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sábado, 6 de março de 2021

 

Nas Ondas do Rádio

REMINISCÊNCIAS (Parte II, 8)

Pelo programa do César de Alencar desfilavam os grandes nomes da música popular, cartazes que disputavam o espaço, uma vez que o longo show das vesperais dos sábados tinha o valor de um passaporte para a fama. Artistas formados em outras praças deixavam a cidade de origens para suas apresentações nele. Isso aconteceria com Luiz Bandeira (que saíra do Recife) e Luiz Cláudio (Belo Horizonte), um com nome feito na Rádio Jornal do Commercio, o outro com carreira luminosa na Rádio Inconfidência.

 

Famosa em São Paulo, Isaura Garcia foi a primeira estrela de lá a se exibir no mesmo programa. Até então, quem se destacava na ‘Terra da garoa’ não tinha vez no Rio de Janeiro. A cantora portuguesa Esther de Abreu que nos anos 50 desembarcara na Cidade Maravilhosa para uma temporada no Copacabana Palace, resolvera fixar residência na Zona Sul do Rio depois de apresentações no programa do ‘Rei dos auditórios

’.

REPERCUSSÃO

Era tanta a repercussão deste que conseguira atrair nomes internacionais em visita ao Brasil, entre eles, Ives Montand, Josephine Backer, Gregório Barrios, Lucho Gatica e o Trio Los Panchos. Mito, lenda viva, fenômeno. Os adjetivos não faltavam para as pessoas definirem o radialista. Seu poder de comunicação contagiava as massas e, ao comemorar dez anos do programa, em 1955, reunia cerca de 25 mil expectadores no Ginásio do Maracanãzinho. Fora também o primeiro nesse tipo de promoção. Seguiram-se numerosos shows em estádios de futebol nos mais diferentes pontos do país.

 

A crise institucional que resultaria na Revolução de Março de 1964 deixaria César de Alencar numa posição insustentável. O destino colocava à sua frente uma escada reversiva, diferente da que o havia conduzido pelos degraus do sucesso. Dos dias radiantes e gloriosos, ele iniciava o mergulho num profundo ostracismo. Emissora controlada pelo governo federal, a Nacional sofreria intervenção dos militares e o animador seria acusado de ‘dedurar’ colegas como integrantes da esquerda festiva.


UM TESTEMUNHO

 Segundo o jornalista Borelli Filho, ‘os caçadores de comunistas’ davam uma taça de ouro a quem denunciasse ‘os comedores de criancinhas’. Houve uma ‘caça às bruxas’ e os punidos jamais perdoariam o César, embora nenhuma prova real fosse apresentada. Borelli, que dirigiu a Revista do Rádio nos anos dourados do veículo, relataria em artigo no jornal Última Hora, alguns dias depois da morte do animador:


‘Pessoalmente acho que tem muito folclore nessa história. César poderia ser diretor da emissora, pelo que fazia por lá. E, se nomeado, certamente iria realizar coisas fabulosas, porque era competente e possuía as melhores condições para manter a PRE-8 na fase áurea de Vitor Costa. Houve, por certo, um jogo político e ele acabou herdando as sobras de interesses contrariados’.

 

Enquanto baixava a poeira pela suspeita de seu envolvimento com os militares, César se afastava do rádio. Nesse intervalo fez uma viagem ao exterior e em 1970 lançava-se na televisão. Trabalhou na Excélsior, que trocaria pela Rio, e apresentava-se simultaneamente na Record, em São Paulo e na Itapoã, em Salvador.


VOLTA POR CIMA

Reapareceria no rádio em 1975, através de uma pequena estação em Niterói – a Federal {de Bloch Editores} administrada pelo sanfoneiro e compositor Antenógenes Silva. Ali daria dimensão a um dos quadrinhos,   classificados  de interprogramas – As Virgens do César. O passo seguinte seria em 1976, na Rádio Tupi, onde assinaria contrato relâmpago para um programa semanal {aos sábados} de apenas uma hora.

 

E, chegou o dia em que retornaria ao prefixo tradicional, em 1978. Fazia o programa do estúdio nas manhãs de sábados, no esquema ‘vitrolão’, que tanto condenava. Mudara em 1982 para outro dia da semana, domingo, quando criara a Turma da Comunicação, cuja finalidade era estabelecer um elo entre antigos ouvintes. Estes, além de se reunirem em festas de confraternização – casamentos, aniversários e batizados – também trocavam informações por telefones. O programa se  chamava  Domingolão, ia das 8 horas da manhã a uma da tarde, mas acabaria em 1986.

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Ondulantes.Com

/o  A Melodia FM segue isolada na liderança de audiência no Grande Rio, de acordo com o Kantar Ibope Média, levantamento do último trimestre. Seguem-na de perto a Super Tupi e a JB, em 2º e 3º lugares. O Dia é a 4ª colocada e a 93 FM, 5ª.

/o  A Globo obtém sua melhor classificação desde 2017 – 6ª, acrescenta o Kantar. Em 7ª a Mix,  8ª a Cidade (que  deixou o dial na quarta-feira, 3), Catedral 9ª, e em 10ª, com diferenças mínimas BandNews, SulAmérica Paradiso, NovaBrasil e  CBN.

 

 

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