REMINISCÊNCIAS (4)
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TERRA DA GENTE
Ainda naquele ano, segunda-feira, 1º de março, Luiz Vieira
voltava à Nacional com Minha Terra, Nossa Gente, apresentado de 5h às 7h das
manhãs. O forte dele: contar de memória, fatos pitorescos sobre a vida de
antigos cantores, compositores e instrumentistas da música popular brasileira –
a MPB, segundo os modistas. No quadro Gente que Brilha, o roteiro baseava-se na
data de nascimento (ou morte) de um artista. Era a terceira vez que o poeta e radialista ocupava espaço na tradicional emissora.
QUARENTINHA
A cantora Claudete Soares comemorava 40 anos de carreira no
primeiro semestre do mesmo período. Fã incondicional de Vinícius de Moraes, ela
incluiu muita composição do poetinha em seu repertório. O maior sucesso de
Claudete, contudo, foi uma produção de Erasmo e Roberto Carlos, De Tanto Amor.
Depois disso, a artista caíra no esquecimento, ficando oito anos sem discos.
Engajada na Bossa Nova, foi a primeira a gravar Apelo, de Baden e
Vinícius, conhecido na voz de Elizeth Cardoso.
SABIÁ COM ARTE
Depois de promover o dominical Onde Canta o Sabiá, no começo
de 1993, a Nacional criava expectativas para outras novidades na temporada. Dia
9 estreava Arte de Ouvir, às 11h das
manhãs, produzido e apresentado pelo jornalista e crítico Artur da Távola. O
pacote se fecharia no dia 16 de agosto com a saída do Segundo Caderno, de José
Messias, às 3h da tarde. Restabelecia um horário de novelas, antecipava em uma
hora o Rio de Toda Gente e, no entardecer, abria o Caderno de Notas, agenda cultural e jornalismo, com o locutor e produtor Luiz Carlos Saroldi.
PELAS ORIGENS
A um mês de completar 40 anos de carreira, 29 dos quais a
serviço da Nacional, José Messias restreava na Metropolitana, resolvida a diversificar
sua programação, que na década de 80 estava mais voltada aos termas
evangélicos. Fala Povo, a nova criação do José Messias era lançada em 12 de
julho de 1993, com apresentação de segunda a sexta das 8h às 10h da manhã. O quadro
principal (Gente – Frente a
Frente), que ele trouxera da televisão, sua porção messiânica, espécie de latifúndio.
TENTATIVA EM VÃO
Reunir Luiz Penido e Doalcei Camargo em janeiro de 1997 fora
o caminho escolhido pela direção da Tupi em mais uma tentativa de melhorar sua
audiência nas transmissões esportivas. Em 1996, os gestores da emissora
esperavam que tal poderia ser solucionado com a contratação de Osvaldo Maciel,
que era muito bem-sucedido na Record de São Paulo. O Ibope do Doalcei não
estava lá aquelas coisas em comparação ao do seu concorrente José Carlos
Araújo. O alcançado pelo substituto, menos ainda. Maciel, ‘Um canhão
de emoção’, ficaria reduzido a mero traque-traque...
MAIOR SÍMBOLO
O narrador Waldir Amaral, maior símbolo do rádio esportivo
nas décadas de 60 e 70, morria na primeira semana de outubro de 1997, dez dias
antes do seu aniversário (faria 71 anos). Natural de Goiânia ele viera ainda
jovem para o Rio de Janeiro, tendo atuado como locutor comercial na Rádio Tupi.
Em 1948 ingressava na Continental, levado por Oduvaldo Cozzi, onde tinha
trabalhado como ‘ponta’. A saída de Cozzi, que se transferira para a Mayrink
Veiga, proporcionaria a Waldir assumir o comando do esporte da emissora. Ele fez escola, criou slogans, muitos valores revelou.
CENÁRIO DA COPA
A exemplo do que fizera em outros mundiais, Haroldo de
Andrade transmitia seu programa direto de cenário da Copa do Mundo em 1998, na
França. Enquanto curtia Paris e arredores, Haroldo Júnior voltava a trabalhar
na Globo, coordenando do Rio, a entrada de repórteres e dos participantes do
Debates Populares, memorável cartaz das manhãs na emissora. E, por causa dos
jogos da Copa, Luiz de França e Edmo Zarife, tiveram férias
antecipadas, o primeiro estendendo-a em tempo superior. Acabou dispensado. O outro
perdia o seu programa de fim de tarde.
NÃO EMPLACOU
O comando duplo do esporte na Tupi reunindo Luiz Penido e
Doalcei Camargo resistiria apenas por duas temporadas. No início de 1999 Penido
se isolava na liderança, enquanto Doalcei, mais uma vez dispensado, acertava
com a Tropical FM, para chefiar um grupo de abnegados que lá se encontrava. A
Tupi dava também passe livre ao Denis Menezes, que ali atuara por quase três
anos, com programas de manhã e à tarde e, ainda, substituíra o comentarista Affonso
Soares, licenciado em setembro de 1998.
VOLTA AO COMEÇO
No alvorecer de 1995 Luiz Mendes trocara a Globo pela Tupi.
Quatro anos depois voltava à estação da Rua do Russel, de que tinha
sido um dos fundadores. Sua reestreia ocorreria em 1º de junho, uma
sexta-feira, na partida do Botafogo e
Palmeiras, pela Copa do Brasil. No domingo seguinte – dia de Flamengo e Vasco, primeiro
jogo da decisão do Estadual – ele dividia a cabine com Sérgio Noronha, elevado
a titular da casa nos comentários desde o afastamento, em 1998, do Washington
Rodrigues.
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OndasAtuais.Com
Rio de Janeiro é a segunda cidade maior consumidora do meio
de comunicação rádio – revelou o Kantar Ibope Média. Belo Horizonte-MG a
primeira, Grande Vitória (terceira), São Paulo (quarta) e Campinas-SP (quinta).
O Edifício À Noite, onde funcionou a Rádio Nacional na
chamada época de ouro, vai ser vendido pelo governo federal. Construído em
1920, faz parte dos 3 mil imóveis públicos a serem negociados com empresas privadas.
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