abaixo, reduzindo drasticamente o patrimônio da empresa. No Rio, o sistema perdera sua potencialidade. E, o que restava do prestígio, abalado com o avanço da TV e enfraquecido com a Revolução de Março 64, acabaria resultando numa queda de produção e serviço.)

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Dia 3 de julho de 1995, também uma segunda-feira. A pouco mais de dois anos do seu retorno à Nacional, Luiz Vieira, doublé de comunicador, amargava nova decepção, pois a direção da rádio encurtava o seu programa, fazendo entrar na primeira hora, o “BR Caminhoneiro”, gerado de Brasília. Insatisfeito, ele saía, recomeçando em 24 daquele mês na modesta Rio de Janeiro, na longínqua Ilha do Governador, onde utilizava-se de recursos próprios para melhorar o alcance do quilowatt da rádio da Federação Espírita.

Seguiam com ele o locutor Carlos Camargo , o repórter José Adilson (caricato Gugu, que trabalhara com a Cidinha Campos), os produtores José Silvério e Demétrio Costa. Nessa mudança, o “Minha Terra, Nossa Gente”, ganhava uma hora, alterando de 5h às 7h, para de 6h às 9h, após um período de férias do titular. (Na Rádio Nacional Luiz Vieira estivera por treze anos).

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Depois de sete anos na Rio de Janeiro, o poeta-cantador mudava-se para a Carioca no início de outubro de 2002. Nos dois primeiros meses, o programa era apresentado das 9h às 11h e, a partir de dezembro, das 6h às 8h. Aos quadros costumeiros, ele criava o “História que a Valda Conta”, reproduzindo trechos de programas famosos do veículo. Seus colaboradores na ocasião: Demétrio Costa, locutor, José Valuzzi, ator e Teca Ribeiro, produtor. Filiada a Rede Paulo Satte (grupo religioso de São Paulo), a Carioca estava se esforçando para oferecer uma alternativa ao público do desprezado AM. Faltava investir em jornalismo, embora Luiz Vieira contasse com bons índices de audiência.

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Um programa de rádio era, em junho de 2012, pano de fundo para “Cheia de Charme”, novela das 19h da Rede Globo. Naquele mês, Luiz Vieira ingressava na Manchete*, mais uma emissora no seu currículo. Aos 84 anos e, em plena forma, o poeta-cantador retomava em novo prefixo seu reduto em defesa de artistas sem espaço na mídia, tanto os que mudaram deste plano para o outro, quanto os que continuavam na ativa. Passava a ilustrar a abertura e encerramento do “Gente que Brilha”, com as vozes dos filhos gêmeos, Luiz José e José Eduardo.

• Em novembro de 2015, véspera de Finados, a Manchete AM 760 fechava as portas pela quarta vez em sua história no dial, deixando no desemprego profissionais reconhecidamente qualificados. O empresário Miguel Nasseh, que a arrendara em 2007, ainda tentou tocá-la pela internet. O projeto on-line tornou-se inviável em poucos meses. (Até o momento dessa postagem, um grupo chamado Sputnik, ocupava dois horários em sistema de arrendamento.)

M E M Ó R I A
O cantor Francisco Alves, ‘Rei da Voz’, faria na Praça da Concórdia em São Paulo em 1952, uma de suas últimas apresentações. Em 29 de setembro daquele ano, morreria num desastre de carro na Rodovia Presidente Dutra.

No mês anterior, em Cachoeira do Itapemerim, Espírito Santo, um moço ainda imberbe, assinava seu primeiro contrato com a rádio de sua terra. Seu nome: Roberto Carlos. O ‘Rei’ da Jovem Guarda viria a ser mais popular que o Chico Viola, um astro idolatrado nos programas da gloriosa Nacional.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Os Nove Mais do Rádiomania

5) A TARDE COM SÍLVIO SAMPER
Perto de completar um ano afastado, Sílvio Samper reapareceu no rádio. Agora, virou Manchete. O recomeço das atividades aconteceu na semana pós-Copa, com “A tarde é nossa”, das 13h às 15h, provisoriamente conduzido por Kléber Sayão, após a saída do Mário Esteves, em maio último.

Sem ser nenhuma Brastemp, o contexto do programa* é de boa qualidade, nos padrões comuns do rádio popular na era contemporânea -- notícias, prestação de serviços e músicas. Consta, naturalmente, de uma pesquisa focalizando assunto em destaque no dia, a interatividade com os ouvintes.

Demitido da Tupi em agosto de 2013, onde trabalhou na madrugada durante 18 anos, ele participava dos quadros da Globo, entre 1991/95, depois de passar pela antiga Capital.Dono de estilo peculiar, Samper tem público que o acompanha com fidelidade. Forma no primeiro time de sua geração.
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*No segundo semestre de 1998, “A tarde é nossa” era um programa da Tupi. Foi lançado com o Francisco de Assis que, devido a um ajuste na grade, ficaria atuando em horário noturno.

