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quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Direto das Ondas

DE ANTIGUIDADE E FAVORITOS
A MEC (Ministério da Educação e Cultura) um legado de Edgard Roquette Pinto (1884-1954) celebrou neste 2018, a mais elevada marca de sua antiguidade, 95 anos. É, não há dúvida, a pioneira no país.

Fundada em 20 de abril de 1923 com o nome de Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, antes PRA-2, remonta a 12 de setembro de 1936, mesma data em que iam para o ar as ondas da Nacional, a então PRE-8.
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TERMÔMETRO
No auge, duas publicações especializadas eram o termômetro do que acontecia nas principais estações. Astros e estrelas não só brilhavam nos programas, mas também na “Revista do Rádio’ e “Rádiolândia”.

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A LISTAGEM
Era comum nos finais de ano uma listagem daqueles veículos indicando os melhores profissionais em cada categoria. Com o passar do tempo foi sumindo... como o anúncio de um produto de beleza.

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MAGIA DA TV
Uma espécie de resquício da época, a escolha dos mais destacados reapareceria na tela da TV, que com sua magia arrebatava para si as atenções do grande público. Ela atraía multidões com o seu fascínio.

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SEMELHANTE
E, assim, deu luz a promoções igualmente parecidas à do rádio -- ‘velho’, ‘caquético’, ultrapassado até. Inferiorizado diante do moderno meio de comunicação, cedeu terreno, perdeu artistas e anunciantes.

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O AVANÇO
O rádio, porém, evoluiu com o avanço da tecnologia. Não em recursos humanos, apesar de as faculdades despejarem inúmeros formandos. Dizer que a mesmice predomina ‘é chover no molhado’.

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SALVAÇÃO
Ferramenta que propicia a interatividade, a internet lhe tem sido extremamente valiosa. Relacionamos a seguir o que ao longo do ano nos pareceram ‘audíveis’. Sem direito a sorrisos, flâmulas, ou medalhas...


1. BATE-Papo.Com (‘A sociedade nas ondas do rádio’). – MEC (AM 800). Cadu de Freitas recebe convidados para discutir as manchetes do dia. De 2ª a 6ª, das 9h às 10h;
2. CAFÉ das 6 – Globo FM (98,1) – ‘Uma dose de contração, outra de informação’, com Fernando Ceilão e Carolina Morand. Participações de Renato Cantarino e de Edson Mauro. Vai até às 8h;
3. HORA do Blush (‘Bem estar e comportamento’). – SulAmérica Paradiso FM (95,7) com Isabela Saes, das 17h às 19h;
4. PAINEL da Manhã -- 94 FM (Roquette FM 94,1). Comando Jorge Ramos, das 6h às 10h. Além de um playlist musical, participam os repórteres Heloísa Borghi, Miguel Ângelo, Fernando Ventura e Rogério Ribeiro;
5. REDAÇÃO Online (‘Música e as notícias mais importantes que acontecem no Brasil’). – SulAmérica Paradiso. Apresentação Sérgio Gianotti, das 6h às 9h;
6. RADAR Tupi (‘As mais recentes informações do dia’). – Tupi (AM 1280/FM 96,5). Das 19h às 20h. Conduzido por Luiz Ribeiro, repórter especial, Marco Antônio de Jesus;
7. SHOW do Apolinho -- (‘As ‘boas” do esporte e o que é interessante no Rio’). Tupi, das 17h às 19h. -- Com Washington Rodrigues, produção e destacada presença de Marcus Vinícius -- o Mister Bean;
8. SAMBADASSO – Globo FM – Seleção do que há de melhor do samba de raiz. Aos sábados, das 11h às 13h, sob o comando de Zeca Lima;
9. SAMBA Social Clube – Tupi (AM/FM). Com Valéria Marques e Carlinhos de Jesus, também aos sábados, de 13h às 15h. Desfile das mais importantes figuras do gênero;
10. TODAS as Vozes (‘Aqui, a intolerância é zero’). – MEC AM, das 7h às 9h. Com Marcus Aurélio. Produção dele e do Marcos Leite. Participações entre outros, dos colaboradores Rose Esquenazi, Paulo Francisco, Fernando Morgado, Mário Silva e Wagner Gomes.

