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segunda-feira, 30 de julho de 2018

Ouvindo as ondas

UMA NOVA SÓ DE NOME
Está no dial das rádios cariocas desde junho, a Nova Brasil FM (89,5). Emissora musical do estilo adulto contemporâneo, sua proposta é explorar a faixa em que atuam a JB, Antena 1 e SulAmérica Paradiso. O playlist foi ampliado em comparação às demais – 50 contra 30 – número de canções em revezamento.

‘NA MANGA’
A ordem de apresentações se dá como numa espécie de embaralhamento de cartas em jogo de canastra, habitualmente praticado nas horas de lazer entre amigos e familiares. O diferencial, todavia, reside no próprio nome: Brasil. Daí, pois, a razão de se rodar, evidentemente, os hits nacionais, predomínio do pop.

INSPIRAÇÃO
Os idealizadores da Nova Brasil não se furtaram de ouvir, fora do trio referido, as rádios de outros modelos, no caso a Globo e a Tupi -- aquela, também ‘nova’ há pouco mais de um ano. Nela, a ‘inspiração’ do “Nova Manhã” em cima do “Café das 6”, e um homônimo sobre o “Radar Tupi”, cujo lançamento ocorreu em março.

ATRAVESSADO
Nas FMs do chamado adulto contemporâneo, o samba, principal ritmo de música do país, atravessa uma das maiores fases de esquecimento, abandono. A Nova Brasil reservou um quadro para o rejeitado. Batizou-o de ‘clássico’. Ele é ‘mostrado’ em alguns momentos da programação, sem exclusividade, porém.

CAMISA ONZE
Três anos depois de ser demitido da emissora dos Marinho, Robson Aldir aterrissou na Tupi. Durante a Copa da Rússia ingressou na bancada do “Show do Clóvis Monteiro”. Com ele, Antônio Carlos e equipe, Alexandre Ferreira, Marco Antônio de Jesus e, outros, são onze em um ano, a seguirem mesmo destino.

AMARELINHO
Robson Aldir, então estagiário, foi um dos fundadores da CBN. Formara no grupo dos ‘amarelinhos’ da Globo, em que apareceram Pedro Costa, Alberto Brandão, Gélcio Cunha, sendo João Vita (nome de praça em Campo Grande), o pioneiro. Com as graças do Haroldo de Andrade (1934-2008) virou repórter especial.

TEMPO CURTO
Em 2013 era promovido a apresentador, conduzindo o horário das madrugadas nos fins de semana, virada de sábado para domingo. Curinga por determinado tempo, substituiu Loureiro Neto (1952-2014) no noturno “Papo de Botequim” na doença deste, e se tornou titular da atração, com o falecimento do companheiro.

SAMBA CHAMOU
Na maior parte da existência do “Comando Geral do Carnaval” (saudosa promoção do Mário Luiz), Aldir era figura obrigatória na equipe, como também o era em todos os movimentos que envolvia escolas de sambas e seus bastidores Coordenou o programa “Samba Amigo”, cabendo ao Jorge Luiz o lançamento.

QUAL É A SUA?
A pizza (sabia você?) tem o seu dia próprio, conforme a mãe, pai, avó, árvore, bandeira, e diferentes profissões. É celebrado em 10 deste mês. No programa do Canázio, domingo retrasado, houve um especial sobre os inimagináveis sabores do comestível. Apresentação de Juliana Alves e produção de André Henriques.

ODILON & REDES
Quase um ano afastado para tratamento de saúde, Odilon Júnior retornou às atividades na Copa, com o jogo entre Uruguai e Egito, vitória do primeiro por 1 a 0. Falar no recente Mundial: ainda não sabemos qual a maior rede de emissoras na cobertura. Cada uma que sintonizávamos anunciava-se detentora da marca.

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HORAFINAL.COM
Enquanto as FMs adulto contemporâneo dão a mínima para o samba de qualidade, a Mania, O Dia e a Rio – populares do segmento --, privilegiam os românticos, que José Messias (1928-2015) apelidara de ‘sambolero’. Os de raízes e bossa nova estão na MEC AM, emissora pública, como a Nacional, pouco divulgada pela EBC.