Fernando Sérgio, curinga naquela ocasião (ou stand by), assumiu o posto, permanecendo titular por apenas dois meses.
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MISTÉRIO EBC
Passados dez anos da revitalização, a Nacional está em novo processo de reformas, e saiu do prédio da Praça Mauá, em condições precárias até 2004. Pouca coisa vingou. “Dorina ponto samba”, das raras exceções. Antes da Copa, a EBC dispensou a radialista, substituída pelo Rubem Confeti.

Brilhante nas coberturas de carnaval, expert no gênero, o veterano Confeti não desfruta da recompensa do Ibope, com o qual Dorina se dava muito bem. Até parece que as emissoras públicas não precisam de audiência.
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RUA DE ARTISTA
São raros no país, logradouros públicos com nomes de artistas. Esse tipo de homenagem reserva-se, particularmente, às entidades culturais. O coordenador de um projeto geográfico da Uerj, está propondo que se dê à cantora Marlene, recentemente falecida, o nome de uma rua na Cidade Maravilhosa.

Tivessem outros a mesma ideia, o Rio estaria povoado e, haveria, por exemplo, uma Avenida César Ladeira ou Paulo Gracindo; Praça Ernesto Nazareth ou Radamés Gnatalli; a Rua Araci de Almeida ou Emilinha Borba.
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L I N H A D I R E T A
’ // “Sintonia Rio”, com Amauri Santos, desbancou o “Edifício à noite”, do Cirilo Reis, restrito ao “Musishow”, aos sábados. Voz oficial da Nacional, Cirilo deve ganhar outro horário.

// Na “Gente boa”, da Cleo Guimarães, o produtor musical José Maurício Machline anunciou, a propósito de um DVD do Arlindo Cruz, a estreia (sic) de Zélia Duncan no samba.

// Em 2004, num disco da cantora, com o título “Eu me transformo em outras”, metade do repertório era com esse ritmo, ‘o mais antigo representante do nosso cancioneiro.’

(Reprodução de 29 de julho de 2014)




sábado, 10 de novembro de 2018

Direto das Ondas

“SOCIAL” PEDE PASSAGEM
Durou apenas oito meses a parceria do “Samba Social Clube” com a SulAmérica Paradiso. Egresso da MPB FM, fechada nos primeiros dias deste ano, o programa havia se mudado em fevereiro para aquela emissora (95,7), sendo apresentado por Valéria Marques, aos sábados e domingos, das 12h às 14h, e participação de Carlinhos de Jesus. O “... Social Clube” já tem novo destino assegurado – vai entrar na grade da Super Tupi em dezembro, nas tardes dos sábados.
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EM TOM MENOR
No espaço em que a Valéria e o Carlinhos trocavam figurinhas com intérpretes e compositores autênticos --, a SulAmérica escalou uma nova dupla -- PC, o comunicador, e o cantor Arlindinho. A estreia ocorreu no sábado (3), com “Estação do Samba”.
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UMA VEZ EBC
A Nacional e a MEC AM, braços da EBC no Rio, estão operando no piloto automático há mais de uma semana, no horário noturno. Com reapresentações de programas. Forte sinal de que, desta vez, as estatais vão ser privatizadas, ou extintas. No governo Sarney, quando a empresa se denominava Rádiobras, a Nacional FM foi negociada com o empresário e radialista Paulo César Ferreira. É, hoje, a bem-sucedida FM O Dia, que antes ganhou o batismo de RPC FM.
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R a r e f e i t a s
/o Paulo Nobre, decano locutor da Metropolitana AM 1090, está agora, também, na 94 FM (Roquette, 94,1). Aos domingos, das 10h às 11h.

/o Karla de Lucas, uma das produtoras do “Antônio Carlos”, retomou suas atividades na Tupi. Esteve licenciada durante dois meses.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Rádiomania, o Livro/54

MODERNIDADE VIVA
O ranço didático da MEC AM chegava ao fim em março de 1998. A partir de 30 daquele mês a rádio apresentava modificações profundas em sua grade, lembrando em alguns momentos, o estilo praticado pela JB AM no auge de sua atividade. Se, para os puristas essa opção não agradava, não acontecia o mesmo com os defensores da evolução, ou reinvenção. Na verdade, a rádio se modernizava sem violar os princípios fundamentais dos que contribuíram com a sua história.

Dentre as atrações lançadas, destacavam-se “Manhã Viva”, “Café com Notícias”, “Impressão Digital” e “Ao Vivo Entre Amigos”. Na renovada MEC AM, reduto do melhor da MPB, com prioridade para o binômio educação-cultura, ficou faltando a ampliação do jornalismo, que primava pela qualidade, mas continuava inferiorizado ao desenvolvido pelas principais emissoras particulares, nos casos, a Globo e Tupi.

No quadro de comunicadores sobressaíam os desempenhos de um Jota Carlos e Eduardo Fajardo, dos de mais tempo engajados. A eles, somavam-se, com a remodelação, nomes da categoria do Adelzon Alves, Ricardo Cravo Albim, Pedro Paulo Gil, Artur da Távola, Nelson Tolipan e Luiz Carlos Saroldi. Representante da nova geração, Sérgio Carvalho dirigia o jornalismo e a programação. Daria lugar a Helena Borghi.