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R a r e f e i t a s
/o A repórter Isabella Fraga, que até a pouco fazia cobertura do trânsito na Nova Rádio Globo, saiu da emissora. Mudou-se para a Super Tupi.

/o Adriana Ribeiro, produtora e apresentadora, promovida a coordenadora na MEC AM. A rádio terá especiais 'ao vivo' entre os dias 24 e 31.

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< Feliz Natal, Feliz Ano Novo.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Rádiomania, o Livro/60

PILARES EM QUEDA
Os 70 anos do rádio alcançados em 1993, não proporcionaram motivos para a comemoração da classe. Em particular, dos profissionais que atuavam na Mundial – terceira mais antiga no país, até os anos 60 a proclamada Rádio Clube do Brasil. Ela encerrava suas atividades em janeiro. O mesmo quadro se desenhava para os que pertenceram ao elenco da JB AM, fechada em abril, a quatro meses de completar 59 anos de sua fundação, o que ocorria na semana em que se realizava o plebiscito objetivando a mudança de governo.

Com a queda da JB e da Mundial, iam por terra dois blocos de expressivos sistemas de rádio no Rio de Janeiro, considerados entre os mais sólidos. A JB ainda tentava reverter, em março, a situação difícil em que se encontrava. Novos programas foram criados, evidenciando que a finalidade era ‘vender’ assinaturas do jornal da empresa, seriamente abalada em seus pilares, fonte de sustentação da emissora, pobre em anunciantes. No final de abril, o público fiel à rádio se via definitivamente na orfandade. Os 940 Khz, onde a JB emitira seus últimos suspiros, eram ocupados pela Rádio Cristo em Casa, batismo provisório.

Pouco depois, o detentor da concessão, e de outros prefixos no Rio, sintetizava o nome de sua nova aquisição: Rádio Brasil. Ela, no entanto, seria minimamente explorada pela seita, arrendada ao movimento Vinde, também religioso. No caso, saía do púlpito eletrônico o pastor (e deputado) Francisco Silva e entrava Caio Fábio, pastor e escritor. Cancelado o contrato de arrendamento, que seria de dez anos, a LBV, Legião Brasileira da Boa Vontade, assumia o controle da rádio, sendo gestor, José de Paiva Neto, um jornalista e escritor de temas religiosos.

As ondas da Mundial, (AM 860 Khz), por sua vez, seriam utilizadas durante quatro anos como repetidora da CBN (ex-Eldorado), ‘a nova menina dos olhos’ dos diretores do Sistema Globo de Rádio. Em junho de 1997, porém, a empresa optava pela freqüência de 860 para a CBN, que vinha operando dos estúdios da emissora desativada. A 1180, (da extinta Eldorado), que, depois da Viva Rio, serviria à nova Mundial, foi vendida para Igreja evangélica homônima.

M E M Ó R I A
Produzido em Niterói e transmitido pelas principais emissors do Rio, o “Grande Jornal Fluminense” deixava de operar em 1981. Seu início ocorrera em 1949 através da Rádio Tamoio. Fundado pelo jornalista Sebastião Rodrigues da Costa, era administrado por três de seus irmãos. Nos últimos vinte anos ficara em poder de uma vereadora e advogada na antiga capital do Estado do Rio.

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< Plante e Viva Bem
Não deixe uma planta morrer. Nem uma livraria. Dê livros. A uma criança, a um amigo (a), a seu amor. Com os livros se planta uma civilização.

sábado, 15 de dezembro de 2018

Direto das Ondas

VOANDO COM AS NOTÍCIAS
Nas rádios mais importantes das grandes cidades – metrópoles --, a principal matéria-prima nos programas das manhãs é, indubitavelmente, o trânsito (no final do dia também, chamado hora do rush – e, qual o consciente cidadão desconhece hoje, essa coisa?)

São do interesse absoluto dos automobilistas e número ímpar de pessoas umbilicalmente ligadas a tal rotina urbana as noticias sobre o desenvolvimento do trânsito, interferência usual nos caminhos que as conduzem ao trabalho, colégio, destinos variados.

Dentre as emissoras da capital fluminense equipadas para esse tipo de cobertura, destacam-se a Tupi e Globo – aquela com Leonardo Sales, esta com Isabella Fraga. A bordo de helicópteros eles transmitem a cada dia a movimentação nos pontos cruciais da cidade.

