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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Girando com as ondas (017)

GOSTO AMARGO DA CRISE
No entorno dos 72 anos de sua emissora-matriz, o Sistema Globo de Rádio distribuiu, em vez de troféus (ou medalhas), ‘bilhetes azuis’ para dez profissionais – apresentadores, narradores e repórteres. Participantes da celebração do aniversário, na sexta-feira (2), alguns deles, logo avisados de não mais pertencerem aos quadros da casa, sentiram o gosto amargo dos quitutes oferecidos aos funcionários e autoridades pela efeméride.

.o. Depois do ‘pacote’ de abril, no qual a empresa descartou duas dezenas de contratados, o ‘listão’ de agora pegou o Alexandre Ferreira, Zeca Marques e Ceci Mello (exclusiva da CBN); o Evaldo José, Leandro Lacerda e Felippe Cardoso, do esporte; os experimentados Marco Antônio de Jesus e Silvana Maciel, da reportagem e, Diana Rogers, da nova geração. (Carla Matera, nem esquentou lugar). Consequências da crise no país, ou não?

.o. Nem tudo, para os cabeças bem pensantes, deve-se a ela. Nessa oportunidade, como analisar, ou entender o quesito gestão? Na saída do Bruno Thys, dizíamos neste espaço que, administrar uma rádio não é o mesmo que dirigir uma gravadora de discos. Será que os herdeiros do Roberto Marinho estão satisfeitos com a desfiguração que vem se desenvolvendo na principal emissora do grupo? Se positivo, pontos para o compadrio.

.o. Fala-se que ‘uma nova Rádio Globo vem aí’, em 2017. O jovem, na faixa dos vinte e sete a trinta e poucos anos vai ser o público alvo. Destaques prováveis, apresentadores do tipo Ana Paula, Bruno Mattos, Guilherme Grillo, Augusto Sousa, e semelhantes.Diante do anunciado, Antônio Carlos, Roberto Canázio e o David Rangel irão – talvez fechando março -- cantar aquele samba do Tom Jobim: “É pau, é pedra/ é o fim do caminho’.

MANCHA NA HISTÓRIA
.o. Uma rádio qualquer parar por motivos técnicos nesses rincões do país, não é nada demais. Uma rádio da imponência da Tupi ficar um dia inteiro no piloto automático por dívidas trabalhistas, não é só um fato inédito, quanto inacreditável. Prova cabal de irresponsabilidade dos executivos com os subordinados, funcionários, artistas. Mais surpreendente: a greve ocorrida foi um protesto contra os atrasos de dezoito (!) meses dos salários.

.o. Tão vexatório, que não custa frisar -- um ano e meio sem ver a cor do dinheiro, ou na melhor das hipóteses, ‘vales”, para amainar o clima de insatisfação. Mancha no histórico da outrora líder dos Diários associados. Isso aconteceu na última quinta-feira (8).Muito difícil alguém trabalhar, passando informação e diversão para o ouvinte, vivendo num ambiente desses. O mínimo que se pode pensar – situação lamentavelmente caótica.

‘AGITO’ VEM, ‘AGITO’ VAI
.o. O “Agito geral” da Globo está de volta. Pela enésima vez. Com a bola no momento, o Roni Magrini, um dos renomados profissionais do ramo, que aparece na rádio em sua terceira temporada. (Em 2002, por ser altamente remunerado, o SGR mandou-o embora. A dispensa dele coincidira com a ‘rasteira’ que deram no Haroldo de Andrade (1934-2008) em agosto daquele ano. Um pouco antes, tiveram igual procedimento com o Paulo Lopes.)

.o. Digressões à parte. A primeira audição do “Agito” fora em 6 de dezembro de 1998, com o Mário Esteves. O programa era às 9h das manhãs, aos domingos. Depois, a cada mexida na grade ele entrava e saía. Dentre os comunicadores que o pilotaram, a dupla Maurício Menezes/Hélio Júnior, Loureiro Neto (1952-2014), David Rangel, Luiz Torquato e Thiago Matheus , os dois últimos de São Paulo, como o Magrini ouvido novamente em rede¹.

POR UMA TERCEIRA VIA
.o. Procura-se uma terceira via para o rádio no Rio. Com o volume (e sucessivas) demissões registradas num ano abalado pela crise econômica, Globo e Tupi -- as principais – e o veículo, de modo geral, estão caminhando celeremente para o empobrecimento (ou, quem sabe), os inapeláveis e derradeiros degraus de evidente falência múltipla. Somando-se às mais recentes baixas (exceção dos técnicos), os demitidos supera a meia centena.

.o. A imaginária reunião dos melhores profissionais demitidos a partir de abril, (na rádio da Glória) e, em julho (na de São Cristóvão) daria para formar uma emissora bastante atraente. Ela até poderia se chamar Alternativa, em condições inegáveis de ultrapassar, em audiência, as classificadas de pequeno investimento – tal qual uma FM Fanática, tida como surpresa, além, naturalmente das, digamos, seminais O Dia e Mania, do segmento.

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I N T E R L I G A D A S
Semanal aos sábados após a primeira fase, o “Agito” com Roni passou a ter maior espaço. Aos domingos e nos dias sem futebol, de 10h da noite às 3h das madrugadas.
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Com isso, o “Panorama esportivo” recuou para as 8h, ficando de fora quando houver jogos no horário. O mesmo esquema aplicado ao “Pop bola”, nas edições dominicais.
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E, a Ana Paula, que deixou de lado a Portuguesa, depois que assumiu o “Tá’ rolando música”, ganhou outro programa. Sobrou para seu comando, o “Domingo + família”.
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(Cá entre nós). Essa moça no lugar do Alexandre Ferreira -- nada pessoal --, ‘é dose pra javanês’. Por quê não contratarem uma Gláucia Araújo, hoje na combalida Nacional?
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Chamadas na Bradesco Esportes indicam que ‘a nova seleção do rádio’ vai receber mais um reforço. É nada menos que o Jota Santiago, do grupo recentemente desligado da Tupi.
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Sua estreia, porém, está prevista para o início do próximo ano, durante o campeonato regional. Correntes de bastidores já consideram Edilson Silva como o empreendedor.
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Mas, à medida que chega um integrante para a equipe, dois são afastados. No processo de restauração que a emissora implantou , tem sido assim ‘que a banda toca’, com tambores e fanfarras.
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E, dizer que, desde o início do ano, a Bradesco está funcionando ‘à meia-bomba’. Sua grade no Rio, onde virou núcleo, é bastante inferior aos breaks transmitidos de Sampa.
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MEMÓRIA VIVA
Paulo Tapajós (1913-1990), que dedicara a maior parte de sua vida ao rádio, onde começara na juventude, discorria sobre a importância do veículo na década de 80 num depoimento à Jornal do Brasil AM. “O rádio – dizia ele – era muito precário nos primórdios. Surgira para valer em outubro de 1923, graças ao trabalho dos irmãos Moreira, do Recife”.

Cantor, compositor e produtor, Tapajós foi, por certo período, diretor de programação da Nacional. Formava com Almirante, José Mauro e Haroldo Barbosa, um quarteto de ouro. Entre os programas que produziu e apresentou, destacam-se “Quando os maestros se encontram”, na então poderosa emissora, e “Nosso domingo musical”, na Rádio MEC AM.

HORAFINAL.COM
¹O SGR acaba de retornar aos programas em rede, alguns transmitidos do Rio, outros de São Paulo. Não faz muito tempo, retirara o recurso – no intuito de deter o avanço da rival carioca. A (in)decisão, de caráter econômico, parece com a de noivas em dia de casamento.


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