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sábado, 25 de maio de 2019

Direto das Ondas

ANO DOIS DE UMA NOVA RÁDIO
O SGR alterava na segunda quinzena de maio, há dois anos, sua programação nas últimas décadas, pela enésima vez. Desta (a mais radical), os cardeais denominaram-na de Nova Rádio Globo.

Em lugar de populares apresentadores, jornalistas, produtores e técnicos, optou-se na ‘reinvenção’ da rádio por gente da TV e celebridades com visualizações extraordinárias nas redes sociais.

Nesse período, no entanto, foram pífios os resultados. O público alvo que o grupo mirava não foi alcançado, desmontando-se a audiência cativa formada, principalmente, por donas de casa.
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(RE)MEXIDA A MAIS
Os nomes dos programas escolhidos para compor a Nova Rádio Globo até que eram chamativos. Davam a impressão aos sintonizadores de que ocorria algo mais que simples (re)mexida.

O ar que se passava a respirar nos arredores da Rua do Russel, bucólico bairro da Glória, era como se (aparentemente), baixasse o espírito da criatividade. Uma falta comum no mercado.

Navegar é preciso – já dizia poeta recorrente em nove de cada dez oportunidades. Reajustar também foi preciso. E, isso, o SGR pôs novamente em prática trocando algumas das atrações.
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CUSTO E BENEFÍCIO
Nas rádios interioranas o que não falta é programa com músicas do Roberto Carlos, apesar da crise na indústria do disco. Pra se saber que são faturadas essas audições independe do ramo.

As rádios das grandes cidades – metrópoles – não deixam por menos. Com seus artifícios, uma e outra rodam a grife do ‘Rei’. No Rio, a Tupi tem logo dois, com o Antônio Carlos e o Mário Belisário.
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TELEFONE JÁ ERA
Cirilo Reis disse numa recente apresentação do Musishow, na tradicional Nacional, que não aceita mais os pedidos de música por telefone. Seus ouvintes entenderam, e só utilizam o WhatsAap.

Musishow, um dos mais antigos, e o de maior audiência dos programas na principal emissora carioca da EBC é transmitido de 10h à meia-noite, nas ocasiões em que não têm jogos de futebol.
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DALLAS NÃO É AQUI
Num programa de conceituada emissora, semana passada, a propósito da visita do presidente da República aos Estados Unidos, ouviu-se esse diálogo:

APRESENTADOR – Foi em Dallas que Kennedy (John Fitzgerald) foi fuzilado.

PARTICIPANTE – E, Collor derrubado quando começou a falar bobagens. ‘O Caçador de Marajás’ fez muitas besteiras.

APR – Moreira (Franco) também. Aquela história de acabar com a violência no Rio em seis meses – ele me contou depois numa entrevista em outra rádio – não passou de marketing.

PART -- Minha mulher não ouve o programa quando eu estou participando. Ela não gosta de ouvir bobagens.

APR – Você também diz algumas bobagens.

PART – Por isso é que você me convida.

(Sobe -- e desce -- a vinheta. Segue um ‘rápido’ intervalo).
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R a r e f e i t a s
/o Um quadro no Jornal da CBN 1ª Edição marca nesta 2ª feira (27) a parceria daquela com a GloboNews. Milton Jung e José Roberto Burnier vão falar de política e assuntos pertinentes.

/o Com o fracasso da Nova Globo circunstâncias tiveram que ser apressadas pelo SGR -- mudança de endereço e desativação do AM da matriz e da CBN. Jogavam, acredite, dinheiro pelo ralo.

/o Ciência no Rádio, quadro do Todas as Vozes na MEC, ouviu o reitor João Carlos Crispim da Universidade Federal do Pará, na quarta-feira (22). Tema: a Teoria da Relatividade, de Einstein.

/o A 94 FM (Roquete) mudou de direção. O Painel da Manhã, reestruturado, perdeu qualidade.Foram dobradas as atividades dos repórteres efetivos, e aberto espaço para os sertanejos da moda.