As rádios menos dotadas para acompanharem o que vão além de ruas, avenidas, pontes e viadutos, utilizam-se de um locutor no estúdio. Atento às câmeras da CET-Rio, intermediando uma rodada de músicas ou uma entrevista, ele dá um panorama para o ouvinte.

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GRILLO NO AR
Repórter e apresentador da última safra deste amor antigo, Guilherme Grillo esteve por mais de dois meses afastado. É um dos colaboradores de “No Ar”, da Nova Rádio Globo, e retornou na quarta (5).

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BORDÃO MUDOU
Os cardeais da emissora-matriz dos Marinho mandaram para o arquivo o bordão ‘Pra Quem é Bom de Orelha’. Agora, ‘Se Toca Você, Toca Aqui’, é o slogan que anuncia os cartazes da grade de programação.

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UNS E OUTROS
Nos intervalos – pode-se observar – rolam mais isso que comerciais. Se tranqüilidade para uns (sintonizadores), não para outros, os que controlam o faturamento. O sétimo lugar em audiência tem muito a ver.

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A FILA ANDA
Na ex-concorrente, ao contrário, está se registrando fila de anunciantes, com o país em plena crise. Dizem ‘à boca pequena’ – do tempo de nossos avós --, que é ‘milagre’ de ‘São’ Josemar (Gimenez).

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O LEVE IDOSO
Jorge Wamburg é dos mais antigos jornalistas da Nacional em atividade. Radicado em Brasília, já cobriu de tudo, principalmente política.Hoje,plantonista esportivo nos programas e jornadas. Boa forma.

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PESO DA IDADE
Não se pode dizer o mesmo do veteraníssimo Anchieta Filho. Com trajetória por diversas rádios paulistas, recentemente contratado pela Nacional, ancora as notícias da “Terra da Garoa”. Intervenções vacilantes.

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FALAR, CALAR
Talvez não se incomode com o ditado que diz: ‘Tem a hora de falar, e tem a hora de se calar’. O gosto pelo jornalismo, ou motivo outro, provavelmente a causa dele estar se expondo a tantos tropeços diários.

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NÃO ÀS FESTAS
O comunicador Roberto Canázio fica fora do ar nas festas de fim de ano. Entrou de férias no domingo (9). A jornalista e apresentadora Vanessa Riche – do “Papo de Almoço”, às terças – responde pela ausência dele.

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UM ANO BOM
Isabelle Benito comemorou na terça (11) um ano de programa na Super Tupi, às 10h das manhãs. Pelo entusiasmo de colegas comunicadores e ouvintes, os índices do Ibope correspondem às expectativas da direção.

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A CASA NOVA
Comando da FM 94 (Roquette 94,1) ‘vendendo’ para seu público ser ela ‘A Nova Casa da Música Brasileira’. Fica subentendido que a ‘velha’ é também estatal – MEC AM, onde fator predominante chama-se bom gosto.

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R a r e f e i t a s
/o Locutores da Mania FM (91,1) de Niterói, estão afirmando que a rádio 'é a melhor do Brasil’. Pergunta que não quer silêncio. Será que eles acreditam no que dizem? O anunciado não passa de um arremedo de ficção.

/o Fossem contratados de uma Jovem Pan, de Sampa, Itatiaia, de BH, ou Gaúcha, de Porto Alegre, que teriam os moços a declarar? Por certo, esses “ilustres mensageiros de Araribóia” acreditam em Papai Noel.
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< Plante e Viva Bem
Não deixe uma planta morrer. Nem uma livraria. Dê livros. A uma criança, um amigo (a), a seu amor. Com os livros se planta uma civilização.


quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Rádiomania, o Livro/59

APARENTE SUBIDA
Chamava-se Federal e funcionava em Niterói a rádio comprada pelo grupo Bloch Editores, que a exemplo da principal revista, ganharia nome de Manchete. A concessão estava em poder de Antenógenes Silva, músico e compositor e, entre outras coisas, autor de “Saudades do Matão”, um clássico do cancioneiro sertanejo. Foi em 1981 que a emissora passou para o controle acionário da família Bloch.