HORAFINAL DOIS
Quem ouve rádio há ‘trocentos’ anos, lê e pesquisa sobre o tema, percebe que o veículo, em grave crise, só não morreu devido aos recursos da internet. E, com pesar, nota que a programação da Nova Brasil não passa de uma ‘colcha de retalhos’.Os responsáveis apoderaram-se,inclusive, de um símbolo da JB -- o 'música e informação'.

domingo, 15 de julho de 2018

ERA O BRASIL O PAÍS DO FUTEBOL? (10)

Um especialista escreveu: “A Alemanha nem pentacampeã é e seu campeonato nacional beira os 45 mil torcedores em média por jogo. No país cinco vezes campeão não chega a 18 mil.” (Por ocasião dos alemães serem eliminados desta Copa.)

Outro publicou: “A elite do futebol está cada vez mais equilibrada. Sempre vale lembrar: 72% dos jogadores da Copa jogam fora dos seus países. Todos têm o mesmo preparo tático, físico e técnico”. (A propósito de a Croácia se tornar uma finalista.)

O Brasil, positivamente, não é mais o país do futebol. Os craques que nele despontam, supervalorizados pela mídia, deixam, em maior proporção sua terra, para brilharem nas agremiações da Europa.

Nos clubes organizados como empresas – não é novidade – em pouco tempo eles faturam milhões. Não é o que acontece por aqui -- clubes endividados. Famosos, têm na pátria-Seleção um negócio.
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PIONEIROS DA NARRAÇÃO

Ramos de atividades que quase se confundem, o jornalismo ‘da geral’ e o esportivo coexistem desde o início do rádio. Na história do veículo, conta-se que, as primeiras tentativas de narrar futebol ocorreram em São Paulo, na Record, com José Augusto Siqueira e Nicolau Tuma, em 1931. Outro pioneiro da narração, também era do rádio paulista – Armando Pamplona, na Educadora.

O futebol no rádio em todos os tempos não passa de uma ópera sonora, muitas vezes superior ao espetáculo que se pretende descrever – afirmava Luiz Carlos Saroldi (1931-2010) num trabalho em parceria com Sônia Virgínia Moreira. Para ele, Oduvaldo Cozzi foi o maior símbolo do rádio esportivo. Era dono de invejável expressão verbal, perfeito na dicção e na descrição dos lances, bom locutor de estúdio e redator. Seu começo no rádio se deu na virada dos anos 30.

Ary Barroso, na Tupi, Antônio Cordeiro, Nacional e Geraldo José de Almeida, na Record, foram outros importantes no gênero, onde também se destacara a dupla Edson Leite-Pedro Luiz, na Bandeirantes, criadora do estilo alternativo. Esses locutores se revezavam na transmissão de cada tempo da partida. Ainda na Bandeirantes, de uma geração posterior, Fiori Giglioti , o locutor-poeta, tornara-se popular com o bordão “abrem-se as cortinas para começar o espetáculo”.

Em 1938, pela Rádio Clube do Brasil, Gagliano Neto foi o primeiro brasileiro a transmitir, da França, uma Copa Mundial. Na de 1950, que inaugurava o Maracanã, -- que viria ser considerado “o maior estádio do mundo” -- ele narrava pela Continental, recentemente criada e de que fora um dos fundadores. Nomes também expressivos da época presentes na cobertura: Antônio Cordeiro (representando a Nacional) e Oduvaldo Cozzi (a serviço da Mayrink Veiga).

DE OLHO NA TV
FRANÇA É BICAMPEÃ
A França venceu a Croácia por 4 a 2 e alcançou o bicampeonato mundial na Copa da Rússia, neste domingo (15). O jogo atraiu 79 mil torcedores ao estádio de Lujnink, em Moscou.

Orientada por Didier Deschamps, a França abriu o marcador aos 18’ com Mandzukic contra, Perisic empatou aos 28’, e Griezmann virava aos 38’. Na fase complementar assinalaram para os franceses, Pogba aos 13’ e Mbappé aos 19’, para os croatas Hernandez aos 23’.

Deschamps é o terceiro a conquistar o título de bi-campeão como técnico e jogador. Igualou-se ao brasileiro Mário Jorge Lobo Zagallo – jogador em 1958/62, como técnico em 1970, e ao alemão Franz Beckenbauer – jogador em 1974, técnico em 1990.

Com a Croácia vice-campeã deste torneio, a classificação geral entre as seis melhores colocadas ficou assim: em 3° a Bélgica, em 4°, 5° e 6°, respectivamente Inglaterra, Uruguai e o Brasil.

A Fifa escolheu Courtois, da Bélgica como o melhor goleiro da Copa, e Mbappé, da França, o melhor da decisão.