/o Menos de um mês naquela estatal, Paulo Júnior ganhou um novo tempo para o seu Peladas do Pepa. O do lançamento é apresentado no final da tarde, às 18h30, este outro ali pelas 14h30.
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sábado, 18 de maio de 2019

Rádiomania, o Livro/71 (Parte II)

MAYRINK, UMA SAUDADE
Na freqüência em que o público sintonizava há alguns anos a Globo (AM) funcionava até julho de 1965 a Rádio Mayrink Veiga – fechada pelo governo Castelo Branco. Os 1220 Khz foram transferidos graças ao bom relacionamento que o empresário Roberto Marinho mantinha com os donos do poder. A Globo ocupava originalmente os1180 Khz, que passariam a ser, com a medida, utilizados pela Eldorado, nova aquisição do grupo.

A Mayrink foi uma grande adversária da Nacional. Esta, inaugurada em 1936, mudaria o panorama do rádio no país, com seus musicais, humorismo, novelas e, principalmente os programas de auditório. Comparado ao da Nacional, no vigésimo segundo andar do Edifício A Noite, o auditório da Mayrink Veiga era bem modesto, instalado no pavimento térreo de um prédio na rua que lhe emprestava o nome, próximo da badalada Praça Mauá.
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O SORRISO FRANCO
César Ladeira, Luiz Jatobá, Cid Moreira e Carlos Henrique figuravam entre os locutores mais famosos na lista dos contratados. Conhecido como Stanislaw Ponte Preta (era colunista do jornal Última Hora), Sérgio Porto integrava o quadro de apresentadores. A linha de shows, em horário noturno, era de qualificados programas populares, de humor, em maioria.

Destaques para A Cidade se Diverte e Vai da Valsa, de Haroldo Barbosa, Regra de Três, de Antônio Maria, e Esse Norte é de Morte, de Francisco Anisio – o Chico ele adotaria a partir do seu ingresso na televisão, o que ocorreu através do canal 13, TV Rio, que tiraria muita gente do rádio. No Esse Norte... Anísio tinha um quadro onde retratava um irônico professor (o Raimundo) que seria o prenúncio de uma longeva escolinha, anos depois memorável atração na Rede Globo, mais tarde reprisada no canal Viva.
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ESTRELAS DAS NOITES
Doublé de apresentador e diretor artístico da rádio, César Ladeira era um mestre na criação de slogans. Alguns astros por ele batizados: Carmem Miranda, A Pequena Notável; Araci de Almeida, O Samba em Pessoa; Sílvio Caldas, O Seresteiro do Brasil; Carlos Galhardo, O Cantor que Dispensa Adjetivos. Carmem era o seu xodó, maior pupila. Ele a acompanharia na ida aos Estados Unidos, reportando para os jornais cariocas, os movimentos da artista.

Cid Moreira se revezava com Carlos Henrique nas apresentações dos humorísticos estrelados por, entre outros, Nanci Wanderley, Zé Trindade, Estelita Bell, Altivo Diniz, Matinhos, Francisco Anísio, e os irmãos Ema e Válter D’Ávilla. Cid apresentava ainda, o Noites Cariocas, aos sábados, que focalizava o regional de Jacob do Bandolim, com o Dino (Herondino Silva) e Meira (Jaime Florence) nos violões; Canhoto (Valdiro Tramontino), no cavaquinho; Jorginho (Jorge José da Silva), no pandeiro; Altamiro Carrilho, flauta, e Orlando Silveira, acordeon.

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ESPORTE, JAZZ, A VIDA
Nas noites de segundas-feiras, Sérgio Porto comandava o Miss Campeonato, misto de resenha esportiva e humorismo. A atriz do teatro musical, Rose Rondelli era parceira do Sérgio, que fazia também, durante algum tempo nas manhãs, um programa de jazz. Nele pontilhavam gravações de um Chet Baker, Dizzie Gillespie, Duke Ellington, Ella Fitzgerald, Lionel Hampton, Miles Davis, Oscar Peterson, Sarah Vaughn, Louis Armstrong e outros intérpretes.

Luiz Jatobá, narrador dos chamados programas montados, estava diariamente nos lares dos sintonizadores da Mayrink. Ali pelas 9h da noite, apresentava Coisas da Vida, crônicas que escrevia. E, até participara, como ator, de uma das novelas da rádio. A Mayrink ficou na saudade. Recordamo-nos do Aloísio Silva Araújo, o Recruta 23, do Manezinho Araújo, cantor e autor de emboladas (não eram parentes). No esporte, do Jaime Moreira Filho, segundo locutor da casa, do Oduvaldo Cozzi (um dos fundadores da Nacional e diretor da Tupi), dos repórteres Otávio Name e José Jorge (um dos pioneiros do marketing esportivo).