Cinco anos depois, quando começava a transmitir 24 horas por dia, ela deixava para os ouvintes a impressão de crescimento. (Emissoras mais antigas – casos da Roquette Pinto e Jornal do Brasil, só entrariam nessa operação, respectivamente em 1988 e 1990). Pelo transcurso de seu decênio, em março de 1991, a Manchete investia na contratação de profissionais de renome e ampliava o setor de jornalismo, apesar da crise político-econômica que o país enfrentava.

O início da nova fase se daria com Cidinha Campos, que estreava no dia 4 daquele mês. Eleita deputada pelo Estado do Rio no ano que terminara, a comunicadora desligara-se da Tupi em janeiro, na qual trabalhara onze anos ininterruptos. Cidinha levaria para o novo endereço parte dos componentes de sua equipe, de produtores e debatedores, incluindo o sonoplasta Márcio Castorinho.

No mesmo dia em que a Manchete lançava o “Cidinha Livre”, o comunicador Enio Barbosa também estreava no prefixo. Ele, que alcançara grande sucesso na Tupi substituindo Paulo Lopes* a partir de 1987, não renovaria seu contrato, encerrado antes de completar dois anos no horário, entre 1h e 4 da tarde. Queria remuneração considerada incompatível. Sua estrela se apagaria na Capital, enquanto ‘plantava’ nos colunistas de jornais populares o interesse da Globo por seu concurso.

Ênio fizera uma parada na Rádio Nacional, quando problemas de ordem política provocaram o afastamento de Daysi Lúcidi, integrada à emissora desde os tempos das novelas. Na Manchete, abandonaria o projeto de reformulação logo no primeiro mês de atividades. Em princípio, alegara motivo de saúde, licenciando-se e, depois, para surpresas, rescindia o contrato. Voltaria à Capital. Mais tarde, porém, realizava seu grande sonho: trabalhar no Sistema Globo. Morria no primeiro semestre de 1995, em pouco tempo de atuação na filial paulista do SGR.

Jorge Luiz e Luciano Alves, também originários da Tupi, reforçariam a programação da Manchete. Em meados do ano, todavia, o panorama da rádio estava muito diferente, com o reflexo de uma crise que, localizada no canal de televisão, abalaria os alicerces da empresa. Cidinha sairia rápido, aproveitando a desincompatibilização, em 1992, para concorrer à Prefeitura do Rio. Luciano Alves, que se aposentara da Rádio MEC, era o próximo. Ficaria com o Jorge Luiz (último dos requisitados no ‘crescimento’) a dolorosa missão de apagar as luzes.

*M E M Ó R I A
Um dos maiores salários do radio, Paulo Lopes era demitido da Globo de São Paulo em 2001, isto é,14 anos depois de ser contratado pela emissora dos Marinho. A forma do seu afastamento teve semelhança com a de outros colegas da empresa – o Rony Magrini, também baseado na Paulicéia, e Haroldo de Andrade, no Rio.
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< Plante e Viva Bem
Não deixe uma planta morrer. Nem uma livraria. Dê livros. A uma criança, um amigo (a), a seu amor. Com os livros se planta uma civilização.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Os Nove Mais do Rádiomania

1) COMENTARISTAS E SEUS SLOGANS
Datam dos anos 60 no rádio esportivo os slogans de locutores e comentaristas, sendo o destes últimos o motivo da crônica que desenvolvemos nas linhas que seguem. Luiz Mendes, “o da palavra fácil”, mais antigo no país passou a utilizá-lo em 1969 durante uma temporada na Continental, há alguns anos extinta.

A denominação ele ganhou do Carlos Marcondes que, além de comentarista – “o da prova real” – era gerente de esporte da emissora. Ruy Porto, outro em evidência naquele tempo, se intitulava “o de todas as classes”.

Destaque na Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 70 (participou também da de 66) Gérson migraria para o rádio depois de pendurar as chuteiras em 1973. A função de comentarista ele começou a exercer no ano seguinte na Tupi, convocado pelo Doalcei Camargo, que abriria espaço para outros ex-jogadores – Telê Santana e Raul Plasman.