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Na hora da cerimônia de premiação aos campeões e vice pelos presidentes da Rússia Vladmir Putin, da França Emmanuel Macron, e da Croácia Kolinda Graba, uma forte chuva caiu no estádio. Coube ao goleiro da seleção francesa, Lloris, erguer a cobiçada taça.

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Numa cobertura em que só duas emissoras de TV predominaram com equipes nos locais da competição, as quinze emissoras de rádio,devido à crise, reduziram drasticamente seu acompanhamento.

A Tupi, no Rio, por exemplo, mandou um repórter. A cadeia Globo/CBN enviou um do Rio e outro de São Paulo. Emissoras da capital paulista, porém, levaram número maior de representantes (quatro e cinco), casos da Transamérica, Bandeirantes-Bandnews e Jovem Pan.

No sistema of the tube, uma prática bastante utilizada nos campeonatos nacionais e regionais, teve estação de rádio que não só transmitiram de seus estúdios, como também de entidade beneficente e, de cinemas de shoppings.



terça-feira, 10 de julho de 2018

Ouvindo as ondas

AONDE PASSA O VENTO...
“Todo monopólio é problemático” – dizia o Fernando Ceilão no “Café das 6”, na segunda-feira (9), depois de discorrer sobre medidas do prefeito Marcelo Crivella privilegiando evangélicos no atendimento médico. Ficou a impressão, para quem estava na sintonia da Nova Globo, que o apresentador não conhece o histórico da empresa em que trabalha.

‘MOÇA DO TEMPO’
Trocando figurinhas com a ‘moça do tempo’, Fabiana Paiva, acentuou que ela havia acertado na previsão do jogo do Brasil com a Bélgica. “Só que você disse que seria 2 a 0, mas não disse para quem” – observou ele. Ué, indagamos nós outros. O Ceilão assistiu, ou não assistiu a partida? Se teria, em vez de TV, ouvido rádio da casa, uma outra dúvida.

FORA DA CURVA
A Fabiana, por sua vez, informava que a temperatura ia baixar naquela manhã, chover, inclusive, acrescentando que seria muito bom para ficar na cama enrolada no edredon acompanhando o jogo do Brasil... (sic). Claro como água, que tudo isso era uma gravação. E, conforme se diz modernamente, um ponto fora da curva, na ‘reinvenção dos cardeais’.

MUITO DOÍDOS
O repórter Gustavo Zupak, da Globo em São Paulo, que cobre a seleção brasileira no cenário da Copa, ao participar do “Café”, dava um panorama do que viu (e ouviu) na eliminação da equipe comandada por Tite. Os jogadores estão muito doídos – assegurou. O coordenador Edu Gaspar, mais próximo de Tite, chorou copiosamente diante do resultado.

ÚLTIMA FAVORITA
No entender de Zupak, a seleção melhorou bastante no segundo tempo, e caiu de pé. Revelava que, no caso de a final ser entre a Bélgica e a Inglaterra, vai torcer contra esta última. Os ingleses já foram campeões do mundo e têm o handicap de serem os inventores do chamado ‘esporte bretão’. A Bélgica merece conquistar o título deste torneio – ele frisou.

OUVIR O OUVINTE?!
Não dá para manter o rádio ligado em determinada emissora, quando o apresentador diz,textualmente: “Agora, vamos ouvir a história da ouvinte...”, referindo-se ao quadro em que uma distinta senhora pediu para tocar musica do Roberto Carlos ‘que marcou a sua vida’. Ainda mais em se tratando de um profissional vitorioso, há quatro décadas em cartaz.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

ERA O BRASIL O PAÍS DO FUTEBOL? (9)

Momentos/O DA PALAVRA FÁCIL

Caso raro em unanimidade na classe, Luiz Mendes (1924-2011) era um fidalgo no trato com os colegas e companheiros de profissão. De memória privilegiada, dedicado e estudioso, não impunha a ninguém seus conhecimentos, até se comportando de forma humilde em situações diversas.Foi no ramo, o profissional de carreira mais longa. Impossibilitado de comparecer aos estádios, exercia suas tarefas de sua residência, televisão à frente (sem som), com o apoio de um equipamento especial.

