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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Esse nosso amor antigo


44) Um bom cantor de músicas do “meio de ano”, e de carnaval -- que tanto incentivava – era outra face do César de Alencar (1917/1990), o mais famoso animador de auditório nos anos gloriosos da Nacional. Embora não se considerasse com a qualidade que os cronistas apregoavam, ele gravou mais de 50 discos de 78 rotações, a maioria como solista, outros, em dupla com cantoras, suas companheiras de estação.
45) Destaques no repertório: “Dorinha, meu amor”, de José Francisco de Freitas, sózinho; “Os quindins de Yayá”, de Ary Barroso, com Emilinha Borba; “Namoro no portão”, de Luiz Bitencourt, com Marlene; e “Há sinceridade nisso?”, de Manezinho Araújo, com Heleninha Costa.
46) Grandes nomes do estelar cast da rádio desfilavam na melhor fase de seu programa, décadas de 40/50 e início dos anos 60. As audições se desenvolviam aos sábados, de 3h da tarde às 7h da noite. Durante algum tempo, o desfecho era sempre com Emilinha, a estrela-maior, anunciada como “a minha, a sua, a nossa favorita”.
47) César não só animava aquela atração. Era o idealizador de todos os quadros e, quadrinhos, que chamava de inter-programas Em etapas distintas, foram seus produtores o Hélio do Soveral (que trabalhou com ele 16 anos) e Fernando Lobo. De autoria de Haroldo Barbosa, a música e letra da abertura e encerramento, interpretadas pelos Quatro Ases e um Coringa: (“Essa canção nasceu pra quem quiser cantar/Canta você, cantamos nós até cansar/É só bater e decorar/Pra decorar, vou repetir o seu refrão/Prepare a mão, bate outra vez/Esse programa pertence a vocês!...”)
48) Houve um período em que o programa também despertava a atenção de artistas estrangeiros que vinham ao Rio para shows no Cassino da Urca. Eles se sentiam na obrigatoriedade de se apresentarem naquelas tardes da Nacional, apesar do alarido comum ao ambiente.
49) A partir de abril de 1964, uma revirada na vida do radialista, que ficaria muito mal na história. Ele seria dispensado da estatal pelo governo militar, integrando um grupo de 36 pessoas, entre artistas e funcionários. O animador teria, segundo os jornais da época, apontado alguns colegas como subversivos, adeptos da “esquerda festiva”.
50) César, que teve início brilhante na Clube do Brasil em 1939, e consagração na Rádio Nacional, no ostracismo foi parar na Federal de Niterói, do sanfoneiro e compositor Antenógenes Silva, que, vendida ao grupo Bloch Editores, virou Manchete. Baixada a poeira, ele voltaria à tradicional emissora. Fez um programa no esquema “vitrolão” e gerenciou o FM da empresa. Desse, rebatizado como RPC, originou-se o FM O Dia.

51) “Fãzoca do Rádio”, marchinha de Miguel Gustavo(1922/1972) foi um grande sucesso do palhaço Carequinha, que também gravou músicas infantis. Nascido em Rio Bonito com seu nome de George Savalla (1915/2009), foi animador de um concorrido programa de auditório na Rádio Mapinguary, antes da carreira no circo e obter sucesso na televisão (TV Tupi).
52) O programa era aos domingos, de manhã. A emissora funcionava no centro de São Gonçalo, cidade onde Carequinha morou em seus 90 anos de vida. Primeira rádio a ser comprada pela Igreja Universal, a Mapinguary tornou-se Copacabana ao se mudar para o Rio.

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