Nas Ondas do Rádio
REMINISCÊNCIAS (Parte II, 8)
Famosa em São Paulo, Isaura Garcia foi a primeira estrela de lá a se exibir no mesmo programa. Até então, quem se destacava na ‘Terra da garoa’ não tinha vez no Rio de Janeiro. A cantora portuguesa Esther de Abreu que nos anos 50 desembarcara na Cidade Maravilhosa para uma temporada no Copacabana Palace, resolvera fixar residência na Zona Sul do Rio depois de apresentações no programa do ‘Rei dos auditórios
’.
Era tanta a repercussão deste que conseguira atrair nomes
internacionais em visita ao Brasil, entre eles, Ives Montand, Josephine Backer,
Gregório Barrios, Lucho Gatica e o Trio Los Panchos. Mito, lenda viva,
fenômeno. Os adjetivos não faltavam para as pessoas definirem o radialista. Seu
poder de comunicação contagiava as massas e, ao comemorar dez anos do programa,
em 1955, reunia cerca de 25 mil expectadores no Ginásio do Maracanãzinho. Fora
também o primeiro nesse tipo de promoção. Seguiram-se numerosos shows em
estádios de futebol nos mais diferentes pontos do país.
A crise institucional que resultaria na Revolução de Março de
1964 deixaria César de Alencar numa posição insustentável. O destino colocava à
sua frente uma escada reversiva, diferente da que o havia conduzido pelos
degraus do sucesso. Dos dias radiantes e gloriosos, ele iniciava o mergulho num
profundo ostracismo. Emissora controlada pelo governo federal, a Nacional sofreria intervenção
dos militares e o animador seria acusado de ‘dedurar’ colegas como integrantes
da esquerda festiva.
Segundo o jornalista
Borelli Filho, ‘os caçadores de comunistas’ davam uma taça de ouro a quem
denunciasse ‘os comedores de criancinhas’. Houve uma ‘caça às bruxas’ e os
punidos jamais perdoariam o César, embora nenhuma prova real fosse apresentada.
Borelli, que dirigiu a Revista do Rádio nos anos dourados do veículo, relataria
em artigo no jornal Última Hora, alguns dias depois da morte do animador:
‘Pessoalmente acho que tem muito folclore nessa história.
César poderia ser diretor da emissora, pelo que fazia por lá. E, se nomeado,
certamente iria realizar coisas fabulosas, porque era competente e possuía as
melhores condições para manter a PRE-8 na fase áurea de Vitor Costa. Houve, por
certo, um jogo político e ele acabou herdando as sobras de interesses
contrariados’.
Enquanto baixava a poeira pela suspeita de seu envolvimento
com os militares, César se afastava do rádio. Nesse intervalo fez uma viagem ao
exterior e em 1970 lançava-se na televisão. Trabalhou na Excélsior, que
trocaria pela Rio, e apresentava-se simultaneamente na Record, em São Paulo e
na Itapoã, em Salvador.
Reapareceria no rádio em 1975, através de uma pequena estação
em Niterói – a Federal {de Bloch Editores} administrada pelo sanfoneiro e
compositor Antenógenes Silva. Ali daria dimensão a um dos quadrinhos, classificados de interprogramas – As Virgens do César. O
passo seguinte seria em 1976, na Rádio Tupi, onde assinaria contrato relâmpago
para um programa semanal {aos sábados} de apenas uma hora.
E, chegou o dia em que retornaria ao prefixo tradicional, em
1978. Fazia o programa do estúdio nas manhãs de sábados, no esquema ‘vitrolão’,
que tanto condenava. Mudara em 1982 para outro dia da semana, domingo, quando
criara a Turma da Comunicação, cuja finalidade era estabelecer um elo entre
antigos ouvintes. Estes, além de se reunirem em festas de confraternização –
casamentos, aniversários e batizados – também trocavam informações por telefones.
O programa se chamava Domingolão, ia das 8 horas da manhã a uma da
tarde, mas acabaria em 1986.
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Ondulantes.Com
/o A Melodia FM segue
isolada na liderança de audiência no Grande Rio, de acordo com o Kantar Ibope
Média, levantamento do último trimestre. Seguem-na de perto a Super Tupi e a
JB, em 2º e 3º lugares. O Dia é a 4ª colocada e a 93 FM, 5ª.
/o A Globo obtém sua
melhor classificação desde 2017 – 6ª, acrescenta o Kantar. Em 7ª a Mix, 8ª a Cidade (que deixou o dial na quarta-feira, 3), Catedral
9ª, e em 10ª, com diferenças mínimas BandNews, SulAmérica Paradiso, NovaBrasil
e CBN.
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