Total de visualizações de página

Confira a hora certa!

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Rádiomania, o Livro/33

A INVASÃO DAS SEITAS (E-1)
Um fato que desafiara os segmentos da sociedade contemporânea foi a invasão das seitas religiosas nos meios de comunicação. O tema servira nos últimos anos de estudos para cientistas sociais, psicólogos, ensaístas. Eles trabalhariam, dentro de sua ótica, para entender e explicar a anestesiação de pessoas geralmente humildes, assalariadas, baixo nível de escolaridade, moradoras em bairros pobres e vivendo em condições precárias, que eram (ou ainda são) as principais vítimas dos falsos pastores. Na época, alguns desses ‘líderes’ rezavam pela mesma cartilha do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus.

Dono de emissoras de rádio e televisão – a Record de São Paulo fora comprada em 1989 por 45 milhões de dólares – o bispo Macedo ganharia as primeiras páginas dos jornais depois do episódio do Maracanã, em abril de 1990, de onde fugira levando sacolas de dinheiro, ‘espontâneas’ contribuições de abnegados fiéis. Pelo Brasil afora uma minoria deixou de saber que, naquela Sexta-Feira Santa, uma senhora acometida de infarto morrera por omissão de socorro.

Com o incidente, coisas comprometedoras envolvendo a seita viriam a público, robustecendo o grau de fanatismo que os movimentos imprimiam a seus adeptos. As estripolias do religioso foram contadas em matéria de capa da “Veja” e, também no “Globo Repórter”, Nesse programa,, o bispo mostrava a face do cinismo. Não se desfazia dos óculos, mas aconselhava os devotos a se livrarem deles, “pois seriam beneficiados pelo milagre de não precisar usá-los”.

_______

Vai longe o tempo em que o ouvinte de rádio só conhecia, em termos de manifestação religiosa, a “Oração da Ave-Maria” do Júlio Louzada (*). Era um período romântico em que prevaleciam os ideais de uma escola franca e risonha, época em que a televisão ainda não havia chegado ao Brasil. A Rádio Nacional com suas novelas, programas de auditório e humorístico detinha as atenções em todo o país. O transistor, invenção americana, ainda era um projeto.

Daquele tempo aos anos da década seguinte, as coisas mudaram muito. A televisão, “máquina de fazer doido”, segundo Stanislaw Ponte Preta – o inesquecível Sérgio Porto – evoluiu e, até filhote concebeu, o videocassete (que daria lugar ao DVD). O sistema de comunicação social progrediu, e o rádio, por uma contingência natural, adotou outra concepção. Criou uma linguagem moderna, mais dinâmica, centrada no jornalismo e na prestação de serviços, características observadas no AM -- tecnicamente amplitude modulada.

(*) Júlio Louzada morreu em outubro de 1993, aos 72 anos de idade. A “Oração da Ave-Maria”, tradicional horário na Tupi, formara no Rio, com o “No Mundo da Bola”, da Nacional, a dupla dos mais antigos programas do rádio brasileiro.

MEMÓRIA-2008
A Globo tirava do arquivo na segunda quinzena de março, o boletim “Girando com a Notícia”, que fizera parte de sua programação nos anos de 70 e 80. Nas meias-horas, em formato novo, apresentado a partir das 10h em oito edições diárias.

Luiz Ainbinder reforçava em meados de abril a bancada de debatedores do “Programa Francisco Barbosa”, na Tupi. E reeditava “A Luz da Psicologia”, um quadro muito apreciado, quando colaborava com Haroldo de Andrade na ‘outra’.

Quinze mil pessoas compareceram ao Ginásio do Maracanãzinho no sábado, 17 de maio, na festa do Pedro Augusto. O autodenominado ‘Romeiro de Aparecida’ comemorava 16 anos na Tupi, e 30 de carreira, iniciada na América de São Paulo.

Ainda em maio, um grupo de profissionais deixava a Manchete, totalizando vinte no período de dois anos. Entre os dissidentes, Cirilo Reis, William Travassos e Francisco Carioca. Onze deles estavam na rádio desde seu retorno, em 2006.



Nenhum comentário:

Postar um comentário