Luiz Mendes participou de dezesseis copas do mundo, treze delas nos locais. Foi narrador da Globo na de 50, em que o Uruguai eliminou o Brasil. Aquela e a de 58, no Chile, as mais emocionantes de sua vida, segundo revelou num programa comemorativo aos seus 80 anos de idade. Dizia, entre outras coisas, que Leônidas (da Silva) não foi melhor nem pior que Pelé, explicando que não se podia comparar, por exemplo, o “Rei” ao Maradona. O brasileiro Zizinho – acentuava ele – era mais completo que o espanhol Di Stefano, e Garrincha (Mané), o que mais o impressionara.

Numa passagem pela extinta Continental nos anos 60, Luiz Mendes trocou de função, passando a comentar, em vez de narrar os jogos. “Comentarista da palavra fácil”, slogan que o marcou, foi uma invenção do Carlos Marcondes, gerente de esportes da emissora. (Já dividia aquela atividade no rádio com a de narrador da TV Rio, sendo um de seus fundadores). Informação sobre o tempo de jogo, iniciativa dele. Também ampliou o espaço dos comentaristas, antes só no intervalo e final.

Na pequena Missioneira, localizada no interior de Santo Angelo, os primeiros passos. Oficialmente, porém, Luiz Mendes começou na Farroupilha, de Porto Alegre. Em 1° de dezembro de 1944, véspera da inauguração da Globo, ele voltava a São Paulo, onde fizera uma cobertura para a emissora gaúcha. Viera ao Rio à procura de Rubem Amaral, chefe de locutores da casa. Não precisou fazer teste, ao comunicar sua origem.

Antes de narrar futebol, ele comandou “A Hora da Ginástica”, foi locutor comercial anunciando, inclusive, o rádio-teatro em que atuava Daysi Lúcidi, com quem acabaria se casando. As rádios Nacional e Tupi, e a TV Educativa foram outras emissoras em que trabalhou. Nascido em Palmeiras das Missões, Rio Grande do Sul, sua história teria capítulos finais em outubro de 2011. Luiz Mendes fora internado no Hospital de São Lucas, em Copacabana. Morreria dia 27 em decorrência de leucemia.
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DE OLHO NA TV
SELEÇÃO DE TITE ELIMINADA

A Bélgica venceu por 2 a 1 nesta sexta-feira (6) a seleção do Brasil, eliminando-a da Copa na Rússia. Fernandinho contra e De Bruyne, aos 13’ e 31’ do 1° tempo marcaram para time de Roberto Martinez. Para a seleção de Tite, Renato Augusto aos 30’ do 2° tempo. O jogo, na Arena Kazan, foi assistido por 42.380 torcedores.

O próximo adversário da Bélgica será a França, que ganhou do Uruguai por 2 a 0.Invicta há dois anos, a Bélgica se apresentou diferente de outros jogos Soube aproveitar as falhas da seleção orientada por Tite que, a exemplo da partida com o México, atuou fraca na marcação no meio de campo, uma deficiência repetida

Fernandinho, Paulinho e Gabriel Jesus pouco produziram, e Neymar esteve bem abaixo de suas qualidades de craque. O time tentou superar a barreira montada pela defesa da Bélgica, em que o goleiro Courtois foi o grande destaque. Ensaiou uma reação no tempo final, mas não aceetava nas conclusões, pela esquerda.

VOZES DO LAMENTO

‘Neymar está devendo demais. Estou achando estranhíssimo’. (Eraldo Leite, comentarista da Globo/CBN)

‘Firmino é jogador de pelada. É um jogadorzinho’. (Do José Silvério na Bandeirantes/Bandnews.)

‘Inadmissível essa substituição. Não acrescenta nada’. (Cláudio Zaidan, na mesma cadeia.

Reclamava a troca de Paulinho por Renato Augusto, que não estava aproveitado por atravessar má fase.

Renato entrou aos 27’ do 2° tempo, e aos 30’ fez o gol. Na intervenção seguinte, Zaidan destoava.

‘O meio campo não está pegando a segunda bola’.(Dito pelo Waldir Luiz na Rádio Nacional.)

‘Meus amigos, a vaca está bem próxima do brejo’. (Mário Silva, companheiro daquele na emissora

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Rádiomania, o Livro/48


RETRATOS DA VIDA
Durante a gestão Vargas, em 1940, todas as empresas do grupo “A Noite”foram encampadas. Gilberto de Andrade nomeado superintendente da Nacional, contratava os maiores profissionais e dotava a rádio das melhores condições, pois conhecia bem o pessoal e sabia o que o governo queria. Os novos rumos do rádio se descortinariam nessa década.