O “canhotinha de ouro”, como era tratado nos campos de futebol (20 anos de carreira), serviria para ser o slogan de Gérson, que se encontra em atividade há seguramente 40 anos.

Washington Rodrigues, o Apolinho, mais próximo do Luiz Mendes em quilometragem profissional e popularidade era “o da palavra mágica” na transição da Nacional para a Globo em 1984, trocando pelo “o mais ouvido do Brasil”.

Em 1985 Jorge Nunes integrava a equipe do José Cunha na Rádio Tamoio.Amigo do Apolinho (que voltara à Tupi no início de 1999) caiu de pára-quedas na emissora, onde seria a terceira opção de analistas. Devido à desistência do Luiz Ribeiro (“o da opinião definitiva”) que substituiu Roberto Figueiredo em 2001, “o comentarista do povo” ganhou a vaga e cresceu com sua originalidade.

Antes de se transferir para o esporte da Nacional, onde atua há muito tempo, Mário Silva foi repórter “da geral”. Deixou os campos pelas cabines na mesma época em que o Apolinho fora promovido. Seu slogan: “o comentarista que não esconde o jogo”.

Rubem Leão – “uma fera de comentarista” – , hoje na Tupi teve a então batizada 1440 AM (depois Rádio Livre) como seu primeiro endereço. A safra de novos comentaristas do rádio nos remete nesse período ao Waldir Luiz ("o que sabe o que diz) da Nacional e, o atualmente o companheiro dele, Jorge Ramos ("o que não deixa dúvidas"), lançado na Roquette.

Tem ainda o bem rodado Felipe Cardoso, que mudou de função no “Momento esportivo” na Brasil AM, referência para a classe. Cooptado pela Globo há cerca de dois anos com o apoio do Eraldo Leite, Felipe virou “o comentarista do momento”.

Menos votados nessa lista, Marcos Marcondes e Rodolfo Motta, ambos na Manchete. Aquele, com uma corruptela do slogan do falecido pai – citado no começo -- “o que tira a prova real”; este, “o comentarista perfeito”, por conservar o hábito de usar tal palavra em suas conversações com os colegas.

(Reprodução de 24 de fevereiro de 2011)

sábado, 8 de dezembro de 2018

Direto das Ondas

O RIO NOS INTERVALOS
A Globo, CBN e a Nacional estão, nos dias atuais ligadas numa coisa em comum: ‘o Rio nos intervalos’. Componente do SGR, a matriz do grupo foi a última a ingressar nesse esquema.

Em maio, mudou-se para o Projac deixando a tradicional Glória (Rua do Russel, 433), onde funcionou na maior parte de sua existência. A emissora completou 74 anos neste domingo (2).

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MENINA DE TRINTA
Fundada em 1° de outubro de 1991, a CBN-Central Brasileira de Notícias ocupava, no começo, as freqüências AM da Eldorado e da Mundial, respectivamente os 1180* e 860.

A Mundial estava em terceiro lugar no Ibope, atrás da Globo e Tupi, quando a direção resolveu desativá-la. O SGR ‘emprestou’ a Eldorado a Rádio Viva Rio, da ONG com o mesmo nome.

Então ‘Menina dos Olhos’ dos executivos, a CBN, nascida no Rio, dedicava-se mais aos assuntos de São Paulo, gerando 80 por cento de seus programas da sucursal sediada na Paulicéia.

Os temas de interesse dos cariocas ficavam restritos aos intervalos. Como está ocorrendo há um ano e meio, a partir da reinvenção da matriz, que os cardeais batizaram de Nova Rádio Globo.

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VENERÁVEL SENHORA
Os gestores nomeados para tocarem a Rádio Nacional após a Revolução de Março de 1964 permitiram que seus estúdios virassem sucata. Faltou pouco, para fechar as portas.

Em 2004, o governo de plantão revitalizou a casa, tirando-a do estado precário – material e cultural. Os esforços foram em vão. A Nacional nunca mais conseguiu aprumar-se.

Os investimentos no lendário Edifício A Noite, na Praça Mauá, caíram em profundo mistério, que tem como origem, pendência com o INPI-Instituto Nacional de Produção Industrial.

A rádio foi obrigada a sair. MEC AM e FM, desabitadas da Praça Tiradentes foram lhes fazer companhia na Avenida Gomes Freire, Lapa, local da extinta TV Educativa, hoje TV Brasil.