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Recriada há um ano e nove meses, a Opus 90 FM saía do ar em setembro de 1999. Estava sob o controle do consórcio O Dia/Jornal do Brasil e se destinava ao público altamente elitizado. Deixava seus ouvintes na orfandade, porque não encontrava patrocinadores para bancá-la. (Foi um oásis no rádio, para os que apenas sintonizam a MEC do segmento.)

A proposta do grupo para substituí-la – Nova FM --, começava a operar em 15 de outubro. Refletindo uma comum ausência de criatividade, os idealizadores copiavam a concorrência com um slogan que era utilizado pela Globo FM desde o final de 1998 – o ‘Nova’. A linha de programação ganhava o mesmo viés da 105, antes de mudar de dono.

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Enquanto esta era comprada pela Igreja Universal, passando a se chamar Aleluia, a Manchete AM, arrendada pelo Grupo Dial em 2002, acrescentava ao nome um simbólico CCI. Mudava também de endereço, trocando modernos estúdios da Rua do Russel por instalações acanhadas na Avenida Rio Branco.Ironia no bordão: ‘A Cara do Rio”

Do quadro anterior de profissionais, a então transfigurada AM 760 mantinha os comunicadores Roberto Canázio e Mário Belisário, além do noticiarista Jorge Ramos. Seus novos contratados eram o também comunicador e produtor musical Cirilo Reis, o apresentador Osvaldo Sargentelli (1924-2002) e o locutor esportivo Cezar Rizzo (1936-2018).

MEMÓRIA-2013
Mistura de humor e futebol, o “Pop Bola” – com Toni Platão, Lopes Maravilha, Alexandre Tavares e outros --, entrava no dia 1° de abril na programação da Bradesco Esportes FM, ocupando a faixa das 18 horas.

O “Nossa Área 1ª Edição”, do José Carlos Araújo, o Garotinho, se transferia para as 10h das manhãs, precedendo a um inovador programa de notícias e comentários políticos, apresentados pelo Ricardo Boechat.

Nos primeiros dias daquele mês, o SGR fazia estrear como âncora do “CBN Rio”, das 9h às 12h, o jornalista Octávio Guedes, em lugar do Maurício Martins, que substituíra Sidney Rezende, um dos fundadores.

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Os Nove Mais do Rádiomania

6) OS 50 ANOS DO APOLINHO
Detentor de uma das maiores audiências em programas de rádio no Rio, Washington Rodrigues, o Apolinho festejou na quinta-feira 1° deste mês, 50 anos de carreira. O dia foi pequeno para as homenagens que recebeu. De amigos e colegas, de ouvintes e admiradores e, naturalmente, dos familiares. Bem-sucedido em todas as rádios que trabalhou, está na Tupi desde janeiro de 1999, em sua segunda passagem pelo prefixo. Começou na Guanabara, participando do programa “Beque parado”, como auxiliar do apresentador Dolar Tanus.

A denominação Apolinho, ganhou na década de 60 quando era repórter esportivo da Globo. Foi batizado pelo chefe, Waldir Amaral, de quem viria a ser uma espécie de seguidor no que tange à facilidade para criar frases de efeito, os bordões -- fora alguns personagens. Passou a comentar futebol na virada dos anos 80, na Rádio Nacional, sendo chamado de “o comentarista da palavra mágica”. Era peça fundamental na equipe do José Carlos Araújo, o Garotinho, que a partir de 1977 revolucionou, com seu estilo, as transmissões esportivas.

Na volta à Globo em dezembro de 1984 (com o Garotinho no lugar do Waldir), tornou-se “o comentarista mais ouvido do Brasil”. A parceria de muito sucesso na tradicional estação e na rádio dos Marinho, terminava seguramente 18 anos depois, com sua transferência para a Tupi, onde veio a formar dupla com o Luiz Penido. Coincidência ou não, após a mudança reverteram-se os índices do Ibope nas duas emissoras. Com seu carisma, bom humor e conhecimento, o Apolinho faz algum tempo, a diferença entre os seus colegas de profissão.

(Na emissora em que iniciou carreira, também deram os primeiros passos Alfredo Raimundo, diretor da Tupi, o Chico Anysio, a Fernanda Montenegro, Sílvio Santos, e o inesquecível João Saldanha, entre outros.)

LINHA DIRETA
/o/ Marcus Aurélio homenageou domingo último, no “Quintal da Globo”, a memória do Haroldo de Andrade, morto em 1° de março de 2008.

/o/ “Palco MPB”, do Fernando Mansur (MPB FM), passa a ser gravado no Tereza Raquel, reaberto. Apresentações às terças, 9h da noite.

/o/ A equipe de esporte da Globo tem novo componente – Bruno Cantarelli. Entrou na vaga do Rafael Araújo, que voltou para a Brasil AM.

/o/ Revelação na Manchete no ano passado (grupo dos “apaixonados por futebol”), Thiago Veras é o mais recente contratado da Tupi.

(Reprodução de 7 de março de 2012)