Vieram os filões, e a rádionovela que se popularizaria rapidamente. Seu antecedente ocorrera na Record – peças completas de 50 minutos de duração, com o título geral de “Teatro Manuel Durães”. Na Mayrink, era “Teatro Pelos Ares”, direção de Cordélia Ferreira.

Em São Paulo, o sucesso das novelas obrigava a utilização de uma viatura dos Correios para o transporte de cartas destinadas aos atores e autores. Oldemar Ciglione, Ênio Rocha, Arlete Montenegro, Nilva Aguiar e Walter Forster, entre outros, provocavam suspiros das domésticas. No Rio, anos 50, a Nacional chegara a manter 16 novelas em cartaz.

Da pioneira “Em Busca da Felicidade” a “O Direito de Nascer” – longérrima (dois anos no ar), os locutores apregoavam sempre: “E, ouçamos mais um emocionante capítulo de...” O departamento de rádio-teatro, com direção de Vítor Costa chegou a reunir nada menos que 120 profissionais, entre atores, escritores e técnicos. Uma das testemunhas de sua história , no apogeu, foi Edmo do Vale, que chefiava os contra-regras.

Na terra dos Bandeirantes, as novelas eram o forte da Rádio São Paulo. Antes de incursionar no gênero, a emissora paulista concentrava suas baterias em programas de humorismo. Ariovaldo Pires, o “Capitão Furtado”, era o nome mais importante do elenco. O “Cascatinha do Genaro”, por ele criado e apresentado, desfrutava de muita popularidade.

Em termos de importância na história do rádio, comparava-se a um PRK-30, de Lauro Borges e Castro Barbosa (Mayrink, Nacional e Record; “Zé Fidélis”, com Dino Cartopazzi (Cultura e Educadora); “Piadas do Manduca”, de Renato Murce (Clube do Brasil e Nacional); e “Hotel da Pimpinela”, de Silvino Neto (que passou pela Tupi e também Nacional).

MEMÓRIA—2011
O repórter e comentarista Antônio Jorge era contratado pela Manchete em julho E, o Garcia Júnior, folclórico narrador, estreava na Tamoio, com a partida do Botafogo 2x0 Atlético-MG,em 7 Lagoas
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A EBC promovia em 12 de setembro um programa 'ao vivo' pelos 75 anos das rádios Nacional e MEC AM. Na Praça da República, com as bandas do Exército e Filarmônica do Rio, e outras atrações.

A pré-hora das jornadas esportivas da Globo aos sábados,naquele mês, ganhava por denominação, “A Liga dos Trepidantes”. Na edição inaugural, sob o comando Zeca Marques, distribuição de prêmios.

Ainda no mês. Aldenora Santos, do “Show do Antônio Carlos” era, no dia 14, homenageada pelos 60 anos de carreira. Recebia placa comemorativa da Globo, cumprimentos de colegas e familiares.

segunda-feira, 2 de julho de 2018

ERA O BRASIL O PAÍS DO FUTEBOL? (8)

Momentos/PERSONAGEM DE CAYMMI

Desde cedo radicado no Rio, gaúcho de Alegrete, o homem polêmico e temperamental que foi João Saldanha lembraria muito bem o personagem descrito num samba de Dorival Caymmi. (“João Valentão é brigão/Pra dar bofetão/Não pensa na vida.../A todos João intimida.”) Funcionário público, jogador de futebol de praia em Copacabana e torcedor do Botafogo, João (1917-1990) viria a ser, no rádio, um dos mais importantes comentaristas esportivos do país.

Em 1959 decidira largar o emprego para se dedicar integralmente ao que os ingleses chamavam de ‘esporte bretão’. Começava escrevendo artigos para o jornal “Última Hora”, de Samuel Wainer – a coluna diária “Na Zona do Agrião” – e, paralelamente, fazia comentários nos programas especializados e jornadas na Rádio Guanabara, a futura Bandeirantes de um grupo paulista. Ali se destacavam, entre outros, os locutores Sérgio Paiva e Dolar Tanus. Intransigente em suas convicções, o carioca honorário passara a ser conhecido como ‘João Sem Medo’.

Saldanha era um militante comunista de carteirinha e criticava abertamente o sistema de governo e seus simpatizantes. A política do futebol na rádio em que se iniciara não ia bem, um dos motivos que o fizera aceitar o convite do Botafogo para treinar o time, tendo apenas conhecimento teórico. Conviveria com craques do nível de Garrincha, Didi e Nilton Santos, mas o treinador perderia para o observador, cuja visão de jogo se distanciava do que era desenvolvido na prática.

