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sábado, 27 de fevereiro de 2021

 

Nas Ondas do Rádio

REMINISCÊNCIAS (Parte II, 7)

Um dos mitos da época da cultura de massa, o radialista viu seu nome consagrado nos auditórios e também proclamado pelas marchinhas de carnaval, a mais famosa delas, de autoria de Miguel Gustavo, um bem-sucedido produtor de jingles. A gravação, lançada em 1957 pelo palhaço Carequinha foi um grande sucesso em disco, coisa que ele não conseguiria repetir em nenhum de seus lançamentos posteriores como cantor. Dizia a composição: ‘Ela é fã da Emilinha/Não sai do César de Alencar/Grita o nome do Cauby/E depois de desmaiar/Pega a Revista do Rádio/E começa a se abanar...’

 

Muito esperto, o radialista aproveitava o seu imenso prestígio para outras investidas. Dotado de apreciável sensibilidade, gravaria vários discos como cantor, alguns para o chamado meio-de-ano, e outros para o carnaval, de que era dos incentivadores. No seu repertório foram incluídos sambas, sambas-choros, maxixes, baiões e, principalmente, marchinhas, bem ao gosto do público. Nas músicas de meio-de-ano, poucas vezes ele aparecia sozinho. O número relativo de gravações que fez, foi em dupla com Marlene, Emilinha Borba ou Heleninha Costa.

 

A sua irreverência se refletia nas letras de algumas dessas músicas, compostas especialmente para ele gravar. Foram, por exemplo, os casos de Há Sinceridade Nisso?, de Manezinho Araújo, Namoro no Portão, de Luís Bitencourt, e O que é Isto?, de Abelardo (Chacrinha) Barbosa e Nestor de Holanda. Num dos carnavais de que participara, gravou As Mal-amadas, marchinha de Luiz Antônio, que retratava as mulheres   excessivamente   sonhadoras, na iminência de ficarem pra ‘titias’:

‘As mal-amadas

São as grandes mulheres

Posso provar

Se tu quiseres

As mal-amadas (bis, bis)

 

Carinho, amor e ternura

A mal-amada não conheceu

Mas tem confiança na jura

Daquele que o peito elegeu...’

 

A dupla Haroldo Lobo-Milton de Oliveira escreveu para ele num desses carnavais, No Japão é Assim, uma sátira à semelhança física entre as mulheres daquele país, também gravada por Jorge Veiga. Dizia:

‘No Japão é que é bom

Japonês não passa mal

Não há mulher bonita

Nem feia, é tudo igual  (bis, bis)

 

Não há lourinha

Não há, não há, não há

Morena nem pretinha

Nem mulata sarará

 

Lá não se briga

Por causa de mulher

Quem perde a sua

Apanha a que quiser...’

 

Em outro carnaval, a mesma dupla dava para o César gravar, Coitado do Abdalla, historiando a peregrinação de ambulantes, vendedores de bugigangas:

‘Rala, rala, rala

Coitado do Abdalla

Rala, rala, rala (bis, bis)

 

Sobe e desce o morro

Carregando a sua mala

Chega o fim do mês

Ninguém paga ao Abdalla

 

Pra comprar fiado

Todo mundo quer comprar

Mas no fim do mês

Como é duro de cobrar...’

 

E, tinha uma de Carvalhinho – Cossaco. A primeira parte afirmava:

‘Se o cossaco, enche o saco

Que buraco, que buraco

Afinal é muito feio

Ter mais um cossaco cheio’

 

Mas, irreverência não fora tudo na vida do artista. Ele reservara momentos para as músicas sérias, dois clássicos pelo menos: Dorinha, meu Amor, de José Francisco de Freitas, criação de Mário Reis nos anos 30, e também desse mesmo tempo, Os Quindins de Yayá, de Ary Barroso (gravou com Emilinha Borba), originalmente lançada por Carmem Miranda e Almirante.

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Ondulantes.Com

/o  Como Vai Você? nome da velha canção do Roberto Carlos é o título do novo quadro do Cidinha Livre na Super Tupi. O cantor, humorista e apresentador de TV da década de 70 Moacyr Franco foi o terceiro entrevistado, quarta-feira (24).

/o  Fez Cidinha Campos rir (e nós também). Figura hilária com suas tiradas, disse que toma quinhentos (?!!!) remédios. Queixou-se da falta de criatividade no meio mercado-arte, citando como exemplo, a frase ‘um beijo no seu coração’.

/o  Tem horror aos lugares-comuns, mas, ao que lhe parece, alguns coleguinhas não aprendem, observou. Aos 84 anos, acabara naquela manhã cinco roteiros de uma produção para ser dirigida por Jonnhy Franco, o Guto, seu filho.

 

 

 

 

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