No primeiro semestre do ano, a Nacional aderiu, nos dias úteis, à uma programação exclusivamente informativa, nos moldes da CBN e Bandnews. Nem assim pode escapar dos traços.

Operando no Rio como repetidora só trata dos temas da cidade durante os intervalos. Analistas comparam-na a um bordão do Velho Chacrinha: “Brasília continua comandando a massa”.

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• A frequência de 1180 foi utilizada em 2000 pela Mundial, que ressurgira em diferente formato. Era devolvida com o fim da Viva Rio, em 2004. Ao descartar-se da 1180, a CBN ficou na sintonia de 92,5 pertencente à antiga Globo FM, que fora transferida para um canal da Sky.

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R a r e f e i t a s
/o Guilherme Grillo, bom profissional da última safra, voltou na quarta-feira (5) a Nova Rádio Globo. Segundo Otaviano Costa, ele passou 74 dias de férias (sic) no Nordeste.

/o Jorge Wamburg, um dos mais antigos jornalistas da Nacional, hoje em Brasília, é atualmente plantonista de esporte. Bem melhor que alguns estagiários de Comunicação.


quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Rádiomania, o Livro/58

DOURADO ‘CACIQUE’
Em novembro de 1989 Collid Filho completava 44 anos de rádio – a maior parte deles na líder dos Diários Associados, Rádio Tupi, que nos anos dourados era também conhecida como “O Cacique do Ar”. Testemunha da fase áurea da emissora, Collid Filho foi um dos escolhidos por Fridas Veras para um programa especial na Rádio MEC, que ouvira naquele mês depoimentos sobre a história da estação.Outros participantes do especial foram Paulo Porto e Paulo Max.

Eles relembraram fatos pitorescos, envolvendo programas e personagens, onde pontificavam os nomes de Ary Barroso e Almirante. Pianista e compositor famoso, considerado o gênio do mau humor, Ary era o responsável pelo lendário “Calouros em Desfile”, aos domingos à noite, entre 8 e 9 horas. Ary, um entusiasta do futebol e torcedor do Flamengo, era também locutor esportivo. Costumava utilizar-se de uma gaitinha de boca para dar ênfase aos gols, mas, mudava de entonação do instrumento nas vezes que o adversário do seu clube alcançava as redes.

De Almirante, ‘a patente do rádio’, criador de numerosos programas de sucesso nas emissoras em que trabalhou, um grande destaque na Tupi foi, sem dúvida, o “Incrível, Fantástico, Extraordinário” às quintas-feiras, em horário noturno. Dezenas de programas se projetaram no “Cacique do Ar”, sendo exemplos o “Rádio Sequência G-3”, com Paulo Gracindo, de segunda a sexta, na hora do almoço, e o “Caleidoscópio”, com Carlos Frias, nos domingos depois do futebol.

Embalado pelos acordes do Monlight Serenade, com a orquestra de Glenn Miller, Frias narrava a crônica “Boa Noite para Você”, nos dias úteis da semana. Enfatizava alguém que se destacava no dia, deixando para o ouvinte, a impressão de que ele próprio era o autor do texto, cujo nome a emissora não divulgava. Esse redator, mantido no anonimato, era nada menos que o Hélio Thys, anos mais tarde bastante conhecido através da série “A Vida é Assim”, que o levaria para a Globo. As histórias contadas no seriado, ainda se transformariam em livro.

Outras atrações da Tupi davam uma mostra da qualidade de seus programas. O “Falando de Cadeira”, de Olavo de Barros, era um deles, aos sábados, por volta de 1h da tarde, constando de entrevistas com o pessoal do teatro, muito contribuindo com a divulgação de suas atividades. No humorismo, os inesquecíveis Alvarenga e Ranchinho, logo após os calouros do Ary, e também nesse plano “Marmelândia, o País das Maravilhas” e “Ali Babá e os 40 Garçons”, ambos de Max Nunes, o primeiro às terças, o outro às quintas, à noite.

