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quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Rádiomania, o Livro/56

LIVRE PARA BRIGAR
Janeiro de 1997, dia 20. Data do padroeiro da cidade, São Sebastião. Seis anos depois de se desligar da Tupi e, cerca de cinco do seu afastamento do veículo – estava na Manchete – a deputada e jornalista Cidinha Campos retomava seu espaço naquela rádio, de onde saíra brigada com Alfredo Raimundo, diretor. Amigos, colegas e grupos de admiradores compareceram aos estúdios da emissora para recepcioná-la, enquanto outros o faziam por telefonemas ou fax.

Uma pesquisa que a rádio encomendara ao Ibope determinaria o retorno da comunicadora, pois os diretores cansaram de perder o sono. Com Fernando Sérgio, Marne Barcelos, Jorge Luiz e Haroldo Júnior (substitutos), os índices de audiência estiveram abaixo das expectativas. A não ser algumas vinhetas novas, o “Cidinha Livre” não trouxera nada diferente daquele que permanecera onze anos consecutivos na rádio. Ela comparecia com seu estilo polêmico, “livre, para o que der e vier”, disposta a brigar pelos interesses da comunidade.

O destaque continuava a ser o “Cidinha na Jogada”, de críticas aos programas da TV, Rede Globo seu alvo principal. Em abril, o formato do programa sofria ligeira alteração com o quadro reduzido em trinta minutos. O de debates, com os assuntos mais importantes do dia, ampliava-se e começava mais cedo, estratégia para enfrentar o concorrente direto – Haroldo de Andrade, na Globo.

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“O rádio sem Cidinha é povo sem voz” – afirmava o prefeito César Maia em 20 de janeiro de 2002 nos estúdios da ‘nova’ Rádio Manchete, dia da estreia da comunicadora. (O programa “Cidinha Livre” ficara fora do dial desde outubro de 1999, quando a Tupi a demitira). Também estiveram na emissora para as boas-vindas, o cantor Agnaldo Timóteo, o deputado Chico Alencar, o superintendente da Nacional-Rio Osmar Frazão, e companheiros dela em outras jornadas – jornalista e escritor Antônio Carlos Lobo, o advogado Celso Soares e o produtor musical Guto Graça Mello, a exemplo dela, brizolistas de primeira hora.

‘ Remanescente da Bloch Editores, que se desfizera de quase todo o seu patrimônio de comunicação, a rádio dava mais um suspiro de vida, em regime de arrendamento outra vez. Nessa empreitada, em que Cidinha se constituía na principal atração, outros profissionais demitidos também eram aproveitados -- casos dos ex-Globo Mário Esteves, Francisco de Assis e Sérgio Ricardo.

O Wagner Montes que nos anos 70 era repórter e produtor da Tupi, de onde seguira uma carreira na televisão, voltava às origens. Maria Joana, que também atuara durante muito tempo em ambos os veículos, e se ausentara longamente devido a um problema de saúde, era mais uma entre os que acreditavam no projeto. Seria a primeira a desistir, percebendo que as coisas não iam bem.

O ator global Francisco Cuoco entrava na vaga. A Manchete tentava, ainda, uma experiência inédita: dar cobertura a um time de futebol – o Flamengo – transmitindo os seus jogos. E, criava um programa específico, “A Voz da Nação”, onde Zico entrevistava, duas vezes por semana, ídolos do passado. Luiz Carlos Monteiro (narrador), Marcus Vinícius, Antônio Carlos Duarte e Francisco Aiello (repórteres), formavam a equipe. A rádio até conseguira boa audiência, mas em termos de anunciantes, total fiasco. Dispensava todos ao fim de quatro meses.

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A rádio do Haroldo de Andrade, inaugurada em novembro de 2005, que tivera curta duração, foi a última em que Cidinha Campos trabalhou. Contratada como segunda estrela da casa, ela encabeçou o elenco dos primeiros a abandonarem o veículo. Saíra elogiando o comportamento elegante de Haroldinho e Wilson, filhos do renomado radialista, mas lamentando o amadorismo deles, no que tange aos equipamentos utilizados na estação, registrando falhas constantes.

Cidinha iniciara carreira na Jovem Pan em São Paulo, como repórter. Já apresentadora, atuou simultaneamente na TV Record participando do humorístico “Família Trapo”, em que contracenava com o Jô Soares e o Renato Corte Real, entre outros astros. Na transferência para o Rio, fez uma passagem pela Nacional, então dirigida por J. Silvestre, que foi novelista da Tupi, e notabilizara-se como apresentador de “O Céu é o Limite” na TV de igual nome, o canal 6.

Logo depois ingressaria na TV Globo sendo, em pouco tempo, designada correspondente na Europa. Um forte desentendimento com o diretor de jornalismo Armando Nogueira, que não aceitara a um pedido dela para a troca de determinada matéria, acabaria resultando no seu desligamento. Intermediando atuações no rádio, Cidinha trabalhou em outros canais de televisão.

M E M Ó R I A
Um dos mais importantes comunicadores do Rio, Mário Belisário aterrissava, em abril de 2009, numa das mais modestas emissoras do dial – a Sucesso, ex-Carioca, dela se afastando em setembro de 2011. Em sua trajetória, entre outras, a FM 105 – depois batizada de Aleluia --, Manchete, Tupi e FM O Dia.

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