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domingo, 14 de abril de 2019

Rádiomania, o Livro/68

O VELHO MODERNO
Setembro de 2012 marcou os 90 anos do rádio no Brasil, mês em que, importantes emissoras do Rio festejaram mais uma passagem de suas existências – Tupi, 77 anos, Nacional e MEC 76. O nonagésimo aniversário da rádio (uma singularidade) não teve o caráter comemorativo que o de dez anos passados – os 80 – quando se promoveram encontros e seminários.

Um dos mais evoluídos nos grandes centros da América e Europa, segundo pesquisadores, o rádio no país chegou a ter sua morte decretada, a partir do avanço da televisão. Perdeu público e anunciantes,mas conseguiu recuperar-se, adotando uma linguagem dinâmica e moderna, apropriada aos novos conceitos.

As experiências iniciais foram realizadas durante as solenidades do Centenário da República, em 1922, através de duas unidades trazidas dos Estados Unidos, uma pela Westinghouse, instalada no Corcovado, outra pela Western Electric, montada na Praia Vermelha, entre a Urca e Pão do Açúcar.

Primeiro governante a ocupar o microfone de uma estação de rádiotelefomia, o presidente Epitácio Pessoa participara do evento, estando entre os presentes, o professor Edgard Roquette Pinto que, maravilhado com o que assistira, acabaria fundando, em 20 de abril de 1923, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Treze anos depois, esta seria a Rádio Ministério de Educação e Cultura, MEC.

Homem de muita visão e, sobretudo idealista, Roquette Pinto foi um pioneiro. Transmitiu uma ópera no rádio, poucos meses da inauguração da emissora, ocorrida em 4 de julho. Colocara no ar o Rigoleto, de Verdi e, ainda surpreenderia os ouvintes, com os pronunciamentos de sábios e intelectuais que visitavam o Brasil, entre eles, o francês Alfred Agache e o alemão Albert Einstein.

Maior prova de seu pioneirismo, antes do centenário, foi atrair para um recinto acanhado, uma multidão de curiosos. A experiência que fazia provocava um som caótico, de incrível estridência. Era evidente que a poucos interessava aquela zoeira na tão estranha em tal engenhoca.
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ERA RUDIMENTAR
A exemplo de inúmeros profissionais, Paulo Tapajós começou cedo no rádio. Dedicou a ele maior parte de sua vida, morrendo em dezembro de 1990, aos 77 anos de idade. De um depoimento seu à Rádio Jornal do Brasil, ficou registrado que ‘o rádio era muito precário, rudimentar (...) Surgira pra valer em outubro de 1923, graças ao trabalho dos irmãos Moreira. Locutor, chamado de speaker, lia no fim dos programas uma relação nominal das firmas que contribuíam com a sociedade, modus operandi das emissoras’.

Cantor de modinhas, compositor e produtor, Tapajós foi diretor-artístico da Nacional por muitos anos. Ele dissera, ainda, naquela entrevista de um especial na RJB: ‘A Nacional era ouvida em todo o Brasil por uma massa enorme de público. Isso aguçava o interesse dos anunciantes, que formavam fila à espera de uma vaga. Aos poucos foram suprimidos os quartos de hora com artistas – acentuava – e se criou os programas de talentos, de inteligência’.

Em outro depoimento à RJB, Henrique Fóreis, o Almirante lembrava sobre os dias de funcionamento do rádio, em seus primeiros anos. Havia, segundo declarava, um revezamento entre a Rádio Sociedade e a Clube do Brasil – uma às segundas, quartas e sextas; outra às terças, quintas e sábados. Os domingos ficavam reservados para o descanso. Alguns historiadores atribuíam à Sociedade o pioneirismo, outros o creditavam na cota da Rádio Clube do Recife.

Inaugurada em setembro de 1936, a Nacional revolucionaria todos os conceitos do rádio, sendo o seu sinal emitido oficialmente às 9 horas da noite do dia 12. Aurélio de Andrade, Oduvaldo Cozzi e Celso Guimarães reuniam-se numa sala do 4º andar do Edifício A Noite, onde cuidavam dos preparativos. Celso, o mais experiente se responsabilizaria pela estrutura da programação. Caberia a ele também anunciar, em ato solene, a entrada da nova emissora no ar.
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M E M Ó R I A
A Rádio Jornal do Brasil AM começava, em 1959, a divulgar os boletins de utilidade pública. Uma ideia do jornalista e poeta Reinaldo Jardim, logo aproveitada por outras emissoras cariocas, que os batizaram de ‘prestação de serviços’. A JB encerraria suas atividades nos anos 70 do rádio – 1993 – em abril. Nesse mesmo ano em janeiro, a Mundial, terceira no Ibope, também fechava.



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