No começo dos anos 60, quando a televisão atraía grandes nomes do rádio, a Mayrink dava uma guinada em sua programação devido a perda de valores. Surgiam os disc-jockeys -- ou animadores de estúdio --, que passavam a dominar os horários. Datam daquele período, alcançando sucesso estrondoso nas tardes, o Peça Bis Pelo Telefone e o Hoje é Dia de Rock, ambos produzidos por Jair de Taumaturgo e conduzidos por Isaac Zaltman. Aquele se bandearia para a TV Rio. Este terminaria os seus dias como locutor noticiarista da Rádio Globo.

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M E M Ó R I A
Lançado em abril de 2001, o Projeto Globo Brasil tinha por finalidade aumentar o faturamento da emissora dos Marinho -- e, evidentemente -- a audiência. Com uns transmitidos do Rio e outros de São Paulo, eram, no esquema, 14 horas diárias de programas. A ideia perdeu sentido, porém, a partir do crescimento da Tupi, que, oportunista, aproveitando-se da brecha passou a dominar na antiga capital do país, ou seja, a então decantada Cidade Maravilhosa.


sábado, 11 de maio de 2019

Rádiomania, o Livro/70

O PATRIMÔNIO SALVO
Com a reinauguração de seus estúdios, palco-auditório e departamento de rádio-teatro, o patrimônio da Nacional do Rio estava salvo. A cerimônia que marcara o início da revitalização foi na sexta-feira, 2 de julho de 2004, presenças do presidente (da República) Luiz Inácio Lula da Silva (e do da então Radiobrás) Eugênio Bucci, artistas e autoridades.

Nas obras de revitalização da emissora foram investidos R$ 2,5 milhões, utilizados na compra de equipamentos de última geração e transmissores de 50 kilowatts. A situação precária em que se encontrava a tradicional estação, deixara Bucci alarmado em sua primeira visita à estatal, logo acabara de ser escolhido para administrar os rumos da empresa.

No restaurado auditório com capacidade para 150 lugares, houve um show comandado por Gracindo Júnior, que lembrara a figura do pai, Paulo Gracindo, um dos grandes nomes da Nacional. Ele assinalara seu início na rádio, aos 14 anos, discorreu sobre a democracia restabelecida no país, e lamentou os anos de chumbo, quando 36 funcionários (lista da qual fazia parte com o ‘velho’), foram demitidos pela repressão militarista.

Participara do show, entre outros, Carmélia Alves, Carmem Costa,Adelaide Chiozzo, Cauby Peixoto, Marlene, Emilinha Borba, Jamelão e Helen de Lima. Na abertura, conduzida por Lucinha Lins, reviveram-se o prefixo oficial da rádio, Luar do Sertão, e trechos de programas famosos. Marco Antônio Monteiro e Neise Marçal entrevistavam artistas e convidados. A iniciativa, segundo Luiz Carlos Saroldi, ‘um reestímulo à radiodifusão’.
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A PERSONALÍSSIMA
Uma das raras cantoras do rádio de São Paulo a se projetar no Brasil, Isaurinha Garcia (1919--1993) tinha uma coisa em comum ao locutor da Tupi, Collid Filho: a longevidade na mesma empresa. Isaurinha (‘A Personalíssima’) trabalhou exclusivamente na Rádio Record, ali permanecendo 40 anos.

O cognome que recebera foi ideia do apresentador Blota Júnior, da linha de frente na radiofonia brasileira. A rádio criada pelo empresário Paulo Machado de Carvalho desfrutava na capital paulistana de prestígio semelhante ao da Nacional. Randal Juliano, a voz oficial, apregoava: ‘Rádio Record, a maior’,

Antes de ter estilo próprio, Isaurinha, uma nativa do Brás, espelhava-se na carioca Araci de Almeida, ‘o samba em pessoa’. E, nos áureos tempos dos programas de auditório da lendária emissora, ela vinha constantemente ao Rio como convidada especial para apresentações no ‘Cesar de Alencar’.
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FORTE EXPRESSÃO
Uma das vozes de mais forte expressão do rádio, Cesar Ladeira se tornaria bastante conhecido do grande público na Revolução Constitucionalista de 1932, de inegável importância para os destinos do país, seus habitantes.

