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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Rádiomania, o Livro/59

APARENTE SUBIDA
Chamava-se Federal e funcionava em Niterói a rádio comprada pelo grupo Bloch Editores, que a exemplo da principal revista, ganharia nome de Manchete. A concessão estava em poder de Antenógenes Silva, músico e compositor e, entre outras coisas, autor de “Saudades do Matão”, um clássico do cancioneiro sertanejo. Foi em 1981 que a emissora passou para o controle acionário da família Bloch.

Cinco anos depois, quando começava a transmitir 24 horas por dia, ela deixava para os ouvintes a impressão de crescimento. (Emissoras mais antigas – casos da Roquette Pinto e Jornal do Brasil, só entrariam nessa operação, respectivamente em 1988 e 1990). Pelo transcurso de seu decênio, em março de 1991, a Manchete investia na contratação de profissionais de renome e ampliava o setor de jornalismo, apesar da crise político-econômica que o país enfrentava.

O início da nova fase se daria com Cidinha Campos, que estreava no dia 4 daquele mês. Eleita deputada pelo Estado do Rio no ano que terminara, a comunicadora desligara-se da Tupi em janeiro, na qual trabalhara onze anos ininterruptos. Cidinha levaria para o novo endereço parte dos componentes de sua equipe, de produtores e debatedores, incluindo o sonoplasta Márcio Castorinho.

No mesmo dia em que a Manchete lançava o “Cidinha Livre”, o comunicador Enio Barbosa também estreava no prefixo. Ele, que alcançara grande sucesso na Tupi substituindo Paulo Lopes* a partir de 1987, não renovaria seu contrato, encerrado antes de completar dois anos no horário, entre 1h e 4 da tarde. Queria remuneração considerada incompatível. Sua estrela se apagaria na Capital, enquanto ‘plantava’ nos colunistas de jornais populares o interesse da Globo por seu concurso.

Ênio fizera uma parada na Rádio Nacional, quando problemas de ordem política provocaram o afastamento de Daysi Lúcidi, integrada à emissora desde os tempos das novelas. Na Manchete, abandonaria o projeto de reformulação logo no primeiro mês de atividades. Em princípio, alegara motivo de saúde, licenciando-se e, depois, para surpresas, rescindia o contrato. Voltaria à Capital. Mais tarde, porém, realizava seu grande sonho: trabalhar no Sistema Globo. Morria no primeiro semestre de 1995, em pouco tempo de atuação na filial paulista do SGR.

Jorge Luiz e Luciano Alves, também originários da Tupi, reforçariam a programação da Manchete. Em meados do ano, todavia, o panorama da rádio estava muito diferente, com o reflexo de uma crise que, localizada no canal de televisão, abalaria os alicerces da empresa. Cidinha sairia rápido, aproveitando a desincompatibilização, em 1992, para concorrer à Prefeitura do Rio. Luciano Alves, que se aposentara da Rádio MEC, era o próximo. Ficaria com o Jorge Luiz (último dos requisitados no ‘crescimento’) a dolorosa missão de apagar as luzes.

*M E M Ó R I A
Um dos maiores salários do radio, Paulo Lopes era demitido da Globo de São Paulo em 2001, isto é,14 anos depois de ser contratado pela emissora dos Marinho. A forma do seu afastamento teve semelhança com a de outros colegas da empresa – o Rony Magrini, também baseado na Paulicéia, e Haroldo de Andrade, no Rio.
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< Plante e Viva Bem
Não deixe uma planta morrer. Nem uma livraria. Dê livros. A uma criança, um amigo (a), a seu amor. Com os livros se planta uma civilização.

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