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sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Direto das Ondas

 REMINISCÊNCIAS (4)


O pessoal do rádio não teve motivos para comemorar os 70 anos do veículo no Brasil, alcançados em 1993. Em janeiro, o rádio ficava desfalcado de uma importante emissora de sua história – a Mundial, terceira mais antiga do país, até os anos 60 conhecida como Rádio Clube do Brasil. Em abril, quatro meses depois de completar 59 anos de fundação, a JB AM também era desativada.

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TERRA DA GENTE

Ainda naquele ano, segunda-feira, 1º de março, Luiz Vieira voltava à Nacional com Minha Terra, Nossa Gente, apresentado de 5h às 7h das manhãs. O forte dele: contar de memória, fatos pitorescos sobre a vida de antigos cantores, compositores e instrumentistas da música popular brasileira – a MPB, segundo os modistas. No quadro Gente que Brilha, o roteiro baseava-se na data de nascimento (ou morte) de um artista. Era a terceira vez que o  poeta e radialista ocupava  espaço na tradicional emissora.

QUARENTINHA

A cantora Claudete Soares comemorava 40 anos de carreira no primeiro semestre do mesmo período. Fã incondicional de Vinícius de Moraes, ela incluiu muita composição do poetinha em seu repertório. O maior sucesso de Claudete, contudo, foi uma produção de Erasmo e Roberto Carlos, De Tanto Amor. Depois disso, a artista caíra no esquecimento, ficando oito anos sem discos. Engajada na  Bossa Nova, foi a primeira a gravar Apelo, de Baden e Vinícius, conhecido na voz de  Elizeth Cardoso.

SABIÁ COM ARTE

Depois de promover o dominical Onde Canta o Sabiá, no começo de 1993, a Nacional criava expectativas para outras novidades na temporada. Dia  9 estreava Arte de Ouvir, às 11h das manhãs, produzido e apresentado pelo jornalista e crítico Artur da Távola. O pacote se fecharia no dia 16 de agosto com a saída do Segundo Caderno, de José Messias, às 3h da tarde. Restabelecia um horário de novelas, antecipava em uma hora o Rio de Toda Gente e, no entardecer, abria o Caderno de Notas,   agenda cultural e jornalismo,  com o locutor e produtor Luiz Carlos Saroldi.

PELAS ORIGENS

A um mês de completar 40 anos de carreira, 29 dos quais a serviço da Nacional, José Messias restreava na Metropolitana, resolvida a   diversificar sua programação, que na década de 80 estava mais voltada aos termas evangélicos. Fala Povo, a nova criação do José Messias era lançada em 12 de julho de 1993, com apresentação de segunda a sexta das 8h às 10h da manhã. O  quadro  principal  (Gente – Frente a Frente),  que ele trouxera da televisão, sua porção messiânica, espécie de  latifúndio.

TENTATIVA EM VÃO

Reunir Luiz Penido e Doalcei Camargo em janeiro de 1997 fora o caminho escolhido pela direção da Tupi em mais uma tentativa de melhorar sua audiência nas transmissões esportivas. Em 1996, os gestores da emissora esperavam que tal poderia ser solucionado com a contratação de Osvaldo Maciel, que era muito bem-sucedido na Record de São Paulo. O Ibope do Doalcei não estava lá aquelas coisas em comparação ao do seu concorrente José Carlos Araújo. O alcançado pelo substituto, menos ainda.  Maciel, ‘Um canhão de emoção’, ficaria reduzido a mero traque-traque...

MAIOR SÍMBOLO

O narrador Waldir Amaral, maior símbolo do rádio esportivo nas décadas de 60 e 70, morria na primeira semana de outubro de 1997, dez dias antes do seu aniversário (faria 71 anos). Natural de Goiânia ele viera ainda jovem para o Rio de Janeiro, tendo atuado como locutor comercial na Rádio Tupi. Em 1948 ingressava na Continental, levado por Oduvaldo Cozzi, onde tinha trabalhado como ‘ponta’. A saída de Cozzi, que se transferira para a Mayrink Veiga, proporcionaria a Waldir assumir o comando do esporte da emissora. Ele fez escola, criou slogans, muitos valores revelou.

CENÁRIO DA COPA

A exemplo do que fizera em outros mundiais, Haroldo de Andrade transmitia seu programa direto de cenário da Copa do Mundo em 1998, na França. Enquanto curtia Paris e arredores, Haroldo Júnior voltava a trabalhar na Globo, coordenando do Rio, a entrada de repórteres e dos participantes do Debates Populares, memorável cartaz das manhãs na emissora. E, por causa dos jogos da Copa, Luiz de França e Edmo Zarife, tiveram férias antecipadas, o primeiro estendendo-a em tempo superior.  Acabou dispensado.  O outro   perdia o seu programa de fim de tarde.

NÃO EMPLACOU

O comando duplo do esporte na Tupi reunindo Luiz Penido e Doalcei Camargo resistiria apenas por duas temporadas. No início de 1999 Penido se isolava na liderança, enquanto Doalcei, mais uma vez dispensado, acertava com a Tropical FM, para chefiar um grupo de abnegados que lá se encontrava. A Tupi dava também passe livre ao Denis Menezes, que ali atuara por quase três anos, com programas de manhã e à tarde e, ainda, substituíra o comentarista Affonso Soares, licenciado em setembro de 1998.

VOLTA AO COMEÇO

No alvorecer de 1995 Luiz Mendes trocara a Globo pela Tupi. Quatro anos depois voltava à estação da Rua do Russel, de que tinha sido um dos fundadores. Sua reestreia ocorreria em 1º de junho, uma sexta-feira, na partida do  Botafogo e Palmeiras, pela Copa do Brasil. No domingo  seguinte – dia de Flamengo e Vasco, primeiro jogo da decisão do Estadual – ele dividia a cabine com Sérgio Noronha, elevado a  titular  da casa nos comentários  desde o afastamento, em 1998, do Washington Rodrigues.

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OndasAtuais.Com

Rio de Janeiro é a segunda cidade maior consumidora do meio de comunicação rádio – revelou o Kantar Ibope Média. Belo Horizonte-MG a primeira, Grande Vitória (terceira), São Paulo (quarta) e Campinas-SP (quinta).

O Edifício À Noite, onde funcionou a Rádio Nacional na chamada época de ouro, vai ser vendido pelo governo federal. Construído em 1920, faz parte dos 3 mil imóveis públicos  a serem negociados com empresas privadas.

 

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