Atuava na Record e destacou-se no movimento que eclodira em São Paulo. Também tomaram parte na cobertura em 9 de julho Renato Macedo e Nicolau Tuma, sendo este e Armando Pamplona, da Cultura,pioneiros no futebol.

Contratado pela Mayrink Veiga anos depois Ladeira se especializaria em criar slogans para os artistas da casa. Era diretor-artístico e o apresentador das principais atrações. Outro endereço em que fez história foi a Nacional.
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M E M Ó R I A
Poucos profissionais do rádio ficaram tanto tempo num mesmo prefixo quanto o Collid (Ether) Filho, natural de Belém, Pará. Sua passagem pela Tupi, em épocas remotas classificada como líder dos Diários Associados, durou 44 anos.

Collid (1930-2004) foi, entre outras atividades, locutor do Clube do Guri, Grande Jornal, apresentador do Rádio Sequência G-3 e, na maior fase de sua vida, comandante do Collid Discos, pelo qual ganhou título de ‘O Dono da Noite’.


quarta-feira, 8 de maio de 2019

Direto das Ondas

OS DIAS QUE A CBN PAROU
1. Na sexta-feira (3), primeira do mês em curso, quem ligou o rádio pela manhã não encontrou a CBN. Estava nos 92,5 da Kiss FM, de São Paulo.

2. (Bem verdade, a emissora do SGR mais transmite da capital paulista do que de outros pontos do país).

3. E, durante todo o período, constatamos, a situação assim permaneceu. Perguntas que não querem silenciar. O que houve? O que aconteceu?

4. No sábado de manhã, o panorama continuava, mas, descobrimos à noite, que a coisa havia se normalizado.

5. Estranho, não? Conferimos sites especializados e, nenhuma pista. Que será? – a indagação ressurgia, martelando a curiosidade que aumentava.

6. Nas semanas antecedentes circularam rumores (e boatos) de que o Grupo Globo planejava modificações nas suas emissoras.

7. A CBN passaria a ser uma extensão do canal Globo News e a Nova Rádio Globo, do Multishow. A empresa, porém, negava. E, o assunto ‘morreu’.

8. Qual a explicação agora, depois da ‘invasão’ na freqüência da emissora paulista? Problemas técnicos, ou coisa parecida a um gato no telhado?

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A ‘GUERRA’ ESQUENTA
Clóvis Monteiro apregoa ter ‘audiência gigante’ na Tupi, e convocava. quarta (1°), o ouvinte a fazer o programa com ele.

Na SulAmérica Paradiso, o Roberto Canazio procedia da mesma forma – embora, aparentemente, não precisasse.

E, ele afirmou que a participação via WhatsApp ‘na outra’ é editada. Na ‘sua”, assinalou, tal coisa não acontecia.

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QUANDO O PANO DESCE
Outro fato que nos alertou mais ainda naquele dia. Quando o Canazio chama o intervalo, a palavra que segue é ‘rápido’, invariavelmente.

Igual procedimento (dá a impressão de código), ocorre lá pros lado da Rádio MEC, com o Marcus Aurélio e o xará Leite, no Todas as Vozes.

‘O Ibope tem sido muito generoso (...) Nossa audiência subiu nos últimos dois meses’, revelava de São Paulo (gravado) o titular do programa.

Apesar dos bons índices, não se sabe se ele vai renovar o contrato, que termina este mês. Em emissora pública, a conotação política surpreende.

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R a r e f e i t a s
o/ Ex-coordenador de esportes da Tupi, e Nacional, Paulo Júnior está agora na Roquette (94,1). Apresenta nos finais de tarde o Peladas do Pepa.

o/ O governo não vai mais fechar a EBC -- emissoras de rádio, TV e agência de notícias. A empresa tem R$ 600 milhões para o orçamento deste ano.

o/ Obras de Paulo César Pinheiro, compositor prolífico estão sendo repassadas no Armazém Cultural, do Tiago Alves, na MEC AM esta semana, a partir das 14h.

sábado, 4 de maio de 2019

Rádiomania, o Livro/69

A VENDA DE ESPAÇOS
O processo de comercialização dos programas de rádio teve início nos anos 30 no governo Getúlio Vargas. Com a publicidade paga, o veículo cresceria, permitindo a criação de quadros, o surgimento de profissionais. E, uma longa atração – espécie do Sílvio Santos na TV muitos anos depois – seria o primeiro do gênero, com o apresentador Valdo de Abreu, na Mayrink Veiga.

