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domingo, 30 de outubro de 2011

Últimas do Luiz Mendes

O Fluminense vencera o Atlético Goianiense por 3 a 2, depois de estar perdendo de 2 a 0, no Estádio da Cidadania em Volta Redonda, dia 3 de setembro. Esse jogo, narrado pelo Fernando Bonan, foi a última participação de Luiz Mendes nas jornadas esportivas da Globo. O repórter Rafael Marques, ancorando o intervalo, ao se referir a determinados lances, provocava o “da palavra fácil”, que declarava estar certo da presença do Sobrenatural de Almeida, personagem do cronista Nelson Rodrigues, histórico torcedor do time das Laranjeiras.
Poucos dias antes de ser internado no Hospital São Lucas, ele concedera uma entrevista ao Hilton Abi-Rihan, do programa “Alô Rio”, na Rádio Nacional. Era a propósito dos 75 anos de fundação da emissora. Mendes, que durante um bom par de tempo trabalhara no prefixo, destacou a importância da velha estação, classificando-a “como a universidade da radiofonia no país”. E, nesse período, esteve presente no Salão Nobre do Botafogo, para autografar o “Minha gente”, livro de Ana Luiza Pires, que traça um panorama de sua carreira.
Um dos fundadores da Rádio Globo, Luiz Mendes morreu na manhã desta quinta-feira 27, após complicações decorrentes de leucemia. Nos 71 anos de atuação no rádio, participou dos principais eventos esportivos e 16 copas do mundo, 13 delas nos locais. Foi narrador da Globo no Mundial de 50 no Maracanã, quando o Brasil perdeu de 2 a 1 para a seleção do Uruguai. Incrédulo no que via, descrevera o gol de Gighia com nove entonações diferentes. A Globo homenageou-o durante todo o dia, e a Nacional numa parte da programação.
Luiz Mendes começou oficialmente na Farroupilha, de Porto Alegre. Ali ficou o pouco mais de três anos. Além da Globo e Nacional, trabalhou na Continental e Tupi. Durante um tempo que estivera afastado do rádio, atuou na TV Rio, comandando aos domingos, a “Grande resenha Facit”, tendo como companheiros, entre outros, Armando Nogueira, José Maria Scassa, Nelson Rodrigues e João Saldanha. No mesmo canal, foi apresentador de um programa de boxe, o “TV Rio Ring”, integrando posteriormente, uma mesa de debates da TV Educativa. Deixou viúva a atriz e radialista Daysi Lúcidi, com quem era casado há 63 anos.

De tudo que se ouviu nas rádios sobre a morte de Luiz Mendes (uma unanimidade em todas as classes), bastante inspirada a crônica de Luizinho Campos, no encerramento do “Programa Francisco Barbosa”, poucas horas depois de o corpo baixar sepultura no São João Batista. Sensibilizou quem sintonizava. Hoje diretor de programação da Tupi, um dos craques na comunicação do rádio moderno, Luizinho – que assinava Luiz Campos Lima – produziu muita coisa boa na Globo, onde trabalhou nas décadas de 80/90.

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