A sorte grande do Saldanha não demoraria. Após um período na Rádio Nacional (do governo), ele mudava de pouso. Waldir Amaral assumira o esporte da Globo em 1961, e o requisitara, dois anos depois, para o lugar do Benjamim Wright – lembrado autor de uma lapidar frase repetida nesses últimos dias no rádio e TV. Falando a linguagem do povo, Saldanha foi um sucesso imediato. E, Waldir caprichara no slogan que lhe dera: “O comentarista que o Brasil consagrou”.

Ele faria uma pausa em suas atividades no rádio em 1969. De forma inesperada fora convidado por João Havelange, presidente da então CBD (que seria rebatizada de CBF) para treinar a Seleção Brasileira nos preparativos com vistas ao Mundial no México no ano seguinte. Desafio aceito, classificava seleção, mas não viajaria como técnico, reintegrando-se à equipe da Globo. Trombara com Pelé ao tentar barrá-lo. Alegara publicamente que ele ‘não estava enxergando direito’.

O cargo ficara com Zagalo. A Seleção ganharia todas e conquistava o tricampeonato. Em 1984 Saldanha acompanharia Waldir em sua transferência para a Rádio Jornal do Brasil. Não seguiria, porém, para a Nacional em 1986, preferindo a Tupi, primeiro na companhia de Doalcei Camargo e, posteriormente, com Luiz Penido. Trabalhava nessa e na TV Manchete na Copa de 90 na Itália. Durante a competição, morreu de pneumonia em Roma. Atuaria também na TV Rio (“Grande Resenha Esportiva Facit’) e na Rede Globo -- "Jornal Nacional".
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DE OLHO NA TV
BRASILEIRA VAI ÀS QUARTAS

A seleção brasileira ganhou de 2 a 0 da do México em Samara nesta segunda-feira (2), gols de Neymar aos 5', e Firmino aos 42’ da etapa final, logo após substituir Philippe Coutinho. O Brasil enfrenta a Bélgica na sexta-feira (6), vencedora do Japão por 3 a 2, na mesma etapa do jogo realizado em Rostov.

Os mexicanos ofereceram muita resistência, dominaram as ações no meio de campo,não deixando os comandados de Tite evoluírem nas suas jogadas. O primeiro chute a gol só aconteceu aos 23’. Além de Thiago Silva e Miranda, Neymar e Willian foram destaques. Casemiro – que manteve o bom desempenho -- está fora da partida com a Bélgica. Recebeu o segundo cartão amarelo.

A Tupi e Globo/CBN, no Rio atuaram com José Carlos Araújo, Washington Rodrigues, Wagner Menezes, André Marques, Wellington Campos (*) e Vinícius Gama,de um lado. Do outro, Luiz Penido, Eraldo Leite (*), Dé Aranha, Gustavo Henrique, Marcos Vasconcellos, Gustavo Zupak (*) e Maurício Bastos.

De São Paulo, Bandeirantes-Bandnews, com José Silvério (*), Cláudio Zaidan, Bernardo Ramos(*) e Ricardo Capriotti(*). Transamérica, Éder Luiz (*), Henrique Guilherme, Paulo Roberto Martins, Marco Bello (*) e Ivan Drago(*).

VIRADA DA BÉLGICA

O Japão saiu na frente -- marcando 2 a 0 através de Garamuchi, aos 2’, e Hunai, aos 6’ do 2° tempo. A Bélgica, que alguns narradores já consideravam derrotada, começou a reagir com Verone (aos 24’), seguindo-se Delaine (aos 29’) e Chabre (aos 48).Jota Santiago narrou pela Tupi, Edson Mauro, Globo/CBN, Dirceu Marchioli, Bandeirantes/Bandnews, Guilerme Laje, Transamérica.

PISANDO NA BOLA

O versátil Maurício Bastos -- apresentador, repórter e noticiarista -- no momento plantonista, afirmou no jogo da seleção: "Terminado o primeiro tempo de Brasil e México. Zero a zero, empate sem gol."

Na partida com a Sérvia, falando sobre alterações na equipe, Dé Aranha sugeriu algumas ao técnico: "Duas opções que Tite tinha". (-- Tão difícil o português -- costuma dizer a governanta lá de casa.)

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(*) Radialistas das mais importantes praças, Rio e São Paulo, presentes nas cidades-cenários desta Copa.