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segunda-feira, 2 de julho de 2018

ERA O BRASIL O PAÍS DO FUTEBOL? (8)

Momentos/PERSONAGEM DE CAYMMI

Desde cedo radicado no Rio, gaúcho de Alegrete, o homem polêmico e temperamental que foi João Saldanha lembraria muito bem o personagem descrito num samba de Dorival Caymmi. (“João Valentão é brigão/Pra dar bofetão/Não pensa na vida.../A todos João intimida.”) Funcionário público, jogador de futebol de praia em Copacabana e torcedor do Botafogo, João (1917-1990) viria a ser, no rádio, um dos mais importantes comentaristas esportivos do país.

Em 1959 decidira largar o emprego para se dedicar integralmente ao que os ingleses chamavam de ‘esporte bretão’. Começava escrevendo artigos para o jornal “Última Hora”, de Samuel Wainer – a coluna diária “Na Zona do Agrião” – e, paralelamente, fazia comentários nos programas especializados e jornadas na Rádio Guanabara, a futura Bandeirantes de um grupo paulista. Ali se destacavam, entre outros, os locutores Sérgio Paiva e Dolar Tanus. Intransigente em suas convicções, o carioca honorário passara a ser conhecido como ‘João Sem Medo’.

Saldanha era um militante comunista de carteirinha e criticava abertamente o sistema de governo e seus simpatizantes. A política do futebol na rádio em que se iniciara não ia bem, um dos motivos que o fizera aceitar o convite do Botafogo para treinar o time, tendo apenas conhecimento teórico. Conviveria com craques do nível de Garrincha, Didi e Nilton Santos, mas o treinador perderia para o observador, cuja visão de jogo se distanciava do que era desenvolvido na prática.

A sorte grande do Saldanha não demoraria. Após um período na Rádio Nacional (do governo), ele mudava de pouso. Waldir Amaral assumira o esporte da Globo em 1961, e o requisitara, dois anos depois, para o lugar do Benjamim Wright – lembrado autor de uma lapidar frase repetida nesses últimos dias no rádio e TV. Falando a linguagem do povo, Saldanha foi um sucesso imediato. E, Waldir caprichara no slogan que lhe dera: “O comentarista que o Brasil consagrou”.

Ele faria uma pausa em suas atividades no rádio em 1969. De forma inesperada fora convidado por João Havelange, presidente da então CBD (que seria rebatizada de CBF) para treinar a Seleção Brasileira nos preparativos com vistas ao Mundial no México no ano seguinte. Desafio aceito, classificava seleção, mas não viajaria como técnico, reintegrando-se à equipe da Globo. Trombara com Pelé ao tentar barrá-lo. Alegara publicamente que ele ‘não estava enxergando direito’.

O cargo ficara com Zagalo. A Seleção ganharia todas e conquistava o tricampeonato. Em 1984 Saldanha acompanharia Waldir em sua transferência para a Rádio Jornal do Brasil. Não seguiria, porém, para a Nacional em 1986, preferindo a Tupi, primeiro na companhia de Doalcei Camargo e, posteriormente, com Luiz Penido. Trabalhava nessa e na TV Manchete na Copa de 90 na Itália. Durante a competição, morreu de pneumonia em Roma. Atuaria também na TV Rio (“Grande Resenha Esportiva Facit’) e na Rede Globo -- "Jornal Nacional".
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DE OLHO NA TV
BRASILEIRA VAI ÀS QUARTAS

A seleção brasileira ganhou de 2 a 0 da do México em Samara nesta segunda-feira (2), gols de Neymar aos 5', e Firmino aos 42’ da etapa final, logo após substituir Philippe Coutinho. O Brasil enfrenta a Bélgica na sexta-feira (6), vencedora do Japão por 3 a 2, na mesma etapa do jogo realizado em Rostov.

Os mexicanos ofereceram muita resistência, dominaram as ações no meio de campo,não deixando os comandados de Tite evoluírem nas suas jogadas. O primeiro chute a gol só aconteceu aos 23’. Além de Thiago Silva e Miranda, Neymar e Willian foram destaques. Casemiro – que manteve o bom desempenho -- está fora da partida com a Bélgica. Recebeu o segundo cartão amarelo.

A Tupi e Globo/CBN, no Rio atuaram com José Carlos Araújo, Washington Rodrigues, Wagner Menezes, André Marques, Wellington Campos (*) e Vinícius Gama,de um lado. Do outro, Luiz Penido, Eraldo Leite (*), Dé Aranha, Gustavo Henrique, Marcos Vasconcellos, Gustavo Zupak (*) e Maurício Bastos.

De São Paulo, Bandeirantes-Bandnews, com José Silvério (*), Cláudio Zaidan, Bernardo Ramos(*) e Ricardo Capriotti(*). Transamérica, Éder Luiz (*), Henrique Guilherme, Paulo Roberto Martins, Marco Bello (*) e Ivan Drago(*).

VIRADA DA BÉLGICA

O Japão saiu na frente -- marcando 2 a 0 através de Garamuchi, aos 2’, e Hunai, aos 6’ do 2° tempo. A Bélgica, que alguns narradores já consideravam derrotada, começou a reagir com Verone (aos 24’), seguindo-se Delaine (aos 29’) e Chabre (aos 48).Jota Santiago narrou pela Tupi, Edson Mauro, Globo/CBN, Dirceu Marchioli, Bandeirantes/Bandnews, Guilerme Laje, Transamérica.

PISANDO NA BOLA

O versátil Maurício Bastos -- apresentador, repórter e noticiarista -- no momento plantonista, afirmou no jogo da seleção: "Terminado o primeiro tempo de Brasil e México. Zero a zero, empate sem gol."

Na partida com a Sérvia, falando sobre alterações na equipe, Dé Aranha sugeriu algumas ao técnico: "Duas opções que Tite tinha". (-- Tão difícil o português -- costuma dizer a governanta lá de casa.)

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(*) Radialistas das mais importantes praças, Rio e São Paulo, presentes nas cidades-cenários desta Copa.

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