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quinta-feira, 13 de julho de 2017

Rádiomania, o Livro/16

MÉDIAS E MODULADAS (B-2)
Paulo Tapajós, que dedicara a maior parte de sua vida ao rádio, onde começara na juventude, morreu no final de dezembro de 1990, aos 77 anos. Num depoimento à Jornal do Brasil na década de 80, ele dizia que o rádio era muito precário nos seus primórdios. Em seu conceito, o veículo surgira para valer em outubro de 1923, graças ao trabalho dos irmãos Moreira, do Recife. Locutor era chamado de speaker e, no fim dos programas, fazia relação nominal das firmas que contribuíam com a sociedade, sistema em que as emissoras operavam.

O rádio funcionava todos os dias da semana, com exceção dos domingos, contara certa vez Henrique Fóreis, o Almirante. A Rádio Sociedade e a Clube do Brasil se alternavam, uma transmitindo às segundas, quartas e sextas, a outra às terças, quintas e sábados. Alguns historiadores atribuem à Sociedade do Rio de Janeiro à primazia, outros entendem que a iniciativa coube à Rádio Clube de Recife. A segunda estação do país, no entanto, fora a Rádio Clube do Brasil, no Rio, sendo a Pelotense, no interior do Rio Grande do Sul, a terceira.

Em 1931 era inaugurada a Rádio Record de São Paulo, fundada por Paulo Machado de Carvalho. No ano seguinte, em 9 de julho, estourava a Revolução Constitucionalista. A Record se posicionava na vanguarda dos acontecimentos políticos. Nela, os locutores César Ladeira, Nicolau Tuma e Renato Macedo se destacavam. A rádio ganhava o slogan de “a voz de São Paulo”, enquanto Ladeira passava a ser chamado de “a voz da Revolução”.

No começo dos anos 30, quando o governo Getúlio Vargas legalizaria o processo de comercialização do veículo, o primeiro programa do gênero apareceria na Mayrink Veiga. O apresentador era Valdo de Abreu, e a atração que comandava se estendia de manhã à noite. Depois viria o “Programa Casé”, na Rádio Phillips, que estreara em 1932. Ademar Casé, idealizador daquelas audições, inspirara-se na BBC de Londres. (Tinha aversão a microfone e utilizava três locutores para as apresentações, um deles, o Alziro Zarur). Era vendedor da Phillips, empresa que mantinha uma gravadora e fabricava equipamentos elétricos.

Sem o saber, Casé já praticava naquele tempo, o que muitos anos mais tarde a mídia definiria como lobby. Foi no “Programa Casé” que Almirante, ‘a maior patente do rádio’ se revelou. Os reclames – nomes dados aos comerciais – eram em forma de versinhos. Participavam da equipe de redatores Henrique Pongetti, Luiz Peixoto e Antônio Nássara, cabendo a este a criação dos primeiros textos cantados, que seriam o embrião dos jingles. Apresentavam-se naquele programa, cantores do nível de um Noel Rosa e Marília Batista, e outros da época.

MEMÓRIA-2000
O jornalista e produtor Maurício Menezes era promovido em março, a apresentador nas manhãs de sábado, na Globo. Haroldo de Andrade deixava de se apresentar naqueles dias.

Antônio Carlos ampliava seu espaço. E, na segunda, 13, passava a comandar uma nova versão do “Você Decide – Verdade”, tentativa de ‘brigar’ com o “Patrulha da Cidade”, da concorrente.

A Manchete CCI também promovia estreia na mesma data. Lançava o “Rio 760, Tarde Total”, de 1 às 4h, substituindo o “Programa Cirilo Reis”, que dividira com o Alexandre Ferreira o horário.
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