Em 1932, na Rádio Phillips (embrião da Nacional), era lançado o Programa Casé, que remonta a Ademar Casé, produtor e corretor de publicidade, pouco afeito a falar em microfones. Ele trabalhava com diversos apresentadores, que atuavam em rodízios. Um deles, sempre lembrado pelos que têm se dedicado a contar (ou recontar) algumas histórias do rádio, era o Alziro Zarur.

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MAIOR PATENTE
Foi no Programa Casé que Almirante, ‘a maior patente do rádio’, se revelou. Os reclames – nomes dados aos comerciais – eram na forma de versinhos. Entre os produtores, estavam Henrique Pongetti, Luiz Peixoto e Antônio Nássara, cabendo as este a criação dos primeiros textos cantados, origem dos jingles.

Casé inspirou-se na BBC de Londres para criar o estilo de seu programa. Vendedor da Phillips, dona de uma gravadora e fabricante de equipamentos eletrônicos, ele se tornaria um marco no veículo, com o modelo que implantara. Anteciparia em muitas décadas, o que a mídia passaria a definir como lobby, muito a ver nos tempos contemporâneos, com o marketing pessoal.

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RETRATOS DA VIDA
Durante a gestão Vargas, mas em 1940, todas as empresas do grupo A Noite seriam encampadas. Nomeado superintendente da Nacional, Gilberto de Andrade contratava os maiores profissionais e dotava a rádio das melhores condições, pois conhecia bem o pessoal e sabia o que mais o governo queria.

Os novos rumos do rádio se descortinariam nessa década. Vieram os filões, e as rádionovelas, que se popularizariam rapidamente. Seu antecedente, na Record, peças completas de 50 minutos, com o título geral de Teatro Manuel Durães. Já na Mayrink, era Teatro Pelos Ares, direção de Cordélia Ferreira.

Em São Paulo, o sucesso das novelas obrigava a utilização de uma viatura dos Correios para o transporte de cartas destinadas aos atores e autores. Oldemar Ciglioni, Êni Rocha, Arlete Montenegro, Ilva Aguiar, Walter Forster, entre outros, provocavam os suspiros das domésticas. No Rio, nos anos 50, a Nacional chegava a ter 16 novelas em cartaz – uma recordista o gênero.

FELICIDADE X DIREITO
De Em busca da Felicidade a O Direito de Nascer, os locutores apregoavam sempre: ‘Ouçamos mais um emocionante capítulo de...’ O departamento da emissora, com direção de Vitor Costa chegou a reunir nada menos que 120 profissionais, entre atores, escritores e técnicos. Uma das testemunhas de sua história foi Edmo do Valle, chefe dos contra-regras no apogeu da rádio.

Na terra dos Bandeirantes as novelas era o forte da Rádio São Paulo. Antes de incursionar no gênero, a emissora paulista concentrava suas baterias em programa de humorismo. Ariovaldo Pires, o Capitão Furtado, era o mais importante do elenco. O Cascatinha do Genaro cartaz que ele criou e apresentava – um marco. Desfrutaria de muita popularidade em toda a sua existência.

Em termos de importância na história do rádio, comparava-se a um PRK-30, de Lauro Borges e Castro Barbosa (Mayrink, Nacional e Record); Zé Fidélis, com Dino Cartopazzi (Cultura e Educadora); e Piadas do Manduca, de Renato Murce (Clube do Brasil e Nacional); e Hotel da Pimpinela, de Silvino Neto (Nacional).

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M E M Ó R I A
O Cruzeiro conquistou a Taça Libertadores em 21 de julho de 1976 ao vencer o River Plate, da Argentina, por 4 a 1 no Mineirão. José Carlos Araújo, pela Nacional do Rio narrou o jogo, na companhia do comentarista João Saldanha (1917-1990) e do repórter Iata Anderson.