De segunda a sexta, nos fins de tarde, o “Pausa para Meditação”, de Júlio Louzada, e o “Eu Acredito em Milagres”, de Maria Muniz, quando a Tupi entrava em cadeia com a Tamoio. As novelas ocupavam diversos horários. Principais escritores Jota Silvestre, Dulce Santucci e Luiz Quirino.Entre os rádioatores Antônio Leite, Aidê Miranda, Luiza Nazareth, Dandreia Neto, Dario Lourenço, Nair Amorim, Nely Villanova, Newton da Matta, Paulo Porto e Radamés Celestino.

M E M Ó R I A
Em 6 de outubro de 1950, estreava na Rádio Nacional o “Balança Mas Não Cai”, humorístico de Max Nunes. Dois anos depois, a ele se incorporava o quadro “Primo Rico, Primo Pobre”, com o ator Paulo Gracindo, que produzia o sketch, e o comediante Brandão Filho. Narrado por Afrânio Rodrigues reunia, entre outros, Walter e Ema D'Ávila, Wellington Botelho, Altivo Diniz e Nilza Magrassi.
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< Plante e Viva Bem
Não deixe uma planta morrer. Nem uma livraria. Dê livros. A uma criança, um amigo (a), a seu amor. Com os livros se planta uma civilização.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Os Nove Mais do Rádiomania

2) OS 25 ANOS DO CLÓVIS MONTEIRO
Um dos melhores comunicadores do Rio, Clóvis Monteiro está celebrando este mês 25 anos de Rádio Tupi, 17 deles com o “Show da manhã”. Sua atuação na rádio se desenvolveu em duas etapas, a primeira em horário vespertino. Antes do “Show da manhã” (de 6h às 9h), estivera dois anos na Globo fazendo o “Parada popular” (de 3h às 6h) de segunda a sexta, e “A grande parada “, aos sábados. Substituíra o Sílvio Samper, mais tarde seu colega na emissora.

No tempo precedente ao seu ingresso na Tupi, onde começou como locutor de notícias, ele foi apresentador da Rádio Capital, posteriormente arrendada por uma seita religiosa.Também estavam naquele prefixo na ocasião,o Cirilo Reis – já integrando os quadros da Nacional, e o Silvio Samper – que depois se transferira para a Globo. Clóvis já tem 35 anos de carreira, iniciada em Alegrete, RS. Conterrâneo do saudoso João Saldanha, igualmente torcedor do Botafogo.

O programa que comanda sofreu, durante sua existência, diversas modificações. Nos últimos três anos, dedica a primeira hora às notícias do trânsito,com a interatividade dos ouvintes, participando de “viva voz”. A mesa de analistas, que reúne Maurício Menezes e Jorge Nunes, teve numa fase, quatro componentes. São destaques Washington Rodrigues, com “Geraldinos & arquibaldos”, Glória Britto (“Horóscopo positivo”) e o humorista Mauricio Manfrini.


SEM EFEITO
Há um ano a Globo trocava o José Carlos Araújo por Luiz Penido. Passava a direcionar seus programas esportivos para os clubes do Rio, com o lema “a rádio da torcida carioca”. A Tupi já seguia essa linha, aproveitando a brecha que a concorrente abrira ao mirar o mercado nacional. Com isso, uma hegemonia de 40 anos se perdeu. Para o desespero de alguns executivos. As alterações feitas em 2012 ainda não deram os frutos que os novos cardeais esperavam.

Na “outra”, a indiscutível liderança do Penido era regional. Ele não a repete na Globo, superado pelo J. Santiago, que então, só ficava com as sobras. Conclui-se que, não era “o mais querido” quem garantia a audiência da rival. Hoje, a soma de ouvintes das emissoras do Rio que cobrem futebol não alcança a conquistada pela Tupi, segundo o Ibope.No confronto, o time da Saúde continua em vantagem sobre o da Glória. Motivo de regozijo para os contratados de lá.


LINHA DIRETA
/o/ O “Programa Haroldo de Andrade” com Jimmy Raw na Tupi distribuiu, no Dia das Mães, kit-churrasco para os ouvintes.

/o/ Uma réplica evidente ao “Jogo das famílias” do David Rangel na Globo, que oferece almoço para os seus participantes.

/o/ A Tupi tem ‘pés de barro’ – disse um leitor. Segundo ele,a Globo perde em horários diversos por bobeira de sua direção.

