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quinta-feira, 6 de julho de 2017

Radiomania, o Livro/15

MÉDIAS E MODULADAS (B-1)
Em setembro de 1990, atravessando uma das fases mais criticas de sua existência, a Rádio Nacional atingia 54 anos de fundação. Sem motivo para festa. Ainda naquele mês, outra aniversariante – a Tupi – alcançava 55 anos de atividades. Com alguma comemoração.

Da mesma idade, a Jornal do Brasil assinalava em agosto, uma nova etapa de sua vida. No melhor estilo. Para a passagem do evento, vários programas, entre eles, uma série realizada pelo Serviço Brasileiro da BBC, que completava 50 anos também em agosto.

As experiências iniciais foram através de duas unidades trazidas dos Estados Unidos, uma pela Westinghouse, instalada no Corcovado, outra pela Western Electric, montada na Praia Vermelha, para as solenidades do Centenário da República. O presidente Epitácio Pessoa lá estivera, sendo o primeiro a ocupar o microfone de uma estação de radiotelefonia.

Entre os presentes, estava o professor Edgard Roquette Pinto. Maravilhado com tudo que assistira, ele fundaria em 20 de abril de 1923 a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro – que passaria a se chamar Rádio Ministério de Educação e Cultura, MEC, a partir de 1936.

Homem de muita visão e, sobretudo um grande idealista, Roquette Pinto fora também o primeiro a colocar uma ópera no ar, o “Rigoleto”, de Verdi, no dia 4 de julho, alguns meses depois de inaugurar a estação. Fora responsável pela transmissão de pronunciamentos de sábios e intelectuais que visitavam o Brasil, entre os quais, Albert Einstein e Alfred Agache.

Antes das experiências do Centenário da República, que reunira uma multidão de curiosos num recinto acanhado, onde o som estridente era a tônica, pouca gente se interessaria. Em 1893, entretanto, o padre gaúcho Landel de Moura , um inventor nato, assustava os paroquianos com seus ensaios.

Estudara na Escola Politécnica do Rio de Janeiro e se formara em ciências físicas e químicas em Roma. Landel de Moura representou para o rádio o mesmo que Alberto Santos Dumont representou para a aviação brasileira.


MEMÓRIA-1999
A Tupi lançava, na última semana de março, o “Fala Governador”, com Anthony Garotinho, aos sábados, das 7 às 9h da manhã.

Naquele mês, a 94 FM (Roquette Pinto) popularizava sua programação e criava um núcleo de esportes com o Ricardo Mazella.

Ainda no período, a Nacional iniciava outra reformulação na sua grade. José Sobral, novo diretor, substituía José Carlos Cataldi.

Em 30 de junho, Haroldo de Andrade (1934-2008) fazia 50 anos de rádio. Luiz de Carvalho (1919-2008), antecessor, era lembrado.
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Ouvindo as ondas

NACIONAL VIRA REPETIDORA
É tempo de mudanças. Para fugir da mesmice reinante e garantir sua sobrevivência, as rádios se valem dos recursos da tecnologia, internet e redes sociais, meios de interagir com o público, independente de classes.

Depois da Tupi (que continua apostando no popular) e, da Globo – que radicalizou com a nova plástica --, chegou a vez da Nacional. Ela complementa a reformulação iniciada em abril, investe em jornalismo, dando prioridade a Brasília.

Com a medida, o Rio, sua sede histórica transforma-se em mera repetidora da matriz, no Planalto. O carro-chefe da programação é o “Repórter Nacional”, das 7 às 8h, que estreou na terça (4). Dentro de duas semanas terá quatro edições.

Conforme anunciou o locutor Dilson Santafé, o “Repórter Nacional”, em novo formato, lançará as demais nos dias 11 e 18. Num caso, das 11 às 12h, em outro, das 18 às 19h e das 23h30 às 24h. Haverá ‘janelas’ com as notícias regionais.

Na segunda (3), saíram da grade o “Repórter Rio” e o “Tema Livre”. Dila Araújo, seu apresentador, despediu-se no ar, o mesmo acontecendo com a Daysi Lúcidi , do “Alô Daysi”, há 41 anos. O programa vai para os sábados, ao meio-dia.

DE ORELHA & ORELHAS
Fala-se que a Nova Rádio Globo é uma proposta de reinvenção do veículo. E, tem gente que acredita. Na verdade, utilizar profissionais de TV da empresa parece reinvenção para os jovens – público alvo, ‘bom de orelha’, ou bola da vez.

Quem ultrapassou a faixa dos 50 de idade e se interessa pelo ramo, sabe muito bem que na década de 1960 a Jovem Pan, de Sampa, adotava igual modelo. Para tanto, servia-se da TV Record, dos Machado de Carvalho, os gestores.

Pertenciam ao cast, entre outros, Roberto e Erasmo Carlos, Vanderléa, Ronnie Von, Jô Soares, os saudosos Jair Rodrigues, Elis Regina e Celi Campelo. Viraram apresentadores da rádio. Época que não havia internet, muito menos similares.

CENTENÁRIO DO JOÃO
Dia 3 de julho há cem anos nascia em Alegrete-RS, João Alves Saldanha, que se tornaria carioca honorário, respeitado cronista esportivo, técnico do Botafogo e da Seleção Brasileira. Pelo centenário, foi homenageado por um grupo de jornalistas.

“O Comentarista que o Brasil Consagrou”, segundo Waldir Amaral (1926—1997), morreu após a Copa de 90, em Roma, Itália. Cobria pela Rádio Tupi ao lado do Luiz Penido, em atuação simultânea para a Rede Manchete de Televisão.

ESVAZIANDO A FESTA
Expert em samba, Rubem Confette, veteraníssimo do elenco da estação vinculada à EBC, costuma afirmar em seu programa, diário até o dia 10, que “A vida é uma festa, a festa é nossa”. Limitado a semanal, pode aposentar o bordão.

Pouca coisa nos dias comuns ficará sendo transmitida dos estúdios da Avenida Gomes Freire, na Lapa. O “Musishow”, do Cirilo Reis, as jornadas do futebol, os esportivos “Bate Bola”, “No Mundo da Bola” e... ‘vitrolão’, inevitáveis musicais.

HORAFINAL.COM
Se a Nacional do Rio dava meio traço no Ibope com alguns programas locais, centralizada nos acontecimentos de Brasília pula, com certeza, para um traço inteiro. Que morador da cidade e arredores sintonizará “a voz do Planalto?”





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