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domingo, 11 de dezembro de 2011

Derrapagens, e saudades

Maurício Menezes, hoje na Tupi, trabalhou na Globo pouco mais de 20 anos. Produziu diversos programas, entre os quais, o de Waldir Vieira, falecido tragicamente em novembro de 1985. Maurição – assim chamado nos bastidores, para diferenciá-lo do seu homônimo, o “Danadinho” do esporte --, ganharia programa próprio em 2000, aos sábados de manhã, quando a Globo resolveu dar folga ao Haroldo de Andrade e ampliar em uma hora o “Show do Antônio Carlos”.
O matinal não emplacou, mas ele foi compensado com outro, o “Agito geral” em 2001, feito em parceria com o Hélio Júnior, edições nas noites de sábados e domingos. Era um programa altamente criativo, onde os dois esbanjavam inteligência e humor e, difícil para o ouvinte, indicar qual dos quadros o melhor. Num deles, Mauríção reproduzia histórias pitorescas, “causos” que reunira ao longo de sua vida de jornalista relatando, inclusive, curiosidades publicadas na imprensa.
Em outro, colocava no ar suas próprias “gaffes” (dele e do Helinho) e a dos colegas. “Rádio-cassetadas, o nome da atração, era aceita apenas pelos detentores de espírito democrático. Os convencidos de que, “errare humanum est, conforme os mestres do latin ensinavam na escola de antigamente, a língua dos padres nas missas. Todo esse palavreado aí (no jornalismo de tempos longínquos cognominado “nariz de cera”), para chegarmos à Globo dos dias atuais, ano da graça de 2011.
Dia 7 deste mês, próximo do horário em que o saudoso Waldir Vieira ocupava a gloriosa estação do Russel. No ar... “Boa tarde Globo”, ainda com vinheta do “Tarde legal”. Determinada música descia em BG, Alexandre Ferreira concita seus ouvintes a participarem da seção “Desafio”. Diz ele: “Atenção – de quem é essa voz? É uma dupla...” (Que é isso, professor? O que não pensaram seus alunos da faculdade, sintonizados na rádio? Tanta rodagem, e derrapando na concordância!)
Pouco depois, no “...Girando com a notícia” de 2h e meia, Gustavo Henrique, o mais novo integrante do esporte manda ver: “O goleiro Jefferson, escolhido o melhor goleiro do Campeonato Brasileiro, deixou claro que não quer deixar o Botafogo”. (Oh, Gustavinho, sabemos do seu talento, pois acompanhamos sua carreira desde os tempos da “outra”. Nem os estagiários nos corredores da Nacional, mais verdes que folhas de palmeiras, produzem texto tão primário, tão bisonho.)
Que saudades do “Agito geral” com o Maurício Menezes e Hélio Júnior. A Globo tirou-o da grade em outubro de 2001, voltara a editá-lo em 2005 com David Rangel, que em 2009 sairia. O desligamento deste favoreceu o produtor Daniel Pennafirme, que não esquentou a cadeira, cedendo lugar ao Luiz Torquato em 2010. Com o atual titular, que não compromete, o “Agito” é bem inferior ao da ‘fase David’ e, mais ainda, ao que o Mauríção e Helinho apresentavam.

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