/o/ Reversão do quadro vai depender, com certeza, dos novos ocupantes dos cargos. Saberiam eles,onde derrotar a adversária?


S I N T O N I A
“Tarde Nacional”, com Hilton Abi-Rihan e Gláucia Araújo. Nacional 1130 AM – de 16h às 19h, de segunda a sexta.

“Bossa moderna”, com Tárik de Souza. MEC 800 AM – de 22h às 23h, às terças-feiras.

(Reprodução de 16 de maio de 2013)

sábado, 1 de dezembro de 2018

Direto das Ondas

É SAMBA QUE NÃO ACABA
Anunciado como uma nova atração, o "Samba Social Clube" estreou neste sábado (1º) a 1h da tarde na Super Tupi, sob o comando de Valéria Marques e Carlinhos de Jesus. Não foi uma apresentação 'ao vivo'. Características mais parecidas a de uma CL (Companhia Limitada) do que programa de rádio.


Nascido na MPB FM, extinta no início do ano, o “Samba Social Clube” migrou para a SulAmérica Paradiso em fevereiro, onde ficou apenas nove meses.
Todavia, criou corpo e cresceu no conceito público e comunidade do gênero. Ganhou formato de empresa, tal um supermercado, ou rede de drogarias.

Tem uma presidente, Arianne Carvalho, dona da marca e do título MPB, espólio da rádio que acabou. A serviço da autêntica música brasileira já lançou dois DVDs no mercado. Na estreia do cartaz, Carlinhos de Jesus entrevistou o carnavalesco Milton Cunha, compositores Moacyr Luz e Pretinho da Serrinha, entre outros.

Naquele mesmo dia à noite na Tupi, o “Show de Bola”, geralmente dedicado ao futebol, conta com a presença de intérpretes e compositores do samba de raiz. Marcus Vinícius conduz o ‘papo’, invariavelmente, muito interessante. Ele 'se vira' quando rareiam os assuntos do esporte. ‘Os do samba não podem faltar’.

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IDEIAS EM COMUM
Três programas do rádio contemporâneo na (outrora) Cidade Maravilhosa, estilo ‘música e informação’, levam no nome-chave, a palavra “Painel”. O de mais quilometragem (e o mais importante, sem dúvida) é o da JB FM, com uma edição de manhã e outra à tarde. Àquela, com Alexandre Tavares, esta com Iseumar Ferreira e Robson França.

O segundo, mais novo no dial tem como apresentador Jorge Ramos, na 94 FM (94,1 Roquette), e chama-se exatamente “Painel da Manhã”. A exemplo do da JB, começa às 7h, estendendo-se até às 10h, ou seja, uma além do seu concorrente. Sessões variadas e músicas de primeiríssima qualidade são o seu forte. No ritmo das horas iniciais, mora o pecado.

No período de 7h às 9h, talvez ainda sonolento, o experimentado profissional JR comanda as ações -- diríamos – de um jeito ‘tão morno quanto cafezinho servido em gabinete de governo em fim de mandato’. Claro que não compromete a audição, comparativamente às outras no horário, muito boa de o interessado nas coisas do veículo acompanhar.

O que fecha a lista é apresentado aos sábados, entre às 8h e 10h. Seu titulo “Painel Nacional”, na rádio homônima, com rodízio de apresentadores – ora o Cezar Facciolli, ora o Amauri Santos e, às vezes, nenhum deles. Pequena mostra da indefinição que tomou conta da octogenária emissora, muito distante, no presente, de tempos imemoriais.

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R a r e f e i t a s
/o A não ser as transmissões esportivas, os ‘ao vivo’ no rádio nos fins de semana, são raridades. Predominam os programas gravados, inclusive os ‘do mais brasileiro dos ritmos’. Destaques, na sequência.

/o “Sambasso”, Nova Globo, com Zeca Lima,"Estação do Samba", SulAmérica Paradiso,com PR e Arlindinho. De 11h às 13h e de 12h às 14, respectivamente. Aos sábados os dois, o segundo também aos domingos.

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< Plante e Viva Bem
Não deixe uma planta morrer. Nem uma livraria. Dê livros. A uma criança, um amigo(a),a seu amor. Com os livros se planta uma civilização.