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sábado, 4 de maio de 2019

Rádiomania, o Livro/69

A VENDA DE ESPAÇOS
O processo de comercialização dos programas de rádio teve início nos anos 30 no governo Getúlio Vargas. Com a publicidade paga, o veículo cresceria, permitindo a criação de quadros, o surgimento de profissionais. E, uma longa atração – espécie do Sílvio Santos na TV muitos anos depois – seria o primeiro do gênero, com o apresentador Valdo de Abreu, na Mayrink Veiga.

Em 1932, na Rádio Phillips (embrião da Nacional), era lançado o Programa Casé, que remonta a Ademar Casé, produtor e corretor de publicidade, pouco afeito a falar em microfones. Ele trabalhava com diversos apresentadores, que atuavam em rodízios. Um deles, sempre lembrado pelos que têm se dedicado a contar (ou recontar) algumas histórias do rádio, era o Alziro Zarur.

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MAIOR PATENTE
Foi no Programa Casé que Almirante, ‘a maior patente do rádio’, se revelou. Os reclames – nomes dados aos comerciais – eram na forma de versinhos. Entre os produtores, estavam Henrique Pongetti, Luiz Peixoto e Antônio Nássara, cabendo as este a criação dos primeiros textos cantados, origem dos jingles.

Casé inspirou-se na BBC de Londres para criar o estilo de seu programa. Vendedor da Phillips, dona de uma gravadora e fabricante de equipamentos eletrônicos, ele se tornaria um marco no veículo, com o modelo que implantara. Anteciparia em muitas décadas, o que a mídia passaria a definir como lobby, muito a ver nos tempos contemporâneos, com o marketing pessoal.

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RETRATOS DA VIDA
Durante a gestão Vargas, mas em 1940, todas as empresas do grupo A Noite seriam encampadas. Nomeado superintendente da Nacional, Gilberto de Andrade contratava os maiores profissionais e dotava a rádio das melhores condições, pois conhecia bem o pessoal e sabia o que mais o governo queria.

Os novos rumos do rádio se descortinariam nessa década. Vieram os filões, e as rádionovelas, que se popularizariam rapidamente. Seu antecedente, na Record, peças completas de 50 minutos, com o título geral de Teatro Manuel Durães. Já na Mayrink, era Teatro Pelos Ares, direção de Cordélia Ferreira.

Em São Paulo, o sucesso das novelas obrigava a utilização de uma viatura dos Correios para o transporte de cartas destinadas aos atores e autores. Oldemar Ciglioni, Êni Rocha, Arlete Montenegro, Ilva Aguiar, Walter Forster, entre outros, provocavam os suspiros das domésticas. No Rio, nos anos 50, a Nacional chegava a ter 16 novelas em cartaz – uma recordista o gênero.

FELICIDADE X DIREITO
De Em busca da Felicidade a O Direito de Nascer, os locutores apregoavam sempre: ‘Ouçamos mais um emocionante capítulo de...’ O departamento da emissora, com direção de Vitor Costa chegou a reunir nada menos que 120 profissionais, entre atores, escritores e técnicos. Uma das testemunhas de sua história foi Edmo do Valle, chefe dos contra-regras no apogeu da rádio.

Na terra dos Bandeirantes as novelas era o forte da Rádio São Paulo. Antes de incursionar no gênero, a emissora paulista concentrava suas baterias em programa de humorismo. Ariovaldo Pires, o Capitão Furtado, era o mais importante do elenco. O Cascatinha do Genaro cartaz que ele criou e apresentava – um marco. Desfrutaria de muita popularidade em toda a sua existência.

Em termos de importância na história do rádio, comparava-se a um PRK-30, de Lauro Borges e Castro Barbosa (Mayrink, Nacional e Record); Zé Fidélis, com Dino Cartopazzi (Cultura e Educadora); e Piadas do Manduca, de Renato Murce (Clube do Brasil e Nacional); e Hotel da Pimpinela, de Silvino Neto (Nacional).

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M E M Ó R I A
O Cruzeiro conquistou a Taça Libertadores em 21 de julho de 1976 ao vencer o River Plate, da Argentina, por 4 a 1 no Mineirão. José Carlos Araújo, pela Nacional do Rio narrou o jogo, na companhia do comentarista João Saldanha (1917-1990) e do repórter Iata Anderson.




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